A Ilha Marduk escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Devolva meu corpo


Notas iniciais do capítulo

Não tem como explicar o que acontece aqui, só lendo para entender como seria Nami no corpo do Sanji, Sanji como Nami, Robin de Zoro e Zoro de Robin.
2 capitulos ok?



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A ilha Marduk é cheia de mistérios, ela possui um gigantesco vulcão logo nos limites da terra. Para chegar até lá somente passando por um canal que dividia a ilha no meio, ligando as duas partes pelo vulcão. A água do canal é limpa e utilizada para abastecer as casinhas ao redor. O comércio farto ocorre pelo fato de a ilha estar bem na rota dos grandes e pequenos navios. A segurança do lugar é feita pelo famoso pirata Shanks. Ele gosta muito da Ilha Marduk, principalmente os bares animados pelos melhores músicos do Novo Mundo.

Os piratas são muito bem vindos nessa ilha, mas tem que se precaver com as aparições corriqueira da Marinha.

A principal atração da Ilha Marduk são seus músicos fantásticos. Dizem que a melodia de suas músicas podem fazer milagres. Histórias misteriosas são contadas por visitantes da ilha. O que contam é que o casarão abandonado era habitado pelos fantasmas dos antigos músicos mais famosos da ilha. Geralmente, os fantasmas atacam somente os novos visitantes, querendo ao mesmo tempo divertir e dar uma lição a eles, caso precisem. Ocorrem diversas anomalias no período em que os visitantes estão na ilha e... Só podem sair quando essas terem sido superadas ou curadas, dependendo da gravidade da situação ficam por muitos anos. Mas também, há uma outra história que diz que alguns visitantes passam por uma aprovação tão grande, que ao final, eles poderão se conhecer melhor e …

Um suspiro cansado cortou o silêncio após a leitura de Robin. A arqueóloga olhou na direção da navegadora, que esfregava os braços com as mãos, totalmente arrepiada com aquela história. Robin parecia tranquila, com o pedaço rasgado de jornal em sua mão. Ela o encontrou jogado no chão daquele casarão abandonado.

Zoro resmungou, achando aquela história ridícula, enquanto Sanji oferecia seus braços para acalentar Nami e Robin. O restante do bando devia estar espalhado pela Ilha Marduk, os quatro se encontraram ali por coincidência. Por sorte, Zoro e Sanji não foram flagrados pelas mulheres do bando. Mas não souberam explicar o que faziam ali sozinhos, até Robin começar a ler o pedaço de jornal encontrado no chão.

— Sinceramente Robin, eu ainda não sei por que te dou ouvidos. – Nami caminhou pelo salão, observando o espelho enorme preso na parede. – Eu devia ter ficado naquele salão de beleza, e deixado você explorar a ilha sozinha, ou com o Luffy.

— Achei que estava se divertindo.

— Eu estava, até a gente se encontrar com eles. – Ela apontou para Zoro e Sanji, que se olhavam e rugiam como cachorros, culpando um ao outro de chegarem ali.

Após sentir um calafrio, Nami definitivamente estava certa de que deveria sair daquele lugar. Ela deu passos firmes até a porta do salão, que se fechou antes dela sair. Nami deu alguns passos para trás, já com o bastão em mãos. Após isso, um vendaval tomou conta do salão. A força do vento era tão grande que os levantou do chão.

Uma música suave começou a soar conforme o vendaval tomava força.

Robin fez diversas mãos e alcançou Nami pela cintura, que rodopiava no teto da sala. Zoro fincou sua espada numa pilastra, segurando-se nela, pegando Sanji pelo pé. Os móveis flutuavam ao redor do salão, assim como as cortinas que foram arrancadas dos ganchos da janela. Robin tentou olhar pela janela, se algum tipo de tempestade tomou conta da ilha, mas o céu estava azul e o dia iluminado pelo sol, do mesmo jeito de quando entraram ali. O vendaval continuou por alguns minutos, até que foi diminuindo e cessou por completo, fazendo todo mundo cair no chão.

