Younger Souls escrita por CaahOShea, Bellah102


Capítulo 20
Capítulo 18 - Explosão


Notas iniciais do capítulo

Ei amores! Tudo bem com vocês?
Sim sim, eu sei, sei que demoramos a postar, mas acreditem, a culpa é toda minha rsrs. Eu estava de mudança é fiquei um bom tempo até minha net ser restabelecida, e não tinha como me comunicar com a Bella direito para combinarmos como faríamos para postar o capítulo. Realmente pelo perdão, não foi nossa intenção.
Mas aqui estamos com o capítulo fresquinho, e nesse teremos fortes emoções, já vou avisando. E claro, uma participação para lá de fofa da nossa pequena Jenna e do nosso recém-chegado Nick!
Obrigada a todas que comentaram no outro capítulo, ficamos muito feliz com seus comentários. E não deixem de comentar nesse tbm, vocês são nossa inspiração.
Boa leitura!



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POV. Nick

Estava escuro e eu tinha medo. Mamãe sempre dissera que não havia nada a se temer no escuro. Mas ela também dissera que sempre me protegeria. Era uma mentirosa.

Eles vão vir logo. Ele já não é mais um bebê. Nada vai impedi-los.

Jeb roncava ali ao lado. Ele era um cara legal, mas eu não confiava nele totalmente, nem em nenhuma daquelas pessoas ali. Eu tinha confiado demais nos meus pais e eles me traíram. Eu não cometeria o mesmo erro duas vezes.

Temos que entregá-lo antes que os Buscadores tentem feri-lo.

O barulho dos roncos de Jeb faziam tremer as pedras ao nosso redor. Ninguém poderia dormir naquelas condições. Levantei e me arrastei quarto afora. Lá fora, a escuridão era ainda pior, porque não havia a fraca luz da lua e das estrelas que passava pela rachadura no teto. Ainda assim, enchendo-me de coragem, tateei pelos tuneis até o que Jeb disse se chamar Praça Central, onde ficavam as plantações e os espelhos super-engenhosamente colocados. Agora de noite, ao invés de refletir a luz do Sol como faziam de dia, agora refletiam a prateada luz da lua. Caminhei entre as mudinhas da plantação, rindo com o pensamento que a minha pele parecia azul naquela luz, imaginando como aquele lugar seria quando tudo aquilo aos meus pés crescesse e se eu deveria ficar até que isso acontecesse.

Eu queria ficar, mas estava morrendo de medo.

Nick? O que está fazendo? Nick!

Se meus próprio pais, que me criaram, educaram e protegeram não eram confiáveis, quem poderia ser? E o que impediria aqueles desconhecidos de fazer o mesmo? Fui até o refeitório, procurar um pouco de água. O calor estava terrível ali naquele lugar que o acumulara o dia todo sob espelhos. Assim que entrei no refeitório ouvi um som e estanquei. Era como se alguém estivesse tentar levantar algo muito pesado. Mas eu não via ninguém ali...

Pare de pensar no estúpido monstro”. Repreendi a mim mesmo, lembrando do monstro que eu via nos meus pesadelos. “Ele não existe de verdade.” Lentamente, pé ante pé aproximei-me do balcão onde mais cedo a sobrinha de Jeb amassara a massa de pão. Uma garotinha de no máximo uns 4 anos se esticava para tentar alcançar um porte no topo do balcão alto. “Muito bonito. Com medo de um bebê. Tá aí o seu monstro Nicholas.”

-Ei, psiu. – Chamei-a baixinho. Ela desviou o olhar azul de bebê para mim, curiosa – O que está fazendo ai?

-Biscoito... – Ela gemeu, apontando para o pote com o bracinho rechonchudo. – Biscoitinho...

Levantei de onde estava e fui até ela, abrindo o pote e estendendo o tão esperado biscoito para ela. Ela olhou para o biscoito e piscou duas vezes incrédula, como se não pudesse acreditar que era tão fácil assim conseguir uma delicia como aquela. Então ela riu deliciada, pegou o biscoito e deu uma mordida com os certinhos dentes de leite. Ela mastigou com um sorriso e estendeu na minha direção.

-Qué’ um pedacim’? Meu i’mão Scott pega meu bi’coito quando qué’ um pedaço.

Fiz que não.

-Não quero não, obrigado.

Eu não queria que ela perdesse uma migalha pelo que tinha batalhado tanto, ainda assim, peguei um biscoito do pote para mim. Bamboleando, a menininha foi para a mesa e se esforçou para subir no banco. Fui até o seu lado.

-Qual seu nome?

Perguntei.

-Jenna.

