P.O.V Thalia Grace

 Éramos só nós três novamente, Clarisse estava embarcando para Washington às 10:30. Ela iria fazer faculdade lá, pois conseguira uma bolsa completa (Ok que tudo quase foi pelos ares depois das constantes "briguinhas" que ela entrava... Tá bom, tá bom briguinhas nada, Clarisse brigava para quebrar ossos mesmo, mas Silena e Annabeth conseguiam acobertar a maioria delas - por saber o quanto ela queria essa bolsa - eu geralmente participava das brigas... Mas isso não vem ao caso). Eu e as garotas ficaríamos e faríamos a faculdade em Londres mesmo. Silena faria Fotografia, Annabeth Arquitetura e eu, Psiquiatria. Por que a escolha? Bem, quando eu tinha 5 anos meus tios diziam que meu avô era louco, então como o amava muito coloquei em mente que eu cresceria e seria uma psiquiatra bem sucedida e cuidaria dele. Ele morreu quando eu tinha 11 anos, no dia de seu aniversário, ele acabara de completar 68 anos. Clarisse queria cursar Administração, curso que segundo ela era muito fraco aqui, então ela optou pela bolsa em Washington nos deixando. Tudo bem que só moramos juntas há um ano, mas a Clarisse é minha melhor amiga, com um ar psicopata, mas minha melhor amiga.

—Tchau Clarisse, a gente vai sentir sua falta. -Silena falou com a voz embargada abraçando novamente Clarisse. Eu e Annabeth nos juntamos ao abraço, Silena já estava com a maquiagem toda borrada.

—Vocês vão me sufocar! -Falou risonha, mas com tristeza na voz. A largamos e ela se dirigiu a Silena.

—Não chora patricinha! Eu vou voltar, ok? Não volte com o idiota do Jake. -A menção do ex-namorado de Silena fez todas rirem -Te amo garota, não me esqueça, tá? -E beijou o topo da cabeça da garota que sorriu e sussurrou se debulhando em lágrimas:

—Te amo mais gangster!

Sorriram e ela se dirigiu a Annie que chorava também.

—Meu Deus! Vocês vão inundar esse aeroporto! Eu volto logo Annie, vou sentir falta de ter meus trabalhos feitos pela maior CDF da turma. -Ela riu, mas desta vez o riso foi meio amargo, ela devia estar tão mal quanto nós. -Eu amo você Annie, se cuida Nerd. -E a abraçou novamente.

—Também te amo Maria Tyson.

Annie havia inventado essa por causa do maior lutador do mundo Mike Tyson, apelidando-a de Maria Tyson, você sabe por quê. Então ela veio até mim, meu.s olhos estavam marejados.

—Ah roqueira, não chora. Quebre alguns ossos por mim tá? E use bem seu gancho de direita. -Ela brincava, mas seu tom era triste. A abracei já sem controle das lágrimas.

—Se cuida bem lá, e quando você voltar nós vamos entrar numa briga só pelos velhos tempos.

—Claro, claro. Cuide das garotas por mim, ok? Espanque qualquer palhaço que se engrace pra cima delas, e se cuida.

—Sim, obrigado Clarisse, por tudo. -Nós todas nos dávamos bem, mas eu tinha uma ligação especial com Clarisse. Nós crescemos em meio a brigas, ou aprendíamos a bater ou apanhávamos.

—Obrigado a você -Ela me soltou e olhou para nós três. -Obrigado por tudo garotas. Filha de Afrodite, Filha de Atena e Filha de Hades. Nos vemos por aí. -Falou fazendo reverências e se afastando. Nós quatro brincávamos de Mitologia Grega, sendo que as outras escolhiam nossos pais. O meu era Hades. Vai saber porquê. Ela entrou na fila para entregar a passagem sumindo de nossa vista aos acenos.

Só saímos quando o avião dela já estava fora do alcance de nossos olhos. Fomos para o estacionamento em silêncio, destranquei meu Cerato e entramos. Annabeth foi no carona.

—Ela ficará bem né gente? Não precisamos nos preocupar. -Falei quebrando o silêncio chato que se instalara.

—É verdade. Ela sabe se cuidar. -Annabeth suavizou a expressão.

—E muito bem. -Silena concordou com o fantasma de um sorriso. -Então... Segunda já começam as aulas, que tal o shopping para uma retocada no guarda roupa? -Si falou voltando a ficar animada.

—Ah não! Não vou no shopping com você! -Protestei mesmo já sabendo que acabaríamos por ir, meu guarda roupa estava completamente vazio.

—Aaah, mas nós temos que ir! Não podemos aparecer como três mendigas na faculdade. -Ela falou tentando me convencer, por que o carro era meu, sem mim sem carro, sem carro sem shopping. Devo admitir, o argumento dela era bom, droga.

—Annie... -Gemi em busca de apoio.

—Você sabe que ela tem razão. -Annabeth traidora ria que se acabava.

—Ok, vamos logo. -Decidi me dando por vencida. Dirigi até meu shopping favorito, eu ia lá desde criança com meus pais para ver a decoração de natal. Chegamos e Silena já estava toda saltitante.

A manhã seria longa.