— Nami, você está bem? – Robin tateou o chão. As janelas se fecharam com força, deixando o salão escuro. Uma sensação estranha tomou conta de si, passou a mão no peito, sentindo falta de algo, logo em seguida as mãos nos cabelos. Cabelos? Onde estavam seus cabelos? Estava curtinho, e na orelha... brincos. Espadas e algo a mais fazendo volume dentro da calça. – Nami. Onde você está?

Mesmo com a “novidade” a arqueóloga se manteve calma, assim não piorava a situação com uma crise de desespero.

— Estou aqui, nesse lugar horrível, alguma coisa me queimou, está ardendo a minha mão. Aliás, respondendo sua primeira pergunta. Não, eu não estou bem. – Nami massageou o bumbum, caiu feio no chão. – Por que de todos os lugares na ilha, você tinha que escolher um casarão abandonado?

Robin sorriu, o que ela poderia responder? Não seria ela, se passasse na frente daquele lugar e não entrasse. Aliás, ela não era ela. E Nami não percebeu que algo estava estranho? Ou não houve nada com a ruiva. Robin teve sua resposta logo que ouviu um grito desesperado, logo em seguida a confusão e em seguida a pergunta. – Meus cabelos, meus seios. Minha cintura! Meu corpo, mudou.

A arqueóloga tentou acalmar Nami, mas sem sucesso. Assim que a alcançou elas se abraçaram. Nami tocou o peito de Robin, e passou a mão nos cabelos dela, sentindo falta dos fios longos, e achando aquele peito muito rígido. Ela rapidamente soltou-a gritando novamente, mandando Zoro sair de perto dela.

— Não é minha culpa você ter caído em cima de mim, Nami. – Zoro passou mão na cabeça, bateu-a no chão, talvez por isso estava um pouco tonto. – O espadachim abriu os olhos, estava tudo escuro, ele sentia o corpo de Nami em cima do seu, mas... Mas o que era aquela coisa grande que também ocupava espaço na sua roupa? Passou os dedos devagar pelo corpo, achando tudo muito esquisito, era ele ou outra mulher em cima dele? – Vocês duas caíram em cima de mim?

— Acho que posso abrir uma das janelas. – Robin tirou as espadas da bainha, ela não tinha muitas habilidades com aquelas armas, ou melhor, nenhuma. Mas não deveria ser assim tão difícil, afinal, estava no corpo do melhor espadachim que conhecia. Era necessário se concentrar e tentar unir a alma e o corpo com as habilidades desejadas. Sendo assim, Robin abriu todas as janelas com as espadas.

É, manter a calma era muito importante.

— Mas que porra é essa? – Zoro fechou os olhos com a claridade, mas ergueu-se do chão. Ele passou as mãos no peito novamente, sentindo a protuberância do lugar. – Que porra é essa?!

Finalmente acostumou-se com a luz do sol entrando pela janela. Ele abriu os braços e girou o corpo, abaixando para ver que vestia uma saia muito curta, meia calça e um corpete tão apertado que parecia faltar ar. Além das botas.

— Acho que trocamos de corpos. – Robin sugeriu, guardando as espadas.

— Não diga? E como volta ao normal? – Zoro tossiu, tentando não falar tão fino como era a voz de Nami.

— Ainda não sei. Mas suspeito que tenha alguma coisa a ver com os fantasmas musicais. Você ouviu uma melodia quando o vendaval começou?

— Acho que sim. – Zoro, no corpo de Robin, estava lutando contra os longos cabelos dela, que caíam em seu rosto. – É melhor arrumar logo um jeito de resolver esse problema, ou eu vou cortar isso.

— Se fizer isso... – Robin pegou uma espada e girou no ar. – Posso cortar também algo muito importante que tem.

— Mulher maluca. – Zoro viu Sanji no canto do salão, olhando-se para uma lasca do espelho quebrado. – Hey! Cook. Isso não é hora de se arrumar. Temos que resolver um problema.

— Acho melhor não fazer isso.

Zoro olhou para Robin, e viu sua imagem. Era algo muito confuso. E não imaginava que aquela cara dele de sarcasmo fosse tão irritante. Ele ignorou o pedido de Robin e foi falar com o cozinheiro.

— Você está chorando? – Zoro colocou a mão no ombro dele, olhando as unhas cumpridas de Robin, era muito estranho aquelas mãos finas e pequenas. – Para de ser mulherzinha.

