VIII
‘ Irmãos, melhor a gente deixar longe antes que ele queime seu filme com a sua garota. ’
                                ...
Ponto de Vista: Kuran Yuuki.

É. Eu deveria ser a garota mais feliz da face da Terra, do universo e todas essas coisas relacionadas a universo.
Finalmente, Zero era o que podemos dizer de meu namorado.
Namorado, namorado, namorado.
Eu nunca iria cansar de me dizer essa palavra tão linda para mim a partir de hoje.

- È isso, eu vou te fazer muito feliz Yuuki. – disse Zero bagunçando meus cabelos com as mãos, assenti positivamente.

Eu estava com o maior sorriso bobo de todos os tempos, chegava a ser até engraçado isso.
Acho ficamos ali por um bom tempo, então resolvemos entrar em casa porque estava esfriando – e também porque os motoristas estavam xingando nós por estarmos abraçados no meio da rua -.
O resto da noite ficamos vendo alguns animes que passavam na televisão, violentos demais para o meu gosto e Zero estava parecendo uma criancinha assistindo, ri dessa situação.
Bocejei pesadamente e Zero sorriu um pouco.

- Está com sono, não é? – perguntou Zero, assenti coçando meus olhos – Se quiser ir dormir pode ir, normalmente fico até tarde assistindo televisão.
- Estou indo, então.
- Vou ficar lá até você pegar no sono, depois volto para cá.

Assenti e me arrastei até o quarto de Zero, o mesmo ficou de fora até que colocasse meu fofo pijama do Pikachu – a blusa de manga comprida com o rosto dele e a calça comprida amarela -, era muito fofo e chamativo.
Quando me viu assim, Zero riu.

- Pikachu? – perguntou Zero rindo sem parar
- Algum problema? – perguntei ao me deitar na cama e me cobrir. Zero se sentou do meu lado.
- Só é meio infantil, não acha?
- È melhor do que seu pijama listrado que não vê água e sabão há décadas. – zombei, Zero revirou os olhos.
Assim, acredite se quiser, ficamos discutindo até eu pegar no sono sobre qual pijama era mais ridículo e no final acabei concordando que o meu pijama do Pikachu era meio infantil.
Isso parecia um sonho.
Eu discutindo (lê-se quase espancando o Zero por falar mal do Pikachu) e no final ele ainda me amaria.
Fechei meus olhos e fiquei sorrindo feito uma retardada, Zero deve estar achando que eu sou uma louca ou coisa pior.

- O que está fazendo garota? – perguntou ele
- Fechando os olhos, não está vendo?
- Não Yuuki, você está treinando para morrer. É claro que eu estou vendo que está de olhos fechados, quero saber por quê?
- Porque hoje foi tão especial que até parece um sonho e eu não quero acordar ainda.
-... – Zero não falou nada. Resolvi abri os olhos, vai lá se ele tinha ido embora depois dessa frase super emo minha. Mas não, ele ainda estava aqui e sorria.
- Eu não vou deixar isso acabar Yuuki. – disse Zero acarinhando meu rosto, fiquei brutalmente corada e ele riu. – Não mesmo.

Zero foi se aproximando de mim lentamente enquanto acarinhava meu rosto.
Senti algumas borboletas no estomago e por alguns momentos senti o mesmo revirar.
Eu podia sentir sua respiração ofegante junto com a minha. Eu estava fazendo uma careta muito estranha, tipo assim “oh céus, ele ia me beijar” e Zero riu da minha careta.

- Cara, não precisa fazer essa careta. Eu não vou te bater! – zombou Zero, só ele mesmo para me rir nesses momentos tão críticos da minha vida amorosa.
- Er, está bem. – foi o que consegui falar no momento.

Ele me olhava fixamente me fazendo ficar vermelha e abaixar meu olhar. As borboletas no meu estomago e meu coração acelerado não ajudavam em nada.
Ah Yuuki pare de se envergonhar a toa, você já fez coisas muito piores na sua vida!
Ele colou sua testa a minha. E nossos lábios tocavam de leve um no outro.
Meu coração batia loucamente como se fosse explodir a qualquer momento. Uma corrente elétrica percorria meu corpo e senti borboletas no estomago.
Instantes depois, Zero se afastou de mim.
Não sabia quem estava mais vermelho eu ou ele.
Oba! Dois pimentões se beijaram...
Ficamos nos olhando por alguns minutos. Mas preferi desviar o olhar, ao ver isso Zero apertou minhas bochechas o que me fez ficar mais vermelha ainda.

