Dez anos depois....

POV Bella

Já se passaram nove anos depois que sai do Alaska. Meu pai recebeu uma oferta de emprego como chefe de policia de uma pequena cidade do Estado de Washington nos Estados Unidos. Tivemos que nos mudar, o que foi uma coisa boa, pois no Alaska eu não tinha amigos. Morava em uma casa isolada de tudo e de todos. Sinto falta apenas dos dias que patinava no lago em frente a minha antiga casa. Era uma das minhas únicas formas de diversão. Lembro de um dia estar patinando, e o gelo quebrou e eu acabei afundando na água gelada. Nesse dia foi quando vi o meu anjo da guarda. Ele me salvou da morte certa. E por outras vezes eu o vi parado no meu quarto. Mas eu fingia dormir. Ele era tão lindo e tinha uns olhos da cor dos Whiskys que meu pai toma. Uma vez eu estava dormindo em minha cama e senti alguém ajeitando meus lençóis, pensei que fosse meu pai ou minha mãe. Mas não, era ele, o meu anjo da guarda. Fiquei olhando para ele por alguns segundos, mas acabei dormindo novamente. Foi a última vez que o vi. Muitos anos se passaram desde que vim para Forks. Eu tinha uma bela casa, minha família era muito unida, e eu tinha ótimos amigos. O que mais uma garota poderia querer?

_ Bom dia! – Falei cumprimentando meus pais enquanto entrava na cozinha.

_ Bom dia. – os dois disseram em coro. 

_ Sente Bella. Eu vou servir o seu café. – minha mãe disse enquanto estava fritando ovos com bacon para comermos. Meu pai lia seu jornal como sempre. Já estava uniformizado para mais um dia de trabalho na delegacia.

Minha mãe terminou de preparar nosso café da manhã e nos pusemos a comer. Conversando sobre minha escola, o trabalho do meu pai e também sobre o mais novo caso que minha mãe havia pegado no escritório. Ela é advogada trabalhista e trabalha em um escritório de advocacia em Port Angeles. Uma cidadezinha um pouco mais evoluída que Forks. Depois de comer e escovar os dentes fui para a escola.

Eu ganhei um carro de presente de aniversário de 18 anos a pouco mais de um mês, dia 13 de setembro. Meus pais ganham bem e com a ajuda do dinheiro que ganhei em meus trabalhos de verões durante 5 anos, comprei o carro que eu queria, do jeitinho que eu queria. Um Kia Cerato 0 km vermelho escarlate. 

Cheguei à escola o sinal ainda não havia tocado. Estacionei meu bebê (é assim que eu o chamo), na minha vaga de sempre no estacionamento. Encontrei Ângela saindo do carro dela.

_ Bom dia Ang. – eu falei quando estava perto suficiente para que ela me ouvisse.

_ Bom dia amiga. Como está hoje? – Ângela Weber sempre de bom humor. Ela é muito legal e desde que vim morar aqui somos amigas. O  pai dela é escrivão e trabalha na delegacia com o meu pai. Os dois são grandes amigos, assim como eu e Ang. A mãe morreu quando deu a luz ao segundo filho, Dylan, irmão de Ang. Mas isso já faz muito tempo, eu ainda não morava aqui em Forks.

_ Muito bem. Vamos entrar? Parece que vai chover. – eu disse observando o céu, que estava sempre nublado. Mas algumas nuvens roxas indicavam que iria chover em pouco tempo. Foi dito e feito. Mal entrei na sala onde seria minha primeira aula e a chuva começou.

_ Bella você soube que hoje vão chegar alunos novos? – Ang perguntou. Mesmo ela não tendo essa aula comigo me acompanhou até a minha sala.

_ Ouvi alguma coisa desse tipo. – eu respondi. Eu tinha ouvido falar desses novos alunos, mas não dei importância para o fato.

_ Eles são filhos do novo médico da cidade, Carlisle Cullen, ou algo assim. Parece que são duas meninas e três meninos. Tomara que sejam bonitos e legais, estamos em falta disso aqui. – ela disse sorrindo.

_ Que coisa feia dona Ângela. Se o seu namorado ouve você falando isso hein... tsi tsi tsi – eu disse numa falsa repreensão.

