- O que está acontecendo comigo? Nunca fiquei assim antes, tão tão tão ….

- Apaixonada? - Adelle pergunta atrás de Érika que leva um susto.

- Adelle? Que susto. Eu não vi ninguém atrás de mim. - Érika fala sem jeito.

- Eu vi quando você saiu com o Nicholas do refeitório depois que te deixei sozinha, então decidi ficar esperando vocês voltarem para ver se trariam novidades, mas vocês demoram muito diga de passagem, então fiquei lá ouvindo minha musica e lendo um livro e nada de vocês, até que resolvi voltar para o quarto, e olha só que eu vejo na minha frente? Érika, corri para te alcançar e perguntar de onde você saiu, já que não te vi voltar, mas enfim ouvi você falando sozinha. Agora me diz você estava se questionando o que está acontecendo com você, eu acertei? Está apaixonada?

- Claro que não Adelle, eu ia dizer vulnerável

- Vulnerável? Esse é o nome para quem se apaixona no Brasil? - Adelle falou rindo.

- Besta. - Érika fez uma careta

- É sério … mas pera aí, se você se sente vulnerável isso significa que aconteceu alguma coisa entre vocês dois, digamos mais interessante? - Adelle pergunta animada.

- Não Adelle, não aconteceu nada, apenas conversamos e fizemos as pazes. Voltamos a ser amigos.

- Voltamos? Mas você disse que ele não era seu amigo...

- Chega Adelle de tantos questionamentos, o que importa que está tudo bem entre agente. Ok?

- Ok. Eu sei que você não quer falar comigo sobre isso, então vamos para o nosso o quarto tá bom?

- Nossa! Olha que palavra linda. Nosso quarto. - Érika falou rindo, Adelle apenas faz uma careta e elas seguem para o quarto.

Adelle e Érika realmente ficaram amigas, quem diria que em apenas um jantar tudo podia mudar tão rápido entre elas, na verdade agora parecia que elas já se conheciam há muito tempo, mesmo sendo apenas duas semanas que nem contam já que na primeira semana foi tensa entre as duas. A sensação é muta, dias que pareciam anos, elas já conseguiam falar sobre tudo uma para outra, principalmente sobre seus sentimentos mais escondidos.

No quarto Adelle confessa achar um menino bonito no colégio, o nome dele é Filippe, um mauricinho, que nunca olhou para ela, Érika fica estérica quando ouvi isso, a menina briguenta, roqueira gostando de um mauricinho, parecia que suas raízes de pati não tinha morrido totalmente, Érika brincava deixando Adelle muito nervosa, como ela mesma diz, esse é um passado que já morreu e está bem enterrado. Érika diz que irá falar com o menino por Adelle, ela logico ameaça Érika de todas as formas para ela não se meter e muito menos falar com o Filippe, mas a amiga diz que não tem como já sabe de mais para não fazer nada. Elas riem e depois mudam assunto alterando entre falar sobre os professores, sobre algumas dificuldades em algumas matérias principalmente para Érika que mesmo estudando em ótimo colégio no Brasil algumas coisas nunca havia ouvido nem falar imagina estudá-las, Adelle se prontifica a ajudar e assim o dia passa rápido como a noite.

As duas que dormiram muito bem, levantam cedo para mais um dia, porém esse para Érika seria diferente, já que ela iria fazer sabe se o quê com o Nicholas, isso trazia algumas reações, uma era medo já que surpresas podem ser agradável ou desagradáveis e para melhorar eles teriam que matar aula e pior se eles fossem pegos, outra era ansiedade com curiosidade o que de tão importante ele poderia querer mostrar para ela? Será que eles ficariam o dia inteiro junto? E o sentimento que mais a perturbava será que ela conseguiria se aguentar ao lado dele? Ela comenta para Adelle que está apreensiva, mas a amiga diz para apenas confiar e aproveitar o máximo aquele dia e depois claro contar tudo a ela.

