Hyuuga Hinata, é o meu nome, que por vezes e vezes sem conta desejei que não fosse.

Sou uma rapariga normal, simpática, humilde, e muito tímida para fazer amigos sozinha, os poucos que tenho, tenho sorte em ter, pois graças ao meu apelido, alguns tratam-me com desprezo, outros dando-me graxa para conseguir benefícios em meu nome, ser-se rica e importante é… não digo horrível pois poderia desonrar os meus pais mas, melhor a minha mãe… deprimente. Caso não saibam a minha família tem a fama de ser cruel, impiedosa, coisas assim, deixando-me a mim, creio eu ser a única exceção.

Ouvi muitas vezes dizerem “Este mundo está podre”, eu com 21 anos sou uma dos que podem afirma-lo, poucas são as recordações felizes que me restam, e as que permanecem na minha mente têm um sabor amargo por serem tão escassas.

“A vida é dura”, diz-me o meu pai, mas o que tem ele que lhe sirva de problema? Não percebo, acho que sou eu, até os meus “entes queridos” me excluem por ser diferente.

Tudo o que fui, sou, e ei de ser, devo aos meus amigos, que posso mesmo chegar a dizer que me “criaram”, tornaram-me mais forte, independente, impediram-me de me tornar uma de “eles”, mas penso que temos de trabalhar mais um pouco a timidez. Esses “salvadores” são:

Inuzuka Kiba e Akamaru, uns dos meus melhores amigos desde… sempre, o Kiba tende a ser chamado de “Homem cão”, pois muitas vezes vejo-o em situação… diferentes, como perseguir gatos, comer no chão, levantar a perna numa árvore ou outra, correr atras de uma cauda que não existe, no principio da nosso amisade achei estranho mas agora habituei-me e já não é nada de mais, tem graça quando ele vê um gato e antes de o perseguir pergunta “Não vens Hinata?” sei que é só a brincar, mas riu-me bastante, é uma excelente pessoa, um pouco tagarela mas aguenta-se, apoia-me seja qual for a minha desisão, defende-me de qual seja o perigo, sempre com um sorriso no rosto (que tenho de confessar que ADORO!), está quase a fazer 22 anos, e é um bocado mais alto que eu. Já o Akamaru, nomeado de irmão do Kiba por ele mesmo, é realmente um cão, fiel, e já lhe pedi conselhos algumas vezes, mas claro que não percebi nada, já foi suficientemente pequeno para andar na cabeça do Kiba quando eramos miúdos, mas agora o Kiba é que anda em cima dele, é branco com o pelo das orelhas castanho claro.

Aburame Shino, um rapaz calado, como eu, não que não saiba falar mas, penso que só não precisa, quando é necessário acreditem ele faz-se ouvir, também já lhe pedi alguns conselhos, dessas vezes entendi quase tudo o que me disse, é que, falar com o Shino é problemático, como resolver um enigma com poucas pistas. Acho estranho que ande sempre com insetos atrás, mas se ele sentir bem eu também me sinto, já sobe pela boca dele que o Kiba tem uma paixoneta por mim, isto em segredo claro. O Shino usa uns óculos escuros a toda a hora, e um casaco com capuche quando não estamos na universidade, é da mesma estatura que o Kiba, talvez um pouco mais alto.

Haruno Sakura, a minha única amiga rapariga, tem alguns problemas de temperamento, por enquanto controláveis (espero), também minha amiga desde sempre como os outros, é ela que me ajuda na maior parte dos meus problemas (quando falo dos problemas em casa ela oferece-se para “presentear a família com um morro um dois”) de todo o tipo, é como uma irmã mais velha apesar de termos a mesma idade, um pouco fofoqueira, e também já sobe dela que o Kiba gosta de mim, está sempre lá quando preciso (tal como todos eles), é a ela que conto os meus segredos mais ocultos, tem a mesma altura que eu, e o cabelo estranhamente rosa, gosta de um rapaz chamado Uchiha Sasuke, que creio, crer não, tenho a certeza, de que é um idiota, convencido, que só pensa nele próprio, e que sempre a desprezou e ignorou, quando eramos crianças ela exagerava um pouco (era completamente obcecada por ele), mas agora passou-lhe quase toda a doença Uchiha.

Estes são os meus amigos, sim só três, mas a minha
falecida avó, mais uma que não foi contaminada pelo resto da família, sempre me disse “ Vale mais um amigo verdadeiro, que quinhentos falsos”, acho que é verdade, com eles sinto-me bem como não me sentia antes de os conhecer, esses dias sim que foram horríveis, não os recordo bem, mas são certezas que nunca se esquecem.

Família, pessoas que desejo esquecer, são gente que não me interessa, por isso passo a maior parte do tempo fora de casa com aqueles que realmente me dão valor, esses infelizes que dão pelo apelido Hyuuga:

Hyuuga Hiashi, o meu pai, podemos começar por ele, um homem ríspido, exigente e tradicional, o primeiro a acusar-me de ser a desgraça da família, claro só
por não ser igual aos outros, nesta “família” quem é diferente é excluído, a
minha avó era a minha mãe também é um pouco, e eu sou, tudo por culpa dele, é alto e usa sempre um kimono quando fora de reuniões na empresa, acusa-me também de ter namorado, estupido não? Só por os únicos que me dão valor serem na maioria rapazes não quer dizer que namore com o mundo inteiro, e mesmo que namorasse com alguém qual era o problema, era sinal de que precisava de carinho e apoio que não me são dados em casa por pessoas que o deveriam fazer, lá por ele ser tradicional eu não tenho de ser também, para além de que se estivesse-mos na época feudal (a preferida do meu querido paizinho) eu já me tinha casado e quem sabe já teria filhos, também diz muitas vezes que o meu marido vai ser ele a escolher, para que eu possa ter filhos fortes que continuem o legado da família.

Hyuuga Hanabi, irmã mais nova, escusado seja dizer que apoia o meu pai, não simpatiza comigo apesar de eu o fazer com ela, não há muito a dizer sobre ela, resumindo é o espelho do meu pai, bem-educada quando quer, e a herdeira dos bens da família quando o meu pai falecer, ainda é pequenina, como quem diz, já tem 14 anos e mais baixa que eu.

Hyuuga Hitomi, a minha mãe, a pessoa que admiro mais na minha vida, aguenta o meu pai desde há 26 anos, casamento arranjado aviso já, é uma mulher fantástica, carinhosa e compreensiva, opõem-se ao facto de me tirarem os bens da família e ainda que os meus filhos sejam de um homem que não amo, tinha mesmo de ser um casamento arranjado, ela é tudo o que o meu pai odeia, só serviu para lhe dar herdeiros, como ele diz, agora é tratada com desprezo, é alta e tem o cabelo como o meu.

Hyuuga Neji, meu primo, frio, mas ao contrario dos outros, importa-se comigo e defende-me quando o meu pai me insultava, estou lhe grata por isso, sei que ele não admite nem vai admitir mas até simpatizamos um com o outro, gosto muito dele é pena ser tão frio, mas já pude comprovar que tem coração, estranho mas usa o cabelo até pouco mais de meio das costas (como o meu pai) preso, é mais velho que eu um ano, e mais alto claro.

Amigos, constituem a maioria das pessoas com que me importo, a acrescentar também a minha mãe e primo, adoro-os a todos. O resto é que está mal, posso suar um pouco mimada, acreditem que não sou e setiver dentro de mim algum pontinho disso, culpem a família, não a mim.