–Surpresa! _ Eu riu.

–Espera, o menino que eu dancei era você? _ Perguntei sorrindo.

–Uhum. _ Ele sorriu.

Eu não acredito que era realmente ele, eu sempre quis que fosse ele, mas eu não podia, eu já sofri por amor uma vez e não vou sofrer de novo, Percy é um daqueles caras que só ficam por diversão e se ele fizer o mesmo comigo? E se ele me largar sem motivos? E se ele ficar com outra pessoa?

–Eu preciso ir. _ Falei em um fio de voz e sai, ou melhor, tentei sair já que um par de mão me puxaram.

–Annabeth, fugir de mim, de novo? _ Perguntou e eu desviei meus olhos para o chão.

–Desculpe. Eu só não consigo. _ Murmurei e fiquei a observar o chão, que nesse momento parecia tão interessante.

–O que você não consegue Annabeth? _ Perguntou.

–Nada Percy, esquece ta? _ Eu soltei de seus braços e saí, o deixei lá plantado.

Saí portão a fora e andei pelas ruas escuras e sem ninguém, as lágrimas insistiam em cair, os meus pés doíam e eu estava cansada retirei meus saltos e continuei a caminhar. Meu celular insistia em tocar, era Thalia, mas eu não iria atender, eu só não queria alguém comigo, eu quero ficar só, entrei em uma loja de instrumentos.

–Olá. _ A moça fala sorridente.

–Você poderia me vender um violão? _ Perguntei e ela fez cara de “sinto muito”

–Desculpa menina, mas a loja está fechando, não tenho autorização para vender nada, ou melhor, não posso vender nada, preciso doar esses instrumentos. _ Ela disse triste e nervosa.

–Tudo bem. _ Bufei e quando ia sair ela me chamou.

–Menina, espere. _ Ela disse.

–O que? _ Perguntei me virando.

–Você poderia fazer a loja evoluir. _ Ela disse sorrindo.

–Como? _ Perguntei sem entender.

–Pegue um violão e toque para mim, por favor. _ Ela estava triste, resolvi fazer isso, aliás ajudar alguém não fazia mal nenhum.

–Qual música? _ Perguntei e ela sorriu.

–A que você quiser, pegue esse violão. _ Ela me entregou um violão lindo.

Sentei no banco e comecei a cantar, era uma música em português,não foi difícil acertar a letra eu escutava muito essa música. Ela se chamava odeio de uma cantora chamada Manoela Gavassi.

Eu odeio o seu sorriso
E seu jeito de falar
Eu odeio quando você me olha e dou risada sem pensar
Eu odeio quando você me chama para conversar
Eu odeio quando você vem odeio mais ainda te esperar

Eu não sei o que fazer
Não tem ninguém aqui pra me impedir de te escrever outra canção pra me fazer entender
Que eu te odeio tanto por que gosto de você

Eu nunca acreditei que era mesmo pra valer
Eu nunca admiti que me importava com você
Agora tanto faz não quero mais me esconder
Estou falando na sua frente que eu te odeio
Por gostar tanto assim de você

O local já estava cheio de gente, algumas só me observava cantar e outras compravam instrumentos, a letra ninguém entendia então me importei de cantar ela.

Eu odeio dar conselhos que você nem vai usar
Eu odeio quando você fala dela e eu finjo não ligar
Eu odeio ver você com alguém que não tem nada haver
Eu odeio ela ser tão sem graça
E você nem perceber

Eu não sei o que fazer
Não tem ninguém aqui pra me impedir de te escrever outra canção pra me fazer entender
Que eu te odeio tanto porque gosto de você

Eu nunca acreditei que era mesmo pra valer
Eu nunca admiti que me importava com você
Agora tanto faz não quero mais me esconder
Estou falando na sua frente que eu te odeio
Por gostar tanto assim de
Você...
Vai acordar num dia e perceber
Que mesmo sendo um pouco estranha do meu jeito
Eu tentei te convencer
Que hoje eu acredito que é mesmo pra valer
Confesso eu admito que me importo com você
Agora tanto faz não quero mais me esconder
Estou falando na sua frente que eu te odeio
Por gostar tanto assim de você.

Quando eu terminei cantei a música Garoto Errado da mesma cantora, só para ajudar a moça que estava super feliz, quando acabei todos saíram e ela veio falar comigo.

–Menina, você está de parabéns! _ Ela me abraçou.

–Obrigada.

–Sou Zoe. _ Ela sorriu amigavelmente.

–Annabeth.

–Você me ajudou muito, eu quero que você fique com o violão. _ Ela sorriu.

–Sério? Para mim?

–É você me ajudou demais.

–Que nada, você que me ajudou, não sabe como eu precisava cantar, precisava desabafar. _ Ela sorriu amigavelmente.

–Se precisar, estarei aqui.

–Obrigada, bem, eu preciso ir. _ Eu disse e me despedi, caminhei de volta para casa.

Subi direto para o meu quarto sem nem ligar para meu pai gritando por mim. Tranquei a porta do meu quarto e vesti um pijama qualquer, peguei meu notebook e me deitei na minha cama.

Abri meu MSN e a primeira pessoa a falar comigo foi Thalia, ela perguntou, onde eu estava, como eu estava, o que acontece e blábláblá.

Alguém bate na porta.

–Quem é? _ Pergunto.

–Sou eu Annabeth, Frederick.

Levantei e abri a porta.

–Annabeth, aconteceu algo? _ Perguntou.

–Não. _ Menti.

–Vou sair mais cedo amanhã ok? Tenho hora extra no trabalho e chego provavelmente às onze da noite.

–Tudo bem e minha madrasta?

–Ela vai visitar uma amiga, Lygia e os garotos vão para a escola.

–Ok.

Bobby e Matthew são mais novos que eu, por isso vão para outra escola, minha escola é apenas para o ensino médio.

Já que eu não tenho pai para atrapalhar, madrasta chata brigando e irmãozinhos pertubando, eu não vou para a escola amanhã.