Halloween escrita por Junior Roux


Capítulo 2
Capítulo 2 - A Floresta de Hamburgo




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- Ouviram isso? - soltou Kai, assustado.

- Calma, deve ter sido só uma coruja! - respondeu Kiske, de prontidão.

Weikath riu.

- Mal entramos e esse seu amigo já tá aí se cagando de medo?

- Cala essa boca, Weikath, logo quem vai estar se mijando nas calças vai ser você!

As cinco crianças seguiram em frente, Kai andando cautelosamente para não fazer nenhum barulho, Markus e Weikath caminhando naturalmente e Kiske andando mais rápido que os outros, a testa franzida e com um olhar atencioso a cada silhueta que se mexia por entre as árvores negras sob a luz do luar. Ingo caminhava com uma tranquilidade fora do normal. Sua expressão era vazia, como se estivesse com a cabeça em outro lugar, sem se importar com o ambiente sombrio ao seu redor. Foi quando pisou em um graveto, que se partiu e o som ecoou pela floresta...

- Que foi isso?! - falou Kai em voz alta, o que fez todos se virarem.

- Nada, foi só um pedaço de galho em que eu pisei. - Respondeu Ingo, calmamente. - Por que está tão amedrontado?

- A gente tá numa floresta escura em plena noite de Dia das Bruxas, lendas sempre foram contadas sobre esse lugar nessa data, falando de espíritos, mortos, zumbis e tudo o mais! Como eu não vou estar apavorado?! Isso é louc...

CRACK!

- AAAAAAAAAHHHHHHH! MAS O QUE FOI ISSO???!!!

- Huhauahuahauahuaaahahua, só queria ver a sua reação! Que comédia... - disse Markus, logo após pegar um apanhado de galhos do chão e bater em uma árvore com eles.

- Será que dá pra gente seguir em frente ou vão ficar aí dando sustinhos uns nos outros? - perguntou Kiske, com a cara amarrada.

- Parece que eles estão se divertindo, principalmente o seu amiguinho acovardado! - disse Weikath, com o sarcasmo estampado em seu rosto.

- A diversão está só começando! - falou Kiske, com um ar de ousadia.

Enquanto caminhavam por uma clareira, sob a luz da lua, ouviram um farfalhar perto das árvores mais à frente. Kiske concentrou o seu olhar para a escuridão à sua frente e viu um vulto passando por entre as folhagens, então arregalou os olhos e disse:

- Eu vi alguma coisa lá! Olhem bem!

- Deve ter sido só impressão, Michael, porque eu não vi nada. - disse Ingo, mantendo a calma como ninguém.

- Deve ser o medo tomando conta do seu cérebro, hahaha! - disse Weikath, desdenhoso.

Foi quando ouviram um barulho ainda mais alto vindo das árvores...

- MEU DEUS! - disparou Kai, apavorado.

Todos à sua volta gelaram em aflição quando, de repente, um vulto de capuz negro cobrindo o rosto emergiu das árvores sombreadas. A capa preta cobria o seu corpo inteiro. As crianças ficaram paralisadas e sem reação alguma. Foi quando a criatura ergueu o braço, apontando o dedo comprido para o grupo. Sua mão era fina como a de um esqueleto, úmida e acinzentada, o que apavorou ainda mais os garotos. Uma voz emanou da escuridão por debaixo do capuz, dizendo:

- Vão para casa ou o despertarão! 

Kiske, tomado pela adrenalina, respondeu:

- De quem você tá falando? Quem é você?

- Voltem para suas casas ou temerão com a sua ira! Isto é apenas o começo, em breve a floresta estará tomada e não haverá escapatória para nenhum de vocês!

Kai, como era baixinho, não saía de trás de Kiske, escondido e morrendo de medo da aparição, gemeu baixinho quando o vulto proferiu suas últimas palavras.

- Fujam enquanto ainda há tempo...

A voz foi ficando cada vez mais baixa, enquanto o vulto desaparecia na escuridão.

- Pra onde ele foi? - perguntou Markus, com um tom de nervosismo em sua voz. - O que ele queria? De quem ele estava falando?

- Eu não sei, mas acho que vamos descobrir em breve. - respondeu Kiske, baixinho.

- Ele já foi? - perguntou Kai, quase chorando de tanto medo.

- Sim, já acabou. - respondeu Kiske, com bondade.

- Acabou, é? Do jeito que as coisas estão indo, nós é que vamos acabar aqui nessa floresta! - disse Weikath, em voz alta. - Mas desafio é desafio, e eu ficarei aqui até o amanhecer! O que me diz, xará?

- Eu também ficarei até o amanhecer... Não é mesmo, Kai?

- C-c-claro, eu também vou ficar... - respondeu Kai, o medo ainda em sua voz.

- Acho que deveríamos acampar e fazer uma fogueira para descansar um pouco. - disse Ingo. - Markus trouxe as barracas, dá para todos nós dormirmos por algumas horas e depois seguir adiante.

Kiske e Weikath concordaram e logo já estavam armando as barracas.


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