Waiting For The End escrita por Raquel


Capítulo 27
Clocks


Notas iniciais do capítulo

Oi gente ): Tô tão decepcionada comigo mesma, de verdade. Me sinto mal pra caramba por demorar tanto. Vocês mereciam um capítulo todo dia, sinto muito por não poder dá-los a vocês )):
Mas vamos ao que interessa não é? adhasiodhsa Não sei se vocês perceberam (espero que não) que nas notas do capítulo anterior eu estava meio.. "seca", tipo, não vou explicar tudo aqui se não as notas ficarão ainda maiores! kkkk, mas bem, eu estava meio triste por alguns motivos pessoais. Mas estou bem agora >< Obrigado a todos vocês, me ajudaram, e muito! Mas vamos pular para os agradecimentos, antes que eu chore aqui aosidhasoid:
OOOOOO CAPÍTULO VAI PARA:
Lily di Angelo, que além de ter um sobrenome divino KK me deixou um review lindo ^^ e muito engraçado, diga-se de passagem asoidhsaoidhasoi Obrigado :3
Nanda M, minha mana doida, que lê as Crônicas de Gelo e Fogo (QUE ALIÁS, É TIPO TUDODEBOM), e gosta do Jon, tipo own!!! ashdaois, me deixou um review super fofo e lindo, By the way adoro seus reviews minha mana :3 Obrigado *-*
MaryMalfoyWeasley que tem um nome bem peculiar kkk e que disse que ama (': muito (': a (': fic (': você não sabe que efeito essas palavras tem em mim, Obrigado ;3
Bess, que sempre me ajudou no que precisei, e USEI UMA IDÉIA DELA NO CAPÍTULO GENTS ~~fiquem atentos kk~~ Obrigado por tudo *---*
Thalia e Luan, que são minhas vidas, meu oxigênio. Meus melhores amigos. Sem eles, não existiria sequer um dia de Sol na minha vida, os amo e devo muito a eles. Saudade de vocês, pestes ♥
Giulia Dark, que foi a primeira a deixar review *-* e adorou o capítulo ^-^ Obrigado :p
carla, que está apaixonada pela fic e me deixou um review lindo >< PFVR EU SOU É APAIXONADA POR VOCÊS! Obrigado ^.^
Ana Laura, que me deixou um review divertido k k k k Obrigado g.g
Izzy Collins, que também se chama Thalia O.o asdhgaso e que me deixa reviews pra lá de lindos *---* Obrigado =D
Meu potterianoroxo que me alegra com seus reviews fofos e divertidos :3 Obrigado man *OOOO*
Meu Patrick, que é um grande amigo, que aliás estou com saudades ): que troca sms comigo e me incomoda muuito auidgasiudgas TODYBRINKS não fique bolado ee-ee Tanks *O*
Amanda Lopes *-------------* Que troca sms comigo dia e noite, a gente vibra junto, chora junto, brinca junto kk Obrigado *OOOOOOOOOOOO*
Também queria dedicar o capítulo a uma leitora muito especial, que não tem conta aqui mas me segue no Polyvore *-* Ela até fez um set em homenagem a fic :'DDD (Aqui: pra quem quiser ver: iashdoisha: http://www.polyvore.com/waiting_for_end/set?id=58058735) Uma linda ela né? :')
Por último e não menos importante...
Aos meus meninos da One Direction, orgulho é pouco pra traduzir o que sinto. Parabéns pelos três VMA's ♥
Também a todas as Directioners que vibraram comigo ontem ^^
Voltando ao capítulo.. Ele está cheio de links das roupas porque sou uma viciada no Polyvore U - U asdhasoidas
Música do Coldplay: http://letras.mus.br/coldplay/65481/#traducao
Espero que gostem mais do que eu ...



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POV Silena

 

Doía. E doía muito.

Acho que uma parte de mim nem acreditava ainda. Era como estar num sonho ruim, um pesadelo muito real. Mas era algo mais do que aquela "certeza de sonho" que dizia que meu namorado seria pai, era uma garota linda e chorosa, vulgo Bianca que gritava na minha frente. Saí correndo, simplesmente me livrei do braço de Charles e corri para dentro da faculdade. Corri como se minha vida dependesse daquilo, como se estivesse sendo perseguida. E em meu íntimo eu sabia que estava.

