Ela estava ali há muito tempo. Suas pernas formigavam por estarem tão encolhidas. O único som era de sua respiração irregular e de alguns raros suspiros. Mitsue não conseguia organizar os pensamentos. Seus sentimentos a deixavam confusa, fora realmente a coisa certa contar sua história a Konan? No entanto, ela sabia que não conseguiria guardar aquilo só para si por mais tempo.

Mitsue ueria ficar ali sozinha tanto quanto queria sair e ser reconfortada. Mas isso ão seria possível. Ela já não tinha esperanças de que as coisas pudessem ser como queria.

A garoa não sabia o que estava pensando na hora, fora um instinto primitivo orrer para longe. Aquele era o caminho menos complicado a seu ver. Mas uma hora ou outra ela teria que sair dali. E nesse momento, sentiu um leve chakra indo até onde estava.

Mitsue já sentira aquele chakra antes. No entanto, não prestara atenção para descobrir a quem pertencia. Ela se levantou cambaleante, tateando a parede em busca de apoio. Não iria ficar ali. Tampouco deixaria que a encontrassem. Era o que esperava.

Ela andou silenciosamente, até sentir que o chakra começava a se distanciar. Haveria alguma saída por onde estava indo? Ou teria que esperar o desconhecido ir embora para que pudesse sair? Ambas as opções não eram agradáveis.

Ela desistiu e se jogou ao chão. Poderia dizer que tinha se perdido ao tentar voltar. Ou qualquer outra coisa que tornasse a verdade menos humilhante. Os passos se aproximaram e Mitsue resistiu à tentação de fugir.

– Ei, Ishikawa. Está aí? – perguntou o estranho.

– Sim. – respondeu ela, secando as últimas lágrimas e olhando o alto homem. Era aquele que não falara nada quando ela chegou. Como era seu nome mesmo?

– Caso não se lembre, sou Uchiha Itachi.

– Prazer.

– Ótimo. Vamos voltar agora. Peraí, você estava chorando? – ele perguntou, estendendo uma mão para a garota.

– Não. – ela aceitou a ajuda e se levantou, tirando a poeira das roupas com as mãos.

– Não precisa tentar mentir para si mesma. Pode me falar o que aconteceu se quiser.

– Na verdade, é uma coisa bem ridícula. Não é importante.

– Só porque é ridículo não significa que não machuque. – o moreno deu um leve sorriso. Mitsue gostava dele. Era gentil como nenhum outro ali.

– Tem razão. É só algo que aconteceu no passado. Algo que eu já devia ter superado há muito tempo, até. Mesmo assim, obrigada.

– Eu não fiz nada. Agora vamos voltar para lá. Konan estava preocupada com você.

– É, sinto muito. Não era minha intenção ficar tanto tempo aqui. – ela sorriu.

– Não precisa se desculpar. Às vezes tudo o que precisamos é ficar sozinhos.

– É claro. Quando as outras pessoas não podem nos entender, a solidão cura todas as feridas. Eu já estou bem agora.

– Que bom.

– Por que entrou para a Akatsuki, Itachi? Você não parece ser como os outros.

– Problemas de família, uma missão idiota e muito tempo livre. Acho que vou considerar isso um elogio. Mas você não queria ter vindo para cá, não é?

– No início não. Mas agora, até que não parece tão ruim. – ela sorriu.

– Quero ver até quando vai manter essa opinião...

– O que quer dizer com isso?

– Nada. Vamos logo. – e a ruiva seguiu-o pelo corredor.

x_x

Konan: Mitsue! O que tinha na cabeça, garota? – e agarrou Mitsue em um abraço sufocante.

Mitsue: Ok, ok, eu estou bem!

Konan: Nunca mais faça isso! Eu tive que pedir ao Itachi para ir atrás de você! Esses corredores são perigosos! Eu falei para o Pain não fazer tantos, uma hora ou outra alguém ia acabar se perdendo! Teve sorte por Itachi tê-la achado!

Itachi: Ha, como se fosse possível não
acha-la. Seu chakra era visível a quilômetros.

Konan: Você só diz isso porque tem o
sharingan –‘

Itachi: Pois é, eu sou tão foda ^^

Konan: Cala a boca. Mitsue, quer ir
chamar os outros para almoçar?

Mitsue: Pode ser.

Konan: Cuidado para não se perder.

Mitsue: Eu não vou me perder.

A garota saiu da cozinha.

Konan: Fica de olho nela. – sussurra.

Itachi: Pode deixar. – sussurra.

Mitsue: Eu ainda estou ouvindo –‘

Itachi:– le assobia distraidamente.