Ela respondeu dando outra mordida voraz no seu biscoito.

-Eu sou Nick – Me apresentei. – Quantos anos você tem?

Ela mostrou orgulhosamente 3 dedinhos.

-E você?

Ela perguntou de volta. Tive que deixar o biscoito no colo para mostrar nove dedos. Mal acreditava que logo eu não teria dedos para mostrar a minha idade. Enquanto ela contava cuidadosamente meus dedos um por um, uma voz a atrapalhou.

-Jenna!

Chamou uma voz na escuridão. Eu e ela desviamos o olhar para a porta ao mesmo tempo. Um garoto de olhos azuis como os de Jenna, mas com cabelos escuros estava na porta de braços cruzados, olhando para nós.

-Sai daqui, Scottie! É meu bi’coito

Ela gritou, escondendo o biscoito com as mãos.

-Eu não quero seu biscoito estúpido. – Ele disse entrando. Ele desviou o olhar para mim – E quem diabos é você?

-Nick.

Respondi baixinho. Scott não pareceu se importar, virando-se novamente para a irmãzinha sentada ao meu lado.

- O que está fazendo aqui?

-Papai ‘tá roncando e eu quelia um bi’coito, porque você ro’bou de mim!

Ela disse indignada.

-Faça o favor de voltar antes que o pai acorde?

Ela fez que não energicamente.

-Não! Papai ronca e você é mau! I’mão mau! Quelo ficar com o Nick! Ele me deu um bi’coitinho!

Ele olhou para mim e depois para os biscoitos em nossas mãos e revirou os olhos.

-Tá bom. Mas se o papai se irritar, o problema é seu.

E assim, ele se foi. Jenna fez um biquinho e ameaçou chorar.

-Ei... O que foi?

-Eu pleciso voltar senão o meu papai vai ficar muito blavo.

-Mas você não quer ir?

Ela fez que não.

-Scottie vai ro’bar meu bi’coito.

Disse, emburrada.

-Não deixa ele pegar o bi’coi... Biscoito.

-Como? Ele é maior que eu...

Dei de ombros.

-Morda a mão dele.

Ela fez que sim sorrindo.

-Eu go’to disso. – Ela pulou do banco e saiu correndo atrás do irmão – Ei Scottie! Venha tentar ro’bar meu bi’coito!

Eu ri, revirando os olhos e levantando também, levando meu biscoito comigo. Com mais uma mordida no delicioso cookie, ficar ali já não parecia mais tão perigoso.

POV. Joy

–Chase, não estou muito certa sobre isso.

Sussurrei enquanto descíamos a colina na direção da fábrica de veneno de ratos. Ao que observamos, ela estava abandonada a algum tempo, então parecia seguro entrar. Mas eu acordara naquela manhã pensando que hoje não era um dia bom.

–Vamos entrar, pegar algumas caixas e então você nunca mais terá que se preocupar com ratos. Sobre o que você não está certa?

Ele perguntou, pegando minha mão. Dei de ombros. Realmente não faria o menor sentido. Mesmo assim senti um arrepio percorrer minha espinha quando meu pai arrombou a porta lateral do grande barracão da fábrica.

–Sei lá. Estou com um mal pressentimento. Talvez se a gente adiasse isso para amanhã...

Chase puxou meu rosto para perto do dele, aproveitando que meu pai não estava olhando e depositou um longo beijo em minha face.

–Vai dar tudo certo. Você vai ver.

Se ele ao menos soubesse que aquele seria o último beijo que trocaríamos... Entramos na fábrica. Era frio e escuro quando entramos, mas meu pai logo encontrou um interruptor que acendeu todas as lâmpadas gigantes e redondas no teto. A claridade feriu meus olhos e minha leve sensação de segurança. Não estava acostumada com luzes fortes assim sobre mim, e elas me faziam sentir exposta, como se holofotes de Buscadores estivessem sendo apontadas todas para mim só para descobrir o quando meus olhos eram livres de sua espécie.

–Vamos até o estoque. Só pegaremos o necessário e iremos embora.

Disse meu pai, indo a frente, apenas lançando um olhar para mim para se certificar de que eu estava ali.

–Se vamos pegar apenas o necessário, pegaremos o estoque todo – Eu disse, seguindo-o até o gigantesco espaço, onde prateleiras e mais prateleiras, altíssimas e sem fim abrigavam caixas e mais caixas de papelão cheias de veneno, ratoeiras e as mais diversas armadilhas para ratos. Soltei um assobio alto – Vamos precisas de bem mais do que isso, huh Chase?

