-Como é que é?- Demorei um tempo para processar a pergunta e além do mais não é o homem da relação que faz a pergunta?  E eu sempre pensei que para namorar ambos deveriam estar apaixonados. E de uma coisa eu tinha certeza, nenhum de nós dois estávamos apaixonados um pelo outro, ela podia dizer ‘eu te amo’ de vez em quando para mim, mas eu sempre sentia aquela falsidade na palavra.

-É estranho eu sei, mas eu gosto muito de você e eu tenho certeza que se nós não nos firmarmos como namorados, vai vim alguém para ‘furar meu olho’.

-Ah já sei o que é. Ta com medo que eu fique com Gerard né?- Garotinha estúpida, namorando ou não com ela, uma hora outra eu ia ficar com ele. Ta, dessa vez até eu me assustei com meus próprios pensamentos.

-É, é isso.

-Não seja boba, eu nunca iria te trair. Mas também admito que eu odeio namorar, então por enquanto vamos deixar com está, pode ser?

-Está bem então, confio em você-Não deveria!

Ficamos um bom tempo na tal sorveteria que eu acabei almoçando um sorvete mesmo, aquele ‘almoço’ foi um inferno, nunca tinha um assunto interessante e legal pra falar com ela, eu contava os segundos pra sair dali, me despedi dela somente com um aceno e quando olhei por cima do ombro vi sua cara de indignada. Cheguei em casa com muita preguiça, estava chovendo muito e estava um frio adorável, ou seja, uma tarde para ficar no sofá, enrolado em um edredom, com um bom chocolate quente e um ótimo filme de terror. Foi isso que fiz, passei a tarde assistindo ‘Horror em Amityville’ e ‘Terror em Silent Hill’. Depois disso acabei adormecendo ali mesmo, acordei com a campainha tocando, já até sabia quem era. Minha mãe.

-Meu filho, que saudades! Que chuva foi essa né? Tem estudado direito mocinho?

-Claro! Mãe vai direto ao assunto, você só vem aqui quando tem algo importante para dizer, então sem mais delongas, diga logo!

Ela suspirou se sentou e ficou um tempo pensando. Até que ela disse:

-Filho, você sabe que eu adoro fazer tudo por você né?

-Sei mãe.

-Então, agora não posso mais. Agora você vai ter que se virar sozinho meu filho. Seu pai me ajuda de vez qm quando vem aí, porém não damos mais conta e também chegamos à conclusão que já está mais do que na hora de você ter mais responsabilidade.

Admito que fiquei um pouco decepcionado com a notícia, sempre fui muito dondoca e eles estavam certos.

-Sem problemas mãe, vocês estão certos. Sou um vagabundo, tenho que deixar de ser assim.

-Ah meu filho você não é vagabundo e nós também sempre fizemos questão de lhe sustentar certo?

-Certo, mais tarde eu procuro um emprego então. Agora, gostaria de tomar uma xícara de café Dona Mamãe?

-Claro meu filho, ah só mais uma coisa, não largue os estudos ok?

-Pode deixar mãe, eu nunca faria uma coisa dessas.

-Por isso que te amo e também por isso que lhe trouxe um presentinho.

-Presente?Mas...- Perdi a fala quando ela me mostrou uma blusa com a estampa da capa do livro H.P relíquias da morte, quase enfartei e logo vesti a blusa.

Fiquei conversando sobre várias coisas com a minha mãe e como sempre ela fez questão de dá uma ajeitadinha básica no meu quarto.

Quando ela foi embora, eu resolvi estudar um pouco e depois fui para internet vê se arranjava algum emprego.

Assim que conectei, Gerard estava on-line e logo veio conversar comigo. Falamos várias besteiras como sempre, falávamos até se a gente iria pro nosso velório ou não.

-Cara eu só vou pro meu velório se eu estiver afim sabe? Ah e claro se tiver um café legalzinho porque senão não irá valer a pena.

-Mas como você vai tomar o café?-Eu perguntei, rindo feito bobo para o PC, como podemos conversar sobre tantas idiotices?