Elas terminam de arrumar e saem, Adelle para o refeitório e Érika para o fundo do mesmo, assim que chega vê Nicholas esperando, os dois sorriem quando se veem e ele logo vai na direção dela.

- Bom dia. Dormiu bem? - Nicholas diz dando um beijo demorado na bochecha de Érika.

- Muito bem, mas teria dormido melhor se soubesse para onde nos iremos. - Érika diz sorridente,

- Quanta curiosidade. - Nicholas brinca.

- Agora que já estou aqui no horário marcado você pode acabar com esse suspense e me dizer para onde vai me levar não acha?

- Vou te levar para o melhor dia da sua vida, apenas isso que você precisa saber - Nicholas diz brincalhão.

- Olha como você é convencido. Como pode ter tanta certeza que será o melhor dia da minha vida hein?

- Apenas sei. Agora vamos antes que alguém nos pegue aqui.

Nicholas pega na mão de Érika que não faz nada para soltar, mesmo sentido uma como se uma corrente elétrica tivesse passando pelo seu corpo, eles vão praticamente para o mesmo caminho do dia anterior, mas antes de chegar no fundos do colégio ele para em um ponto e diz que terão que pular o muro. Érika odeia essa ideia, ela estava parecendo uma fugitiva pulando o muro, mas na verdade ela era uma, já que deveria estar indo para a sala de aula, Nicholas diz que irá ajudá-la ela reclama um pouco, mas cede, logo eles estão do lado de fora do colégio, correndo o máximo que podia, até que quando veem que estão longe o suficiente, param para respirar rindo da situação, então Nicholas brinca.

- Nada como a liberdade. - Ele diz abrindo os braços

- Liberdade tendo que fugir e correr para não ser pego? Isso não é melhor exemplo do liberdade pra mim – Érika diz descontraída respirando rápido devido a corrida

- É pensando por esse lado, mas mesmo assim, me sinto livre quebrando regras, faz parte do meu eu.

- Não diga. - Brinca Érika.

- Vamos, que o ônibus sai daqui a pouco.

- Ônibus?

- É “Picadelly Bus Tur”.

- Esse é o meu dia inesquecível? Fazer um tur em Ottawa? - Falou rindo.

- A parte inesquecível será a minha companhia mocinha. - Ele fala sério segura em sua mão novamente a levando carinhosamente para o lugar onde o ônibus sairia.

Chegando lá Nicholas compra rapidamente as passagens e sobem no ônibus vermelho de dois andares.

- Ual, lembra muito o de Londres – Érika diz maravilhada.

- Essa é a vantagem de estar em um país colonizado por Londres. - Nicholas falou rindo e continuo. - Mas, você foi em Londres para saber que é igual ao de lá?

- Não mas tenho TV em casa. - Falou brincando.

O ônibus dá a partida e eles começam o passeio pelos pontos turísticos de Ottawa, como a igreja “Notre Dame Basilica” a mais antiga do Canadá, o “Hotel Fairmont Clateau Lavier, que além de ser lindo, seu restaurante fica no terraço, deixando-o ainda mais incrível. Érika já conhecia alguns, pois quando era menor e vinha passar alguns dias com o pai ele levava para passear, mas realmente ao lado de Nicholas era muito melhor, ele brincava com toda a informação que a guia do ônibus falava quando paravam em algum lugar, ela pedia para ele se comportar, mas isso era totalmente impossível, o passeio foi de duas horas e eles desceram no “Canadiam Museem of Civilization”, o museu que conta toda a história da civilização do Canadá, Érika nunca foi fã de museu, porque sempre achou que era muito chato conhecer coisas velhas, mas sua opinião mudou quando entrou no museu, era muito mais interessante do que ela imaginava, saber como tudo aconteceu, ver as artes, que até então ela nunca tinha imaginado ser tão lindas. Nicholas como sempre brinca com as artes, faz piadas, mas era ele quem contava a historia de cada uma, parece que ele ia muito lá.

