Paradise escrita por CrisPossamai


Capítulo 5
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Quando comecei a escrever essa história, não tinha noção do que esperar. Mas, acabei gostando e apesar do desfecho, achei que o casal merecia ser explorado em uma dinâmica mais profunda. Por isso, o epilogo é basicamente como eu enxergo a relação deles. Acho que é isso, boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/209905/chapter/5

Ele pisca uma, duas, quatro vezes e não adianta. Esfrega fortemente os olhos com as mãos e consegue focalizar a folha a sua frente. Se concentra e consegue ler mais uma frase inteira. Escuta a resposta e mal tem forças para cumprir a sua parte no dialogo. Os olhos se fecham e não enxerga mais nada. A moça sacode o rapaz deitado ao seu lado sem nenhuma resposta. Definitivamente, ele havia apagado. Ela ri antes de retirar as páginas da mão dele e terminar por conta própria a cena que ensaiaria logo pela manhã.


Assustado. Mike Chang acorda assustado em uma cama que não reconhece. Leva as mãos aos olhos e aos poucos, recupera a visão. Boceja e repara que o sol já estava alto. Meio zonzo pelo sono prolongado, tateia em busca do celular esquecido sobre a cômoda. 10h53min. É, ele havia apagado mesmo. Preguiçosamente, se levanta da cama e ronda o dormitório atrás de pistas sobre o paradeiro da jovem. “Dia cheio com aulas e ensaio. Estarei de volta às 17 horas”, dizia o bilhete encontrado em cima de seu computador na escrivaninha. O que fazer com tanto tempo livre? O buraco em seu estomago lhe dava uma excelente sugestão. O celular volta as mãos e disca um número mais do que decorado.


_ Você tá de bobeira? Ótimo! Preciso mesmo disso!


A ligação é encerrada e ele trata de arrumar a bagunça que estava a sua bagagem antes de sair do alojamento universitário. O asiático abre a porta, cumprimenta alguns rostos conhecidos e caminha apressado para o ponto de ônibus mais próximo. Era maio e o tempo não poderia estar mais agradável para uma caminhada em New Haven. Os portões de Yale são ultrapassados e o rapaz sorri ao pensar pela centésima vez naquela grata coincidência.


Desde o início do colegial, Mike Chang e Matt Rutherford eram inseparáveis. Aquela dupla de melhores amigos que provavelmente manteria contato pelo resto da vida. Ironicamente, os adolescentes precisavam comprovar a impressão antes mesmo do fim do ensino médio. A transferência do pai de Matt para outro estado separou a melhor dupla de ataque o time de futebol qie a Escola Willian Mckinley tivera em anos e dificultou a continuidade da amizade. Mas, ninguém contaria com o bizarro senso de humor do destino. Mike se firmou como atleta, tomou coragem para aperfeiçoar a sua dança, namorou Tina Chang por quase dois anos, desafiou o rígido pai, batalhou pelo sonho de se tornar artista, foi largado pela primeira namorada, venceu a competição Nacional de corais e se esforçou ao máximo para manter o relacionamento à distancia com Quinn Fabray. Esforço? Não, muito mais do que isso. O estudante de dança moderna na Universidade de Artes de Chicago fez praticamente tudo que estava a seu alcance para que o namoro vencesse as barreiras da graduação e os absurdos 1385 quilômetros de distância. Por isso, o asiático havia literalmente apagado na noite anterior. Porque estava esgotado após passar horas em avião e ônibus para poder desfrutar do feriado prolongado junto da namorada no alojamento de Yale. E onde entrava o destino e sua ironia?


A parte curiosa era que Matt Rutherford cursava engenharia mecânica na Universidade de West Haven graças a uma bolsa de estudos esportiva. Ala da equipe de basquete da faculdade, o negro estava aproveitando a tarde para vadiar com o melhor amigo e algumas partidas de videogame. Os gritos insanos, a música alta, as provocações baratas e os comentários obtusos eram familiares a jovem que carregava uma pilha de livros sobre Shakespeare. Harmony Geller abre a porta ciente da identidade do visitante. Matt paralisa o jogo imediatamente ao ver a namorada entrando no recinto para indignação do melhor amigo. O negro beija e trata de apanhar a pilha de materiais das mãos dela, que sorri pela gentileza.


_ Olá, Mike! É bom te ver... Planeja ficar até quando? – fala se dirigindo a única mesa do lugar.


_ Terça-feira. Minhas aulas foram suspensas por causa de um festival municipal. Não posso reclamar, não é?


_ Não mesmo. Pelo visto, vocês passaram a tarde nesse bendito videogame, certo? – os rapazes confirmam – Matheus Rutherford! Você não esqueceu de nada? – o negro para novamente o game e a encara confuso – Mercado! Honestamente, não sei como você consegue sobreviver a base de água e chocolate! Você é um atleta e deveria cuidar da alimentação! – o asiático gargalha.


_ Por isso que eu tenho você, não é? Para cuidar de mim! – o negro tenta bajular a namorada, que cora com a oportuna declaração, mas, acaba revirando os olhos.


_ Você não presta, Rutherford! – o rapaz ri alto e desvia da almofada atirada pela garota – Agora, espero que vocês tenham ótimos planos para a noite... Porque eu preciso sair depois das aulas desta tarde! Então, o que me dizem? – os jovens se entreolham.