Senti uma mão segurando meu braço e tentei me livrar.

—Me solta! Que porra, me larga! -Gritei, mas a pessoa continuou me segurando, me virei e encarei dois olhos verdes me fitando. Pulei no pescoço de Connor e chorei, me deixei chorar com o rosto enfiado em seu pescoço. Quando nos separamos me deixei ser levada por ele até algum lugar que desconhecia. Ele não falava nada, apenas me guiava pelos corredores lotados de gente. Depois de subir e descer algumas escadas, as conversas foram ficando cada vez mais baixas até que tudo ficou em silêncio, algo que eu estava presando muito no momento. Continuei apenas andando, sem memorizar curvas ou descidas, apenas colocava um pé à frente do outro.

Depois de mais alguns minutos estávamos de frente para uma porta.

—Entre. -Connor pediu parando atrás de mim.

—Se essa porta não vai me levar para Nárnia eu não vou entrar. -Tentei descontrair e ele riu abrindo a porta para mim. Entrei e fiquei realmente surpresa, era um espaço enorme muito bem iluminado. Havia algumas prateleiras com livros de diversos tamanhos, sofás e alguns puffes. -O que é aqui? -Perguntei boquiaberta e Connor riu me puxando para um sofá perto de uma pilha de livros.

—Bem, não sei ao certo. -O encarei e rimos um pouco. -Eu e Travis encontramos essa sala ano passado, então começamos a trazer discretamente os móveis e os livros. É um lugar ótimo para estudar. E fazer outras coisas também... -Falou encarando os sofás com uma cara maliciosa, abri a boca num "o" perfeito e pulei do sofá. Ele começou a rir. -Tô brincando Si, brincando. Fora eu e o Travis só você sabe da existência desse lugar. -Falou e eu me senti segura para sentar de novo. Por um tempo apenas ficamos ali abraçados, eu confiava demais em Connor e me sentia bem perto dele, ele me deu o que eu mais precisava no momento: Um ombro amigo e silêncio. Leve e calmo silêncio.

—Sabe... Não sei exatamente o que estou sentindo. Um misto de raiva, ódio, raiva, ciúmes, raiva, tristeza...

—Combinação perigosa para uma garota. -Connor murmurou e sorri fraco.

—O que mais me irrita é que ele não me contou. Naquele dia EU fui atrás dele pra pedir desculpa por ter tido um ataque de ciúmes e ele não falou nada! Não contou que tinha comido a Bianca, nada! Nada Connor. -Desabafei e senti algumas lágrimas teimosas crepitando em meus olhos, mas segurei-as. Ele riu da minha expressão e soltou um suspiro.

—Mas e se ele tivesse contado? E se quando você estivesse pedindo desculpa ele te interrompesse e dissesse tipo: "Olha, você não tem que se desculpar. Tinha razão em ter ciúmes. Eu te traí ontem com ela." E se ele falasse isso? Talvez vocês nem estivessem juntos até agora.

—"E se..." Não funciona comigo Connor. "E se..." É especular no passado, o que importa foi o que realmente aconteceu. E o que aconteceu foi que ele mentiu pra mim e engravidou a Bianca. -Respondi, mas no fundo comecei a pensar pelo lado de Charles. Ele realmente não imaginava que poderia ter engravidado ela com só uma noite, talvez fosse me contar quando se sentisse seguro... -Não! Não mesmo, eu não vou correr atrás dele. -Respondi meus pensamentos em voz alta e Connor me olhou com o semblante curioso/"você é louca?".

—Não estou falando que você deveria fazer isso. Não deve. Mas só queria que você olhasse pelo lado dele por um instante. -Falou acariciando meus cabelos.

—Eu olhei Con, olhei e me coloquei em seu lugar. Se sei lá... Só hoje ele me contasse que dormiu com ela, talvez fosse mais fácil de eu perdoá-lo. Mas não, ela que contou. E ela está esperando um filho dele. Charles vai ser pai, Con! Não é a mesma coisa quando tem uma vida no meio. -Falei e vi ele sorrir quando usei o apelido que eu tinha inventado.

