Entre a Luz e a Escuridão escrita por zariesk


Capítulo 5
Capítulo 5 - desbravando o novo mundo.


Notas iniciais do capítulo

agora é hora de saber o que o homem misterioso pretende com isawa, e como ela vai se virar de agora em diante.



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Isawa achava aquela situação bem constrangedora além de esquisita, primeiro ela estava nadando num lago dentro de uma floresta, no instante seguinte ela estava empunhando uma katana contra um homem excêntrico que a observava do alto de uma árvore, não seria tão esquisito assim se não fosse o fato dela estar perdida em um mundo completamente desconhecido.

Quando o homem saltou da árvore de chegou ao chão como uma pluma ela sabia que não era algo normal, e quando ele começou a caminhar em sua direção com certeza ele pretendia algo.

 

- Eu estou lhe avisando, não se aproxime ou eu te corto em dois! – avisou ela para o homem que se aproximava devagar.

 

O homem em questão usava roupas com detalhes finíssimos, todas num tom azul claro com mangas largas e uma capa branca cobrindo tudo, um chapéu preto e branco adornado com uma pena de uma ave que Isawa não conseguia identificar.

O homem caminhou até ela sem nada dizer, ele não parecia perigoso, mas a olhava como se a desejasse e considerando que ela estava só de biquíni as idéias dele não poderiam ser boas.

 

- Sinto se a assustei – começou ele após se aproximar o suficiente – eu só queria agradecê-la por me proporcionar uma visão tão bela.

 

Dizendo isso ele se curvou como se a cortejasse, tirando o chapéu Isawa viu que ele era muito bonito, cabelos loiros e lisos, um sorriso encantador e um par de curiosos olhos violetas.

 

- Eu entendi mal ou você ta me cantando? – perguntou Isawa baixando a espada.

- Seria uma honra para mim, ser agraciado por uma ninfa da floresta.

- Que ninfa o quê! Eu sou só uma garota! Agora saia daqui seu tarado!

- Você ouviu a moça – disse Vulthar que aparecia do nada.

- Uma serpente maligna? Não se preocupe donzela, eu a protegerei!

 

Dizendo isso ele se colocou entre Isawa e Vulthar e um brilho surgiu em sua mão, o brilho se converteu num sabre de alta qualidade.

 

- Guarde essa droga de espadinha fresca ou vou enfiá-la no seu rabo – ameaçou Vulthar sibilando.

 

O homem ficou sem entender o que aquela cobra queria dizer embora soubesse que era algo obviamente ofensivo, mesmo assim ele permaneceu onde estava.

 

- Não precisa se preocupar, essa boca suja ta comigo – avisou Isawa tentando evitar que começassem uma briga.

- Uma donzela magnífica como você deveria ter companhias melhores – comentou ele fazendo o sabre desaparecer.

- Se você visse as outras pessoas com quem ela andava você me acharia o par perfeito pra ela – disse Vulthar maldosamente.

- Poderia me dizer seu nome moço? – perguntou Isawa tentando ignorar o comentário anterior de Vulthar.

- Pois não senhorita, meu nome é Daneth.

- Nome interessante, meu nome é Isawa, é um prazer conhecê-lo.

- O prazer é todo meu.

 

Ele se curvou mais uma vez fazendo reverencia, Isawa ficou constrangida com o tratamento.

 

- Creio que já se refrescou o bastante, então deixe de moleza e vamos seguir em frente que ainda falta muito chão pra percorrer.

- Você está de viagem senhorita?

- Pode me chamar pelo nome mesmo, e sim, eu estou de viagem atrás de um maldito templo daquela deusa Tenebra.

- Sendo assim eu ficarei mais do que feliz de levá-la ao templo mais próximo – ofereceu-se ele – não é seguro uma dama viajar sozinha, principalmente quando o destino é um templo de Tenebra.

- Não precisa desviar seu caminho Daneth-san, você deve ter outras coisas pra fazer não é? – ela estava envergonhada de pedir ajuda.

- Nenhuma jornada seria melhor que acompanha-la – disse ele de forma galante – posso levá-la no meu cavalo, é melhor que andar.

 

A idéia de poupar seus pobres pés foi tentadora demais para Isawa recusar.

 

- Então se puder esperar só um minutinho eu vou vestir minha roupa e pegar minhas coisas – disse ela indo apressadamente para onde estava sua mochila seguida de Vulthar.

