Quando chegaram ao hospital, eram aproximadamente duas da manha. O tempo passou rápido...

Dylan e Greg dirigiram-se para a recepção.

- Posso ajudar? – perguntou a enfermeira-recepcionista.

- Queremos saber onde está o Thomas Field. – respondeu Greggory.

- Vocês são parentes dele? – ela perguntou, desconfiada.

- Sim, somos primos dele. – Greg disse, tamborilando os dedos no balcão.

A moça disse que ele estava no quarto 1024 e deu-lhes um crachá, escrito: Parentes – Thomas Field: quarto 1024.

Quando entraram, Sabrina, Tiffany e Kimberly estavam lá, todas com caras pálidas e fechadas.

- Como ele está? – Dylan e Greggory perguntaram, e uníssono.

- Falaram que ele está inconsciente por um tempo, para que ele possa suportar a dor. – Sabrina respondeu. – Tem algo errado com a cabeça dele, porque o impacto foi muito forte.

- Ele vai ter de passar a noite no hospital. – disse Kimberly, com um olhar conturbado.

- Escuta, Greg, eu tenho de ir para casa, minha mãe bêbada deve estar preocupada comigo. Se você for passar a noite aqui, amanhã eu volto. – disse Sabrina, dando um abraço em Greggory e em Dylan e saindo do lugar. Dylan corou.

- Também tenho que ir. Até, cara. Boa sorte ai. – disse Dylan, correndo, deixando a sala. – ei, Sabrina, me espera!

- O que? – ela respondeu.

- Eu vou com você. Minha tia deve estar querendo me matar. – Dylan falou.

- Vou ligar para minha mãe...

- Mas para que, se, afinal, você já está indo para casa? – ele disse.

- Certo. – ela falou, guardando o celular. Dylan a encarava de um jeito estranho.

- Amanhã nós vamos passar na delegacia? – Dylan perguntou, nervoso, coçando sua própria nuca.

- Podemos. Quero descobrir se aquele cara é de fato que eu penso que é. – Sabrina respondeu.

- Você acha que ele é o Homem do Fogo? – ele perguntou.

- Sim, você também achou? – Sabrina disse.

Ele assentiu com a cabeça. Eles caminhavam lado a lado na rua desértica e ainda úmida, e conforme a madrugada caía, mais frio ia ficando. O silencio imperava. Dylan continuava a encarando, até que ela ficou tão distraída com ele a olhando desse jeito, que ela tropeçou. Sabrina iria cair feio, se Dylan não tivesse pego-a.

- Tudo bem? – ele perguntou, com ela ainda em seus braços.

- T-Tudo... – Sabrina respondeu, pasma com o calor agradável que Dylan emanava. Ela poderia ficar desse jeito o dia todo. Ele com as mãos em suas costas e ela com as mãos em seus ombros. Era impressão ou ele estava chegando mais perto? Não, não era. Dava até para sentir seu nariz gelado no dela. Ele estava perto, muito perto, dava para ouvir sua respiração quentinha... Mas Sabrina teve de resistir.

- H-Hummm... É... Dylan, me... Me desculpe, eu não... Eu não posso fazer isso... Não agora... Tenho muitas coisas para me preocupar, não posso lidar com mais essa... Desculpa mesmo... – ela disse, e se afastou dele.

- Ah, bem, você que deveria me desculpar. Eu... Não sei o que deu em mim... Eu só... – Dylan hesitou. Ela o rejeitara. Mas é obvio que Sabrina não o queria, e estaria dando uma desculpa fajuta. Era melhor não discutir. Ficou um clima estranho entre eles durante todo o caminho, que fora percorrido em silencio. Quando eles chegaram à casa de Sabrina, se despediram apenas com um breve aceno. Estava na cara que Sabrina não iria se aproximar de Dylan tão cedo.

Enquanto isso, no hospital...

- Criança, nos dê um tempo com Thomas, por favor? – pediu Kimberly.

Greg saiu do quarto de Thomy e ficou esperando do lado de fora. Elas conversavam com ele como se ele tivesse acordado. Greggory ouvia um leve murmúrio. Foi se esquivando, e botou seu ouvido perto da porta.