—Eu sei que não Si... Afinal é um bebê, uma vida que daqui a uns seis meses vai estar berrando. -Ao falar de "bebê" ele sorria bobamente para a estante. Percebi que Connor não era só piadas, ele era um garoto incrível. -Não estou aqui para dizer o que você deve ou não fazer, você já é independente demais para isso. Só quero te aconselhar. Não termine com Charles, dê tempo ao tempo. As vezes é só isso que precisamos. -Falou fechando os olhos e sorrindo leve. Vish, tem coisa aí.

—Vou tentar. Vou tentar mesmo Con. Palavras sábias as suas. -Queria que tivesse ficado como um elogio mas não aguentei e comecei a rir, ele fez bico e eu ri mais ainda.

—Você é má garota. -Murmurou cruzando os braços no peito.

—É o que me dizem. -Dei de ombros e fiz ele olhar para mim. -Agora me conta, vou parar com o drama e você vai me contar o motivo desses sorrisos bobos e palavras bonitas. -Ele sorriu de novo e soltou um suspiro olhando para baixo. -É uma garota! Awn! É uma garota não é? Quem é? Nome? Idade? Faculdade? Está em Química também? Se estiver ela é nerd... -Explodi em felicidade e ele começou a rir.

—Fica calma, ok? -Assenti só para ele continuar logo. -O nome dela é Zoë, ela tem dezessete anos e o curso dela é Arquitetura.

—ARQUITETURA? COMO VOCÊS SE CONHECERAM? -Gritei e ele realmente se assustou.

—Bem, tivemos um pequeno empurrãozinho de Annabeth. Foi depois de uma das aulas de laboratório que tenho. Eu estava coberto de líquidos mal cheirosos de uma experiência que não deu certo, tinha acabado de sair no corredor e me encontrei com Annie e ela, foi um tanto ridículo, mas agora nos falamos quase sempre. -Contou sorrindo para o nada. Momentaneamente esqueci dos meus problemas. Meu melhor amigo estava apaixonado. Por uma amiga de Annie! Eu estava super feliz por ele, não podia ficar me lamentando pra ele que não tinha nada a ver com a história.

—Awn! Que lindinho Con! Meu Connorzito ta apaixonado! -Falei alto e ele pulou em cima de mim tapando minha boca.

—Nossa muito obrigado! Ainda não tinha contado pro outro continente que estava apaixonado, agora você já fez por mim! -Rimos e eu pedi desculpas. -Ela não sabe. E acho que é melhor assim. -Falou desanimado e eu o encarei incrédula.

—Sério? É só isso? Aquela velha história de "Eu não vou falar nada, somos amigos, tenho medo de estragar a amizade..."? Por favor né Connor. -Revirei os olhos e notei que ele me encarava boquiaberto. -Eu vou te ajudar. Você e a Zoë ficarão no baile sexta. Antes disso eu tenho que conhecer ela, a Annie quebra esse galho, acho que...

—Você vai ao baile? -Me interrompeu surpreso.

—É óbvio. Não vou me encolher em posição fetal e chorar até morrer né Connor? Não foi você que me disse pra dar um tempo? Eu farei isso. E ainda te ajudarei com a Zoë! Awn vai ser muuuuuito legal. -Sorri e ele sorriu para mim.

—Silena de cupido? Deuses! Estou ferrado. -Brincou e eu fiz cara feia. Mas quando você está com os gêmeos não têm como ficar brava. Eles são como remédios para todas as dores. Passamos ainda um tempo ali, apenas conversando e brincando.

Por mais breves que aqueles momentos foram, tinham sido os melhores. Mesmo ainda doendo, e muito; estar com Connor aliviava qualquer dor, afinal, era meu melhor amigo.

E agora eu havia passado de espada enfiada no coração, para uma adaga de prata cravada em meu peito.

Ótimo.

Sintam o poder da ironia.

 

X - X - X

 

Alguns dias depois...

 

X - X - X

 

POV Thalia Grace

 

É isso aí. Eu que nunca quis ir num baile estava colocando um vestido de festa e logo estaria indo para um baile escolar com meu namorado. Ironia do destino isso talvez. Eu estava feliz, tinha um namorado, tinha um filho, tinha uma faculdade e uma empresa. Estava tudo bem.