-Meu espírito vem e me dá XD e você vai pro seu velório?

-Só se tocar Green Day e claro só se o Billie Joe for hehe!

-Putz se for assim exijo uma presença importante no meu velório.

-Cara a gente só conversa sobre besteiras, eu hein!

-Né? Ah Frank, desculpa naquela hora que a Jamia te chamou eu fui embora um pouco emburrado.

-Sem problemas, eu te entendo.

-Que bom, é que você sabe o que eu sinto por você né? Então me desculpa, mas não consigo ficar em um mesmo ambiente que o de Jamia.

-Sem problemas cara, não precisa fingir um sorriso pra ela. Eu só fiquei um pouco chateado porque fiquei sabendo que vocês eram amigos e meio que por minha causa vocês pararam de se falar.

-Desculpa

-Não precisa se desculpar poxa. E eii você ta sabendo de algum lugar que esteja precisando de um funcionário é que estou precisando de emprego.

-SÉRIO? Meu eu trabalho em uma loja de música e, aliás, até arrisco cantar de vez em quando numa banda do meu irmão, enfim nessa loja onde eu trabalho estão precisando de um funcionário pra me ajudar no turno da tarde.

-Pô que legal, pode falar com seu chefe hoje? Quem sabe eu possa começar a trabalhar logo. Você canta? UAU um dia quero ouvir você ok?

-Tá pode deixar. E você sabe tocar algo ou canta?

-Não vou mentir não, mas eu mando bem na guitarra.

-Puxa que legal, agora vou indo. Você vem pra festa?

-Ah é né? Vou sim, a gente se fala daqui a pouco então. Boa noite ((:

Fui me arrumar, coloquei qualquer roupa, me enchi de perfume e fui, queria me divertir muito. Chegando lá conheci ‘O’ que uniu nossos destinos, ele se chamava Robert Bryar, porém preferir chamá-lo de Bob, ele era realmente divertido assim como todos os outros amigos presentes: Mikey era irmão de Gerard, Tom, Spencer, Jon, etc. Não era uma mega-festança, era mais um encontro de amigos, ficamos até tarde jogando, conversando, comendo, batemos algumas fotos sem sentido, cantamos e vi Gerard cantando, não tinha coisa mais perfeita. Ele resolveu cantar outra música, agradeci aos anjos por isso, só que ele insistiu que eu tocasse violão, disse que íamos ser a dupla ‘sertaneja’ da noite. Resolvemos Cantar Last Kiss – Pearl Jam.

  When I woke up, the rain was pouring down.(Quando eu acordei, a chuva estava caindo forte,) There were people standing all around. (Havia pessoas paradas por todo lado) Something warm flowing through my eyes, (Alguma coisa quente escorrendo entre meus olhos,) but somehow I found my baby that night. (Mas de algum modo eu encontrei meu amor aquela noite...) I lifted her head, she looked at me and said, (Eu ergui sua cabeça, ela olhou para mim e disse:) "Hold me darling just a little while." ("Abrace-me, querido, apenas um instante",) I held her close, I kissed her--our last kiss. (Eu segurei-a apertado, beijei-a, nosso último beijo.) I'd found the love that I knew I had missed. (Eu encontrei o amor que sabia que tinha perdido...) Well now she's gone, even though I hold her tight. (Bem, agora ela se foi, ainda que eu a abraçasse forte.) I lost my love, my  life-- that night. (Eu perdi meu amor, minha vida, naquela noite...).

Nós não sabíamos naquele instante, mas aquela música tinha
-ao menos o trecho dela- tinha algo haver com a gente. Enfim, a noite terminou com muita cantoria da parte de todos nenhum de nós queríamos ir embora, porém já era tarde e amanhã também havia coisas para fazer, amanhã ainda tinha aula também.