- Cara, você é pior que um pimentão. Fica vermelha com pouca coisa.
- Er, não é verdade. – menti
- Ah tá bom. Eu vou ter que te beijar novamente para comprovar isso? – perguntou Zero, depois de ouvir isso nem precisou dele me beijar para eu ficar mais vermelha ainda – Viu? Nem precisei fazer nada para você ficar assim.
- Chato. – resmunguei cruzando os braços, Zero riu.
- Melhor eu deixar você dormir antes que você me taque um travesseiro. – oh seria uma boa ideia fazer isso para ele parar de me encher a paciência, é - Er, tipo assim, b-boa – gaguejou Zero, eu achava muito fofo quando ele ficava assim.
- Boa noite Zero. – desejei.
- Er, boa noite Y-Yuuki. – desejou ele me dando um beijo na testa.

[...]
06h30min da manhã do outro dia...


Acordei lentamente com os malditos raios de sol batendo na minha cara.
Lembrete mental: pedir para Zero comprar uma cortina para colocar ali urgentemente antes que amanheça um camarão ao invés de mim.
Arrastei até o banheiro do quarto de Zero e tomei um rápido banho porque estava muito frio.
Quando sai de dentro do banheiro e pisei do quarto de Zero eu quase congelei.
Isso não é frio, acho que é o começo da era glacial.
Vesti a primeira roupa que vi pela frente e esta era uma blusa de banda do Zero, era do AC/DC. Oh céus, o que um frio não faz a gente fazer?
Ah não ia estar ninguém em casa ao não ser Zero mesmo.

- Se você ousar subir para o meu quarto, você é uma pessoa fatiada! – ameaçou a voz que parecia ser de Zero.
- Hum, o que tem no seu quarto que... – gritou alguém perto do quarto de Zero -... Eu não posso ver?

Um cara praticamente igual ao Zero apareceu na porta do quarto dele.
Não, eu não estava ficando louca.
Fiquei imensamente vermelha ao ver que ele estava me olhando da cabeça aos pés. Também, não é para menos, eu estava apenas com uma camiseta de banda e uma pantufa de coelho branca.

- Er, oi? – foi a única coisa que consegui falar ao ver que ele ainda me olhava.

Em fração de segundos, Zero apareceu ainda de pijama na porta do seu quarto.
Então pude perceber uma coisa.
É eu estava ficando louca.
Zero e esse cara que ainda não havia parado de me olhar eram idênticos.
A única diferença era que o cabelo de Zero era cortado numa franja bagunçado e do desse moço era um pouco maior e estava amarrado.
Nem preciso falar que ele era lindo feito o irmão gêmeo dele não é mesmo?
Oh céus, eu deveria estar aí mesmo.

- Nossa Zero, pensei que tinha parado de ficar trazendo mulheres para cá. – disse o cara, fiquei imensamente vermelha e Zero o fuzilou com o olhar. – Tá bem, calei.
- Acho bom mesmo. – resmungou Zero – E que parte de “não ouse subir no meu quarto você não entendeu?”.
- Eu achei que não tinha ninguém aqui. Eu imaginar que ela estaria aqui?
- Ichiru, vai lá para baixo que agora mesmo eu volto para lá. – mandou Zero.
- Tá. Foi mal aí garota da blusa do AC/DC. – desculpou o carinha, assenti ainda envergonhada.