Tudo bem demais.

Mas eu não estragaria tudo com meu pessimismo. Não é?!

Nos últimos dias Silena tem tentado nos mostrar que está bem, mas não está sendo muito bem sucedida nisso. Não é só ela que ainda está chocada, eu e Annie ficamos paralisadas aquele dia. Até que Annabeth pulou no pescoço de Charles. Tentei ajudar, mas Percy, Nico e Travis nos seguraram. Sim minha gente, Annabeth que deu o primeiro passo. Ainda não contamos para Silena que eu talvez... Assim... Talvez eu tenha quebrado algum dente de Charles com meu gancho de direita. Clarisse tinha razão, meu gancho de direita é ótimo. Espero que hoje ele já tenha arrumado próteses dentárias.

Desde sexta Silena vem trabalhando nos nossos vestidos. Ela fez questão que usássemos algo dela e como sabíamos o que ela estava passando concordamos. Era uma desculpa para manter a cabeça ocupada, eu sabia disso, mas se ela se sentisse pelo menos um pouco melhor com isso, eu concordaria de qualquer jeito.

—Você está linda... Mãe. -Me virei e encontrei Josh me encarando corado. Eu não o pressionara em momento algum. Ele por livre e espontânea vontade começara a me chamar de mãe. E nada, em todo o Universo me faria mais feliz. Lhe dei um sorriso afetado e mais uma vez naquela semana tentei segurar as lágrimas. Era emocionante ouvi-lo me chamar de mãe. Não como ele chamara ela, mas com sentimento. Lhe abracei e logo me virei para o espelho, Silena acertara em cheio, ela era boa no que fazia. Meu vestido era bege e preto, detalhado com um laço e saia rodada. O vestido era lindo, mas eu me sentia ridícula. Queria ir de Vans e eu e Silena tivemos uma pequena discussão por isso. Tente convencer ela a "arruinar" um vestido (meu ainda por cima! -Palavras dela), com um tênis de menino, ela realmente esculachou meus Vans, então me ajudou a escolher um Louboutin bege, era lindo, mas incrivelmente alto. Acabei concordando ainda meio contrariada a ir com ele, desde que pudesse escolher o resto; ela concordou e decidi adicionar uma bolsa bege e preta ao look, deixei meus cabelos soltos em cascata pelas minhas costas e fiz uma maquiagem básica que marcava meus olhos, completei com poucos acessórios, poucos e discretos.

—Obrigado garotão. Acho que já devo chamar Ellen não é? -Ele assentiu. Ellen era sua professora e perguntei se poderia ficar com ele, já que eu sairia e não tinha hora para voltar. Ellen aceitou de bom grado e eu a agradeci alegremente, afinal confiava nela.

—Sim, sim! Ela disse que vamos ver filmes e comer pipoca. -Contou feliz e sorri para ele pegando o telefone e chamando Ellen. Ela disse que chegaria em dez minutos, como já estava pronta fui esperar ela e as garotas na sala com Josh.

Ficamos conversando animadamente sobre sua escola, acabei descobrindo que ele estava na mesma sala dos filhos de David. Logo que Ellen chegou se juntou a nós dois, comentando que Josh era um ótimo aluno.

Depois de mais uns trinta minutos Silena e Annabeth apareceram, as duas completamente deslumbrantes.

—Vish, não vou mais. Vocês estão muito lindas! -Brinquei e elas riram. Silena havia escolhido um tomara que caia também, verde claro com um cinto dourado, sua saia era rodada e com camadas onduladas, era lindo. Apesar de ter me incomodado muito por causa dos sapatos ela optou por uma sandália com fitas douradas entrelaçadas. Deixou os cabelos presos num rabo de cavalo despojado e caprichou na maquiagem, uma bolsa cor de ouro alguns acessórios e estava pronta. Pronta e maravilhosa diga-se de passagem. Para Annabeth, Silena tinha explorado o gosto por azul muito bem, dando ao vestido tomara que caia um toque de formalidade ao mesmo tempo em que era despojado e confortável. Annie escolheu uma bolsa azul bem detalhada e optou por investir em acessórios azuis e pratas, sua maquiagem era leve e baseada em prata, terminando com um sapato aveludado azul que apresentava pequenos espetos em seu salto, dando um ar jovem ao look, como Silena, ela estava divina. Nos despedimos de Ellen e Josh e descemos para a garagem.

