Nova Geração escrita por AliceTully


Capítulo 2
Capítulo 2




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POV.: Elena

Enquanto eles não entravam, eu pedia desculpas à tia Gina, por ter batido no filho dela.

-Sem problemas, querida, todos sabemos que você quase o mata semanalmente de tanto bater nele. Mas tenho que concordar que ele merece às vezes.

Eu sorri. Tia Gina era a que eu mais gostava, de todas as mães e avós dos meus amigos. Nunca entendi exatamente por que. Mas desde o começo foi assim. Eu confiando nela, nas meninas e odiando ele. SEMPRE. Ele era mesmo gentil às vezes. Até eu tenho que admitir isso. Ele me protege, embora isso me incomode muito. Na verdade, eu não fico incomodada com isso. Eu odeio mesmo. Posso cuidar de mim mesma, sem problema nenhum. Estranhamente, eu me pegava pensando nele às vezes. A única vez que eu pensei que talvez pudesse gostar dele foi ano passado. Estávamos na plataforma, prontos para embarcar depois de nos despedir de nossos pais. Dois meninos, sonserinos, apareceram, e xingaram a mim e a minha irmã de traidoras do sangue. Al quase bateu neles. Mas Amanda o acalmou. Ninguém conseguiu segurar James, ele é gigante. Bom, pra mim é né.. Ele nocauteou os dois. Cada um com apenas um soco. Simples, mas eficaz. Foi a primeira, a única e provavelmente a última vez também que eu o agradeci.

Quando chegamos à nossa cabine, eu pensava nele. Não via nada, além de ele nocauteando aqueles meninos. Por minha causa. E eu escutei:

“ O James tá um gato hoje! Ele pediu pra ficar comigo sabia?”

Eu não acreditava naquilo. Ele dizia que gostava de mim de verdade, bateu em dois meninos só por que me xingaram e pediu para ficar com uma vadia qualquer? 

“ SAI DE PERTO DELE! ELE É MEU! SUA VADIAZINHA!”

Só me dei conta que havia gritado isso, quando escutei as risadas a minha volta. Até Rose, Amanda, Lily, Madge... Não queria aquilo de novo. Não aguentava mais gente rindo de mim. Então eu apenas os olhei mortalmente e saí da cabine. Me tranquei no banheiro e fiquei lá. Chorando. Eles zoaram comigo. Eles nunca tinham feito isso antes. Pelo menos, não assim. Quando o trem parou eu fiz uma maquiagem, com a varinha mesmo, para disfarçar as marcas de choro. E saí.

Não falei com eles até o dia seguinte. Me pediram desculpas e eu aceitei. Eles não sabiam por que eu fiquei mal com aquilo. Mas também não precisavam saber. Bom, Amanda sabia. Mas acho que ela não pensou que uma brincadeirinha ia me fazer lembrar de tudo. De qualquer jeito nunca mais pensei no Potter assim.

Era óbvio que ele apenas queria sair comigo por que eu representava um desafio. A única garota que ele quis e lhe disse não.  Não sei o que Jessie Gibson via nele. Ela era a pessoa mais chata e irritante que eu vi na minha vida. Além de ser completamente apaixonada por James. Uma pessoa que se apaixona por ele não merece meu respeito. Talvez por isso ela fosse meu alvo favorito para pegadinhas. Eu a mandava mensalmente para visitar Pomfrey. Ou semanalmente. Dependia de como estava minha semana. E esse também poderia ser um bom  motivo para que ela não se atrevesse a chegar perto de mim. Ela sabia que se eu realmente ficasse nervosa poderia mandá-la para o Saint Mungus.

Quando James e os outros entraram, tio Harry, tio Jorge e o tio Rony me parabenizaram elo chute exemplar. Eu quase ri da careta do  Potter. Quase. Disfarcei rapidamente. E sorri vitoriosa para ele. Após comermos muito, por que a Senhora Weasley cismou que eu e Amanda precisávamos engordar, eu e os meninos fomos discutir sobre a pegadinha de inicio de ano letivo. Rose, Amanda e Lily saíram. Elas não participavam de nossas brincadeiras. Nós nos sentamos embaixo de uma arvore grande e começamos a pensar.

POV.: Hugo

Nós tivemos algumas ideias, mas nenhuma delas funcionaria. Para realizá-las precisávamos da ajuda de Amanda e Rose. Elas não iriam nos ajudar de jeito nenhum. E Elena teve uma ideia brilhante:

- Tem uns sonserinos que ainda acreditam nessa baboseira de sangue puro. Podíamos brincar  um pouco com eles. Sabe, algumas azarações, coisa bem básica. Mas com um bom efeito.  –disse ela, sorrindo. James a olhava abobado. Eu gargalhei, e ela me olhou confusa. Eu apenas apontei James.

