Uma História Chamada Hinata escrita por Cláudia Mateus


Capítulo 4
Capítulo 4 - Encontro indesejado


Notas iniciais do capítulo

GOMENASAI MINNA!YOW! Demorou muito, mas aqui está, divirtam-se!



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O despertador tocou às seis horas em ponto, que vontade de o atirar pela janela mais próxima, suspirei ao virar-me na cama, entravam os primeiros raios de sol através da cortina entreaberta, tapei os olhos com o pulso, mesmo a pouca luz que passava pelo tecido me magoavam a vista. O maldito objeto não parava de tocar, um ruido estridente que dava conta de mim logo pela manhã, até que, finalmente, ganhei coragem para me levantar, desliguei o despertador com raiva e alivio, sorri para mim própria não sabendo o porque, mas não tinha de haver um motivo para sorrir, simplesmente acontecia.

Olhei para o telemóvel ainda meio ensonada, uma mensagem, nem reparei em quem me tinha enviado, abri-a, “Acorda dorminhoca ~o~, já são horas ainda chegas atrasada à escola!! Liga-me à hora de almoço, tenho novidades X3 Love you!  By: Sakura”.

Sorri mais uma vez, não podia ter tido mais sorte em escolher uma melhor amiga, evidentemente a Sakura era a melhor, é pena que tenha tão mau gosto em homens. Ela é bonita, é inteligente, tem talento para tanta coisa, e vai contentar-se com o parvalhão do Sasuke! Está bem, ele não está nada mal em termos de beleza, mas de resto não mais nada de jeito, é um egocêntrico, narcisista, e tenho a certeza que já disse isto tudo antes, mas sou uma pessoa repetitiva e só quero o melhor para a minha amiga.

Saí do quarto dirigindo-me à casa de banho, parei em frente ao espelho, ho meu deus! Estou pior que a tipa do “Exorcista”! Juro que dei um passo atrás quando vi o meu reflexo, não sei o que se passou a noite passada, depois do Neji se ir embora, não me lembro de nada, nem sei se estou viva ou morta, mas espero estar viva. Lavei a cara repetidamente, tinha medo de entrar na sala e ver tudo destruído, pode ser um pouco exagerado mas sabe-se lá o que eu posso ter feito.

Lavei os dentes e penteei-me, respirei fundo. A sala estava normal, a televisão estava intacta, o computador inteiro e os sofás não tinham nem um rasgão, o pior foi a cozinha. Quando vi uma garrafa de whisky aberta em cima do balcão ia morrendo, aproximei-me, por favor que estivesse cheia. Não acredito, virei-a de pernas para o ar, nem uma gota, ai mãezinha! Bebi um litro e meio de whisky sozinha! Nunca toquei em álcool na vida e da primeira vez vem logo uma destas – E agora perguntam vocês “Hinata porque é que tens uma garrafa de whisky se não bebes?!”, simples, presentes de aniversário, natais, coisas dessas, a Sakura já me ofereceu algumas, não sei muito bem porque e sinceramente tenho medo de descobrir – deitei a garrafa no lixo e perguntei-me porque é que não estava de ressaca, afinal era whisky puro de boa qualidade, e quando íamos a alguma discoteca e um dos meus amigos bebia demais, fartava-se de vomitar, e no dia seguinte queixava-se de ter dores de cabeça terríveis. Bem talvez seja mais resistente ao álcool do que pensava, ou para pouparem dinheiro, ofereceram-me só uma garrafa com água e dois milímetros de bebida verdadeira, vou apostar na segunda.

Corri para o quarto e vesti qualquer coisa, para ir à faculdade não preciso de me arranjar muito, voltei à cozinha e comi uma sandes, peguei nos livros e saí.

Como sempre cumprimentei o zelador e continuei caminha até à paragem de autocarro, ainda ai bem a horas, finalmente, o ano começou bem e não vou chegar atrasada às aulas, pergunto-me quando é que eles chegam de férias, tenho saudades, para próxima também vou! Mesmo que não me convidem ofereço-me! E se me mandarem embora escondo-me numa das malas e vou na bagagem do avião! Acho que não me fariam isso mas, se acontecer, já tenho um plano B.

E será que a porcaria do autocarro não vem?! Já estou farta de esperar! Hoje acordei um bocado impaciente mas é isso que a escola nos faz, revela o nosso lado mais obscuro que por vezes nem nos mesmos conhece-mos, é o que me está a acontecer, e se chegar atrasada no primeiro dia por causa de um estupido autocarro juro que mato alguém! Mas é que mato mesmo!

Bem dito seja Kami-sama! Já ai vem, e está vazio! Talvez seja desta que vá sentada e descontraída. Parou à minha frente – estou mesmo com sorte hoje – entrei e paguei o bilhete cumprimentei o condutor e sentei-me num dos lugares mais no fundo, quanto mais longe da confusão melhor. Vi imensa gente entrar e depressa todos os lugares foram ocupados, apenas eu fiquei sozinha, senti alguém tocar-me no ombro:

- Desculpe menina, este lugar está ocupado? – Sorri tanto que pensei que a minha boca ia rebentar.

