Proibido: adj. Que não é permitido; interdito, defeso, vedado.

Assim era a relação deles. Proibida. Eram opostos, eram feitos para lutarem até a morte. Eram feitos para sentir desprezo mútuo. Afinal, ele era um anjo e ela, um demônio.

Meg não poderia negar que se interessara por Castiel desde que o vira, por mais que não quisesse admitir – ao menos, em seu íntimo, ela não negara. Já Castiel estava com os pensamentos confusos. “Eu deveria tê-la matado quando tive a chance.” Pensava. Mas por que não o fizera?

Por que havia retribuído o beijo? Por que havia retribuído daquela forma? Era errado. Era impróprio. Era proibido.

Tudo bem que já se considerava um péssimo exemplo de anjo, mas retribuir o beijo de um demônio já era demais. Não queria nem imaginar o que seu Pai pensaria se não fosse tão ausente. Já sentia vergonha de si mesmo, não queria que os outros sentissem o mesmo também.

Era engraçado vê-lo com “amnésia”, tinha que admitir. Era engraçado e ao mesmo tempo tentador vê-lo tão indefeso daquela forma. Melhor ainda fora quando ele lembrou-se de tudo, sentia-se orgulhosa internamente – tanto que deixara escapar seu orgulho. “Esse é meu garoto.” Disse.

Ele estava confuso ao recuperar suas memórias. Como teve a capacidade de fazer aquelas coisas com Sam e Dean? Tinha que concertar isso o mais rápido possível. Foi com Dean até onde Sam estava, para tentar recuperar a barreira deste último. “Eu nunca deveria tê-la destruído, me desculpe.” Disse. Porém, não havia mais nada para ser recuperado. Optou por uma inversão, por mais que estivesse na dúvida se iria dar certo ou não. Quando acabou, vira seu irmão, Lúcifer, no lugar de Sam. Não acreditava, estava assustado. Fora deixado naquele hospital, seria melhor daquela forma, pensava.

Ao descobrir que seu pequeno Clarence estava naquele lugar imundo, logo resolveu se passar por uma enfermeira. “Não posso deixá-lo sozinho aqui.” Pensava. E realmente não podia, ele estava completamente indefeso agora – talvez até mais do que sem as memórias. Ela ficaria ali até o fim, se fosse preciso. Ficaria perto de Castiel, não importa quanto tempo passasse. Afinal, ela poderia muito bem se aproveitar daquela situação – que era ainda mais irônica do que o “relacionamento” deles dois.

Realmente não queria pensar nas consequências de seus atos de se dispor a ajudar um anjo, mas faria o mesmo se fosse de outra maneira – afinal, ele também já salvara sua vida antes.