As meninas estavam mais a frente do avião e eu me isolei sentada do lado de uma janela com meu fone de ouvido.

Quando ouvia algumas risadas dava uma olhada para saber de onde elas conseguiam tirar aquilo, logo nesse momento, quando ouvi mais uma vez elas rindo senti alguém puxando meus fones de ouvido com força.

—EI!-Gritei reclamando, quase chutando a barriga de Nahuel.

—De nada.-Ele diz e começou a voltar para seu lugar do lado de Kate.

—Me dá o meu fone!-Reclamo.

—Se socialize Renesmee, esse drama já está enchendo o saco.

—Você diz isso por que está com a Kate.

—Na verdade concordo com Nahuel e todas nós deixamos alguém para trás Nessie. -Lilium diz séria.

—Alice viu meu noivo morrendo, não o de vocês.-Falei.

—Chega!-Carlie gritou.-Você toma vergonha na sua cara Renesmee, entendemos o que você está passando, mas estamos justamente indo resolver o problema, então para de drama!

Eu a encarei meio chocada com a falta de paciência dela repentina. Eu sabia que ela estava certa, mas é claro que eu não queria aceitar.

Mary segurou minha mão e me puxou para seu lado.

—Pelo menos tente.-Ela falou.

Respirei Fundo.

—Ok.Qual o assunto?

—Estávamos relembrando o casamento da Carlie.

Eu dei um sorriso,me lembrando dos detalhes.

—Todos da minha família ficaram bêbados.-Falei.-Depois você me fala sua fórmula para eu usar no meu casamento Carlie.

Todos começaram a rir.

—Seu pai dançou com sua mãe a festa toda.-Carlie disse.

—E ela adorou.-Falei ironicamente.

—Claro que sim, sua mãe adora dançar.

—Quase estava indo ajudar ela.-Falei rindo.

—Não se esqueçam da Jane pegando o buquê.-Ashley disse.

—Culpa do Alec chamando ela.-Mary disse.

—Não culpem meu marido.-Carlie disse.-Era o destino.

Gargalhei.

—Marlon sentiu isso.

E assim seguiu nossa viajem até a Irlanda.

Lá ficou Carlie e Mary para visitar o clã irlandês e tentar os convencer de nos ajudar.

Em Dublin pegamos voos para lugares diferentes.Eu estava indo para o Egito convencer pelo menos o Benjamin de ajudar, já que Amun era muito chato com esse tipo de aproximação, Ashley e Lilium foram para Romênia para falar com Vladimir, Nahuel e Kate foram para a Amazônia.

Os Nômades eram responsabilidade de Alice, mas não tinha certeza se todos ainda iriam aceitar.

Minha fé em Benjamin estava bem alta, mas eu tinha que dar um jeito em Amun.

Por isso o voo foi pensado nisso, Jake me atualizava sobre as coisas que aconteciam em La Push, já que ele não ficaria na minha casa por algum tempo, até eu voltar.

Ao chegar no Egito, fui recebida por um cara que era contratado pela Alice, não conversei com ele, só pedi pra ele me levar no endereço que Alice tinha me dado. Eu estava com muita pressa.

Assim que parei em uma casa bem distante de outras casas, o homem me avisou que esse era o endereço, saí junto com minha mala (que estava pensada demais agora).

A porta de lá se abriu no momento que fechei a porta do carro e vi alguém que não queria ver.

Amun.

Abri um sorriso sem saber se ele me reconhecia ou não.

Ele estava examinando meu rosto com cuidado, - talvez procurando algum traço que me lembrava como a pequena menina que tinha conhecido a alguns anos atrás. Kebi surgiu ao seu lado e me encarou da mesma forma que Amun fazia.

Olhei para o motorista que continuava parado em frente a casa.

—Obrigada.-Entreguei mais dinheiro do que necessário.-Pode ficar com o troco.

Seus olhos surpresos passaram do dinheiro a mim.

—Eu que agradeço senhorita.-Então ele acelerou saindo de lá rapidamente.

Dei uma risada sarcástica.

—Americana.-Kebi sussurrou para Amun.

Me virei novamente para os dois. Eles realmente não se lembravam de mim... Claro que eu tinha mudado um pouco desde a época da guerra entre os Volturi, mas eu não estava tão diferente assim. Meu cabelo tinha a cor bronze como a do meu pai e meus olhos castanhos, sem contar o meu sorriso, ele era idêntico ao do meu pai, não entendia a razão deles não se lembrarem de mim.

Andei até alguns centímetros da porta, onde os dois continuavam me encarando.

—Olá Amun.-Falei.-Kebi. Acho que vocês não estão lembrados de mim.

Sim, é estranho dizer isso para vampiros que tem uma mente fotográfica, mas o que eu poderia dizer?Eles não faziam ideia de quem eu era.

Os dois estavam atônitos com minha afirmação.

—Sou integrante do clã Olympic ou Cullen, como vocês queiram chamar.-Sorri amigavelmente, tentando persuadi-los.-Ainda não se lembram de mim?

—Deveríamos lembrar?-Kebi pergunta.

—Sou Renesmee, filha de Isabella e Edward Cullen. A Híbrida.

Surpresa, Kebi abriu um sorriso.

—Você cresceu bastante.-Ela comentou.

—Obrigada.-Respondi.