— Cala a boca idiota. Eu sou mulher. – Nami, dentro do corpo de Sanji, virou-se para ele, ajoelhada no chão, chorando e socando o piso. – Eu quero meu lindo corpo de volta! Robin, faz alguma coisa.

— Me desculpe Nami, mas eu não sei por onde começar. Temos que nos acalmar. E descobrir o que fazer.

Zoro ficou confuso. Se ele estava no corpo de Robin, ela em seu corpo. Nami estava no corpo de Sanji, consequentemente Sanji era... O espadachim olhou para o corpo da navegadora que havia caído em cima do seu, e ele jogou para o lado quando se levantou.

— Ai minha cabeça, está doendo demais. – Ela, ou melhor, ele estava acordando, levou a mão a testa e depois esticou as pernas tentando se levantar. Desequilibrou-se, e caiu no chão. Sanji estreitou os olhos, porque ele usava um par de sandálias de salto alto fino mesmo? – Marimo idiota o que você fez? Que voz é essa?

— Eu não fiz nada seu retardado.

— Robin-chan, porque está zangada?

— Ele nem percebeu ainda. – Zoro girou os olhos, abaixando-se na frente de Sanji, olhando os cabelos longos e ruivos caindo em seus ombros. Aquilo era bizarro. – Se eu fosse a Robin, faria isso? – Ele deu um arroto e Sanji enrugou a testa, não entendendo nada. As mulheres eram mesmo muito enigmáticas. Deveria estava naqueles dias especiais. Procurou então seus cigarros no bolso, mas a única coisa que encontrou foi dinheiro. Não pode comemorar pela surpresa, porque sentiu um pé passar raspando na frente de seus olhos.

— Não se atreva a pegar o meu dinheiro! – Nami sentia a perna queimar em chamas. – Esse dinheiro é meu.

Sanji poderia acreditar que estava se olhando no espelho, mas ele percebeu que não poderia falar se estava de boca fechada. Então...

— Eu estou no corpo da Nami-san?! – Sanji ficou de pé com dificuldade por causa do salto fino.

— Tire as mãos dos meus peitos seu tarado! – Nami gritou. – Robin, manda ele parar de passar a mão em mim.

— Sanji, por favor. – Robin poderia dizer que tentou, mas sem sucesso, sentiu a voz sair meio arranhada da garganta. Mais grave que o natural. Claro, era voz de homem.

— Tadinha da Robin-chan. Está no corpo do Marimo idiota. – Ele lamentou.

— Cala a boca! – Zoro esbravejou com uma voz feminina estridente. – Vamos arrumar um jeito de resolver isso imediatamente, eu não estou aguentando mais essa coceira na perna. Para que você usa isso? – Ele coçou a coxa, esticando a meia com a unha, rasgando-a em seguida.

— Por enquanto é uma meia. – Robin aproximou-se do corpo dela. Também estava preocupada e assustada, mas novamente, não era motivo para entrar em pânico, porque assim não resolveria o problema. – Cuidado com o meu corpo, ou eu devolverei o seu em pedaços. – Ela sorriu. Zoro não gostou nada de olhar seu sorriso demoníaco feito por outra pessoa.

— Você não teria coragem.

— Eu estou no corpo de um espadachim, acho que tenho muita coragem. – Deu de ombros, indo segurar Nami, ou ela ia acabar chutando Sanji e assim, seu corpo ficaria machucado. – Nami, se você der um chute na cara dele, é o seu rosto que vai ficar inchado.

— Mas Robin. – A sobrancelha enrolada estava caída, e Nami não estava nada a vontade com aquelas roupas e o acessório a parte que ganhou. – Ele está passando a mão na minha bunda. – Apontou para Sanji, que parecia se divertir no corpo de Nami.

— Sanji! Pare de passar a mão nela. – Robin disse, com a voz grave e ameaçadora de Zoro.

— Eu estou procurando mais dinheiro.

— É meu dinheiro! – Esbravejou Nami, amassando o pacote de cigarros de Sanji que estava dentro do bolso do paletó.

— Nami-san, não estraga meus cigarros. – Ele choramingou.

