Bring Me To Life escrita por GabiCullenRock


Capítulo 10
Capítulo 9 - Surreal


Notas iniciais do capítulo

AI eu amei esse capítulo gente! Espero que gostem! Nos vemos lá embaixo. Boa leitura



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Pov. Bella

Voltei pra casa triste por Edward não confiar em mim. Hoje era sexta-feira e eu não agüentava mais ficar trancada dentro daquele orfanato junto com um monte de adolescentes implicando comigo. Eu nunca gostei de sair à noite, na verdade eu nunca pude sair muito. Mas quando completávamos 17 anos podíamos sair livremente à noite nos fins de semana, então eu resolvi dar uma volta só para espairecer. Ângela não quis, ficou estudando.

Peguei um casaco quente para a noite fria e saí. Caminhar pelas ruas frescas e escuras à noite era uma das melhores coisas da vida pra mim, eu sempre me sentia relaxar e conseguia refletir sobre a vida. Eu me sentia calma e os problemas de ultimamente nem pareciam mais muito grandes. Minha cabeça foi ferida, mas nada demais aconteceu. Pra que estragar a vida de um dos jovens por nada? Eu sei que podia ter acontecido algo grave, mas eu não conseguia guardar rancor. E além de tudo, eu sabia que não tinha sido Edward. Se pela manhã eu achava isso, depois de nossa conversa eu tinha certeza que ele era inocente. Eu ia retirar a queixa na polícia. Ângela teria que entender que eu não queria prosseguir com isso.

Eu sabia que tudo voltaria a ser como antes. Edward e seus amigos seriam inocentados e as “brincadeiras” recomeçariam. Eu continuaria sofrendo bullying e tudo o que aconteceu entre eu e Edward – se é que algo aconteceu – seria esquecido. Por ele pelo menos. Eu nunca esqueceria. Mesmo que ele não mereça, eu senti algo por ele. Um afeto irracional. Não sei bem...

Eu já tinha caminhado por várias ruas e passado por várias festas e pubs, mas não entrei em nenhuma. Eu não gostava de dançar e beber, além disso, sempre aparecia alguém para me maltratar. Joguei-me num banco e me pus a pensar sobre os acontecimentos da ultima semana. Tantas coisas mudaram e aconteceram... Mas a verdade é que nada mudou. Tudo voltaria a ser como antes.

Eu fiquei horas naquele banco, só pensando. Uma coisa muita engraçada e estranha é que eu sempre consegui ficar horas parada. Só pensando. Era como se eu mergulhasse em um mundo só meu. Onde as maldades eram esquecidas e só havia bondade e inocência. Eu sabia que eu era inocente demais para minha idade, mas mesmo assim nunca liguei isso. Eu era feliz e isso era o que importava.

Quando já eram 01h30min da manhã resolvi voltar pra casa, estava cansada, pois tinha acordado cedo para ir para a escola, além disso, os remédios para minha cabeça me deixavam meio sonolenta. Eu já estava indo embora quando vi uma silhueta cambaleante e conhecida à alguns metros a frente. Edward saía de um pub sozinho e estava meio trôpego. Parecia bêbado e em más condições. Eu sempre sentia a necessidade de protegê-lo, de cuidar dele. Era idiotice, mas me aproximei dele.

-Edward?

Ele se virou pra mim. Parecia irritado em me ver. Estava suando e cheirava a álcool, cigarro e alguma coisa que eu não conhecia. Talvez maconha.

-O que quer aqui Swan? – ele perguntou com desprezo.

-Edward, você está bem? Você parece meio...

-Bêbado? – ele perguntou rindo cínico.

-Bem...

Ele em um segundo estava perto de mim. Seu rosto a poucos centímetros do meu.

-Ora Swan, sabia que um homem como eu pode ser perigoso? Ainda mais durante a noite, com uma garota do lado, sozinhos.

Tremi, mas meu coração estava calmo. Eu não acreditava que ele me fizesse mal.

-Não acredito nisso. Eu confio em você.

-Não devia – ele respondeu e sem me dar tempo para pensar agarrou meu braço com força e começou a me puxar. Mesmo bêbado ele era muito forte e eu não tinha muitas chances contra ele. Eu me debatia, mas não adiantava nada.

-Edward me larga! Me deixa em paz! – eu implorava, socando-lhe as costas, mas não parecia fazer efeito nenhum. Quando eu vi estava dentro do carro dele. Ele me jogou no banco de trás e trancou a porta. Entrou no carro e deu partida.

-Por favor Edward. Me deixa ir embora! Onde vai me levar? – eu agora sussurrava, meio rendida. Cansada.

-Onde eu quiser, Swan. Você vai aprender a não mexer com Edward Cullen – ele disse, mas estava fora de si. Não parecia ele. Estava totalmente... louco, bêbado, drogado, sei lá. Não tinha consciência de seus atos.

Ele entrou com o carro na garagem de uma casa – devia ser a casa dele, pois era enorme e linda. Tinha piscina e tudo. Ele me tirou do carro segurando meu braço com violência e me machucando.

-Ai – gemi de dor.

