– Quem foram as vitimas? – Perguntei aos sussuros, quase engasgando com o choro que eu seguro. – Elas estão bem?

– As vitimas estão bem, sim, estão nesse mesmo hospital.Em breve devem sair. E... – O medico olhou a sua volta, para os meninos. – as vitimas são seus amigos; o Liam Payne e a Danielle Peazer.

Tampei meu rosto com minhas mãos, deixando as lagrimas saírem.

O medico aperta meu braço carinhosamente pretendendo me reconfortar, não que adiante. Alguem bate na porta então eu tiro minhas mãos do rosto pra poder ver quem é. Uma enfermeira abre a porta.

– Doutor, o Sr. Payne e a Srta. Peazer receberam alta... – Ela começa.

Suspiro aliviada, assim como todos na sala. Niall, Harry e Zayn levantam e passam a mão no cabelo ou rosto, aliviados. Louis continua sentado, agora com William no colo, ele me olha sem expressão, mas mesmo assim parece aliviado.

– Só preciso do senhor para revisar. – A enfermeira termina. O medico sai. - Você esta bem? – A enfermeira pergunta vindo até mim.

– Sim. – Menti. Não queria mais remédios, eu posso ignorar a dor de cabeça, acho.

– Quando ela poderá sair? – Minha mãe pergunta. A enfermeira pega a prancheta pendurada no final da minha cama e lê o meu relatório medico.

– Provavelmente hoje, só teremos que fazer alguns exames e... – Ela começa mas batem na porta, novamente cortando a fala de alguém. E o que??? – Entre.

Liam abre a porta e entra com Dani logo atrás. Liam tem um curativo pequeno na testa acima da sombrancelha, um corte na boca, alguns hematomas e a mão esquerda enfaixada. Dani a mesma coisa, menos a mão enfaixada; ela tem uma faixa ao redor do cotovelo. Niall corre para abraçar os dois e o resto faz o mesmo. Louis apenas lhes dão um aperto de mão e beijo na bochecha, já que William esta no seu colo. Liam e Dani sorriem pra Louis segurando William.

Me sento bem devagar sem tirar os olhos de Louis e meu filho. Porque ele esta com William? Ontem parecia que ele tinha nojo dele, hoje ele cuida dele? Ele realmente só rejeitou a mim então. Nosso filho importa, eu não. Os meninos importam, eu não. A sua felicidade importa, a minha, aparentemente, intensa e eterna tristeza não. Louis volta a me olhar, aposto que a minha expressão é a mesma: vaga. Tem tantas coisas que eu quero lhe perguntar, lhe contar. Dani para á minha frente então eu volto meu olhar para ela com a culpa me consumindo.

– Dani, Liam, me desculpa... – Peço abaixando a cabeça e levando minhas mãos para o meu rosto. Dani me abraça e eu retribuo, começando a chorar no seu ombro.

Chorar. Esse tem sido o meu maior problema desde que Louis me largou. Antigamente eu pensava que a minha dor escorreria juntos com as lagrimas, mas hoje a dor apenas aumenta. Eu só quero ser feliz, mas porque tem que ser tão complicado?... sem Louis?... Porque eu não posso seguir em frente apenas com William? To cansada disso, cansada de sofrer mas eu sinto que eu mereço ser infeliz. Eu não mereço ele.

– Calma Els! – Dani fala acariciando minhas costas. Respiro fundo.

Ela esta certa, tenho que me acalmar e ir para casa, ser forte, continuar a vida com William, ser forte para conversar com Louis sem desmoronar; vai ser difícil.

– Desculpa Dani, eu não sei o que eu fiz, mas desculpa. – Peço me afastando um pouco dela para secar as lagrimas.

– A gente vai ter que contar o que aconteceu então... – Ela fala se afastando e o seu abraço é substituído pelo o Liam.

Me esforço muito para não chorar nos braços dele. Ele é sempre tão fofo, responsável e cuidadoso com todos e eu, de algum modo, o trouxe pro hospital.

– Desculpa Lili! – Peço o abraçando mais forte.

– Shiiu! – Ele sussura. – Ta tudo bem. Não quero te deixar mal, mas o pior esta por vim.

– Como assim?

- Você tem que falar com Louis.

Choramingo.

Ele me solta e eu deito novamente apoiando devagar a cabeça no travesseiro. Que dor de cabeça! Os médicos trocam o saco de soro com alguma medicina, que eles não se deram nem trabalho de me falar, e então Liam e Dani decidem contar tudo que aconteceu, já que eu só lembro até comprar as bebidas. O medico e a enfermeira saiem do quarto pra nos dar privacidade.

– A gente foi te procurar, quando a gente passou por uma rua um carro nos acertou. O vidro da janela do lado da Dani estorou e ela machucou o pé e eu a mão, mas sai do carro pra ver quem bateu na gente enquanto a Dani ligava pra ambulância. – Liam explica. – Você estava acordada mas euforica, perguntando do William... ai você desmaiou.

– E... o que?... – Não consigo terminar a pergunta, então gesticulo pra William e Louis. Olho nos olhos de Louis e ele faz o mesmo sem quebrar o olhar. Ele continua sem expressão, serio, chega até a ser rude.

– Como você consegue ser tão ignorante? – Mordo a língua bem forte para não fazer essa pergunta em voz alta.

Liam não me responde, muito menos Louis tenta falar algo. O medico volta pro quarto.

– Falamos com seus pais, você tem alguns sintomas de distúrbios alimentares e sintomas de depressão, queremos que você converse com o piscicologo do hospital. – Ele falou.

– Não! – Eu exclamo.

– Desculpa?

– Eu não vou no piscicologo!

– Eleanor. – Meu pai adverte. Olho pra ele negando com a cabeça, segurando as lagrimas.

– Vocês podem sair pra deixar a gente conversar? – Minha mãe pergunta. Todos saem só ficando eu e meus pais. – Eleanor, o pisciologo vai vir aqui no quarto, você vai conversar com ele – nego com a cabeça -, vai sim! É mais do que obvio que você tem algum distúrbio alimentar e depressão, então é melhor achar uma cura ou ajuda. To cansada de te ver infeliz, Eleanor!

Nem 5 minutos depois o piscicologo chega me fazendo ficar sozinha com ele.