POV. Claire.

-Vem Claire, eu estou morrendo de fome. _ Bianca me puxava.

-Credo, Bibi, parece até o Malcom desse jeito. Exagerada. _ Eu disse e ela deixou escapar um suspiro. Bianca sempre fora apaixonada por Malcom e nunca disse isso a ninguém.

-Vem logo, Nico está nos esperando lá. _Ela disse.

-Não, vai você, eu vou ficar vendo...Vendo...Esses artesanatos. _ Peguei um colar e mostrei a ela, Bianca revirou os olhos.

-Não pode fugir do Nico para o resto da vida. _ Ela disse.

-Duvida? _ Pergunto com uma sobrancelha arqueada.

Olho para a lanchonete e vejo que Nico vem em nossa direção, eu coro.

-Eu vou falar com a Thalia, eu acho que vi... Roupas de bebê, é isso, roupas de bebê. _ Eu digo e saio correndo.

Sento na beira do lago e fito o nada, eu sempre gostei de Nico, mas... Eu tenho medo, é isso, eu tenho medo dele não gostar de mim, dele gostar de outra pessoa, tenho medo de amar.

-Ninguém pode ter medo de amar. _ Ouvi a voz da Silena ao meu lado.

-Pode ler pensamentos? _ Pergunto e ela ri.

-Eu leio sua expressão.  _ Ela diz e eu suspiro.

-Para você é fácil falar Silena, você é bonita, você tem quem você ama aos seus pés. _ Eu digo e ela suspira.

-Não é tão fácil assim Claire, o amor é difícil de encontrar e também é difícil achar alguém para corresponder. _ Ela diz.

-Esse é meu medo Silena e se ele não corresponder? _Pergunto.

-Olha Claire, você pode amar alguém, mas não pode obrigar essa pessoa a te amar, você sabe disso. _ Ela diz.

-Isso não me ajudou muito. _ Digo com um sorriso forçado.

-O que eu quis dizer, Claire, se ele não te amar você ergue a cabeça e segue em frente, há milhares de pessoas na Terra, você é bonita, você é uma garota super especial, vai existir alguém perfeito para você. _ Ela diz e eu a abraço

-Obrigada Silena. _ Eu digo.

-Não precisa agradecer. _ Ela afirma._ Quer um conselho?

-Sim.

-Levanta daqui e vai falar com ele. _ Ela diz.

-Mas Silena eu não sei o que falar. _ Eu disse.

-Olhe, nunca tenha medo de falar sobre seus sentimentos a ninguém.

-Tem certeza? _ Pergunto.

-Absoluta._ Ela sorri e sai.

Silena é um pouco romântica demais e sabe tudo sobre o amor, por mais que eu não queira fazer isso Silena está certa, não posso ficar fugindo de Nico para o resto da vida, eu vou falar com ele é o melhor que eu poço fazer.

Levantei e respirei fundo.

Caminhei até a lanchonete e Nico estava sentando conversando com uma... Garota?

Ela tinha longos cabelos pretos e olhos verdes, pele morena.  Respirei fundo e caminhei até lá, eu não estava perto o bastante, mas consegui ouvir algo como “Você é gatinho” ou “Me passa o celular”.

-É esqueça Clair, ele já tem companhia. _Murmurei.

-Nunca desista do amor. _ Silena passou do meu lado com Charles e sussurrou isso no meu ouvido.

Fiz um “obrigada” sem som e ela sorriu.

Entrei na lanchonete disposta a ignorar Nico e caminhei até onde a garçonete estava e pedi um cappuccino gelado, coloquei o canudo dentro do espaço na tampa e fui me sentar em uma mesa longe. Nico sorriu para mim e se levantou deixando a menina só com uma cara de “What The Fuck?” e se sentou na minha mesa.

-Não é muito educado deixar as pessoas falando sozinha. _ Eu disse.

-Quem liga? _ Ele disse e eu ri baixinho.

-Vai fazer isso comigo também? _ Pergunto e ele nega.

-Por que eu faria isso?_ Perguntou.

-Não sei. _ Dei de ombros.

-Posso te fazer uma pergunta? _ O olhei com a sobrancelha arqueada._ Outra?

-Pode. _ Disse indiferente.

-Estava fugindo de mim? _ Ele perguntou.

-Não... Eu... Só estava triste. _ Eu não menti.

-Comigo? _ Ele perguntou.

-Não. Comigo. _ Eu disse.

-Por quê? O que aconteceu? _ Ele pergunta.

“nunca tenha medo de falar sobre seus sentimentos a ninguém”

-Você apareceu, estava tudo tão perfeito até você falar comigo e eu me apaixonei, foi isso, eu estava ótima, na boa mesmo... Já tinha até me esquecido que o amor existia e você chegou com um jeito tão doce e... Argh, eu me perdi, porra! É esse o problema do amor, você só se fode! Eu pensei que fossemos amigos sabe? Mas eu me apaixonei e fiquei estranha, eu não entendo o que o amor faz com as pessoas, mas elas se afastam, eu me apego fácil as pessoas e eu já perdi muita amizade com essa droga de amor, eu não queria perder a sua, foi isso o que aconteceu, está satisfeito? _ Joguei tudo enquanto as lágrimas desciam em meu rosto, Nico me encarava pasmo, levantei e saí dali correndo, sem rumo. Seja o que eu tenha feito aquilo me ajudou, eu estava cansada de tudo aquilo guardado.

-Claire! _ Ou via Nico me chamar, mas eu não queria ir ou ao menos parar.

Sentei no banco perto do rio e fiquei olhando o sol, enquanto as lágrimas caiam.

-Você tem uma mania de fugir de mim. _ Ouvi a voz de Nico com uma risada baixinha. Ele sentou ao meu lado e eu desviei o olhar encarando o chão.

-Me deixa sozinha. _ Disse em um tom frágil.

-Claire, não fica triste, não é obrigado você perder uma amizade só porque ama alguém. _ Ele disse e segurou meu rosto com delicadeza me fazendo olhar para ele._Eu também te amo, entende? Foi por isso que eu falei com você, foi por isso que eu te convidei para vir essa viagem, foi por isso que eu vim até aqui para falar com você, foi por você que roubei as rosas no jardim da minha vizinha, foi por que você pediu que eu fiz aquela música e eu faria tudo de novo, porque eu te amo entende? Você é a única coisa que na minha vida que eu tenho ciúmes, eu te amo e isso NUNCA vai mudar.