-Isso mesmo Swan. Quero te ver gemendo de dor! – ele falou rindo maldoso.

-O que você quer, Edward? Qual o seu problema? – choraminguei, agora eu estava com medo.

-VOCÊ! A culpa é toda sua! Todos os meus problemas você causou! – ele berrava. – Agora os meus pais estão furiosos comigo! Vão me tirar o advogado, ficarei sozinho! A culpa é toda sua!

Ele parecia estar sofrendo, mas além de estar iludido, estava sendo injusto!

-Nada disso, Edward Cullen. Você é que tem que arranjar um jeito de me culpar de tudo sempre! Eu por acaso sou culpada de você ter pais que não ligam pra você? Não! Eles nunca ligaram pra você! Eu também não tenho culpa se você anda com amigos violentos e está prestes a ser preso! Você desconta em mim todos os seus problemas, mas não percebe que só está causando mais um.

-Cale a boca, Swan! – ele disse tapando a minha boca, como se não quisesse ouvir a verdade.

-Não, Edward! Essa é a verdade! Pare de viver de mentiras! – eu nunca tinha tido coragem de falar assim com ninguém, muito menos com Edward.

Eu achei que agora ele me respeitaria, mas pelo contrário. Ele me agarrou e começou a me sacudir.

-Me larga Edward.

-Se você não calar essa boca de merda por vontade própria, eu vou fazer você calar.

Me desvencilhei dele louca de medo que ele me machucasse. E comecei a correr, ouvi ele me perseguindo.

-Volte aqui, Swan! – ele berrava.

Agora eu corria na volta da piscina, ele estava chegando cada vez mais perto. De repente eu resvalei no chão meio molhado da piscina e quando vi já estava caindo na água fria. O pior de tudo é que eu não sabia nadar e tinha caído distante da borda e a piscina era funda. Edward me olhava parecendo satisfeito.

Eu me debatia na água, mas não conseguia me manter boiando.

-Socorro Edward! Eu não sei nadar!

-O quê? – ele parecia assustado.

-Me ajuda! Estou me afogando!

-Não acredito! – ele parecia irritado.

Eu jurei que ele me deixaria ali para morrer em sua frente, afinal esse parecia ser o seu maior desejo. Eu já não conseguia mais lutar e estava afundando, de repente eu ouvi o barulho de um corpo na água. Senti os braços fortes de Edward me segurando e me puxando para cima. Senti meus pulmões agradecerem o ar e respirei fundo. Meu corpo estava cansado e machucado, pois me machuquei quando resvalei. Deixei minha cabeça cair no peito de Edward.

-Bella... Você está bem? Está machucada? – ele queria parecer indiferente, mas eu conseguia ouvir o tom de preocupação na sua voz.

-Eu torci o pé, Edward.

Ele me levou para dentro de casa e me deitou na cama dele, sem se importar por eu estar molhada. Ele pegou uma camiseta comprida dele e jogou pra mim.

-Tire essas roupas molhadas, e vista isso, senão vai se resfriar.

Ele saiu do quarto para me dar privacidade e eu me troquei. Eu nunca tinha me sentido tão cansada e a minha cabeça doía depois de tudo o que aconteceu. Sem me importar, me deitei na cama dele e me cobri com os cobertores. Eu estava com muito frio. Ouvi o barulho do chuveiro e depois Edward entrou no quarto. Com uma toalha amarrada na cintura. Senti algo dentro do meu corpo começar a formigar e aquecer.

Ele sentou na minha frente e me olhou com uma expressão esquisita.

-Olha o que você faz comigo Bella. Era pra eu estar louco de raiva de você e você me faz ficar preocupado com você. Por quê?

Eu não falei nada, pois não tinha resposta. De repente e por algum motivo que eu desconheço senti lágrimas começarem a escorrer dos meus olhos. Edward me olhou perplexo e meio nervoso.

-Bella... Por que você está chorando? – ele passava as mãos nervosamente nos cabelos, bagunçando-os mais ainda. Só que eu não conseguia parar de chorar e logo desabei e comecei a soluçar. Senti as mãos dele no meu rosto, limpando as lágrimas – Bellinha... por favor pare de chorar...

Ele parecia extremamente nervoso, como se não agüentasse me ver chorar.

-Eu... não... – eu nem consegui terminar a frase, pois um espasmo passou por meu corpo. Era tanta coisa acontecendo na minha vida. Esses garotos me maltratando, me machucando, Edward que em um segundo era grosseiro e no outro gentil e os sentimentos conturbados que eu tinha em relação a ele. De repente eu me senti sendo puxada para os braços de Edward e minha cabeça apoiada em seu peito enquanto eu chorava e molhava seu peito nu.

-Me desculpe Bella. Eu sei que eu fui grosseiro e te machuquei... Mas eu estava fora de mim e... você me deixa tão confuso...

Eu me senti bem e aquecida nos braços de Edward, não queria que aquele abraço acabasse nunca. E ele não me soltou. Eu fui aos poucos me acalmando e só então percebi em como estávamos numa situação constrangedora. Edward só de toalha e eu com a camiseta dele que apesar de comprida, não cobria minhas coxas por completo. Senti-me corar, mas Edward não parecia nem um pouco constrangido.