- KIBA! – Gritei, não me interessa se metade do autocarro ficou a olhar para mim, já não o via há um mês ou mais! Puxei-o pela gola da camisa e fi-lo sentar-se ao meu lado, abracei-o até quase o sufocar e ou o gemer de dor.

Ouvi um tossir forçado e soltei-o para puder olhar em frente:

- E eu sou invisível?

- SHINO! – Gritei novamente, não acredito, quase que me desmanchei a chorar, consegui conter-me felizmente, cheguei-me mais para o lado – Senta-te.

Era um lugar para duas pessoas, mas nem que eu fosse pendurada na janela, os dois tinham de ir sentados comigo:

- Deixa estar.

- Kiba puxa-o – ordenei, ele olhou para o Shino com uma cara brincalhona.

- Ouviste a senhora – Puxou-o.  

E assim fomos os três sentados. Agora enganei-vos, não foi? Pensavam que era aquele Naruto não era? Bem se fosse ele também não ia recusar, oferecia-lhe o assento sem pensar duas vezes, mas é dos meus amigos que estamos a falar, são muitos mais importantes que um desconhecido que só vi duas vezes:

- Pensei que só voltavam para a semana que vem – Acomodei-me no banco e sorri.

- Achas que íamos faltar às aulas agora? Já não me aguento muito bem quando estou presente em todas, quanto mais a perder logo as primeiras aulas! – Resmungou o Kiba.

- E Sakura?

- Não veio connosco no avião – Afirmou o Shino.

- Então onde é que ela está? – Cruzei os braços.

- Sei lá, a nós não nos disse nada – Fiquei preocupada, mas ele pareceu perceber – há, não te preocupes Hinatinha, ela deve chegar hoje ou amanhã.

Chegamos à escola e despedi-me deles, afinal não estudávamos a mesma coisa, eu e a Sakura fomos para medicina, o Kiba para arquitetura e o Shino para biologia, as escolas não ficavam muito afastadas e isso era uma vantagem enorme, os nossos horários eram compatíveis e almoçávamos sempre juntos num café ali perto, saiamos e entravamos a mesma hora, bem, era como se estivéssemos todos juntos na mesma turma como há uns anos.

Depois de deixar de os ver entrei na escola e com uma sorte inacreditável consegui chegar a horas à sala. O dia correu bem, mas como já esperava, a Sakura não apareceu. Tinha o Kiba e o Shino e isso era mais do que pediria, mas sinto falta da minha única amiga rapariga, adoro-os e francamente gosto mais de conversas de rapazes do que de raparigas – e a Sakura também -, com maquilhagem e roupas e sobretudo rapazes, já tentei integrar-me num desses grupos de miúdas fúteis, e felizmente a salvação chegou a tempo, mas preciso de uma rapariga! Detesto andar sozinha pela escola – ou por qualquer outro lugar – e preciso dela para me ajudar nas aulas, e para coisas “de miúdas” também, e disso não dou exemplos.

Chegou a hora de almoço, encontramo-nos no café e sentei-me à mesa enquanto eles faziam o pedido, lembrei-me da mensagem que tinha recebido esta manhã e liguei para ela:

- Vamos Sakura, atende.

“Estou?”

“SAKURA!”

“Hinata miga filha!”

“Então, que horas são em Miami?”

“Não faço ideia”

“Ai, esquece, mas conta!”

“Conto o quê?”

“As novidades, claro”

“Ha isso, é que…”

 Sentou-se ao meu lado:

“Estou de volta”- Desligou o telemóvel.

- Sakura! – Abracei-a.

- Hinata ainda me matas – Soltei-a, sacudiu a roupa e olhou para a frente, gritou – EI KIBA! PEDE POR MIM QUE DEPOIS PAGO-TE!

Olharam os dois para ela e sorriram, o Kiba sussurrou alguma coisa ao Shino e aproximou-se de nós:

- Primeiro: Grita pouco que não sou surdo. Segundo: É para pagar a pronto. E Terceiro: Dá-me um abraço sua barulhenta – Abraçou-a.

O Shino chegou e pousou a comida na mesa, empurrou o Kiba para o lugar dele:

- Ela não é só para ti – Debruçou-se sobre a mesa e beijou-lhe o rosto, sentou-se.

 Adorei ver-nos todos juntos outra vez, estava-mos separados há demasiado tempo, viu-se bem pela reação do Shino, num o tinha visto fazer nada parecido, mas adorei, claro eles os dois começaram a discutir mas foi por pouco tempo.

 Adiante, depois cada um voltou para a sua respetiva escola e eu fui para casa dos meus pais, esperei na sala de estar, faltava pouco para a hora combinada e o meu pai devia estar mesmo a chegar, sentei-me no sofá e olhei um volta, quase que já não me lembrava daquele sitio, mas sei que estava tudo na mesma, nem um único móvel fora do sitio, tudo impecavelmente perfeito, mas uma coisa que detestava. Ouvi a porta a abrir-se e logo reconheci a pessoa que entrava pela sala, suspirei e pôs-me de pé:

- Hinata – Olhou-me seriamente.

- Pai…


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Notas finais do capítulo

Yow! desculpem o atraso, até breve e espero que tenham gostado!



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