- Você ta caidinha por ele não é? – perguntou Vulthar.

- De onde você tirou essa idéia absurda? – perguntou ela vermelha.

- Não se sinta mal, ele é um bardo, esses caras são mestres no papo furado.

- Um bardo? Isso é mais uma exclusividade desse mundo maluco?

- Bardos é uma espécie de artistas viajantes, eles são o tipo de cara que você lê naqueles romances fajutos que conquistam mocinha virgens, percorrem o mundo por uma rosa só para dar ao grande amor e um pouco mais, também podem ser artistas em busca de inspiração para uma obra ou simplesmente um idiota em busca de aventuras.

- Então não é perigoso não é? Quero dizer, ele é só um galanteador?

- Isso depende de até aonde vai a cara de pau dele, aposto que ele te enrola, te leva pra cama e depois some deixando uma rosa no seu travesseiro.

 

Isawa sentia vontade de esganar aquela cobra, o fato dela não ter pescoço dificultava um pouco seus planos.

Isawa retornou para onde deixou Daneth esperando, ele com um sorriso pediu a mão dela para ajudá-la a saltar umas pedras no caminho.

 

- “Se acontecer o que a cobra maldita falou eu mato os dois” – pensou ela sentindo um nítido interesse de Daneth por ela.

 

Isawa acompanhou Daneth até saírem do bosque, uma vez livres da mata fechada Daneth juntou as mãos e novamente elas brilharam com o poder mágico.

 

- Conjuração de montaria arcana – murmurou ele fazendo um corcel com sela e tudo surgir na frente deles.

- Incrível! Nesse mundo todos sabem usar magia?

- Nem todo mundo, mas os bardos são ousados o bastante para aprender – respondeu Vulthar.

- Você fala como se não pertencesse a esse mundo, por acaso é algum tipo de extraplanar?

- Te explico no caminho – disse ela depois de subir no cavalo junto com ele.

 

 

******************************************************

 

 

Menefer aguardava pacientemente o retorno do seu pai, ela estava no jardim fora da pirâmide da família, seu pai era o faraó que comandava aquelas terras, em volta da pirâmide uma cidade se erguia majestosa cercada por um oásis abundante e cortada por um dos poucos rios que atravessavam o deserto.

O mais impressionante disso tudo era um diamante gigantesco que flutuava sobre a cidade absorvendo a luz e o calor do dia, durante a noite ele irradiava essa mesma luz e calor para manter a cidade iluminada e aquecida, assim eles diziam que na cidade nunca anoitecia.

Já passava de meio dia, Menefer sabia disso pelo relógio solar cuja sombra indicava as horas, seu pai estava no templo de Azgher esperando as ordens de seu deus para transmitir ao exército, ela tinha esperanças que o grande deus sol lhe concedesse a chance de se redimir.

 

- Eu juro que não falharei na próxima vez” – pensava ela esperando o tempo passar.

 

Nisso um guarda da pirâmide aproximou-se dela.

 

- Mestra Menefer, alguns escravos tentaram fugir, conseguimos recaptura-los e esperamos as ordens do que fazer com eles.

- Mate aquele que liderou a fuga e ponha os outros pra trabalhar na construção da esfinge, será um bom castigo pra eles.

 

O guarda saiu para cumprir as ordens, os escravos de que eles falavam eram cidadãos humanos que foram feitos prisioneiros depois da guerra de 16 anos atrás, Muhat “generosamente” poupou a vida deles para que pudessem se redimir construindo monumentos em honra a Azgher.

É assim que as coisas funcionam nesse mundo: Azgher é um deus bondoso, deseja acima de tudo ajudar os seres vivos a prosperarem e protegê-los da escuridão, mas ele também era impiedoso e cruel com seus inimigos, um traço que foi transmitido para seus seguidores.

Menefer era um dos seguidores mais fervorosos de Azgher, sua mãe era um ser celestial que habitava o reino particular de Azgher e que se tornara esposa de Muhat, isso significava que ela era metade humana e metade anjo, ela era um símbolo para outros seguidores, considerada uma benção de Azgher que liderá-la seu povo para a vitória.

 

- Que bom que se dedica a punir a escória minha filha – disse Muhat se aproximando dela.

- Pai, só desejo o bem para nosso povo – disse ela se colocando de joelhos.