_ Ah, Bella. Eu amo o Ben. Mas não custa nada ter umas paisagens diferentes por aí você não acha?  - ela perguntou rindo.

_ Hum.

Nós duas ficamos conversando mais um pouquinho até que o sinal para a primeira aula tocou. Ang foi para sua sala e eu ajeitei minhas coisas na carteira. A sala já estava cheia quando o professor Mason, de biologia, chegou à sala. Ele cumprimentou a turma, eu nem ao menos prestei atenção, estava lendo um livro, A sombra e a escuridão. Só voltei a prestar atenção quando ouvi uns suspiros pela sala. Olhei em volta e todas as meninas babavam por alguém, ou alguma coisa. Olhei mesma direção que ela e me deparei com um par de olhos cor de Whisky conhecidos. Só não me lembrava de onde. Um rapaz alto, magro, porém se via seus músculos através da camisa preta. Seus cabelos estrategicamente desgrenhados em um tom de bronze que eu nunca havia visto antes. Sua pele muito clara, rosto anguloso e lábios rosados. Ele era perfeito. Mas senti algo familiar em sua fisionomia.

Ele me encarava aparentemente surpreso. Enquanto falava com o professor não tirou seus olhos de mim. E parece que as meninas perceberam isso, pois também me olhavam, mas de um jeito nada bom. Abaixei minha cabeça olhando novamente para o livro em minhas mãos, sem conseguir enxergar nenhuma palavra escrita. O professor lhe falou algo, mas eu não prestei atenção, apenas quando ouvi o meu nome que olhei para ele. O deus grego adolescente vinha em minha direção, sem desviar o olhar, sentou-se ao meu lado na carteira.

Instantaneamente fiquei rígida em meu acento.  O que é que ele tanto via em mim? Tentei ao máximo prestar atenção na aula, mas ainda sentia seu olhar e o das meninas da sala me perfurando. Provavelmente eu irei ficar  vermelha pelo resto da vida de tão corada que fiquei. Ao termino da aula eu comecei a arrumar meu material para seguir para minha próxima aula.

_ Oi – uma voz melodiosa me fez parar o que estava fazendo instantaneamente.

_ Oi. – eu disse, mas não passou de um sussurro.

_ Meu nome é Edward Cullen, sou novo na escola. – ele disse e um discreto sorriso aparecia por entre seus lábios.

_ Isabella Swan. – respondi em uma voz um pouco mais firme.

_ Muito prazer. – ele estendeu sua mão e eu a apertei. Sua pele era fria como gelo. O que me fez arrepiar, mas ao mesmo tempo era uma sensação boa.

_ Prazer. – eu falei desconcertada. De onde eu o conheço? _ Pode ser apenas impressão... Mas acho que já nos vimos em algum lugar. Eu só não lembro onde.

_ Mesmo? – ele disse. Seu rosto havia tomado uma expressão um pouco mais séria.

_ Deve ser impressão. Foi bom falar com você Edward. Mas agora eu tenho que ir para minha próxima aula.

_Qual é sua próxima aula? – ele perguntou curioso.

_ História.

_ É a minha também. – ele disse sorrindo. Minhas pernas fraquejaram quando vi seu sorriso.  _ Posso te acompanhar?

_ Claro.

Seguimos juntos para a sala de História. Fomos conversando amenidades, e por onde passávamos todos os alunos nos encaravam, quer dizer, o encaravam. Quem em sã consciência deixaria um homem lindo desses passar despercebido? Cumprimentei alguns amigos meus que encontrei pelo caminho, como Ben, Eric, Tyler, Jessica e alguns outros conhecidos. O dia transcorreu normalmente. Tive minhas aulas, a maioria com Edward. Na hora do almoço ele foi juntar-se aos seus familiares. Ele até me chamou para ir junto, mas meus amigos já me esperavam na nossa mesa habitual. De longe vi seus irmãos, parece que beleza é de família, pois todos são lindos, ele tem dois irmãos, Emmett e Alice e mora com seus primos gêmeos Jasper e Rosalie. Ele me falou que eles estão juntos entre si, e Edward foi o único que sobrou para segurar vela.

Depois de mais um dia na escola voltei para minha casa. Mas um certo carinha de cabelos bagunçados não saia da minha cabeça. E de onde será que eu o conheço?