Do Outro Lado Da Tela escrita por Lola_12


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

oi oi!!!
gente, miiiiiil desculpas pela demora!!! juro que sempre que tentava terminar de escrever ou postar algo me impedia. e nesse caso foram as provas ¬¬ tava atolada (e ainda to) de coisa pra fazer... agora terminaram as provas do 1º tri e vou ter mais tempo aqui... claro que dps vem as provas de rec. e eu vou ter que estudar mais ainda (pq h claro que eu vou ficar em pelo menos 3 matérias hehe)mas por enquanto... hahaha
espero que gostem do capitulo. um dos mais intensos que eu escrevi ate agora nessa historia haha
boa leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/210271/chapter/8

Quando amanheceu no dia seguinte, eu já sentia meu coração na boca. Era hoje o dia em que eu teria que ficar cara a cara com James/Justin e tentar descobrir o porquê de tudo. Só sinto que não estou preparada para isso...

Tentei enrolar o máximo que pude. Levantei devagar, enrolei no banho, no café, demorei muito para me arrumar... Enfim, depois de enrolar um século, sai de casa rumo ao colégio.

A cada passo que eu dava meu coração batia mais rápido, estava cada vez mais perto da escola e sentia cada vez mais vontade de correr de volta para casa e me enfiar debaixo das cobertas. Mas foi quando estava quase dando meia volta para fazer exatamente isso que eu ouvi alguém me chamar:

- Bom dia, Char! – Ótimo. Bom jeito de começar o dia. Justo a pessoa com quem você precisa conversar te dando um fofo “bom dia”

Olhei em direção onde poderia voltar pra casa, suspirei derrotada e virei andando até a escola, onde encontro Justin e Camila sentados no gramado do colégio.

-Bom dia pra vocês também

-Então – Camila começou - Eu tenho que ir até a biblioteca ver uma coisa e encontro vocês na sala. Beijinhos – Levantou-se e saiu me dando uma piscadela em sinal de que eu devia me sentar e falar com Justin sobre o que descobrimos ontem.

-Senta aqui – Ouvi Justin dizer

-Ah, sim, claro. – Sorri e me sentei ao seu lado – Bom, eu queria conversar com você sobre uma coisa...

-O que houve? – Apoiou seus braços no joelho e cerrou os olhos devido ao forte sol

-Bom, é que... Olha eu nem sei por onde começar... – ri fraco

-Que tal pelo começo? – sugeriu e nós dois rimos. Dei um tapa em seu braço e disse:

-É sério  –  ele olhou pra mim e depois voltou seu olhar para frente

-Pode falar então

-É que... Eu andei pensando e... Você veio da Austrália mesmo...? – Justin apenas olhou para mim e não disse nada – Bom, er...sabe, eu... – comecei a gaguejar e a mexer freneticamente nas mãos. Justin olhou para as mesmas e as segurou

-Por que você está tão nervosa? – seus olhos foram ao encontro dos meus

-Não é nada é só uma curiosidade minha – ri fraco

-Então, o que é?

-Você frequenta sites de bate-papo? –          Soltei tudo tão rápido que cheguei até a ficar espantada comigo mesma, já Justin acabou soltando minhas mãos e começou a me olhar de um jeito estranho. Não conseguia identificar que tipo de olhar ele lançava, nem o que poderia estar pensando. Afinal, não é todo dia que alguém que te conhece a pouco tempo pergunta se você frequenta tal site

-Disse algo errado...? – perguntei. Justin apenas levantou e saiu rapidamente em direção a parte interna do colégio. Suspirei e me joguei na grama pensando: “O que foi que eu fiz de errado?”.

Durante a aula sentia que Justin olhava para mim a cada minuto. Eu apenas fingia que não via e tentava me concentrar na aula.

Camila chegou a perguntar se eu tinha conseguido arrancar alguma informação dele, e como já era de adivinhar, apenas neguei. Conversamos um pouco antes de a aula começar e ela comentou que ele era cheio de segredos. “Ele pode estar mentindo sobre muita coisa” Essas foram as ultimas palavras dela antes do sinal tocar iniciando a aula

Ainda escrevia o conteúdo de História quando o sinal tocou finalizando a última aula. Camila levantou e perguntou se eu ia sair agora.

-Vou terminar de copiar e depois vou embora. Se quiser pode ir pra casa...

-Tem certeza? – perguntou

-Claro que sim. Te vejo amanhã - sorri

-Ou hoje né! – rimos de novo e ela sumiu corredor afora

Terminava de escrever quando ouvi um barulho no corredor. Guardei meu material e sai da sala. Olhei para os dois lados mas não avistei ninguém, então virei e fui andando em direção a saída do colégio.