- ...Mister T! O plano deu certo? Darius executou tudo conforme o senhor requisitou? – perguntou a voz de Tiffany. Do que ela estava falando?

- Sim. Eu também empenhei um papel muito bom, obrigado. Vocês vêm sendo excepcionais, neste papel patético de irmãs carrancas.

- Obrigada. Mas, quando ele vai saber a verdade? O policial-guaxinim já disse que ele andou dando uma checada nos dados da cidade. Estava sobre a mesa dele... E o Taylor disse que abriu a sala para ele...

- Em breve, eu presumo. Não esperei que Darius fosse fazer um trabalho tão bem feito. Ele está na delegacia agora, e eu quero que se dirijam para lá ao amanhecer.

- Mais alguma coisa, Mestre?

- Qual o nome daquela garota a mais novinha, a que se infiltrou no nosso outro alvo?

- Não me lembro... Você se lembra, Kim?

- Não...

- Certo, andem, saiam daqui, o plano está quase completo. Vou esperar o momento certo para dar o bote. Chamem-no aqui. Quero brincar com ele.

Todos os três riram.

E passos ecoaram em direção à porta. Greg se esquivou de volta a posição inicial.

Do que será que eles estavam falando? Quem é Mister T? MESTRE? A cabeça de Greggory estava a mil por hora, e seu coração estava palpitando rapidamente.

- Mané, ele quer te ver. – Tiffany decretou.

Foi ai que Greg percebeu: Estavam falando dele o tempo todo. Taylor era o nome que estava no crachá do policial que abriu o armário de dados, o que Greggory enrolou. Provavelmente Darius era o nome do suposto homem do Fogo. Não... Thomas não poderia ter armado isso tudo. Ele não poderia saber de nada disso... Ele é novo na cidade a menos que... Ou ele andava espionando Greg, ou ele mandava pessoas espionarem.

- Anda seu lesado! – berrou Kimberly, com um sorriso satisfatório do rosto.

Não era possível. Não tinha como ser. Bem, impossível é só questão de opinião, porque Greggory era um super Herói que acreditava que todos de sua família tirando suas irmãs estavam mortos, e, de repente, surge um primo desconhecido e estranho que é atacado no primeiro dia que passa em Niceville, que não é uma cidade violenta.

Tem algo muito estranho, e Greg teria de descobrir. Ele entrou na sala, sondado pelo olhar das irmãs. Thomy parecia suposta e magicamente melhor do que estava.

- Já melhorou? – perguntou Greggory, no tom mais rude que pode arrumar no momento.

- É. Acho que sim. Sabia que é feio ouvir pessoas atrás da porta? – disse Thomas, em um tom indiferente. Como ele sabia que Greg tinha...? – Acho que se você raciocina, já deve ter pensado que tem algo errado aqui, não é?

Greggory assentiu, frio. Olhou para chão e localizou o cordão de prata que Dylan costumava usar. Vai ver ele tinha o deixado cair. Mas ele não iria pegar.

- Aquele Homem que te atacou hoje. Ele... Ele está, bem, ou deveria estar na delegacia, agora. Acho que você estava falando dele... Porque você o quer solto? – Greg perguntou, quase que automaticamente.

- Ah, garoto esperto. Sabia que você não ia demorar muito para pensar... Eu o quero solto porque eu o contratei. Eu estou na cidade desde a minha vinda de avião. Eu sobrevivi porque fui eu que causei a pani no avião. Você não é o único Super-Heroi aqui, Greggory.

- Não entendo... Sua mãe, minha Tia Magda, estava nesse avião, porque você iria querer matar sua própria mãe?

- Porque ela não é minha mãe. Ela é minha tia. Meus mais estavam em Wimberley no dia do acidente. Magda é mãe de Kimberly e Tiffany. Elas são suas tias.

NÃO PODE SER. ENTÃO... THOMAS ERA...

- Você é meu IRMÃO? – Greg perguntou, espantado.

- Demorou a entender. Sou sim.