Hate To Love escrita por Yukime
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem do capítulo!
16º Capítulo – O acordo
Carter Narrando
Estava no meu quarto, fazendo o que sempre fazia quando não estava bem: deitada na cama encarando o teto. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Louise e ela me ligou.
- O quê? Isso é verdade? – ela perguntou.
- Sim – disse sem emoção.
- Eu quero matar ele! – ela gritou.
- Não mais que eu – disse – Mas, mudando de assunto, me conta, está falando muito com o Tom?
- Ah... – disse ela com vergonha – Estamos nos falando bastante. Ele tem me ligado todos os dias.
- Sério? – disse animada por Louise – Que bom!
Ficamos um tempo conversando e Louise teve que desligar, então voltei para o mesmo lugar.
Ouvi a campainha tocar, mas não liguei, minha mãe abriria. Um tempo depois, alguém bateu na minha porta.
- Quem é? – perguntei.
- George – ele respondeu.
- E Kevin – disse outra pessoa.
Respirei fundo.
- Entrem – disse me sentando e eles entraram – O que vocês querem?
- Temos muito o que conversar – disse George.
- Hum – disse pensando – Que conversa é essa que tem que envolver o Kevin?
- É sério, Carter, deixe-o falar – disse Kevin.
- Tudo bem, tudo bem – ergui as mãos como quem se rende – Pode falar.
- Carter, Kevin me contou o que está acontecendo e isso é inaceitável – disse George, ora me olhando, ora andando de um lado para o outro – E vou dar um jeito nisso.
- Não era preciso você interferir nesse assunto – disse séria – E a Megan não tem jeito.
- Eu sei, foi erro meu – disse George – Foi tudo culpa minha.
- Sim, mas continue o assunto – fui curta e grossa.
Kevin me olhou incrédulo, talvez pelo modo que estava agindo. Mas, sinceramente? Cansei de ser capacho das pessoas, cansei.
- Eu tive uma conversa séria com Megan, na verdade, eu e Kevin – explicou George – E nós entramos em um acordo.
Megan? Fazendo acordos? Tem alguma coisa errada.
- Estou ouvindo – disse.
- Megan não vai mais se intrometer entre vocês dois... – interrompi.
- Nós dois? – adverti – Nós?
Kevin abaixou a cabeça.
- É sério? Ainda existe um nós nessa história? – disse, agora, incrédula.
Kevin se virou para a janela, apoiando suas mãos nela, apenas ouvindo George falar.
- ...se você, Carter, dizer isso – disse George me entrando um papel – na frente de todo o colégio.
Li o papel. Era inacreditável, mas eu o faria.
- Feito – disse.
- Ótimo – disse George – É bom decorar tudo isso, para parecer bem real.
- Sem problemas – disse – Acho que vocês já podem ir.
- Estamos indo – avisou George puxando Kevin e saindo do meu quarto.
Olhei para o papel. Vamos lá, Carter, pensei comigo mesma, É o melhor a fazer!
Tranquei a porta do quarto, começando a decorar o “discurso de liberdade”.
Kevin Narrando
Mesmo aceitando, achava a ideia absurda. Seria humilhante para Carter, mas ela estava disposta, e admirava sua coragem. Sim, a admirava, mesmo que ela não queria mais nada comigo. Só queria o melhor para ela.
Tomei um banho e jantei, indo diretamente dormir.
Na manhã seguinte, estávamos no recreio e Carter subiu em uma mesa, chamando a atenção de todos.
- Aqui é a Carter, Carter Stewart e quero fazer um comunicado – disse ela sorrindo, mas via que não era verdadeiro – Na verdade, é uma declaração de admiração por alguém.
Houve alguns cochichos entre alguns alunos, alguns com olhares maldosos sobre Carter, mas ela continuou.
- É sobre Megan Henley – ela avisou – Megan, onde você está?
- Aqui, querida – Megan apareceu na sua frente, sorrindo.
- Quero que todos ouçam! – ela gritou – Megan, você é a melhor irmã do mundo, eu te amo, sabia? Você é e sempre foi uma inspiração para mim. E agora, que descobri que somos irmãs, estou mais feliz ainda! Imagina só! Uma garota, um nada, como eu, sua irmã?! Acho que foi a melhor notícia do mundo! A garota mais linda de todo o colégio, minha admiração, minha irmã! Megan, é com muito orgulho que eu digo: Eu te amo, irmãzinha!
Carter abraçou Megan e via o desgosto em seu rosto, apesar do sorriso enorme. Todos aplaudiram.
- Garota! – gritou Megan – Podemos ser irmãs, mas foi a pior notícia da minha vinda.
Ela se virou, com Jessie e Molly, saindo de lá. Todos ficaram em silêncio e os olhos de Carter se encheram de falsas lágrimas. Ela correu para o banheiro, onde terminou sua encenação.
Logo depois, todos começaram a rir.
- Nossa, ela é patética! – disse uma menina ao meu lado.
Saí de lá, indo para a sala de aula, onde Carter estava sentada na primeira cadeira, sendo humilhada por todos que passavam por ela.
- Você é problemática, Carter, precisa de tratamento – disse um garoto rindo dela.
Carter estava começando a ficar realmente constrangida com o que está acontecendo.
Uma menina colou em suas costas o um papel escrito “Patética” e eu cansei.
- Já chega, não é pessoal? – disse me levantando e tirando o papel das suas costas – Ela não é uma palhaça para todos ficarem rindo dela.
Carter me olhou séria.
- Eu não preciso do seu apoio moral, Kevin – disse ela – Eu aceitei o acordo, essas são as consequências.
- Eu me importo com você – disse.
- Se importa? Mesmo? – ela gritou e todos nos olharam – Se você se importasse não teria me abandonado!
- Eu fiz isso para não vê-la sofrer! – disse a olhando nos olhos – Carter, eu te amo! Te amo mais que tudo, sabia? Acho que não. Por que você não confia em mim? É tão difícil assim de entender? O que eu preciso fazer? Escrever com fumaça no céu o quarto eu quero você ao meu lado? Me humilhar na frente de todo o mundo? Não, porque se for preciso eu...
Fui interrompido por um beijo de Carter. A abracei forte. Ouvi algumas pessoas falando entre si, animadas. Senti as mangas da minha camisa serem molhadas por Carter.
- Me desculpa – ela sussurrou ainda abraçada comigo.
- Desculpo se você prometer nunca mais fazer isso comigo – disse acariciando seu lindo cabelo loiro.
- Ok – ela sorriu e sequei suas lágrimas – Eu te amo.
- Não mais que eu – sorri e a abracei novamente, querendo que aquele momento nunca acabasse.
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