Andava distraidamente quando...

-CHARLOTTE! – a única coisa que fiz foi soltar um berro e olhar para trás

-Justin! Que susto! Quer me matar do coração!? – pus a mão em meu peito massageando-o enquanto via Justin correr em minha direção.

-Desculpa por isso, não tinha intenção de assustá-la. Mas, podemos conversar?

-Claro – seguimos em direção aos fundos do colégio quando Justin parou de andar e se virou para mim

-Por que você perguntou se eu era mesmo da Austrália no início da aula?

-Já disse, era apenas curiosidade minha – apertei os lábios

-Tem certeza? – arqueou as sobrancelhas e eu confirmei – E sobre o site de bate-papo?

-O que é que tem?

-Por que você perguntou sobre isso? – Pronto, não tinha escapatória. Não queria de jeito nenhum despejar tudo o que eu sabia na frente dele de uma hora para outra. Estava preparando terreno para isso, mas pelo visto ele é bem apressadinho. Olhava em seus olhos pensando em como iria falar com ele sobre tudo o que eu havia descoberto. Podia dizer “Oi, eu sou a Charlotte com quem você conversa no bate-papo. Você deve ser o James né?” ou poderia dizer “Nossa, muito obrigada por ter me enganado” e lhe dar um tapa na cara ou até mesmo podi...

-Charlotte!

-Ã? O que foi? – Acho que devo ter viajado de novo em meus pensamentos – Desculpa é que... Ta tudo tão confuso pra mim que eu nem sei como te contar...

-Contar o que?

-Contar que... que...

-“Que” o que? – Justin cruzou os braços e eu fechei os olhos me preparando para soltar tudo de uma vez só.

-Que sou eu a garota com quem você conversa há praticamente dois anos! – não tinha coragem de abrir os olhos para olha-lo. Era como se eu tivesse medo do que podia acontecer

-Como...?

-Sou eu a garota com quem você conversa há meses! – dessa vez abri os olhos e o olhei fixamente enquanto falava – É isso que eu tinha pra falar pra você... – ia dando meia volta para sair logo dali quando senti Justin puxar meu braço

-Pera ai? Que site...? Que... Você tá maluca?

-Não! Não estou maluca! – nessa hora cheguei a ficar um pouco irritada com o que ele disse - Eu sei que você é o tal James com quem eu converso a um tempo... Mas sabe o que eu também descobri de você? – ele apenas me olhava profundamente como se estivesse tentando entender como tudo aconteceu tão rápido, e o porquê... – Descobri que você não passa de um mentiroso. – Dito isso apenas olhei uma última vez em seus olhos cor de mel e soltei meu braço de sua mão indo para casa

Fui caminhando devagar, no caminho olhava para as pessoas a minha volta imaginando no que as elas estariam pensando. Vi um menino brincando com seu pai, algumas crianças reunidas brincando com uma bola e mais a frente vi um casal idoso em um banco. Olhando para essa cena veio em minha mente se um dia eu também estaria no lugar dessa senhora e quem seria o senhor que estaria ao meu lado. Eles pareciam um casal adolescente perdidamente apaixonado e pareciam não se importar com mais nada. Vendo aquilo, eu pensava em como a vida seria bela se a gente parasse de se importar com o vão dizer ou pensar sobre nós.

À medida que chegava perto de casa minha felicidade aumentava. Não sei exatamente o porquê. Quem sabe foi por causa do casal no parque ou porque finalmente contei o que sabia pra Justin...

O tempo foi começando a ficar meio feio e então apertei o passo pra chegar rápido em casa. Mas assim que cheguei e abri a porta me surpreendi com o que vi lá dentro: minha mãe, meu pai e Justin sentados no sofá da sala.

-Tudo bem, o que é isso? – minha bolsa que estava em meu ombro foi parar no chão junto com as chaves de casa tamanho foi a minha surpresa

-Oi filha! Que bom que chegou. Justin estava te esperando – minha mãe levantou do sofá falando enquanto juntava as minhas coisas do chão e botava na mesa de centro da sala

-Pra que? – Não me arriscava em sair do lugar. Permaneci parada olhando para os três

-Oras, pra falar com você, querida! – meu pai disse e levantou do sofá vindo me dar um beijo na testa. – Temos que sair agora, eu e sua mãe, mas voltamos logo. Juízo hein! – dito isso eles saíram de casa fechando a porta me deixando sozinha com Justin. Ah, claro, e a Anastácia. Mas essa se encontrava ocupada na cozinha então estava sozinha nessa

-Olha só, eu não quero sab.. – comecei a falar, mas Justin me cortou.

