Do Seu Lado. escrita por Burn


Capítulo 7
A proposta.


Notas iniciais do capítulo

Oi :)
Gente, não sei o que ta acontecendo...Acho q estou perdendo leitores. São muito pouco os que comentam :/
Enfim, espero que nao estejam se decepcionando com a historia...
Ta aí mais um cap.



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Ela tinha 16 anos?

Perae, perae. Falei com entonação errada.

ELA TINHA 16 ANOS?

Quando que eu ia imaginar uma coisa dessas? A provavelmente nunca, nunca mesmo!

Encarei abismado novamente a Pirralha que dirigia tranquilamente meu carro nos guiando de volta para casa depois da competição mal sucedida para mim e meu pulso torcido. Ela tinha mais cara de uns 13 anos...Apesar de que era impossível ver seu rosto por baixo daqueles grandes óculos fundo de garrafa. Suas mãos pequenas não pareciam aptas para isso. Se não fosse pela carteira de motorista que ela acabara de me apresentar, eu não a deixaria encostar no volante nem ferrando.

–Relaxa.- falou me olhando de soslaio. Eu estava tão preocupado que nem percebi o quanto eu estava agarrado ao banco, minhas unhas curtas estavam enterradas no estofado, esse era o meu sub consciente se preparando para uma possível batida.

Não deu tempo nem de notar realmente como ela dirigia e quando fui perceber já estávamos na garagem do prédio. Descemos do carro e fomos direto para o apartamento de Gabe, o vencedor.Dentro do elevador nenhuma palavra foi dita. A Pirralha estava quieta como se tivesse culpa no cartório.

Gabe me recebeu calorosamente, talvez sentindo compaixão pelo meu estado. Eu estava acabado. Sempre fui muito competitivo e nunca admiti perder, nem em jogo de tabuleiro.

Já ele, meu melhor amigo, ganhara a competição no meu lugar sem o menor esforço. Aquela competição não significava nada para ele, mas mesmo assim ele a ganhara, enquanto eu, bem, eu estava ali com o pulso ferrado.

–Engraçado.- Gabe falou me entregando um copo de chocolate quente, enquanto a Pirralha zapeava nos canais da TV ao meu lado no sofá.

–O que é engraçado?- perguntei tomando desanimadamente um gole daquela bebida quente.

–Sabe Noah.- ele continuou se sentando do meu outro lado- eu lembro perfeitamente de nós dois termos checados os skates noite passada...

–O que você quer dizer com isso?- indaguei confuso, chocolate quente me deixava lerdo.

–Eu quero dizer que não é possível que as rodas tenham soltado sozinhas... Alguém devia tê-las afrouxado...

–Impossível.- o cortei – Eu não deixei o meu skate com ninguém antes da...- deixei que a frase morresse e olhei para a Pirralha que se encontrava estática do meu lado, me lembrando de ter deixado meu skate com ela para fazer minha inscrição.

Ela definitivamente havia passado dos limites.

–EU PODERIA TER MORRIDO!- me exaltei para o telefone. Do outro lado da linha estava minha mãe ouvindo meus gritos.

–Ela só tem 16 anos.- falou calma – Talvez não fosse imaginar que as rodinhas do seu skate fossem chegar intactas até a semi final.

Ora, era só o que me faltava. Minha mãe não parava de defender aquela garota.

–Isso não justifica o fato dela ter afrouxado as rodinhas para que uma hora ou outra eu fosse desclassificado.- falei passando a mão em meus cabelos para tentar me acalmar- Mãe, eu poderia-ter-morrido – falei pausadamente para que ela entendesse a gravidade da situação, para falar a verdade eu não estava ligando tanto para esse fato, mas sim para o fato de eu ter perdido a competição.

–Mas-não-morreu.- respondeu da mesma forma, que tipo de mãe era aquela?

–Senhorita Julia Knight, você ainda não entendeu que é um perigo eu passar o resto das férias ao lado daquela mini psicopata? Se ela não me matar eu vou acabar matando-a até o final das férias.

Ouvi minha mãe rir do outro lado da linha. Ótimo, ela achava que eu estava brincando.

–Sendo assim, porque você não tenta fazer alguma coisa para deixá-la ocupada até o final das férias? Assim você fica livre dela e não precisa mata-lá.- houve uma pausa -Querido, preciso desligar. Beijos, se cuide e não mate sua irmã. Tchau.

–Tchau mãe.- murmurei mas já era tarde de mais. Se aquela era a minha irmã eu havia acabado de criar um novo tipo de fobia, a irmãfobia. Eu sofria de aversão a irmãs.

Sentei na cadeira de meu quarto absorvendo o silencio dali. A Pirralha e eu, havíamos voltado para casa, eu precisava urgentemente ligar para a minha mãe e dar um jeito de me livrar daquela coisa. Como vocês podem observar ligar para a minha mãe não adiantou porcaria nenhuma.

Ao lado do meu computador estavam alguns mangás espalhados, poluindo a visão do meu quarto antes extremamente arrumado. Como eu disse, ANTES, porque agora era possível ver objetos espalhado em baixo da cama, sapatos sob meu tapete e aquelas bolsas encostadas na minha parede branca. Eu tinha até medo de tirá-las de lá e encontrar arranhões provocados pelas mesmas... Ok isso parece gay.

Cara, acho que sofro de organização excessiva e nunca percebi.