- POTTER! Para de me olhar assim!

- Desculpe. Mas sabia que você fica linda sorrindo?

- Meninos, vocês lembram que eu disse sobre azarar uns meninos sonserinos? Então, eu mudei de ideia. Vou azarar um agora mesmo, a diferença é que ele é grifinório. – disse ela com frieza.

- Calma, garota. – eu disse. -  ele só esta apaixonado por você.

Ela me olhou assassina. E continuou a planejar, como se nada tivesse acontecido.

Típico dela.

POV.: Rose

Sinceramente eu não entendo o por que de eles fazerem a pegadinha com os outros alunos. É claro que às vezes é realmente divertido. Mas não sei por que fazer isso o tempo todo... Até Elena participa. Tudo bem, ela não se importa com umas detenções, e nem com uma suspensão. Se bem que ela só foi suspensa uma vez. Por defender a gente pelo jeito que sabe melhor, azarando todo mundo. Chegou a mandar aquelas garotas, Jessie e Julie pra enfermaria, por uns bons dois meses. Por conhecer o limite das brincadeiras, e como algumas pessoas reagiam a elas, Elena era constantemente vista aos berros com os garotos. Até mesmo com Jay. Se bem que ela gritando com ele é bem comum.

Bom, nesse exato momento Amanda não para de suspirar. Porque? Alvo, é claro. Ela é apaixonada por ele, mas Al não sabe. Amanda diz que não quer estragar a amizade, mas ela não sabe que Al é apaixonado por ela. Na verdade, nem ele percebeu isso.

- Al está tão bonito..

Adivinha quem falou isso?!

 - Amanda, ele pode vestir uma calça laranja, na altura do umbigo, com os tornozelos aparecendo, usando chinelos amarelos e uma camisa azul turquesa, que você ainda vai achar ele lindo. – Eu disse, e Lily gargalhou.

- Pior que é verdade Amanda. – disse Lily, rindo da cara vermelha da nossa amiga.

- Acharia mesmo e daí?  Você não pode falar nada Rose. Falando nisso.. Como anda nosso Scorp?

Ela parecia muito maliciosa. Muito mesmo. Elena a influenciou demais essas férias..  Isso vai ser um problema ao longo do ano...

- CALA A BOCA AMANDA! – Eu berrei corada.

- Calma Ruiva.. Porque tanto stress?

AI. MEU. MERLIM.

Só existe uma pessoa que me chama de Ruiva.

- S-scorpius?

Amanda e Lily estavam quase roxas de tanto segurar a risada.

- Amanda, vamos comigo lá com os outros? Preciso falar com o Jay. – Disse minha prima, mal contendo a risada. Scorp parecia não entender nada.

- Claro. – Amanda não ria mais. Mas estava com a típica expressão que as gêmeas Tully fazem quando vão aprontar alguma. – Então Scorp, por que não pede a Rose para contar o motivo do stress dela? Até mais. -  E saiu, sem mais nem menos.

Eu não acredito que ela fez isso. Traíra.

- Rose? Me explica isso? – ele parecia confuso.

- Elas só me provocaram, nada demais. -  eu disse, corada.

- Ok. Vamos? Eu ainda nem falei com os outros.

Andamos em silêncio até a árvore sob a qual eles estavam agrupados. E Elena estava gritando com James. Para variar.

- POTTER!! Você não tem permissão de apoiar a cabeça na minha perna! Se quer deitar, vai pro seu quarto!

- Calma, docinho. É que eu gosto de ficar perto de você.

- MAS EU NÃO QUERO VOCÊ PERTO DE MIM!!

- Scorp, seu loiro aguado!!! – a expressão de Elena mudou de ódio para felicidade do nada. Imprevisível demais aquela garota. – Quanto tempo!

- Oi Elena. Quando você e Amanda chegaram aqui?

- Elas chegaram hoje de manhã – respondeu Al.

Nós passamos o dia inteiro juntos, e rindo. Consequentemente, fomos dormir bem tarde naquele dia.

POV.: Amanda

Então, eu acho que as cartas de Hogwarts chegam amanhã. Já está bem em cima da hora, faltam duas semanas para primeiro de setembro. Hoje foi tão legal. O Al conversou comigo hoje o dia inteirinho. Ele estava lindo demais com aquela camiseta azul. Jay não estava muito atrás. Não sei como minha irmã não se apaixona por ele. Jay é tão gentil com ela. Eu tenho certeza que essa garota não é normal. Afastei esse pensamento, e voltei a pensar em Al.