-Me deixe falar primeiro e depois você fala. Ok? – assenti com a cabeça e fui me sentar em uma poltrona

-Quando você veio com aquele papo sobre o site e sobre eu não ser australiano eu realmente fiquei meio chocado. Eu não imaginava que você soubesse de tais coisas... Eu... Eu... – as palavras foram sumindo à medida que ia falando.

-Tudo que eu precisava saber eu já sei: você é um mentiroso. Agora se não se importar, poderia se retirar da minha casa? – levantei da poltrona, fui até a porta e a abri esperando que ele saísse coisa que ele não fez.

-Qual é? Vai ficar parado ai? Não temos mais nada sobre o que conversar. Sei que você não sabia que eu sabia sobre a verdade, mas você devia, no mínimo, ter sido honesto comigo enquanto nos falávamos pelo computador. – já podia sentir lágrimas se formando em meus olhos, mas não podia dar esse gostinho a ele, principalmente em minha própria casa.

-Char..

-NÃO ME CHAMA DE CHAR! – lágrimas começaram a jorrar dos meus olhos – Só amigos podem me chamar assim, e você definitivamente não é meu amigo!

-Charlotte – ele foi se aproximando – Escuta, eu realmente queria te contar a verdade, mas eu achava que..não sei.. Eu não me sentia pronto pra falar, eu ficava com medo a cada vez que eu queria contar. – Lá fora, o tempo fechou totalmente e já se ouvia o som das trovoadas. Ficamos um minuto em silêncio e então começou a chover.

-Mas então por que você mentiu pra mim desde o inicio? – precisava saber da verdade o mais rápido possível, pois não sei se aguentaria ficar mais um minuto com ele ali na minha frente.

-Eu não sei! Acho que foi o medo de entrar num site desconhecido e começar a conversar com alguém que eu não conhecia! Então eu menti! Mas essa mentira foi começando a me dominar e eu comecei a mentir mais e mais. Mentia pra você, pra minha mãe, pros meus amigos... Eu fui ficando cada vez mais obcecado por isso e quando vi, já não ia bem na escola, não fazia as tarefas de casa, respondia grossamente a minha mãe e cheguei ao ponto de começar a fumar. Mas não fumar um cigarro qualquer, era droga da pesada! Quando a minha mãe descobriu ela conseguiu me tirar dessa por pouco. Foram meses de tratamento e a única pessoa com quem eu podia conversar sem que se metesse na minha vida e me cobrasse algo era você! E eu jurei a mim mesmo que se um dia eu te conhecesse eu ia parar de fumar!

-Mas você disse que tinha parado de fum.. –

-Sim. Eu parei de fumar aquelas drogas... Mas o cigarro eu continuo a fumar. Olha, eu não sei a que ponto me levou a fazer isso. Acho que deve ter sido, principalmente, por causa dos meus amigos. Eles viviam me oferecendo e eu nunca aceitava e foi em um dia que eu fiquei revoltado com tudo e decidi aceitar o que eles me ofereciam tanto

-Sua mãe sabe sobre o cigarro? – olhava para o chão com medo de olhar em seus olhos

-Sim... Ela não suporta o fato de ter um filho fumante, pois foi assim que ela perdeu o pai dela, meu avô. O cigarro o levou a morte

-Eu não tinha ideia do que estava acontecendo com você... Eu... Você parecia tão normal quando falava comigo. Sua vida parecia perfeita

-Mas não é. E antes que você pergunte... O que eu contei sobre o meu pai é verdade – assenti devagar tentando assimilar tudo. Era muita coisa para um jovem de 16-17 anos. São nesses momentos que tenho vergonha de mim mesma de quando eu reclamo da minha vida. Como posso ser tão egoísta sabendo que tem gente que pode estar em uma situação pior do que a minha?

-Eu juro que se você me der uma chance eu promet.. – Justin começou a falar, mas a única coisa que eu conseguir fazer foi fechar a porta a abraça-lo bem forte.

O abraço foi retribuído mais forte ainda e cheio de lágrimas. Ambos sabíamos que o silencio eram as melhores palavras para aquele momento

Tentava me acalmar e acalmar Justin ao mesmo tempo. Eu tinha uma ideia totalmente diferente sobre ele. Agora mais que tudo precisava ajudar esse garoto a recuperar a sua vida

-Justin... – Chamei-o baixinho – Eu vou te ajudar

-Que? – ele quebrou o abraço e me olhou espantado – Você vai me ajudar? – perguntou e eu confirmei

-Eu esperei tanto pelo dia que nós fossemos finalmente nos conhecer... – as lágrimas que haviam parado vieram a tona de novo – Eu vou te ajudar a se livrar desse vício - Justin me olhou e mais lágrimas escaparam de seus olhos. Ele apenas me abraçou me agradeceu e me pediu desculpas por tudo...

