Quando Ryuzaki acabou de descer as escadas, Raito já estava indo embora.

  - Law-Law, o que faz aqui? - perguntou Shinobu ao ver o detetive.

  - Eu vim... - Ryuzaki pensou por um instante - Vim lhe oferecer doces...

  - Doces? - perguntou Shinobu.

  - É, doces. - ele mentiu - Watari fez doces para nós.

  - Eu sei que você está mentindo, mas estou começando a ficar com abstinência mesmo... - ela disse e foi para o lado de Ryuzaki.

  - Posso fazer uma pergunta pessoal? - perguntou Ryuzaki enquanto os dois subiam as escadas.

  - Pode, é claro. - falou Shinobu.

  - O que você estava conversando com o Raito? - ele perguntou.

 Shinobu olhou para frente, pensativa por um momento, e então voltou a realidade. Olhou para Ryuzaki e falou com aspereza:

  - Isso não é da sua conta.

  - Mas você disse que eu podia perguntar. - ele rebateu.

  - Disse que podia perguntar, não que eu iria responder. - falou Shinobu.

 Mas o clima entre os dois não ficou ruim por muito tempo. Shinobu passou a tarde comendo doces com Ryuzaki e rindo de algumas teorias idiotas. No outro dia, Raito chegou e Ryuzaki passou a ficar emburrado. De repente, eles souberam que o segundo Kira mandara uma folha do seu diário para o verdadeiro e uma fita. Eram mensagens sem sentido, mas tinham uma palavra que fez Ryuzaki se sentir muito mal por não ter acreditado em Shinobu: "Shinigami".

  - Eu disse! - falou Shinobu - Os Shinigamis existem!

  - Mas é somente uma frase sem sentido. - falou Matsuda.

  - "Comprovaremos nossas identidades mostrando nossos Shinigamis.". - leu Shinobu - Não é sem sentido, os Shinigamis deles irão dizer qual é o primeiro e qual é o segundo Kira.

  - Para mim, parece ter um pouco de sentido. - concordou Raito - Quer dizer, olhando pelo ponto de vista da Shinobu, tem sentido.

  - Ah, Raito. - Shinobu sorriu - Isso faz suas suspeitas caírem. Se você fosse mesmo Kira, não iria me ajudar.

  - Ou talvez ele goste tanto de você que não queria que você fosse excluída por suas teorias peculiares. - falou Ryuzaki, de má vontade.

  - Ora, Ryuzaki, pare de ser tão chato. - falou Shinobu.

  - Bem, de qualquer forma, devemos vigiar todos os locais que ele mencionou na folha. - falou Ryuzaki.

  - Ela. - corrigiu Shinobu.

  - Como poderia saber? - perguntou Ryuzaki.

  - Eu sei pois eu sou mulher e sei que homens não escreveriam dessa forma. - ela falou.

  - Bem, se você acha... - Ryuzaki falou - Vamos vigiar, coloquem câmeras. Raito, você e Matsuda vão investigar pessoalmente.

  - Por que não posso ir com Shinobu? - perguntou Raito.

 "Porque eu não quero que você fique sozinho com ela de novo nunca mais em sua miserável vida, seu grande baka." pensou L.

  - Porque eu sou muito visível. - explicou Shinobu - Você sabe que as loiras, ainda mais com meu tom de pele, se destacam no Japão.

  - Tudo bem. - Raito falou de má vontade.

  - Raito, pode me fazer um favor? - pediu Shinobu, fazendo uma cara parecida com a do gato de botas.

  - Tudo que você precisar. - falou Raito.

  - Pare de ser chato igual ao Ryuzaki! - ela falou, dando um tapa na nuca do amigo.

  - Ai! - ele riu.

  - "Chato igual ao Ryuzaki!"? - Ryuzaki perguntou.

  - Isso mesmo. - ela revirou os olhos - Vocês dois são extremamente parecidos, não sei como não veem isso.

  - Não somos! - falaram Raito e Ryuzaki.

  - São chatos igualmente sim, os dois! - ela falou.

 Então ela foi para o seu quarto, irritada com a extrema chatice deles.

  - O que deu nela? - perguntou Ryuzaki.

  - Se você não sabe, não sou eu que vou lhe dizer. - fala Raito simplesmente.