 E adormeci pensando nele.

Durante o café da manhã, as cartas chegaram. Com uma surpresinha a mais para James, além do distintivo de capitão do time de quadribol.

- MONITOR? COMO ASSIM MONITOR?! A MINERVA BEBEU ALGUMA COISA ANTES DE FAZER ISSO? QUE VERGONHAAAA!

Ele estava desesperado. O que era engraçado. Jay nunca demonstrava desespero, nem mesmo quando a própria Minerva McGonnagal vinha brigar com ele e com Elena por causa dos gritos dela, xingando ele, que eram ouvidos até lá na diretoria.

Ninguém aguentou. Até Elena riu dele. Ela amava ver James em desespero.

- Acalme-se Jay -  Disse a Senhora Weasley.  Ela parecia que ia explodir de tanta felicidade.

- Crianças, vão se arrumar. Vamos ao Beco Diagonal. – disse Tio Harry, sorrindo.

Elena subiu as escadas quase saltitando. Beco Diagonal é sinônimo de sorvete para ela.

POV.: Scorpius

Nós, os meninos, ficamos prontos rapidamente. As meninas demoraram um século para ficarem prontas. Quando finalmente desceram, nós nos organizamos para usar o pó de flu. Foi uma bagunça. Todo mundo batendo em todo mundo, mandando ir para trás, gritando (isso foi cortesia da Elena, depois vou pedir para alguém dar uma olhada no um ouvido por que acho que ele foi danificado). Depois de uns bons dez minutos disso eu perdi a paciência:

- CALEM A BOCA!!!

Silêncio. Todos olharam para minha cara. E Elena começou a rir. E depois todos os outros. Quando recuperaram o ar. Eu disse, um pouco grosso:

- Vamos logo comprar o material? Falta duas semanas para começarem as aulas, aquilo vai ficar lotado, e vamos sair de lá bem tarde se demorarmos mais.

- Scorp tá certo gente – disse Rose, impressão minha, ou ela estava mais bonita que o normal?

- Ok, vamos nessa ordem: Eu, Gina, Mione, Rony, Jorge e Angelina. -  O senhor e a senhora Weasley não vão, O senhor Weasley teve que ir ao ministério, e a Senhora Weasley está cuidando do jardim, então eles já se despediram, e ela prometeu um jantar caprichado. O que significa um jantar melhor que o normal. Vai ser muito bom. Nem minha mãe faz comida igual a dela. -  Depois, Rose, Scorpius, Al, Amanda, Fred, Roxanne, Lily, Hugo, Elena e James.

Elena e James juntos, sozinhos. Não vai dar certo. Ambos pareciam pensar o mesmo. Especialmente Elena. Já James tinha uma cara maliciosa. Agora eu tinha certeza que não ia prestar.

POV.: Elena

Eu não acredito que vão me deixar sozinha com aquela coisa!! Como assim, produção? Tem coisa errada aí! Potter e eu não podemos ficar juntos, sozinhos. Não vai dar certo. Tenho certeza.

- Pera ai, tio Harry. Por que eu tenho que ficar sozinha com a criatura conhecida como seu filho mais velho? Não é justo. Eu colei chiclete na barba de Merlim?

Tio Harry só riu, entrou na lareira. Ninguém me respondeu enquanto eu fazia a mesma pergunta. Eles planejaram alguma coisa. Pior, Potter planejou alguma coisa e os energúmenos concordaram!

Em cinco minutos nos ficamos completamente sozinhos.

- Tá olhando o que Potter? Vai logo. Se você não entrar nessa lareira agora, eu vou.

- Calma. Eu falei com meu pai para nos deixar por último. Eu quero conversar com você.- ele disse, bloqueando minha passagem para a lareira. Desgraçado.

- Mas eu não quero conversar com você, criatura. Agora, dá licença. – eu disse, tentando empurrá-lo para entrar na lareira. Ele segurou minha cintura, e eu senti um calafrio. “ Elena, acorda! É o Potter!”, eu pensei.

- É sério, Elena. Só me escuta.

- Então me solta, e fica um pouco longe, sim? Não gosto das pessoas muito perto de mim. -  eu disse, e ele fez uma cara de dor, como se o que eu falei o machucasse muito. Eu me senti culpada. Tá bom, isso é muito estranho. Eu nunca me senti culpada com o que eu falava para ele. Eu não podia me sentir culpada com isso, por que significa que eu me importo com ele.