...

No dia seguinte já era sábado, o dia que eu tinha combinado de sair com Justin.

Ainda é meio estranho pra mim pensar que ele é o garoto com quem eu conversava a tanto tempo. Nunca iria se passar na minha cabeça que isso tudo estava acontecendo, nem mesmo o tanto de coisa que Justin já tinha passado.

Bom, deixei esse pensamento um pouco de lado e comecei a me arrumar, afinal já se passavam das duas horas e eu tinha combinado de me encontrar com Justin às cinco horas da tarde

Depois de pronta, peguei minha bolsa e sai de casa.

Chegando ao shopping, subi até o andar do cinema já encontrando Justin sentado em um banco em frente aos caixas.

-Demorei muito? – cheguei perto dele e o mesmo se levantou me olhando da cabeça aos pés



( http://www.polyvore.com/cgi/set?id=47584845&.locale=pt-br )

-Não. Cheguei há pouco tempo – sorriu fraco e eu também

-Que bom. Não queria te fazer esperar muito – ri fraco – Mas enfim, vamos comprar os ingressos? – apontei para os caixas e já ia virando quando Justin puxou meu braço

-Opa. Pera ai – ele disse – Você quer dizer, estes ingressos? – tirou do bolso um par de ingressos

-Você já comprou? Por que não me esperou? – cruzei os braços – Sou uma garota independente que pode muito bem pagar o próprio ingresso – brinquei com ele fazendo cara de braba

-Nossa to morrendo de medo – fez um gesto com as mãos encenando pavor por tal frase dita por mim – Vamos – começou a rir e foi andando na minha frente. - Vai ficar ai, parada? – rolei os olhos e o acompanhei, dando-lhe um tapa em seu braço o fazendo rir de novo

Entregamos nossos ingressos para o funcionário e entramos na sala de cinema. Íamos ver “Titanic 3D”.

-Você adivinhou mesmo ou perguntou pra Camila? – perguntei assim que sentamos

-Adivinhei ou perguntei o que?

-Que eu estava doida pra ver esse filme... – olhei para ele e o mesmo olhou para mim. Ficamos nessa até as luzes do cinema apagarem e começarem os trailers.

-Então, você não respondeu a minha pergunta – cochichei para ele.

-Vou ficar com a primeira opção – cochiou de volta

-Há-Há . Duvido que você tenha adivinhado. Pode ir falando, a Camila te disse né? – ele riu um pouco e balançou a cabeça

-Não perguntei pra ela e nem ela mesma veio falar comigo sobre isso. É apenas instinto. Que mulher hoje em dia não ia querer ver Titanic em 3D?

-É... Até que faz um pouco de sentido – me encostei na cadeira e esperei o filme começar

Já tinha se passado uma hora e trinta minutos de filme quando me veio em mente a minha conversa de ontem com Justin. Sobre ele fumar e todos os problemas que isso causou. Eu tinha prometido que ia o ajudar no que fosse preciso e vou cumprir essa promessa, custe o que custar.

Olhei para o garoto ao meu lado... Jeans largos, All Star surrado, cabelo bagunçado, camisa preta e uma jaqueta por cima, quem olhasse para ele nunca iria imaginar o tanto de coisa que ele passou. Olhava para o contorno do seu rosto quando ele se virou para mim

-Algum problema? – Não preciso nem dizer que fiquei super sem graça por ter sido pego em flagra olhando fixamente para ele

-Não... – olhei em seus olhos que também olhavam os meus. Seus olhos eram castanhos, mais puxados para o caramelo. Não conseguia não olha-los, eram simplesmente lindos demais. Fiquei vidrada em seu olhar que nem percebi ele se aproximar mais de mim me fazendo fechar os olhos. Meu coração batia aceleradamente e minhas mãos suavam, e foi ainda meio anestesiada pelo seu perfume que senti seus lábios encontrando os meus. Suas mãos foram até o meu rosto acariciando, depois uma de suas mãos foi parar no meu pescoço intensificando o beijo. Minhas mãos foram parar na barra de sua camisa. Quando senti que precisava respirar, quebrei o beijo e abri meus olhos. Justin me olhava com ternura. Ambos estávamos ofegantes. Parecia que não havia mais ninguém a nossa volta, como se estivéssemos em um mundo paralelo onde somente nós dois existíssemos.

O que posso dizer sobre esse encontro...? Que foi o melhor da minha vida...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

BOA NOITE PRA VCS E MIL BJSSSS!!!