- Nossa Nick, você sabe tudo. Você deve vim muito aqui.

- Na verdade eu vinha quando era menor, como disse tenho um tio que mora aqui no Canadá e sempre que meu pai vinha vê-lo, eu tinha que vim com ele no museu, ele ama e queria que eu amasse também, acabei decorando o que ele falava.

- Mas você parece gostar de verdade de artes.

- Eu gosto, acho muito loco saber como tudo aconteceu quando nem imaginava em nascer, mas não sou viciado igual meu pai, ele sabe todos os detalhes, todos os nomes, isso eu deixo para os historiadores, eu sou apenas um admirador.

Érika olha encantada para Nicholas como ele conseguia ter momentos tão sensíveis sendo as vezes tão chato e intriguento, ele parecia ser uma caixinha de surpresas isso sim.

A manhã passa rápido e Nicholas leva Érika para “By Ward Market”, um mercado antigo, com várias lojas e produtos típicos do Canadá, eles aproveitam para comer um lanche por lá mesmo. Érika cada vez mais encantada, ela não lembrava de ter conhecido aquele lugar, mas mesmo se conheceu, realmente com Nicholas era muito mais interessante. Eles terminam de comer então Nicholas diz que eles precisam ir, pois eles ainda tinham mais lugares para verem. Érika achava que já iam para o colégio, mas parece que realmente Nicholas queria aproveitar todos os momentos daquele dia e ela estava amando aquilo tudo.

Ele então anuncia que eles irão ver o festival de tulipas.

- Como? Tulipas no Canadá? - Érika pergunta confusa

- Exato. E esse festival só acontece em maio. Olha que sorte a nossa.

- Eu nunca ouvi falar desse festival Nicholas.

- Mas, agora vai ouvir, saber da história e ver, que é o melhor parte. - Nicholas fala sorridente.

Érika sorri de volta e de mãos dadas eles vão andando até chegar na “Dows Lake” onde estava acontecendo realmente o festival de tulipas, o lugar era lindo com muitas tulipas, de várias cores, tamanhos, era simplesmente encantador.

Nicholas então aproveita para contar a historia do festival. Que começou em 1953 e permanece até os dias de hoje. Tudo começou quando a família real holandesa se refugiou em Ottawa na II Guerra Mundial e a princesa Juliana nasceu, quando a guerra acabou em forma de agradecimento pela acolhida a princesa presenteou com 100.000 bulbos de Tulipa.

Érika que já estava encantada com o lugar sabendo da história fica ainda mais admirada, Nicholas a abraça forte, ela corresponde sentindo seu perfume, nesse momento ela tem um sorriso bobo no rosto, nunca imaginou conhecer alguém que sabia até sobre historias que envolviam flores, isso que ele nem sabia que as tulipas sempre foram as flores que mais as chamou a atenção, mesmo não sendo muito ligada à isso.

Eles se afastam e Nicholas diz que agora falta pouco para o dia acabar.

Eles vão para o parlamento o ponto mais visitado do Canadá e onde Érika conhecia bem.

- Ah! Aqui eu conheço muito bem, amo essa torre. - Ela diz apontando para torre que foi inspirada no Big bem de Londres.

- Parece que você gosta de tudo que lembra Londres. - Nicholas falou rindo.

- É digamos que tenho uma quedinha.

- Já que aqui você conhece bem, vamos passear no rio Ottawa de barco e parar no Canl Rideau, lá tem vários parques.

- Claro. Ela disse empolgada.

Eles pegam o barco e quando chegam no “Canal Rideu” descem agradecendo a viagem, os parques próximos era lindos e eles ficam bastante tempo passeando e conversando, por eles aquele dia não precisava acabar, estava sendo tudo perfeito.

Na verdade nada naquele dia podia deixá-lo melhor, ou será que podia?