— Se você não parar, vou fazer a sobrancelha com cera quente que é para demorar de crescer.

— Você é tão cruel e linda no meu corpo, Nami-san. – balançou os braços para cima.

— Quieto, você falando isso no meu corpo me deixa com vergonha. – Nami pôs as mãos no rosto, sentindo os pelos da barba crescendo. – Minha pele tão macia, eu quero de volta.

Do outro lado do salão, Zoro rasgou totalmente a meia calça, já não estava mais suportando aquela coceira. Havia outra peça íntima que o incomodava muito no bumbum, mas seria um pouco constrangedor tirá-la ali. Robin o alertou para que aguentasse mais um pouco. Ela procurou pelo salão o pedaço de jornal. Releu novamente tentando se concentrar naquela bagunça toda.

— Calados! Assim eu não consigo pensar direito. – Reclamou, fazendo os três emudecerem rapidamente, afinal, era a voz medonha de Zoro que soou pelo salão. Nami assustou-se, Robin era sempre muito pacífica. – Aqui diz que é uma lição que os músicos fantasmas querem dar aos visitantes, caso eles precisem. Então, se essa anomalia ocorreu, é porque precisamos aprender algo.

— Que tipo de lição?

— Como eu vou saber?

Nami piscou os olhos devagar no corpo de Sanji, Robin jamais falou com ela naquele tom, a não ser que o corpo de Zoro começasse a influenciar no seu modo de agir e falar. Ela poderia tentar uma coisa, para saber se sua verdadeira Robin ainda estava dentro do corpo daquele ogro. Nami se aproximou, ignorando completamente a cara azeda de Zoro, fechou os olhos recordando-se do rosto delicado de Robin e aquele sorriso gentil, deu um beijo nela.

— Sua pervertida, larga meu corpo! – Zoro protestou, vendo o corpo de Sanji, abraçado ao seu. Não era uma novidade aquela imagem, mas ninguém precisava saber que eles dois tinham um envolvimento. Fora que, olhar de fora o seu corpo e o de Sanji se beijando, era surreal. Parecia um sonho. Ele falou para Sanji fazer alguma coisa, mas o cozinheiro estava caído no chão com os olhos faiscando.

— Olhando daqui, nós dois até que ficamos bem juntos. – Sanji desamassou um cigarro e acendeu com o isqueiro que Nami largou no chão. Mas no primeiro trago ele tossiu tanto que jogou-o longe desanimado.

— Idiota. Você bem que está gostando de ser mulher. Era o seu sonho não era? – Zoro colocou a mão na cintura, inconscientemente, batendo a sola da bota no chão. Sanji começou a gargalhar descontroladamente dele.

Nami acariciou o pescoço firme de Robin até o peitoril, abrindo os olhos em seguida. Enquanto estava de olhos fechado, ainda conseguia imaginar as curvas da arqueóloga, mas era difícil fazer isso de olhos aberto. Com aqueles músculos todo saltando em sua cara. Mas era tão excitante. O que a deixava confusa porque não sentia nenhuma atração pelo espadachim. Como então poderia sentir-se atraída por ele naquele momento? Só porque era a alma de Robin lá?

Robin pediu desculpas pela forma grosseira que a tratou. Ao menos Nami comemorou sabendo que a mulher que ela amava estava ainda perdida lá dentro. Sentaram-se no chão, formando um circulo fechado, um de frente para o outro trocado, para tentar entender o que estava acontecendo. Nami expôs sua teoria explicando porque Robin estava tão alterada.

— Acho que tem razão. – Zoro disse, pegando das mãos de Robin o pedaço de jornal. – Nossas almas foram trocadas, mas o corpo não vive sem uma alma, certo? Um completa o outro. Nesse caso, nós iremos herdar as características do corpo em que nossa alma se apossou. – Nami, Sanji e Robin olharam entre si. Aquela era a prova de que Nami estava certa.

— Sim, por exemplo, eu não consegui fumar.

— Não ouse estragar meus pulmões.

— Nami-san, eu jamais faria mal ao seu corpinho lindo. – Sanji se abraçou, alisando a cintura e depois dando beijinhos nas mãos.