Ta vendo? Tudo culpa daquela Piralha catarrenta, se ela nunca tivesse vindo para o meu quarto, eu nunca perceberia que sofria disso e não me sentiria tão gay como me sinto agora.

Se eu matasse a Pirralha não precisaria mais sofrer com isso. Oh, não, isso não é um sorriso maligno surgindo em meus lábios...

Peguei um papel e uma caneta em comecei meu rascunho de maneiras de matar a Pirralha.

Maneira numero um: colocar comida entupidas de laxante na geladeira, assim ela defecaria até a morte.

Ok, muito estranha essa forma de morte...

Mantê-la ocupada o resto das férias não me parecia uma má ideia. Talvez fosse mais fácil do que matá-la.

Mas como eu faria isso? Sim, porque eu estava com a deusa do sedentarismo aqui, então não creio que esportes seriam bem vindos na vida dela. A questão em si era, o que adolescentes garotas curtiam fazer?

Talvez pintar as unhas e comprar roupas? Apesar que ela não era do tipo adolescente normal. Afinal, quem em sã consciência usa blazers 24horas por dia?

Talvez fosse mais fácil eu perguntar o que ela queria fazer, pensar de mais no assunto estava me desgastando.

Saí do meu quarto e caminhei no pequeno corredor parando no batente da passagem para a sala. A pirralha ria de alguma merda que o Gabe havia falado. E sim, para a minha surpresa o Gabe estava lá. Os dois estavam sentados no sofá conversando animadamente, ela empurrando o óculos a cada 30 segundos para cima, enquanto mostrava seu evidente sotaque britânico e seu cabelo entupido de gel daqui refletia a luz emitida pelo lustre pendurando no teto, enquanto ele sentado de maneira largada, com as pernas abertas só devia estar arrotando besteiras.

Como bom conhecedor de Gabes alheios, eu poderia até escrever suas próximas ações.

Ele pararia de rir acompanhando ela, e a observaria rir, depois tentaria pegar em sua mão antes de continuar a falar.

Pois é, dito e feito. As bochechas da Pirralha enrubesceram na hora, estava na cara que ela não sabia como reagir porem mesmo assim se sentia encantada com o ato de Gabe.

Revirei os olhos me encostando do batente com os braços cruzados.

Eu sentia era dó dela, mal sabia a coitada que ele não estava nem um pouco interessado nela. Mal sabia ela que ele faria isso até com uma mendiga que parasse para conversar com ele. Mal sabia ela que ele nunca a daria uma chance...

Me peguei imaginando os dois como namorados, e aquilo me deu até um revertério no estomago. Porque velho, na boa... Quem no mundo iria querer namorar com aquela Pirralha? Alem de passar a sofrer o perigo de ter os cabelos cortados durante a noite, o cara também seria a prova real de que o amor é cego, porque pelo amor de Deus. Aquela Pirralha era fim de carreira para qualquer um.

Os dois ainda não haviam me notado ali. Quer dizer, o Gabe pelo menos parecia não ter me notado ali realmente enquanto a Pirralha, bem, essa fingia não me ver. Parece que ela estava gostando realmente do papo de Gabe.

Ri sozinho ainda parado no batente. Como garotas são toscas, basta chegar um neguinho, falar uma coisa obvia como pudim é feito na cozinha e “CABUM!” Elas estão apaixonadas. Só mudava o endereço mesmo porque todas eram iguais, sempre querendo se entregar por inteiro num romancezinho barato.

Bem que seria bom se o Gabe mantivesse essa garota ocupada o resto das minhas férias. Apesar que, conhecendo o Gabe do jeito que eu conheço, era certeza que ele não toparia isso nem ferrando, não com uma garota daquele estado.

Pode soar meio gay, mas como hoje eu já estava me sentindo um gayzão mesmo... Será que eu não poderia transformá-la?

Ok, estou duvidando da minha opção sexual agora, mas até que não seria má idéia deixá-la apresentável, se ao menos ela ficasse ajeitadinha talvez Gabe topasse ficar com ela até o final das férias.

Tudo bem que Gabe não valia nada, e a trairia toda noite, mas quem se importa? Mantendo-a ocupada e longe de mim estava ótimo.

Cara, eu precisava deixá-la apresentável o mais rápido possível.

–Eae Gabe!- falei me aproximando com meu plano mirabolante na cabeça- será que você não deixa eu conversar com a minha irmãzinha a sós?

Ele me olhou confuso.

–Posso, mas eu vim aqui pra de te dizer...

–Não tem nada que não possa ser dito depois.- dei um sorriso amarelo e fechei a porta em sua cara.

Pronto, agora era só botar a coisa pra funcionar.

–Pirralha!- me virei com um sorriso gigante. Se ela estava desconfiada? Imagina...

–O que você quer?- indagou subindo os óculos.

–Fazer uma proposta.- sorri já imaginando as festas de arromba com garotas nuas e bebidas alcoólicas liberadas que eu daria depois de me ver livre da Pirralha.



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Notas finais do capítulo

Fim.
To meio desanimada pra escrever o próximo cap, por isso hoje nao vai ter um spoiler.
Acho que a única coisa que tenho certeza do próximo vai ser o titulo " Seduzindo um Gabe".
Enfim, se alguém ainda estiver lendo minha fic, já pesso desculpas porq acho que o próximo cap vai demorar...
beijos.