Ele se virou e acho que desceu lá para sala. Zero praticamente fazia esculturas capilares no seu cabelo.
- Droga. – resmungou ele.
- O que houve?
- Só meu irmão gêmeo que vai passar uma temporada aqui conosco.
- Ah isso explica toda essa gritaria. Mas qual é o problema nisso?
- Ele é muito chato e irritante. Por mim ele ficaria muito bem lá em Los Angeles, droga. – resmungou Zero, ele estava muito aflito, coitado.
- Não fica assim, tudo vai se ajeitar. – tentei conforta-lo o abraçando. – Se você me aguentou todo esse tempo vai aguentar seu irmão gêmeo por um tempo. – zombei, pude ouvir Zero rir.
- Só você mesmo para me fazer rir nessas horas criticas garota. – disse ele ainda rindo, sorri alegremente. – Tudo vai se ajeitar.
- Sim.
- Me deixa ir lá receber o Ichiru direito. E você, troque de roupa, não quero mulher minha andando pela casa nesses trajes. – zombou Zero, joguei um travesseiro nele. Como ele ousa fazer esses tipos de comentários com garotas inocentes como eu? Ele saiu rindo.
Vesti um moletom branco com capuz de orelha de urso com um short jeans detonado. Sim, um moletom branco com capuz de orelha de urso você não leu errado.
Deu para perceber que eu tenho obseção por blusas com estampas de desenhos animados, blusas infantis e pantufas?
Eu acho tudo muito fofo essas roupinhas infantis, coisa que deu para perceber que Zero odeia.
Resolvi descer e lá estavam os dois jogando vídeo game como se quase não tivessem se matado mais cedo.

- AAAH, porque esse infeliz não solta a merda do hadouken? – gritou Zero provavelmente enfezado com o seu personagem no game.
- Porque ele sabe que você vai perder, simples assim. – zombou Ichiru rindo.
- Ah é?

Zero pisou no pé do Ichiru que fez o mesmo se distrair com o pé ao invés de jogar.
Resumindo: Zero fez o coitado perder.

- Oh o jogo! – disse Ichiru tentando converter o jogo, mas Zero havia ganhado.
- HADOUKEEN. – gritou Zero fazendo uma dancinha muito escrota da vitoria, não pude evitar dar risada. Eles perceberam minha presença lá.
- Ah Yuuki, o Zero trapaceou para poder ganhar de mim. – disse Ichiru largando o jogo e vindo à minha direção com cara de choro, ri ainda mais.
- Zero isso não se faz. É contra as regras...
- E alguma vez eu as cumpri? – resmungou Zero vindo para perto de mim, ri.
- Ui, alguém aqui nessa sala está vendo Rebelde demais. – zombou Ichiru, acho que eu passar mal de tanto rir.
- Claro que sim, eu devo ser a Roberta e você a Mia. – revidou Zero.
- Cara, porque logo a Mia?
- Porque você só pode ser igual à Mia, irmã de consideração da Roberta, porque né Ichiru? Você deve ter sido achado na lata de lixo. Não é normal uma pessoa ser tão retardada.
- Ah claro, seus pais iam adotar um cara igualzinho a você Zero? – zombei
- Viu? Até a Yuuki concorda que somos irmãos e só você que é o revoltado...
- Fui apunhalado pelas costas pela a pessoa que eu considerava tudo para mim. – disse Zero todo dramático.
- Larga de ser dramático e vamos comer. O Zero é tão sem educação que nem ofereceu um café da manhã decente para o próprio irmão que voltou de viagem.
- Eu disse que na padaria tinha tudo o que você precisava. – disse Zero pouco se importando com a fome de Ichiru.
Ichiru fuzilou Zero com o olhar e depois de muito tempo eu parei de rir.
Por fim, fomos comer algo da rua mesmo porque era humanamente impossível fazer algo com aqueles dois brigando o tempo todo.
Seria uma convivência divertida.

- Sabe hoje eu tenho um encontro. – revelou Ichiru comendo seu terceiro cupcake. – Ela é tão linda.
- Mal chegou à cidade e já tem um encontro, você é rápido. Mas quem é a doente mental? – zombou Zero, Ichiru ameaçou furar Zero com a faca de cortar pão. Tive que esconder todos os objetos cortantes ou que pudessem matar/os machucar.
- Você não deve conhecer.
- Fala logo quem é, infeliz.
- Kuchiki Tsumugi.

Ao ouvir esse nome, Zero ficou perplexo e até perdeu o apetite.
Quem era essa pessoa que o deixou desse estado?
Eu estava com uma impressão que ela causaria muitos estragos ainda...
É, deve só apenas uma impressão...
... Eu espero...