 

Muhat continuava com sua máscara e seus trajes de faraó, todos os servos de Azgher devem manter seus rostos cobertos por que segundo eles assim como não se deve olhar diretamente para o sol não se deve ver a face de um servo do sol, eles só podem mostrar o rosto para seus superiores ou para seus familiares, embora Menefer jamais tenha visto o rosto do seu pai.

 

- O grande Azgher acabou de me mostrar onde aquela filha das trevas está, enviarei agora nossos caçadores atrás dela.

- Pai, se puder me conceder a honra eu gostaria de ir atrás dela, quero me redimir pelo meu erro anterior – ela pedia de cabeça baixa.

 

Muhat parou para considerar, Menefer era sua melhor guerreira mesmo sendo tão jovem, ser metade celestial também a tornava muito poderosa.

 

- Mesmo que essas não tenham sido as ordens do nosso deus eu acredito que ele não se importará, mas em todo caso esteja avisada: se falhar não será perdoada.

- Eu prometo trazer-lhe a cabeça dela numa bandeja ou morrer tentando, mas ela não escapará de mim mais uma vez.

- Foi aqui que nosso deus a avistou – disse ele mostrando um mapa com um ponto assinalado, pela direção que ela está indo vai para o norte, você não a alcançará ainda hoje, portanto no dia seguinte eu lhe envio uma mensagem informando o paradeiro dela.

- Partirei agora mesmo – avisou Menefer.

 

Ela se dirigiu para seu quarto, iria trocar suas roupas de odalisca pelo seu traje de luta, e quando já estava quase pronta sua fada acompanhante se colocou em seu ombro.

 

- Vai sair para caçar mestra Menefer? – perguntou o pequeno ser sorridente.

- Vou destruir de uma vez por todas aquela criatura sombria – respondeu Menefer enquanto amarrava bem a mascara.

- Mestra, sei que não gosta de tocar nesse assunto, mas não sente nada ao planejar matar aquela que já foi sua amiga?

 

Menefer então se lembrou de um pequeno prendedor de cabelo que usava, presente de Isawa no aniversário dela, sentiu um inexplicável pesar no coração ao olhar para o objeto simples, mas que ela guardava como um tesouro.

 

- Me faça um favor Dalap, avise Naziah que terminaremos nossa conversa quando eu voltar – Menefer dispensou a fada para evitar responder a pergunta.

 

 

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- Então você saiu do seu mundo e agora está perdida aqui? – Daneth tentava confirmar o que ouvira.

- Isso mesmo Daneth-san – respondeu Isawa enquanto mastigava a pata de um coelho assado – e mais uma vez peço desculpas pela viagem perdida.

 

O grupo acampava em frente às ruínas do templo de Tenebra, infelizmente esse também fora destruído pelos seguidores de Azgher, agora eles descansavam pra juntar forças e procurar por outro.

 

- E onde a serpente falante entra nessa historia? – Daneth sabia que Isawa não contou tudo.

- Tenebra me mandou levá-la até ela, só isso – quem respondeu foi Vulthar.

- Sabe Isawa, ser levado até a presença de um deus é um honra que qualquer mortal mataria pra ter.

- Eu dispenso, só quero voltar pra casa.

 

Daneth sorriu, usou novamente sua mágica para conjurar um violino e passou a tocar uma melodia para sua acompanhante, uma melodia triste, porém linda.

 

- Essa música é parte da história da antiga rainha das trevas que governava o país próximo daqui – explicou o bardo enquanto tocava – uma rainha chamada Kyara.

 

Isawa logo percebeu que essa música se referia a sua falecida mãe, ela prestou atenção em cada nota tocada pelo artista e lutava contra as lágrimas que teimavam em aparecer nos seus olhos.

 

- Como era essa rainha? – perguntou ela interessada.

- Isso depende de pra quem você pergunta – disse o bardo – para as pessoas de fora ela era uma tirana que escravizava as pobres pessoas do país e as atormentavam com monstros da escuridão.

 

E notando o interesse e a surpresa dela ele continuou.

 

- Mas para as pessoas de lá ela era uma santa enviada por Tenebra, foi graças a ela que os humanos daquela região puderam sobreviver em meio a tantos monstros, eles diziam que graças ao rei e a rainha aquelas terras eram prósperas e por isso todos tinham inveja.

- E qual versão você acha verdadeira?