-Bella, tudo bem?

-Sim, estou melhor – falei me afastando dele.

-Quer que eu te leve pra casa? – ele perguntou.

-Acho que seria o mínimo né? Já que você praticamente me seqüestrou – falei friamente. Eu estava realmente brava com Edward, achei uma falta de respeito o que ele fez. Além disso, ele foi muito violento comigo.

Levantei-me da cama, mas meu pé latejou ao tocar o chão e tive que sentar de novo na cama.

-Ai – gemi de dor.

-Bella... acho que não dá pra você ir pra casa assim – ele falou me olhando com preocupação.

-O que quer? Que eu durma aqui? – perguntei, irritada.

-Bem... sim – ele falou corando. – Tem um quarto de hóspedes. Eu te carrego até lá.

-O que? – corei com a possibilidade de ficar no colo dele vestindo só uma camiseta – não sei Edward – bufei irritada. – Olha só o que você fez! Agora estamos nessa situação!

Ele me olhou culpado. Depois tocou meu pé com delicadeza. Uma delicadeza que eu nunca imaginei que Edward tivesse.

-Bella, estou preocupado. Seu pé está inchado. E se tiver quebrado.

-Não quebrou. – respondi. Eu não sentia TANTA dor.

-Vou pegar gelo pra ver de desincha – ele falou e saiu do quarto.

Fiquei deitada e meus olhos aos poucos foram se fechando de sono. Adormeci...

Acordei e o sol batia por fora da janela. Ai meu deus eu dormi na casa de Edward Cullen! Olhei pro lado e ele dormia ao meu lado. O que foi isso? Edward Cullen dormiu... comigo? Olhei pra ele novamente. Parecia tão sereno dormindo. Sem nem me dar conta minhas mãos já estavam acariciando os cabelos acobreados, macios e bagunçados dele. Eu devia estar assustada por ter dormido com ele, mas me senti até bem, feliz. Que estranho. Ele se remexeu na cama e lentamente abriu os olhos.

-Bella? – perguntou meio confuso. – O que esta fazendo aqui?

O que? Só faltava ele não lembrar de nada. Ele estava meio chapado ontem, mas não imaginava que fosse se esquecer. De repente ele ficou vermelho.

-O que está fazendo aqui? – parecia bravo e meio que avançou pra cima de mim furioso. Eu levantei rápido e senti uma dor abrasadora no meu pé, tropecei e cai no chão.

-Você é um desastre, garota – ele falou grosseiro.

-Você tem amnésia, garoto? – perguntei no mesmo tom – Ou deve ser porque é um chapado! Eu caí na piscina e torci o meu pé! Não lembra de nada não?

Ele parecia pensar e estava confuso.

-Só alguns flashes. Lembro de carregá-la no colo e você chorou. Só não sei por quê. E também não sei por que está aqui

-Eu também não sei por que estou aqui! Você que me seqüestrou – ele arregalou os olhos.

-Eu estava fora de mim. Não lembro de nada – ele meio que se desculpou.

-Agora dá pra me ajudar a levantar? – pedi irritada. Ele prontamente foi até mim me pegou pela cintura e me sentou na cama.

-Me desculpe. Está doendo? – perguntou.

-Dói pra colocar o pé no chão – respondi.

-Vista suas roupas que eu te levo pra casa – ele falou olhando a forma com que estou vestida. Corei. Ele saiu do quarto e eu me vesti rapidamente. Depois de alguns minutos ele voltou e me carregou até o carro. Foram momentos bem tensos para nós dois. Eu fiquei corada durante o tempo inteiro. Era muito constrangedor ter que ficar no colo de Edward. Além disso, nós não sabíamos como agir. Ele não sabia se devia ser grosseiro comigo ou gentil. E eu não sabia o que esperar dele. Chegamos na frente do orfanato e olhamos um pro outro sem saber o que fazer.

-O que vamos fazer? – ele perguntou.

-Ora, me leve até lá dentro – respondi irritada. Ele me olhou com uma cara estranha. É claro que ele sentia vergonha de ser visto junto com a Swan imunda. Olhei pro meu colo triste. Por que ele era assim comigo? – Tem vergonha de estar comigo, não é?

-Meus amigos não podem saber do que aconteceu. Vamos inventar uma história qualquer, ok? – ele falou. Dei de ombros e ele me levou até o orfanato e meu quarto, deitando-me na cama. Dissemos que eu fui atropelada e que ele me encontrou hoje pela manhã e que por caridade me trouxe pro orfanato. Ficou uma história ridícula e mal contada, mas todos pareceram acreditar nela. Até eu comecei a acreditar nisso. Parecia algo tão surreal a noite passada, ainda mais pelo fato de só eu me lembrar disso. Ele agiu friamente comigo durante todo o tempo e foi embora sem se despedir. Quando fiquei sozinha no quarto não pude mais agüentar e chorei. Chorei muito.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Mandem reviews me contando. Se gostam da fic recomendem, é rapido e me deixaria MUITO feliz. Além disso hoje é o meu aniversário, seria um otimo presente! Beijos e até logo! ^^