— Sendo assim, eu tive dificuldade para me concentrar com vocês brigando, o que nunca aconteceu antes, e fui grossa com você Nami.

— Hey! Está falando que eu sou grosseiro?

— Hmm, sim.

Zoro estreitou os olhos. – E eu fiquei como?

— Inteligente. – Os três falaram ao mesmo tempo. Nami coçou a barbicha no queixo, aquele negócio era viciante. Ela foi analisando as mudanças de cada um.

— Espera. Então comigo isso não deu certo? Por que eu ainda gosto de dinheiro, e gosto da Robin, e não gosto que o Sanji toque em mim. – Ela vez uma cara feia em direção ao seu corpo, ali tão indefeso nas mãos de uma alma tarada.

— Vai ver é porque você sabe cozinhar. – Zoro concluiu. – Mas não teremos tempo de comprovar isso, temos que descobrir como destrocar. A lição que devemos aprender. Tenho alguns palpites.

Zoro expôs todas as ideias que teve. Muitas delas tinham fundamentos, outras eram bem malucas, quem sabe a união do cérebro de Robin e a alma de Zoro dava um resultado inesperado de inteligência com loucura.

— Já vai anoitecer. O resto do bando deve estar à nossa procura. – Nami coçava insistentemente a barbicha. – Se eles nos verem assim, pode piorar a situação.

— Tem razão Nami-san. Logo o Luffy vai querer jantar, e eu não fiz nada ainda. Nem sei se conseguirei sequer cortar um peixe com essas mãos delicadas. – Sanji olhou para suas mãos, os dedos finos com unhas bem tratadas de Nami, era tão perfeita. Ela girou os olhos, o mandando parar de babar ou ia estragar a pulseira de ouro.

— Então temos que voltar. – Robin podia ouvir seu estômago roncar, e a boca ficar seca, desejando beber algo bem forte. Olhou para seu corpo, que estava na sua frente, também estava com saudades dele.

— Não se preocupe. Eu não vou ficar abusando do seu corpo, e é melhor ir para o navio, porque eu quero tirar essas roupas. – Zoro jogou os cabelos para trás, fazendo um nó, como se fosse uma corda. – Essa coisa esta apertando minhas costelas, como você aguenta? – Ele apertou os dedos sobre o corpete, bem em cima das costelas. Não entendia porque mulher gostava de andar desconfortável daquele jeito, só para ficar bonita.

Todos concordaram em voltar para o navio. Antes combinaram algumas coisas para não dar gafe, e assim manter o segredo apenas entre eles. Nami mandou Sanji parar de andar como se estivesse pisando em ovos, era muito simples caminhar num salto alto. Ele se esforçou até conseguir andar sem ter o perigo de entortar o pé, mas ainda com a ajuda dela, segurando sua mão. Robin pediu para Zoro parar de mexer no cabelo e não ficar puxando a saia para baixo toda hora, levantaria suspeita.

— Mas esse negócio aqui de baixo está incomodando.

— Tudo bem, depois eu te dou uma calcinha anatômica.

— Eu não uso calcinha. – Esbravejou.

— Você esta usando uma agora mesmo. E garanto que é a maior que tenho.

Ele saiu marchando para fora do casarão abandonado, desejando chegar rapidamente no Sunny para vestir uma cueca e tirar aquela roupa apertada. Passaria o resto na noite no quarto sem falar com ninguém, assim poupava ele de manter as aparências.

Quando chegaram ao navio, a primeira coisa que Luffy fez foi cair em cima de Sanji pedindo comida. Ele reclamou que já tinha passado do horário de jantarem e que mais tarde ainda tinha um lanchinho a fazer antes de dormir. Nami reclamou com Luffy, ordenando ele sair de cima dela, sentando-se a mesa, todos que não sabiam da troca de corpos olharam para ela. Já ia mandar Sanji fazer o jantar, quando se recordou que ela era o Sanji. Então, todo mundo esperava que ela fizesse o jantar.

Aquilo estava ficando confuso.

— Eu vou querer todos fora da minha cozinha. Menos a Nami-san. – Entregou um pedaço de pão para Luffy, que foi arrastado por Usopp para fora.