Os garotos queriam nos buscar para fazer aquela famosa ceninha de filmes, onde a garota desce as escadas como se fosse uma tartaruga manca e o garoto está esperando ela no pé da escada com cara de retardado.

É, talvez eu não tenha muita aceitação com filmes românticos.

Mas, em respeito a Silena nós iriamos no meu carro e encontraríamos o resto do pessoal por lá.

No caminho fomos conversando animadamente. Silena se auto-proibiu de parecer deprimida no seu primeiro baile da faculdade e estava se saindo bem nisso. Quando chegamos, minha vontade era de me enfiar dentro do carro novamente e fugir para outro estado, estava lotado de gente. Odeio gente.

Saímos calmamente do carro, mas de repente uma onda de tontura me atingiu e eu tive que me segurar na porta para não cair.

—Thalia, você está bem? -Annie se materializou ao meu lado.

—Claro, foi só uma tontura. -Respondi e fechei os olhos por um instante. Nesse último mês, eu vinha tendo algumas dores de cabeça e tonturas, não via a necessidade de ir ao médico. Deveria ser por causa da faculdade, pressão e tempo perdido de sono. Tranquei o carro e nos dirigimos para dentro. O baile estava acontecendo num salão que eu ainda não conhecia, estava meio que sub-dividido, com áreas mais calmas e mais agitadas. Estava incrível. Muito bem iluminado e bem decorado. Havia algumas mesas espalhadas nos cantos do salão e um bar. Começamos a andar um pouco por entre as pessoas, as garotas nos encaravam e os meninos gritavam coisas ininteligíveis por causa do som, até que alguns braços no alto nos chamaram a atenção, e lá estavam Nico, Percy, Connor, Travis, Charles e Bianca. Instintivamente olhei para Silena ao meu lado e ela já tinha visto a garota.

—Vou passar no bar, já já alcanço vocês. -Sorriu amarelo e se distanciou na multidão antes que eu e Annie falássemos alguma coisa. Nos aproximamos dos garotos e percebi que Connor havia sumido, olhei em volta e achei uma cabeleira castanha indo ao bar. Ultimamente Connor se tornou ainda mais ligado à Silena, eles eram melhores amigos e ele estava ajudando muito. Antes que eu conseguisse me virar para os meninos me senti sendo levantada, voltei os olhos ao moreno de terno na minha frente, me segurando pela cintura, acima do chão. Foi impossível conter um sorriso ao olhá-lo.

—Você está linda. -Murmurou me descendo até que eu ficasse da sua altura.

—Pareço um espantalho. -Falei revirando os olhos, ele riu. E que risada linda ele tinha.

—Um espantalho muito lindo. -Sussurrou antes de tomar meus lábios em um beijo doce e sem pressa. E mais uma vez lá estava eu, esquecendo os problemas e dores com apenas um beijo. Era bem egoísta de minha parte, mas não podia evitar. Estar ao lado de Nico me fazia bem, me fazia feliz.

—Ô casal, arrumem um quarto! -Fomos interrompidos por Travis que ria com Percy. Mostrei o dedo do meio pra ele e fomos até o pessoal.

Logo já estávamos dançando, eu não queria, mas me puxaram. Enquanto dançava com Nico, avistei Jéssica, que estava se esfregando em alguém, e tive mais uma tontura, mas me controlei e continuei a dançar, sorrindo. Afinal, estava tudo bem.

Tudo bem demais.

E eu não estragaria tudo com meu pessimismo. Não é?!

 

POV Silena

 

Eu havia feito uma promessa. De não ligar para Bianca e Charles, pelo menos por enquanto. Mas ao vê-los juntos uma onda de dor me atingiu. O baile já se prolongava por umas duas horas, fiquei no bar a maior parte do tempo (me aventurei em algumas danças com as garotas, mas nada além), ver meus amigos se divertindo era muito bom, estava me fazendo bem. Consegui fazer Connor ir falar com Zoë, tenho que admitir, eles ficavam muito fofos juntos. E sendo menina, posso falar com certeza, não era só Connor o apaixonado alí.

