Exige muito de ti e espera pouco dos outros. Assim, evitarás muitos aborrecimentos.

Confúcio

– Capítulo Nove –

Máscaras

- Você é um completo idiota Scorpius Malfoy! – disse Alvo após o relato de Scorpius – Como que você não percebeu a garota tirando fotos suas?

- Eu estava esgotado e dormi. – defendeu-se Scorpius – Como eu ia saber que ela ia fazer isso, e ainda mais querer usar as fotos para me chantagear?

- Garotas são malucas. – disse Alvo obvio – Era claro que um dia uma delas ia fazer alguma coisa para te segurar. Que nojo eu nunca mais vou entrar na sala precisa.

- Até parece que você nunca fez isso. – disse Scorpius aborrecido.

- Eu estava bêbado... ah esquece. – disse Alvo irritado – O que você vai fazer agora?

- Eu preciso de um plano. – disse Scorpius pensativo – Preciso de alguém com uma mente calculista e fria, maligna e inteligente.

- E onde vamos encontrar alguém assim? – perguntou Alvo entediado.

______

- Não, não e não. – disse Kendra firme, quando Alvo e Scorpius foram falar com ela – Eu não uso mais a minha mente para o mal.

- Você está ajudando a Rose. – disse Scorpius aborrecido.

- Estou a ajudando a ser mais confiante. – disse Kendra girando os olhos – Eu estou em tratamento comigo mesma, vocês deviam me apoiar.

- Isso mesmo. – disse Pablo abraçando Kendra por trás e lhe dando um beijo no pescoço, Alvo fez cara de nojo. Eles estavam nos jardins da escola – Minha princesa não faz mais isso.

- Eu só preciso de uma ideia. – disse Scorpius pedinte.

- Sem ideias más. – disse Kendra respirando fundo – Depois que Pablo e eu começamos a namorar eu prometi a ele que não me vingaria de mais ninguém e tem sido assim.

- Você é minha irmã!

- E eu te amo. – disse Kendra amena – Fazer o bem de vez em quando é um ótimo exercício.

Scorpius a olhou indignado, como Kendra mudara depois que começou a namorar o “latino”.

- Preciso falar com você. Lembra? – disse Pablo no ouvido de Kendra.

Isso não passou despercebido por Alvo.

- Ok. – disse Alvo irritadiço – A gente vai vazar.

- Na verdade eu queria que vocês ficassem. – pediu Kendra – Eu nunca escondi nada de vocês.

- É meio sério. – disse Pablo sem jeito.

- Não tem problema. – disse Kendra decidida – O que você disser aqui, eu vou contar pra eles depois.

- Tem certeza que quer a gente aqui? – perguntou Scorpius irritado.

- Absoluta. – disse Kendra firme. – Pode falar estou toda a ouvidos.

Na verdade Kendra estava meio que evitando falar a sós com Pablo já fazia um tempo, por mais estranho que parecesse ela estava temerosa de ele fazer “aquela proposta” novamente.

- Bem. – começou Pablo hesitante – Por que não se senta?

- Eu estou bem, não se preocupe.

Pablo respirou fundo procurando apoio em alguém, sem sucesso disse por fim.

- Esse é o meu ultimo ano em Hogwarts. – disse ele de uma vez só.

Kendra olhou para Pablo como se não tivesse entendido muito bem.

- Como?

- Meus pais decidiram voltar para a América. – explicou Pablo – E minha irmã Paola e eu vamos com eles.

- O que isso tem haver? – perguntou Kendra confusa – Por que mudar de escola, não tem sentido, você pode continuar estudando aqui e depois ir para a América nas férias.

- É complicado. – disse Pablo cuidadoso, ele conhecia o gênio de Kendra quando se aborrecia.

- Então descomplica. – disse Kendra séria – O próximo é o seu ultimo ano e além disso você será maior de idade, eu até entendo a Paola, ela ainda é menor de idade, mas, você não.

- Além de nessa nova escola eu poder ver os meus pais sempre por que é na mesma cidade. – disse ele – Poderei fazer estágio na embaixada de Porto Rico, tenho grandes chances lá.

- E nós dois?

- Conversaremos por cartas. – explicou Pablo – Nas férias poderíamos...

- Pode parar. – disse Kendra irritada – Eu não namoro a distância.

- Mas Kendra. – disse Pablo – Não existe outra forma.

- Você tinha uma grande escolha de termiar os estudos aqui em Hogwarts. – disse Kendra fria – E depois que se formasse nos vermos nos finais de semana em Hogsmeade, você sabe que não vai te faltar estágios bons aqui, meu avô Kingsley te ofereceu um no ministério, mas, você quer ir embora e me deixar.

