Capítulo Quarenta e Três.

- Emily... Eu. – comecei a falar, mas não consegui.

- Tudo bem Zayn. – ela sorriu fraco. – Vamos nos sentar? Acho que não é legal conversar em pé.

- Vamos ao meu quarto, o Will pode chegar a qualquer momento. – ela assentiu e eu a guiei pelo andar de cima e nos sentamos em minha cama, um pouco longe e eu sentia a necessidade de chegar perto dela e ficar como sempre fazíamos quando estávamos juntos.

- Eu. – ela estava de cabeça baixa e levantou sua cabeça fazendo seus olhos irem de encontro com o meu. – Volta comigo pra Londres, Zayn.

- Eu não posso Emily. – procurei sua mão que estava apoiada na cama, mas ela se afastou.

- E por que? – perguntou. – Me explique, só isso que eu te peço.

- Por favo, eu já pedi pra esquecer esse assunto. – abaixei a cabeça.

- Zayn, olha pra mim. – ela ficou esperando, mas eu não olhei, ela pegou em meu queixo e me fez olhar em seus olhos, agora ela estava tão perto que eu podia sentir sua respiração quente e decompassada.  – Eu preciso saber, na verdade, eu preciso que você volte comigo, eu preciso de você. Eu amo você. – respirei fundo e me aproximei de seu rosto eu queria beija-la, senti-la e eu não podia, mas eu fui me aproximando antes mesmo de responder o que ela queria, ela não se moveu e ficou olhando, me aproximei a ponto de ficar apenas alguns milimitros de sua boca, ela fitava a minha e eu tentava olhar em seus olhos.

- Eu também te amo. – falei e novamente  me aproximei lentamente de sua boca, sua respiração agitada batia em meu rosto e meu coração estava disparado. E então selei nossos lábios em um beijo lento. A saudade estava falando mais alto e o desejo de ter ela de volta mais ainda, o beijo foi se tornando mais rápido e não estávamos ligando para o fôlego.

- Não Zayn. – ela me afastou lentamente. – Se você não vai me contar, por favor, não me faça sofrer mais do que eu já estou sofrendo.

- Eu não queria que você sofresse. – abaixei meu olhar.

- Pois eu estou. – ela mudou o tom de voz. – Você tem ideia do que é esperar esses 5 ou 6 dias você me ligar, ou pelo menos me atender, esperar alguma mensagem, alguma notícia de que você está bem, pelo menos isso. Mas eu não recebi nada, nada. E isso era torturante. Tive que fazer de tudo para conseguir alguma coisa e por pura sorte, seus pais me ajudaram.

- Meus pais? – perguntei.

- Sim, seus pais. Incrível não? – ela riu de canto ironicamente. – Até eles acharam que eu merecia uma explicação e você? Você que realmente deveria me dar uma explicação, nem sequer deu sinal de vida.

- Emily você nunca vai entender, eu ...– ela me interrompeu.

- Eu o que Zayn? Eu vou entender se você me explicar, caso ao contrário eu não irei mesmo. – Ela ficou me olhando. – você não vai mesmo me dizer? – ficou um pouco em silêncio esperando minha resposta. – Você vai me fazer acreditar que eu realmente vim aqui por nada... como você disse “perder a viagem”?

- Me desculpe. – foi a única coisa que eu consegui dizer.

- Não. – falou. – Eu não te desculpo. – os olhos dela se encheram de lágrimas e em questão de segundos, lágrimas começaram a escorrer por seu rosto. – Sabe, eu realmente estava com alguma esperança de te levar de volta, mas vejo que realmente perdi meu tempo. – ela enxugou suas lágrimas e se levantou.

- Onde você vai? – perguntei a olhando e levantando junto.

- Eu? – ela me olhou. – Vou embora Zayn, vou voltar para Londres, amanhã cedo já estou indo embora.

- Emily. – tentei dizer alguma coisa, mas não saiu.

- Tchau Zayn. – ela disse e saiu correndo, logo ouvi o barulho da porta e eu ainda estava ali parado.

Emily POV.

Cheguei correndo no Hotel e imaginei que Abby já estivesse lá, entrei correndo no quarto e fui direto para o banheiro.