_ Boate? Aquele DJ que você adorou no fim de semana, vai tocar denovo. E bom, você conhece Fabang...Os dois piram por uma pista de dança!


_ Você tem conversado com Kurt ou Mercedes ultimamente? Só aqueles dois continuam usando esses apelidinhos ridículos! – o asiático protesta injuriado.


_ Eu acho fofo! Não acredito que você esteja perdendo para nesse jogo, Matt! Ainda não entendo como lhe deram uma bolsa de estudos justo no basquete!


_ Adianta dizer que isso é o videogame e não a vida real, baby?


Contrariado, Matt entrega o controle para Harmony, que quase reverte o massacre aplicado por Mike no jogo esportivo. Mais duas partidas e o alarme de nova mensagem soa no celular do asiático. “Devo chegar em alguns minutos. Dormiu bem?”. A preocupação da loira com seu bem estar coloca um sorriso nada discreto no rosto e responde que se despediria dos amigos e correria para o campus. O combinado é que se encontrariam na entrada da casa noturna dentro de algumas horas. Mike ri ao constatar que nunca viu o amigo tão envolvido com uma garota. Na verdade, o caso mais sério que Matt, além dos amassos em segredo com Santana, em sua passagem por Lima durou alguns encontros. Nada que valesse mudança de status no Facebook. E o engraçado é que a pessoa que mudou isso saira exatamente de Lima. Um ano mais nova do que eles, Harmony havia disputado as Seletivas de 2012 e surpreendido pelo talento excepcional. Segundo Kurt e Rachel, a jovem também desejava uma vaga na Academia de Artes Dramáticas de Nova Iorque, contudo, adaptou-se perfeitamente à Connecticut e não trocaria o curso de música em Yale por nada. Por tantas coincidências, Mike achava muito engraçado como o Clube Glee continuava tão entrelaçado a sua jornada.


Ele mira o relógio, nota os minutos de antecedência e considera oportuno comprar qualquer coisa para servir no lanche. Quinn amava o seu namorado e essa certeza se fortalecia a cada gesto adorável, como deixar a mesa preparada para sua chegada das aulas. Torta, sanduíches, uma jarra de suco gelado e a companhia do asiático mais fofo mundo, pelo menos, em sua opinião. Mike se desculpa pelo cochilo antes de ajudá-la a repassar o texto da peça e acaba recebendo um demorado beijo como resposta.


_ Além de dormir e me preparar essa ótima surpresa, o que mais você fez hoje? – questiona a moça apanhando mais um pedaço da torta predileta.


_ O mesmo de sempre... Visitei o Matt e, basicamente, jogamos videogame direto. Você não cruzou com a Harmony, não é? – a loira nega – Ela parecia estressada.


_ Ah, fim de semestre é sempre complicado, especialmente, o primeiro...Lembra dessa época? Eu costumava te ligar só para descontar a minha tensão. Nós nunca brigamos tanto!


_ Uau! Achei que iria surtar... Felizmente, existem as férias de verão após essa loucura! Matt comentou que a Mercedes também lhe ameaçou, caso não aparece na casa do lago na primeira semana de folga... Ela consegue ser mais assustadora que Sue Silvester!


_ Isso que você ainda não conheceu a mãe dela...Às vezes, tenho pena do Sam pela barra que deve enfrentar em cada discussão com a Mercedes.


_ Certo, ainda temos tempo para planejar o verão...Mas, o que você acha de sairmos para dançar nesta noite?


O sorriso é instantâneo no rosto de Quinn. Era sempre assim. Desde a ausência no baile de formatura, a loira não perdia uma única oportunidade para se exibir com o namorado na pista de dança. Vantagens de aturar há um ano e meio, o estudante de dança mais promissor de Chicago.


_ Ah, sabe que a Rachel teve a cara de pau de me perguntar anteontem? Se você poderia aceitava dar aulas de dança de salão para o Finn durante as férias. Aulas gratuitas. Ela só pode estar louca se acha que eu concordaria com isso! Finn é uma causa perdida e problema unicamente dela para a bendita valsa depois do casamento. Nós mal nos vemos e eu deveria deixar que você perdesse o verão por isso? Claro que não!


_ Incrível...Nunca achei que Quinn Fabray exigiria passar mais tempo comigo! Você não teimava em dizer que eu era...Estranho? – ele gargalha e precisa desviar rápido do pedaço de pão que ela atira em sua direção.


_ Eu ainda acho que você é estranho... Estranho e incrivelmente fofo! - ele infla ainda o sorriso.


_ Bom saber. Porque, eu não tenho nenhum outro lugar para ir. Pelo menos, não...Sem você.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, espero que o capítulo tenha sido bom... Fiquem a vontade para deixar as opiniões, certo? Outra coisa, tenho mais histórias sobre Glee, quem quiser dar uma olhada... Tem várias tipos e até duas de terror... Por último, vocês já imaginaram um brasileiro em Glee? Bom, caso, surja a curiosidade...Vocês podem se divertir com "Você vai lembrar de mim". Escrevi a algum tempo. É isso, então... Até mais!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Paradise" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.