- Eu não sei, eu era muito novinho quando sua mãe governava então não lembro.

- Eu queria tê-la conhecido – comentou Isawa sem perceber o que disse.

 

Quando Isawa disse isso Vulthar usou a cauda para acertá-la na nuca, a moça ficou coçando o lugar atingido sem entender nada.

 

- Eu imaginei que era você princesa – disse Daneth rindo.

- Boa campeã! Por que não coloca um anuncio na internet avisando que você é a filha de Kyara? – reclamou Vulthar.

- Eu já vi pinturas retratando sua mãe princesa, você é muito parecida com ela, exceto pelo cabelo que a rainha usava preso a maior parte do tempo – explicou ele – além disso sua história parece com aquela profecia que já ouvi falar.

- Vamos matá-lo e nos livrar do corpo – sugeriu Vulthar.

- Vulthar!! O Daneth-san é uma boa pessoa!

- Fico lisonjeado com sua opinião princesa, eu não tenho a intenção de espalhar a noticia.

- Viu só? – disse ela olhando o réptil.

- Ainda sim quero matá-lo, não fui com a cara dele.

- Se não for um incomodo princesa, gostaria de fazer-lhe um pedido.

 

Isawa olhou para Daneth esperando o que ele ia pedir.

 

- Eu gostaria de acompanhá-la em sua jornada, é um dos deveres dos bardos registrarem grandes acontecimentos na história do nosso mundo, e principalmente: tentar fazer parte disso.

- Eu disse que os bardos eram idiotas.

- Daneth-san, você foi a primeira pessoa que conheci quando cheguei aqui e sinto que já te considero um amigo, se concordar em parar de me chamar de princesa eu posso considerar seu pedido – disse Isawa rindo.

 

Daneth riu de uma forma prazerosa, Isawa achou encantador a forma como ele levava a vida e se perguntou se todos nesse mundo seriam amistosos com ela, de repente a imagem de Akiko lhe tomou a mente, a imagem daquele rosto angelical contorcido de fúria e desejo da matá-la.

 

- “Como será que Akiko está?” – perguntou-se ela.

 

O sol já estava se pondo quando todos ouviram o som de algo rastejando vindo das ruínas do templo, a sorriso de Daneth morreu no mesmo instante.

 

- Devemos sair daqui, ao anoitecer as crias de Tenebra levantam para passear – avisou ele.

- Que tipo de “crias”? – perguntou ela.

 

Como se respondesse a pergunta uma figura sinistra saiu das ruínas, um cadáver ambulante vestindo trapos e cheio de feridas e buracos pelo corpo.

 

- Esse tipo de cria, sua anta – desdenhou Vulthar – o que você entende por deusa dos mortos vivos?

 

Isawa levantou-se assustada, era a primeira vez que ela via um zumbi sem ser em filmes de terror, Daneth parecia pronto pra defendê-la em caso de problemas.

 

- Mortos vivos irracionais atacam as criaturas vivas para aliviar a dor que sentem, eles desejam tomar dos outros aquilo que perderam há muito tempo – explicou Vulthar.

- Ele que vá procurar outro pra matar! – disse Isawa assustada.

- Você pode aliviar a dor dele de outro jeito, basta usar seu poder.

- De que poder você ta falando?

- O poder que herdou dos seus pais, o poder sobre a morte.

 

O zumbi andava de forma desengonçada na direção deles, ele tinha uma expressão dolorosa no que sobrou do rosto e seus olhos apodrecidos traziam ódio.

 

- Não tenha medo dele Isawa, concentre-se na dor dele e tente amenizá-la – ordenou Vulthar.

- E como eu faço isso droga?

- Estenda sua mão para ele e concentre-se, vai sentir a dor que ele sente e depois transmita paz.

 

Isawa tremia a cada passo que o zumbi dava em direção a ela, mas juntando um pouco de coragem ela levantou o braço na direção dele, ficou tentando imaginar o que passava na cabeça do morto além das minhocas, foi quando começou a imaginar como deve ser triste morrer e não encontrar a paz, vagar pelo mundo sendo um monstro sem vida.

O medo foi sendo substituído pela pena, pena que se transformou em compaixão pelo zumbi, sem perceber uma aura negra envolveu a mão dela e se propagou na direção do zumbi que parou de andar.

 

- Parece que você conseguiu – disse Vulthar.

