Quase Sem Querer escrita por Loly Vieira


Capítulo 5
Capítulo 5 - Alguma hora eu iria me arrepender




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–Então ele me ligou dizendo que sentia falta de mim - falou ela - E tipo... As 2 horas da manhã. Eu quase o mandei calar a boca por me acordar pra dizer isso.

Eu sabia que estava babando, mas estava com preguiça de limpar o que escorria da minha boca.

–Porque você sabe... - pausou e eu voltei a fechar os olhos. - Ah droga, minha unha borrou.

Fechei a boca, praguejando algo.

–Eu estou ficando com ele, nada muito sério, mas eu não consigo deixar de pensar que a ex dele ainda é muito apegada nele.

–Anham - abracei uma almofada, ajeitando-me na cama.

–Você não está dormindo, está Marina?

–Nã-não - eu sentei na cama, ao lado da dela, imediatamente. Cocei os olhos.

–Tem baba escorrendo no canto da sua boca.

Sorri amarelo e tratei de tirar qualquer vestígio que me cobrisse de vergonha do rosto.

–Ótimo - ela sorriu - Então... como eu estava dizendo... A ex dele...


–Ai - gemi. Deveria ser a 18º quina que eu batia o dedo do pé e não encontrava a tal cozinha.

Até que finalmente eu encontrei um interruptor. Preferia não tê-lo encontrado, já que o que vi quase me fez gritar e sair correndo como uma louca.

–Você... - respirei fundo, colocando a mão no peito. - Meu Deus!

Ele ria.

–Como assim você tá rindo? - eu distribuí tapas pelo seu ombro. - Eu quase morri aqui e você tá rindo? - Ele continuava colocando as tripas para fora de tanto rir. - Minha família tem uma sucessão de problemas cardíacos graves, se eu tiver um treco aqui você...

–Fala baixo – Ele colocou a mão em minha boca e eu resmunguei. Meu rosto deveria estar entre vermelho e roxo. Depois de eu ter aquietado, ele retirou a mão do meu rosto, como se tratasse de uma criança birrenta.

Ele sorriu de canto de boca e eu me afastei até a geladeira, vasculhando antes um copo e o enchendo d’água. Vulgo: Estratégia para esconder minha vermelhidão.

–O que faz acordada há essa hora?

–A Gabi me fez ouvir durante metade da noite sobre alguns dos seus problemas extremamente caóticos - coloquei o copo no balcão americano e com um impulso eu já estava sentada nele, balançando os pés. - E agora enquanto ela ronca, eu estou aqui, bebendo água e me perguntando por que eu estou nessa casa, conversando com um cara que eu nem sei o nome.

–Bem, é Diego, se você quiser eliminar um dos seus quesitos de perguntas internas. - Ele se sentou ao meu lado, dois corpos com menos de meio palmo de distância.

–Acho que você já sabe meu nome... - falei, dando mais um gole d’água. - Você sabe... “Marina, pegue o cachorro! Marina leve o cachorro! Marina!"

–É - ele riu. - Provavelmente até a cidade vizinha sabe seu nome.

Eu ri baixinho, tendo a certeza que minhas bochechas estavam rosadas.

–E você? Porque está acordado há essa hora... A qual eu realmente não sei?

–É difícil dormir com um garoto de 12 anos roncando alto.

–Seu irmão?

–Graças a Deus, não - Negou. - Meu adorável primo. Só tenho uma irmã caçula.

–Quantos anos?

–1 ano e 3 meses, bastante tempo para que ela diga a tão esperada primeira palavra.

Soltei algo parecido com um ronronar que geralmente Gabi usava quando se referia a alguma coisa fofa. E tal ato não combinou comigo, já que logo depois eu e Diego (ou garoto dos olhos azuis, como eu preferia) estávamos aos risos.

–Sua irmã está aqui?

–Chega amanhã com minha mãe.

–Hm. - Beberiquei mais uma vez do copo.

–Tem irmãos?

–Dois. - Sorri torto. - Um caçula de 9 anos e seu porquinho da índia que me dar trabalho igual. - Omitir alguns fatos era permitido, certo?

Ele riu.

–De onde você é? - perguntei, balançando os pés.

–Estado vizinho e você deve ser da mesma que cidade que a Gabriela.

–Yep - consenti, sem olhar novamente em seus olhos.

–16 anos? - ele chutou, arqueando a sobrancelha.

–Unhum - eu sorri. - E você... Hm... 17?

–18.

Então magicamente nosso “menos de meio palmo de distancia” havia sumido. Eu tentei fitar seus olhos na iluminação precária na qual estávamos, tentando lhe perguntar o que diabos estava tentando fazer. Seus olhos percorriam meu corpo silenciosamente, seu rosto quase colado em meu ouvido, sussurrando logo depois:

–Eu também gostava de Pokémon na sua idade.



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Notas finais do capítulo

*cruzando os dedinhos para que vocês tenham prestado atenção nesse capítulo*
Sem tagarelice hoje, prometo.
Agradecendo as tops divas na balada (ignorem meus apelidos carinhosos para minhas amadas leitoras) que comentaram no capítulo anterior: Sonhadora00 e Nathalia.
Comam muito chocolate.