E EU NÃO ME IMPORTO COM O POTTER, ENTENDEU?

Ele se afastou. Pelo menos ele fez isso.

- Então diga, o que você quer me falar Potter?

- Primeiro, pode me chamar de James?

- Não.

- OK, eu não vou discutir com você – AI MEU MERLIM, EU MAGOOEI ELE. Ele fez uma carinha de cachorro que caiu da mudança agora... Esquece isso Elena! Você não se importa, lembra? Você não se importa.

- Escuta, eu queria que você soubesse uma coisa importante.

Merlim, eu tô ficando com medo agora. Será que aconteceu alguma coisa?

- Eu gosto de você. De verdade. Acho que você não se importa muito com isso, vai continuar me odiando. Só queria que você fosse pelo menos educada comigo, por que machuca sabe...

Meu Merlim, ele parecia à beira das lágrimas.

Eu me aproximei, involuntariamente. Involuntariamente mesmo. Quando eu percebi, eu já estava do lado dele.

- Escuta, James, eu nunca quis te magoar. Só que você me irrita. Muito. Veja pelo meu lado, eu tô lá, quietinha, na boa.. lendo, boiando... qualquer coisa. Aí vem você, me chamando de docinho, torrando minha paciência.. eu sou uma pessoa nervosa. Você ainda ACHA que eu ia ser no mínimo educada com você?

- Desculpa. Eu só queria sua atenção. Queria que você gostasse de mim. Pelo menos como amigo.

Ok, isso é chantagem emocional. Eu posso ser um pouco fria, mas tenho um coração.

- James, sem drama. É simples. Não torra minha paciência e eu sou educada e talvez até legal com você. Por enquanto isso é demais pra mim. – James riu. Pera ai, desde quando eu chamo ele de James?? Isso não tá certo.

- Melhor, me dá um abraço, aceita ir a Hogsmeade comigo e me deixa te beijar uma vez antes de me chutar de novo e impedir que pequenos James circulem pelo mundo.

- POOOTTER! DEIXA DE SER IGNORANTE! EU TAVA TENTANDO TE PERDOAR POR ME INFERNIZAR QUASE DIARIAMENTE, E VOCÊ VEM COM ESSA HISTORIA?! ESQUECE TUDO O QUE EU DISSE! NADA FEITO! EU VOU PRO BECO DIAGONAL. TCHAU PARA VOCÊ!! – Eu perdi a paciência com ele agora. Impressionante, você dá a mão e ele quer o braço!

Eu virei as costas para ele, e comecei a andar. É eu comecei.

Por que ele me puxou e me deu um beijo de tirar o fôlego. Tenho que admitir, pode ser o Potter, mas que o energúmeno beija bem, beija. Eu retribui. Não tinha saída. Mentira, tinha sim, mas eu não quis.

Quando ele me soltou. Eu fiquei meio que sem reação. Ele sorria muito.

Aí caiu a minha ficha do que ele tinha feito. E  eu fiquei brava. Comigo e com ele. Ele não deveria ter me beijado. E eu deveria ter afastado ele. Eu não disse nada. Apenas encarava ele com uma expressão vazia.

- Então, amor, quando nos vamos sair?

O tempo em que eu pensei tudo isso e que ele falou, foi mais ou menos uns cinco segundos. Eu planejava sair, agindo com se nada tivesse acontecido, ignorando ele pro resto da minha vida. Mas ai ele me chamou de amor. Aí sim eu perdi a paciência, e o controle de mim mesma, e dei um tapa na cara dele. Foi tão forte que estalou e logo sua bochecha esquerda estava vermelha com a marca perfeita da minha mão.

E eu saí. Mas fui para o meu quarto, ao invés de ir para o beco diagonal. Não queria ver mais ninguém naquele dia. Quando cheguei lá, mal continha as lágrimas. Bati a porta com tudo. Não me importava se não estava na minha casa, eu estava chateada demais para pensar.

Logo escutei outra porta batendo. Deveria ser a de Potter. Não importava. Eu estava começando a acreditar nele, e ele faz aquilo. Mandei uma mensagem via patrono para Rose, dizendo que não iria mais, por que não estava a fim. Eu sei que não podemos usar magia fora de Hogwarts, mas não fazia diferença. Achariam que foi feitiço de alguém que mora aqui, um dos adultos. Era pouco provável que descobrissem que fui eu. Ninguém me respondeu, e eu pedi a Merlim que tivesse feito tudo certo. 


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