- É uma escolha impor...

- Era por isso que você queria que déssemos o próximo passo? – perguntou Kendra irônica – Esse seria o seu troféu?

- Nós vamos continuar jun...

- Eu não namoro a distância. – enfatizou Kendra lentamente – Se você quer ir, que seja então Pablo. – Então ela se virou para Scorpius e Alvo – Vocês me disseram sobre uma garota com fotos comprometedoras do meu irmão, quero saber detalhes e destruir a vida social dela.

- Espera um minuto. – disse Pablo alterado – Você está terminando comigo?

- Responda você mesmo a sua pergunta enquanto você me ver me afastando. – disse Kendra lançando um olhar ressentido a Pablo e se afastando em seguida.

- Eu poderia te dar um soco agora. – disse Scorpius para Pablo – Você queria levar a minha irmanzinha pra cama e depois deixar ela aqui na Inglaterra completamente deprimida.

Pablo não respondeu, ele estava meio que em choque no momento.

- Você só se livrou de uma surra. – disse Scorpius sorrindo de lado – Por que a minha irmã voltou a ser o que era.

- Sua irmã voltou a ser solteira. – comentou Alvo alto demais, os dois o olharam com uma sombracelha levantada. – Quero dizer... quando Kendra estava solteira ela era ela mesma, e agora voltou a ser... por que, ele não... não está mais na jogada...

- Eu falo com você depois. – disse Scorpius desconfiado – Vamos atrás dela antes que ela desista.

______

Já fazia alguns minutos que Agatha e o homem se encaravam em silêncio no quarto do nível zero do hospital St. Mungus. Ele percebera que Agatha estava meio pensativa e muito preocupada desde que chegara, talvez os últimos acontecimentos a tenham deixado inquieta.

- Estou com medo. – disse ela por fim – Foi por causa das relíquias da morte que você pediu que eu lesse aquele livro?

O homem a olhou mais atento.

- Dumbledore sabia de alguma coisa. – disse Agatha temerosa – Sabia sobre as relíquias, ele queria nos avisar, eu não sei o que tem haver, o apagueiro e o pomo, mas, o livro tem muito haver.

O homem se aproximou dela com a cadeira de rodas e pegou as suas mãos com as suas duas, então ele a olhou pedinte.

- Eu sei. – disse Agatha séria – Eu preciso encontrá-las primeiro. Você sabe que eu faço isso por você, não sabe? Não quero que mais ninguém tente de machucar.

A porta do quarto se abriu e o Doutor John Hastings entrou presenciando tal cena, sua feição ficou fria de repente.

- Que susto John! – exclamou Agatha se levantando – Esqueci que você viria hoje.

- Como está o nosso paciente? – perguntou ele sério.

- Não sei. – disse Agatha olhando ternamente para o homem na cadeira de rodas – Faz três semanas que ele não fala comigo, estou preocupada.

- É normal. – disse Hastings despreocupado – Ele simplesmente não quer falar.

- Ás vezes eu fico com medo de que ele volte a piorar. – disse Agatha olhando para o doutor, com um arrepio na espinha – Não posso perdê-lo outra vez, se eu sentir que posso perdê-lo de novo eu não...

Sua voz morreu e ela voltou a encarar o homem a sua frente. O Doutor Hastings sabia de tudo o que Agatha fez por esse homem, desde o fim da guerra, ela tem dedicado todos os dias da sua vida a ele, sem descanso, e ele como um bom amigo que sempre fora, tem a ajudado... “amigo”. Como essa palavra doía às vezes.

- Quando todos souberem ninguém vai te perdoar. – disse ele de repente – O que você fez durante todos esses anos é loucura.

- Ninguém vai descobrir. – disse Agatha olhando ameaçadoramente para Hastings – A não ser que você conte John, e você não vai contar não é?

- Existem noites que eu não consigo dormir, só pensando que você o esconde aqui. – disse John firme – E qual é o meu pagamento por isso?

- Minha gratidão. – disse Agatha inocente.

- Eu quero mais do que a sua gratidão. – disse ele atropelando as palavras – Você é uma mulher incri...

- Não vamos falar disso outra vez. – disse Agatha séria.

- Se a sua família e seus amigos souberem eu serei o único que estará do seu lado. – disse Hastings irritado.

- Você está me ameaçando? – desafiou Agatha – Eu espero que não.

O Doutor Hastings ficou em silêncio, mesmo que quisesse ele não poderia entregá-la, mesmo nessas condições ele não poderia deixar de admirá-la por sua força e coragem, de lutar pelo que acha certo, mesmo que esse “certo” seja errado.