- Emily, o que aconteceu? – Abby batia na porta.

- Ele não vem, ele não vai voltar comigo. – comece a gritar em meio aos meus soluços.

- Abre aqui. – ela disse e eu me levantei do chão e fui abrir e olhei para ela que veio ao meu encontro e me abraçou. – Vem sentar aqui na cama. – Assenti ainda chorando e sentei me apoiando em seu peito.

- Ele nem ao menos me deu uma explicação, ele insiste nessa história de não contar. – Tentei parar de chorar, mas era impossível, ela me abraça e apenas me ouvia. – Ele ainda disse que me amava e me beijou, por que ele não volta? Por que ele insiste em fazer isso Abby?

- Ele vai cair na real amiga. – ela me abraçou mais forte. – Chora, pode chorar. Vai te fazer bem.

- Nada vai me fazer bem agora. – falei soluçando. – Amanhã cedo vamos embora. – disse e me afastei dela e enxuguei minhas lágrimas que cismavam em cair mesmo assim.

- Você não vai mais tentar? – perguntou segurando minhas mãos.

- Não. – falei. – Eu já cansei, eu saí do meu país pra ir atrás dele, andei o dia inteiro, fui atrás, tentei de tudo, mas ele não quis. Agora eu cansei Abby, cansei de ser trouxa. – me levantei. – Se ele me amasse mesmo, ele voltaria. Ou pelo menos não me deixaria ir quando eu avisei que ia embora.

- Amiga, talvez você não esteja vendo o lado dele. – disse.

- Se pelo menos ele me dissesse esse lado Abby. – a olhei e encostei na parede. – AH COMO EU SU IDIOTA, O QUE EU AINDA TO FAZENDO AQUI? – gritei. – Como sempre eu me iludindo.

- Não se xingue, você não é idiota. – ela se levantou e veio até mim. – Você tem certeza que é isso que você quer?

- Certeza, certeza... não. – abaixei a cabeça. – Mas não tem outro jeito, eu já fiz mais do que eu podia.

- Tudo bem. – ela acariciou meu rosto e mexeu em meus cabelos e enxugou alguns vestígios de lágrimas em meu rosto. – Tome um banho para se acalmar um pouco, dai nós dormimos e amanhã cedo nos levantamos e vamos para o aeroporto. – Assenti e lhe dei um abraço.

- Obrigada amiga. – sorri pra ela. – obrigada por tudo, por ter vindo comigo, por estar sempre do meu lado, por sempre me ajudar. Eu não sei o que eu faria agora se você não estivesse aqui, você é mais que uma amiga pra mim. É minha irmã, cunhada, amiga, é tudo.

- Eu faria tudo pra te ver feliz Abby. – ela me abraçou de novo. – Você me ajudou a ser feliz, me juntou com Niall e hoje eu sou a pessoa mais realizada. E eu viria com você mesmo que você não me pedisse. – ela sorriu. – Mas agora vai, vai tomar um banho.

Então eu fui, me despi e liguei o chuveiro, entrei com tudo, nem pensei que iria ter que secar o cabelo, começou a se passar tudo pela minha cabeça. Ele, o beijo, ele, ele e ele. Comecei a chorar novamente, mas dessa vez minhas lágrimas se misturavam com a agua corrente em meu rosto. Aquele beijo, seria o nosso último? Só de pensar nisso eu me sentia pior ainda.
Demorei muito no banho e quando sai Abby já estava deitada, peguei um pijama e voltei para o banheiro. Sequei o cabelo ali mesmo para não atrapalhar ela e não demorou muito eu voltei.

- Boa noite Abby! – disse pensando que ela não iria responder por estar dormindo já.

- Boa noite amor. – respondeu. – durma bem. – Fiquei me perguntando como dormir bem? Seria impossível. Apaguei a luz do abajur e me ajeitei na cama, e as malditas lágrimas involuntárias voltaram a cair, chorei em silêncio, engolindo meus prórprios soluços que estavam insistindo em ser um pouco alto, mas tentei evitar, não queria que a Abby acordasse ou tivesse que cuidar de mim. Só queria ficar ali, sozinha.