De onde estava podia ver Nico e Thalia dançando juntos, eles eram o casal mais fofo dalí. Dançavam em seu próprio ritmo e não paravam de sorrir um para o outro. Annabeth e Percy não ficavam para trás, dançaram pouco, mas estavam sempre juntos com aqueles olhares que só os apaixonados conhecem. Ao vê-los meus olhos foram instintivamente direcionados a Charles, que para minha surpresa estava me olhando. Por alguns segundos fiquei alí, apenas sustentando seu olhar penetrante do outro lado do salão. Ao mesmo tempo que meu peito se apertava, seus olhos me transmitiam paz. Eu não queria sentir tudo que sinto por Charles, não queria e não podia. Ele ia ser pai! Quebrei nosso contato visual e comecei a procurar Bianca pelo salão, não a encontrei, o que achei estranho, mas deixei pra lá pedindo mais um refrigerante ao atendente do bar.

Durante uma música com batida forte e animada senti meu celular vibrar na bolsa, não sei como, mas senti. Olhei no visor e era um número desconhecido, tapei um dos ouvidos e atendi.

—Alô, quem fala? —Perguntei e ouvi apenas a respiração da pessoa do outro lado da linha.

—Si... Silena? É você? —Perguntou e eu reconheci a voz de Bianca, entrecortada, mas ainda assim, a voz de Bianca.

—Onde conseguiu meu número Bianca? O que quer? —Perguntei, grossa talvez.

—Com Charles... Por... Por favor, venha até... O banheiro... Por favor! —Pediu com voz cansada e desligou antes que eu pudesse responder.

Pensei em ignorar seu pedido, pensei em apenas beber meu refrigerante e esquecer aquela ligação. Mas não pude.

Me dirigi ao banheiro feminino o mais rápido que consegui por entre a multidão. Ao entrar me deparei com uma cena horrível.

Bianca estava caída no chão envolta em sangue, que ensopara seu vestido vermelho. Estava pálida e os olhos fechados.

Ela estava tendo um aborto.

—Bianca! O que houve? -Perguntei desesperada me jogando ao seu lado e tentando a colocar em pé.

—Eu... Eu tentei abortar... Técnica antiga... Tanta dor... Tanto sangue... Socorro... -Começou a falar desconexamente, repetindo as mesmas palavras logo em seguida. Arregalei os olhos e a apoiei em meus braços fitando seus olhos azuis cheios de lágrimas, para com um aperto no peito murmurar:

—Eu vou te ajudar.

 

X --- X --- X

 

POV Thalia Grace

 

Não posso negar que o baile estava realmente animado. Eu estava com dor de cabeça, mas não deixei que isso me abalasse ou transparecesse. Dancei bastante e me diverti.

Enquanto dançava com Nico, uma música de batida ritmada começou, deixei ele na pista e fui no bar pedir uma água e talvez um remédio. Me deparei com Jéssica.

—O que você está fazendo aqui? -Perguntou com aquela voz enjoada que era característica dela.

—Não te interessa. -Rebati sentindo a tontura voltar.

—Olha como fala comigo sua...

—Você pode parar de me incomodar? Sua, sua o que? Quer ir parar na enfermaria de novo? Abre o olho, na próxima é cemitério. -Respondi irritada. A próxima cena passou como um borrão, Jéssica pegara a garrafa de Vodka que o atendente usava para servir alguém e a quebrou na minha cabeça. Caí no chão e comecei a ouvir zumbidos e lentamente meus olhos se fechavam. Uma dor dilacerante subia de minha nuca até meus olhos. Antes de apagar completamente, tive uma última lembrança recente:

"Afinal, estava tudo bem. Tudo bem demais. E eu não estragaria tudo com meu pessimismo. Não é?!"

E por um momento, quis estar errada.

 

X --- X --- X

 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? s: asdoihasoidhas
Amo vocês minhas amoras,
espero não demorar tanto da próxima vez...
até mais ♥