— É uma honra ficar aqui com o cozinheiro mais lindo e maravilhoso do mundo. – Sanji mandou beijos para Nami, que pegou a faca ameaçando ele.

Chopper achou aquilo estranho então decidiu dar continuidade a pesquisa de um novo medicamento que estava estudando. Franky passou a tarde inventando, estava animado para por em prática todas as invenções, Brook seria sua cobaia.

— Me ajude a fazer o jantar, rápido. – Nami entregou a faca nas mãos de Sanji.

— Pode deixar, em meia hora tudo estará pronto. – Passou vinte minutos e Sanji mal conseguiu cortar todo o peixe. – Eu sou uma fraude. Não consigo nem cortar um peixinho. – Chorou com o peixe nos braços.

— Tá sujando toda a minha roupa. – Nami pegou o peixe e jogou em cima da pia. – Você que vai lavar para tirar o cheiro de peixe. – Ela escolheu uma das facas e começou a cortar o peixe do mesmo jeito que Sanji costumava fazer. – Olha! Eu estou conseguindo.

A partir daí, ela preparou o molho, a salada, arroz, o peixe e alguns bolinhos de queijo e camarão para a entrada. Sanji a abraçou feliz, sentindo saudade de seu corpo, não viveria sem suas habilidades. Nami ordenou que ele a soltasse, para não deixar os cabelos dele, digo dela, cheirando peixe.

Assim que entrou em seu quarto, Robin tirou as espadas da cintura. Mesmo que estivesse com a força física de Zoro, ela não via a necessidade de usar aquilo dentro do quarto. Tirou também a roupa de tecido grosso, e os coturnos. Não era nada agradável o cheiro das meias. Decidiu tomar um banho. Passou o shampoo diversas vezes nos cabelos e depois um creme, manteve ele por pelo menos vinte minutos para hidratar. Enquanto isso esfregou todo o corpo com uma espoja áspera, principalmente nos pés. Ficou tentada em depilar o corpo, dando uma risadinha em seguida, imaginando a cara de Zoro após retornar para seu corpo original. Foi para o quarto, sem ninguém ver, assim não perguntavam o que Zoro fazia entrando no quarto das mulheres.

Olhou-se no espelho, tirando a toalha. Nada mal. Mas poderia melhorar. Usar um perfume e desodorante, e creme para os braços, pernas, mãos, fazer uma limpeza facial, lixar e cortar as unhas das mãos e dos pés. Ótimo! Estava muito melhor assim.

Zoro bateu na porta do quarto e entrou, trazendo algumas roupas para Robin vestir, porque não queria ver seu corpo passeando por aí com calça de couro, assim ele também poderia pegar uma com ela, mas algo confortável e que não apertasse, e nem que se exibisse.

— O que você fez com meu corpo? – Arregalou os olhos, largando as roupas em cima da cama da arqueóloga, e chegando pertinho dela. – Que cheiro é esse?

— É o meu perfume.

— Está usando perfume de mulher em mim?

— Creme também.

— Não passe essas coisas no meu corpo. – Zoro pegou a camisa branca e calça verde, estendendo para Robin.

— Seus cotovelos são ásperos, e os joelhos também. Se passar um creme sempre após o banho, vai ficar ótimo em alguns dias.

— Você fez a barba também? – Ele analisou de pertinho.

— Sim, com cera. Toca seu rosto, está macio. – Ela pediu, virando o rosto para que Zoro tocasse. – Não precisa ficar com medo, você vai pegar no seu rosto, não tem nada demais.

Zoro esticou a mão, sentindo a maciez em sua pele. E não é que era verdade? Ele sacudiu a cabeça, desmanchando o nó que fizera no cabelo anteriormente. Achando aquilo loucura demais. Robin separou uma calça e camisa simples para Zoro vestir. E também um sapato. Já a calcinha, Zoro mandou Robin jogar aquilo no lixo porque ele nunca mais usaria uma coisa daquela. Antes de ele sair do quarto, Robin pediu para que ele sentasse na cama, pegou o pente e um laço de cabelo, fazendo um coque alto para que assim os fios não o incomodasse mais.

Ah! Muito melhor agora. Podia sentir um ventinho no pescoço, sem cabelo para atrapalhar.




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