Perguntei a ele, brincando. Quando ele não riu, olhei para trás procurando por ele, mas só o vento tocou meu rosto quando olhei para trás.

–Chase?

Chamei mais uma vez, com os dedos gelados correndo novamente pelas minhas costas.

POV. Chase

O chiado ficava mais e mais alto a medida que eu me embrenhava mais e mais na fábrica e suas paredes de compensado que formavam um imenso labirinto. Ouvi meu nome como um sussurro atrás de mim e tomei isso como alguma ilusão criada pelo silêncio ensurdecedor em contraste com irritante e alto chiado que vinha de algum lugar ali perto. Depois de mais alguns passos cheguei à raiz do problema. Um gás escapava, chiando acima de uma grande poça de líquido escuro e fedido, provavelmente gasolina. O marcador de pressão marcava algo absurdo oscilando entre 250 e 300 atm. De repente eu me toquei porque a fábrica fora abandonada com todo o estoque e máquinas intactas. As Almas não haviam sido relapsas. Estavam se protegendo. Do que aconteceu a seguir.

Um som me alertou. Uma crepitação. Depois tudo ocorreu em câmera lenta, como se o desastre tivesse me esperado chegar ali para acontecer. Uma brasa estourou dentro de uma caldeira e escapou por entre as barras de proteção. Ela quicou no chão, uma, duas, três vezes, e quando tocou o líquido, as chamas explodiram. Corri o máximo que podia através das paredes de compensado, gritando o mais alto que podia. Ainda estava correndo quando tudo explodiu. Meu corpo foi arremessado contra uma porta, que caiu, jogando-me noite afora. Mesmo assim, as chamas lamberam meu corpo. Mesmo com o rugir da explosão, pude ter a certeza de ouvir um anjo gritando.

POV. Joy

–Tem certeza que não devemos esperar por Chase?

Perguntei ao meu pai enquanto subíamos a colina em direção ao nosso carro escondido, com os braços carregados de caixas de papelão cheias de veneno para ratos e ratoeiras. Papai deu de ombros.

–Ele sabe onde o carro está. Ele é um homem adulto, Joy. De qualquer jeito, estamos voltando para lá em alguns segundos.

Fiz que sim, seguindo-o. Acomodei a caixa ao lado das dele no porta-malas e rapidamente me virei para voltar para a fábrica, doida para voltar para perto de Chase. Só mais uma ou duas caixas daquelas e as Cavernas estariam finalmente livres dos meus minúsculos arqui-inimigos. E Chase mais uma vez teria me salvado. Eu já estava na metade do caminho colina abaixo quando ouvi um estrondo que sacudiu a terra e me derrubou no chão. Demorei a entender o que aconteceu a seguir. Antes da segunda explosão, um pai, rápido como um raio, colocara-se a minha frente, usando seu corpo para me proteger dos destroços que atingiam uma distância absurda.

Por baixo do seu corpo, pude ver algo crescer e crescer e crescer até atingir uns 20 metros de altura. Um cogumelo gigante. Uma rosa de Hiroxima. Chamasse como se chamasse, a fábrica tinha explodido e Chase estava lá dentro. Chase estava lá dentro. Devo ter gritado por ele, mas o estrondo era alto demais para que eu ouvisse. Aos poucos o ensurdecedor grito cessou, tomando a forma de um inofensivo cogumelo de fumaça negra e então eu me lembro de ter gritado.

–CHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAASE!CHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAASEEEEEEEEEE! – Eu tossia pela foligem entre os meus berros desesperados – CHAAAAAAAAAAAAAAAASEE!

Eu não esperava que ele respondesse, não estava realmente chamando-o. Não esperava que simplesmente levantasse das cinzas pedindo para fazer de novo. Mas o desespero que crescia em meu peito não parecia querer ser contido. Chase estava morto. O MEU Chase estava morto. A pessoa que me fez enxergar as coisas lindas da vida quando eu estava cega a elas. O sonho que eu não sabia que sempre sonhara e que por um lindo acaso do destino se tornara realidade. Chase, Chase Darren. Mais uma vez, meu Chase. Não existia mais. Havia desaparecido, explodido, apagado em questão de segundos. Tudo o que ele pensara, seu segredo, toda a linhagem Darren, tinha acabado.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Capítulo cheio de emoções!
Será que nosso lindo Solitário está morto? O.O Será? Será?
E a Joy, como ela irá reagir?
O que aconteceu?
Bem, essas e outras perguntas serão respondidas no próximo capítulo, que esperamos que chegue logo. Hehe.
Comentem, recomendem, deixem suas opiniões minhas lindas! Até o próximo!
Beijos!
Caah & Bella