Amun cruzou os braços ainda sério.

—O que Carlisle quer agora?

—Nada.-Respondi, atuando minha cara de inocente.-Só gostaria de visitar Benjamin e Tia, prometi que algum dia voltaria a reencontrá-los.

—E por que seus pais não estão juntos a você?

—Acho que estou bem crescida para viajar sozinha.

—Estando ou não. Você é preciosa demais para andar sozinha.

—Obrigada Amun, mas nem sempre tem vampiros que querem me matar.

Irônico, eu sei.

—Posso entrar?-Perguntei voltando a sorrir.

—Benjamin não está no momento.-Amun respondeu.

—Não?Ah!Sem problemas,eu espero.-Andei um passo para frente, mas Amun não saiu da frente, nem Kebi.

Respirei Fundo.

—Como saberei que é mesmo Renesmee Cullen?

Segurei uma das suas mãos e o mostrei minha lembrança da "Guerra" contra os Volturi, mal me lembrava, mas talvez fosse o suficiente.

—É o suficiente?-Perguntei.

Ele olhou para Kebi e logo para mim em segundos.

—Kebi, leve-a para um quarto por favor.

Ele saiu de minha vista em um vulto.

—Espero que não esteja aprontando nenhuma besteira.-Kebi falou.-Siga-me.

Andei atrás dela examinando bem pouco do lugar, não queria parecer curiosa demais, embora eu fosse bastante.

Ela me levou para o segundo andar da casa e abriu a porta logo a frente da escada.

—Quanto tempo pretende ficar aqui? - Ela me perguntou abrindo a cortina de uma enorme porta de vidro, onde tinha uma enorme varanda com uma vista de tirar o fôlego.

—Hã...Acho que só uma semana.-Respondi.-Benjamin está viajando ou só saiu para caçar?

—Desconheço o que Benjamin esteja fazendo,sei que ele estará aqui em poucos dias.

Franzi a testa.

—Amun sabe o que ele está fazendo?

—É claro que sim.-Ela me respondeu.-Aproveite a estadia.

—___/ /____

Fiquei dois dias esperando que Benjamin finalmente aparecesse em casa, na verdade, achei que ele tinha fugido, mas é claro que ele não faria isso.

Esses dias eu fiquei sabendo bem pouco do que as meninas tinham conseguido, Nahuel encontrou com suas irmãs quando estavam a caminho das Amazonas, o incrível é que as três estavam juntas, elas não tinham visto seu pai fazia algumas semanas e parecia que a coisa estava séria, mesmo assim os quatro irmãos eram bem próximos, então todas aceitaram nos ajudar. As Amazonas quase atacaram Kate, não as culpava, já que invadiram o território delas, sem nem se apresentar, mas Nahuel conseguiu chegar antes que Kate fosse jogada para o outro lado da floresta.

As Amazonas estavam esperando me reencontrar em poucos dias no Texas, elas mal ouviram o problema que Maria estava fazendo para matar Carlie e a mim, elas aceitaram tão rapidamente, que Nahuel achou até meio sem sentido.

Ashley e Lilium estavam quase convencendo Vladimir a ajudar, mas ele ainda não sabia que os Volturi estavam juntos, então a sua decisão era incerta.

Os irlandeses já conheciam as meninas e já estavam praticamente de malas prontas para participar da guerra, eu tinha que agradecer muito a eles sobre isso.

Eu era a única que não havia dito uma palavra sobre a guerra.

Era quase madrugada, quando ouvi passos lentos de fora da casa dos Egípcios, larguei meu celular na mesma hora, talvez Maria tivesse descoberto onde eu estava. Me levantei pronta para atacar.

A porta da entrada se abriu e eu liguei a luz da sala, o cabelo longo, preto e liso de Tia me fez reconhecê-la facilmente, o que me fez relaxar na mesma hora. Benjamin apareceu logo atrás dela e seus olhos vieram diretamente até mim, Tia me olhou alguns segundos depois dele, mas diferente de Amun e Kebi os dois abriram um sorriso na mesma hora.

—Nessie?-Os dois disseram em um coro.

Obrigada Pai, pelo menos eles me reconhecem.

—Em carne e osso.-Falei andando até eles.

Abracei os dois emocionada, agora estava mais alta que os dois, claro que não era uma gigante ao lado de Benjamin, mas era um pouquinho mais alta.

—O que você está fazendo aqui?-Tia disse rindo.-Você mudou tanto!

—Parece que não te vemos a tanto tempo.-Benjamin falou rindo.

Eu não conseguia parar de sorrir para os dois.

—Eu precisava vir aqui.-Respondi a Tia.

—Como conseguiu convencer Amun de entrar?-Benjamin perguntou.

—Foi um pouco difícil, ele é bem desconfiado, mas eu tenho meus métodos.

Voltei a me sentar no sofá, enquanto os dois estavam em pé logo a minha frente.

—E quais as novidades?

Meu sorriso desapareceu, agora eu estava ficando um pouco nervosa.

—Bem, não é bem uma coisa boa.

Os dois se entreolharam.

—Tem a ver com os Volturi?

—Mais ou menos.-Respondi.-Mas eles não estão contra nós.

Benjamin pegou duas cadeiras em outro comodo e ambos se sentaram.

—Alguma coisa me diz que é uma longa história.