No outro dia uma coisa muito boa aconteceu, adivinha? Jamia não foi, se eu pudesse pularia de felicidade, todo mundo ficava falando ‘olha o amorzinho dele não veio, fica triste não Frankie’ e eu ria com vontade, muito feliz com o acontecido. Além disso, nada demais aconteceu, opa quer dizer na hora de me despedir aconteceu algo me deixou feliz e envergonhado. Depois de almoçar com os meus amigos em um restaurante perto do colégio, onde Gerard também nos acompanhou, eu resolvi ir embora até porque eu tinha um cachorro para dar banho e uma identidade a ser procurada, já que mais tarde eu iria para tal loja de música que Gerard me recomendara.

-Gerard, qual é o endereço da loja mesmo?-Perguntei já me levantando da cadeira

-Ah claro, é na rua Y. É a única loja de música naquela pequena vila comercial então creio que você logo vai achar.

-Tudo bem então, nos vemos mais tarde. Tchau galere!

Dei um abraço em Gerard e quando fui beijar sua bochecha ele virou para mesmo lado que eu e nossos lábios acabaram se encontrando, não tive coragem separa-los, os lábios deles eram tão macios, era uma sensação tão boa que por um momento pensei que fosemos nos beijar ali mesmo, só que meus amigos começaram a rir baixinho, nós escutamos então tratei logo de separar nossos lábios, de má vontade e dei mais um sorriso pro pessoal que ainda estava na mesa, um sorriso um pouco tímido. A caminho de casa não parava de pensar no tal selinho, fiquei pensando se Gerard iria comentar algo sobre isso mais tarde e fiquei pensando também o quão macio eram os seus lábios.

Cheguei em casa, coloquei uma bermuda preta bem surrada e uma blusa branca nas mesmas condições e como sempre Akamaru já estava escondido, prevendo o que estava por vir. Perdi alguns minutos procurando pelo cachorro e o achei escondido no meio da roupa suja que estavam amontoadas na lavanderia.

-Seu safadinho, acha que pode fugir de mim é?- Deixei ‘The Used’ tocando ao último volume enquanto dava banho no meu pequeno, depois que terminei meu trabalho coloquei as roupas sujas na máquina de lavar e fui tomar meu banho. Me arrumei, desliguei a máquina e fui a tal loja que eu nem sabia o nome.

Quando cheguei à rua que Gerard falou que era pra eu ir, logo avistei a única loja dedicada somente à música. Kadosh! É uma loja bem conhecida, com certeza eu iria gostar de trabalhar ali e o principal, ao lado de Gerard. Chegando lá logo fui procurar por Gerard, mas só encontrei um rapaz chamado Josh, ele disse:

-Tive de substituir ele de última hora, ele não veio. Não te falou nada? Ele demonstrou estar doente?

-Não, pelo contrário ele estava muito bem.

-Esquisito, Gerard é responsável. Enfim você será nosso novo ajudante certo?

-Certo!

-Pode subir e ir falar com o gerente, ele é gente boa e se chama Erick McCullen.

Dei um sorriso simpático ao rapaz, um sorriso forçado eu diria até, pois eu estava mesmo é preocupado com Gerard, ele estava tão bem. Será que aconteceu algo na família dele? De repénte não era nada. Cheguei em frente à sala do gerente, fiquei um tempo um olhando para a porta sem vê-la. Dei duas batidas fortes e logo um rapaz jovem, olhos bem verdes e cabelos castanhos veio me receber. Pude ver preocupação em seus olhos e logo ele me perguntou:

-Você é Frank Iero?!

-Eu mesmo, o Gerar... – Não pude terminar a frase, pois logo ele me cortou.

-Eu tive de omitir isso para o funcionário que está aqui, mas fiquei desesperado assim que encontrei essa mensagem no meu celular-Ele me entregou o celular e vi a seguinte mensagem na tela:

Frank Iero, só ele pode me ajudar. Por favor peça para ele entrar em contato comigo ou Jamia o mais rápido possível. Diga isso somente a ele por favor, lhe imploro, preciso de ajuda e ele é o único.Vida ou morte. G.W

-Então conhece essa tal de Jamia?