 

O zumbi começou a olhar em volta como se estivesse curioso com o mundo, ele não parecia mais estar zangado ou sofrendo, apenas confuso.

 

- O que foi que aconteceu? – perguntou Isawa sem entender nada.

- Você restaurou parte da consciência dele – respondeu Daneth – mas como só restaurou uma parte a ainda falta as lembranças de quando era vivo ele vai agir como um animal comum, mas ainda assim é melhor que antes.

- É assim que Tenebra trabalha, não vou negar que Tenebra às vezes pega pesado, mas no fundo ela tem boas intenções, se aquele cara tivesse a consciência completa ele poderia ficar feliz em não ter que se preocupar com o que vai comer, se vai ficar doente ou quanto tempo vai durar, ao invés de passar a vida toda trabalhando pra se sustentar ele poderia aproveitar a eternidade desfrutando de tudo.

- Então é nisso que ela ta pensando? Mas ainda assim não quero virar um monte de carne podre ambulante! – reclamou Isawa se imaginando como um zumbi.

- Só os zumbis comuns ficam assim, aqueles que se conectam com as trevas não chegam a apodrecer – explicou Vulthar.

- Ta, mas e agora? O que eu faço com ele?

- Dê uma ordem, apesar de não ter muita consciência ele vai entender e vai obedecer.

 

Isawa parou para pensar no que ordenaria, se estivesse em casa poderia usá-lo para fazer suas tarefas, achando a idéia engraçada ela decidiu por outra coisa.

 

- Escute senhor zumbi, aqui é sua casa agora, então trate de limpá-la e tirar os entulhos, e nada de sair por ai atacando as pessoas e comendo os miolos delas.

 

O zumbi não demonstrou opinião em relação à ordem, mas deu meia volta e voltou para o interior das ruínas, provavelmente para cumprir a ordem dada.

 

- Parabéns donzela, se aprimorar essa habilidade poderá tornar todos os defuntos do reino faxineiros felizes – brincou Daneth.

- Para com isso, ainda não me acostumei com a idéia de controlar mortos vivos!

- Mas você é igualzinha a sua mãe sabia? – comentou Vulthar – quando era impossível restaurar a consciência de um morto vivo ela os usava como trabalhadores.

- Você pode dizer se minha mãe era uma boa pessoa ou não? Sem mentiras.

- Talvez você possa perguntar pra ela, Tenebra pode muito bem revivê-la depois que sua missão acabar.

- Isawa, sei que não tenho o direito de opinar sobre sua missão, mas desde que o país governado por sua mãe foi desfeito muitas coisas ruins têm acontecido, não sei se a causa seja justamente a ausência dos seus pais ou se é a vingança de Tenebra, mas de uma coisa eu sei: antes era bem melhor.

- Você acha que devo ajudar o povo daqui? Mas o que uma pessoa como eu poderia fazer?

- Pra começar poderia reunir aqueles que têm as mesmas opiniões que você, se na terra grandes coisas podem ser realizadas quando as pessoas se juntam aqui até milagres podem acontecer – Vulthar falou de uma maneira que Isawa achava ser impossível para uma cobra mal educada.

- Uma coisa de cada vez – disse Isawa – primeiro tenho que bater um papo com essa dona Tenebra, depois eu penso no que for fazer.

 

Quando ela disse isso Vulthar se enrodilhou, seu corpo começou a brilhar numa cor púrpura, em seguida cresceu até sua forma gigante com asas.

 

- Impressionante! – comentou Daneth – então seu amigo na verdade é um Couatl-noite.

- Um o quê?? – perguntou Isawa sem entender que raio de coisa era aquela.

- Um Couatl é um servo de deuses específicos, tanto Tenebra quanto Azgher possuem suas variações, este aqui é uma variação da noite.

- Você não me disse que era tão importante assim Vulthar – disse ela rindo.

- Acho que já tinha dito que eu era um general antes não é? – respondeu o ser com sua voz poderosa – na verdade eu já comandava exércitos a mais de 2000 anos e agora sou sua babá.

 

Com as explicações dadas todos subiram em Vulthar, era hora de uma nova viagem.

 

 continua.


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Notas finais do capítulo

obrigado a todos por lerem, não fazem ideia de como isso me deixa feliz.
qualquer duvida, reclamação ou sugestão eu estarei aqui pra responder(com um tiro caso alguem me xingue)