Burlesque escrita por Rita de Cássia


Capítulo 3
Edward Masen


Notas iniciais do capítulo

Explicações lá embaixo! Aproveitem!!!
P.S.: STEPHENIE MEYER VAI FAZER UMA CONTINUAÇÃO PARA TWILIGHT!!!
#MORRI!



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Ponto De Vista: Bella

Ele acompanhou novamente até o Subway, onde comprei outro café e um jornal. Se eu soubesse que lá vendiam jornal também, a caminhada seria menor. Durante todo caminho, conversamos e pouco a pouco falávamos de nossa vida. Mas nada tão revelador assim. Precaução nunca é demais

- Você não gostaria que sentar-se e conversar um pouco? – ele propôs, aproximando-se de uma mesa que havia perto do balcão.

Recusei educadamente.

- Obrigada Edward, mas eu ainda tenho que sair para procurar um apartamento e um emprego. E realmente estou ocupada. Sinto muito.

- Para isso o jornal, não é?

- Exatamente.

- Então, espero que não se importe que eu peça seu telefone.

- Ahñ... Bem... – balbuciei.

- Certo, para não te deixar desconfiada, te darei o numero do meu celular, e quando eu conseguir a sua confiança, você me dá o seu.

Ele pegou um guardanapo e uma caneta que estava no seu bolso e começou a escrever, depois ergueu o braço e me estendeu o papel. Hesitei. Esta dividida. Ele não parecia mal, mas também, nenhum psicopata parece.

- Eu não sou nenhum psicopata.

Olhei assustada para ele. Ele lê mentes? Ele apenas riu.

- Não – respondeu a minha pergunta silenciosa. – Apenas sou um bom leitor de expressões. E as suas são particularmente claras.

Bufei.

- O que foi? – ele perguntou sorrindo.

- Ana sempre disse isso. “Você é tão transparente Isa... - ela esteve a ponto de deslizar e corrigiu - Marie”.

- E Ana é...? – aparentemente ele não prestou muita atenção no meu pequeno deslize.

- Uma amiga minha. Olha, Edward, a conversa está ótima, mas eu realmente tenho que ir. - Notei que sua mão ainda estava entendida em direção a mim, com um papel. Mais por educação do que qualquer coisa, peguei o guardanapo e o coloquei no bolso da minha calça.

- Então está bem. Acho que não posso te prender mais aqui, não é? – ele sorriu de novo. – Você precisa ir atrás do seu emprego.

- E do apartamento – completei.

- Com o apartamento, não se preocupe, há muitos para alugar em Los Angeles. Se eu não me engano, na pagina sete, há uma sessão especial para quartos e apartamentos disponíveis para o aluguel.

Olhei para ele e depois abri o jornal e notei que ele estava certo. Havia vários apartamentos e, por sorte, ficavam perto daqui. Olhei novamente para ele.

- Muito obrigada. – falei sorrindo. – Mas agora eu tenho que realmente ir.

- Por que será que eu tenho a impressão que não é a primeira vez que você fala isso para mim?

- Porque das outras vezes, você sempre dá um jeito de me distrair. E agora é sério, Tchau! – dei uma corridinha até a porta, mas antes de abrir a porta, vir-me-ei e olhei em direção a Edward e disse:

- Foi bom te conhecer. Apesar das circunstâncias.

- Concordo com você, Marie. Concordo com você... – ele respondeu, sorrindo torto novamente.

Resistindo à tentação voltar e continuar a conversar com aquele lindo e desconhecido homem, saí do Subway e olhei novamente o jornal. Primeiramente eu iria atrás de um apartamento e depois de um emprego. Dei uma olhada nos locais e notei que havia um apartamento disponível a três quadras. Decidida a não perder mais tempo, fui caminhando as três quadras, observando maravilhada, o esplendor de Los Angeles. Eram dezenas de outdoor, telas digitais onde passavam propagandas de cigarros, coca-cola, filmes ansiosamente aguardados, show de algumas bandas famosas... De tudo um pouco. As ruas continuavam lotadas com carros, táxis, ônibus e algumas motos disputando um lugar na pista. As calçadas não estavam tão diferentes. Parecia que a nenhuma hora do dia as pessoas paravam de zanzar por aqui. Realmente não tinha nenhuma semelhança com Elwood. Graças a Deus.

Dez minutos depois, eu chequei ao prédio que estava anunciando o quarto vago. Entrei e fui direto a recepção para me informar, mas a senhora que estava detrás do balcão me disse que já o haviam alugado mais cedo. Desapontada, agradeci à senhora e continuei a minha caça a apartamentos. Mas a sorte não parecia querer andar comigo hoje. Visitei todos os prédios que estavam anunciando no jornal, mas ou a maioria já havia sido alugada, ou era muito caro para o meu orçamento. Já eram 19h00min quando me dei por vencida e voltei para o hotel. Quando cheguei ao meu quarto foi que eu notei o quanto estava cansada. Meus pés latejavam de ter andado tanto eu estava com muita fome. Rapidamente, peguei um interfone que estava conectado a parede e pedi meu jantar pelo serviço de quarto. Depois fui tomar um banho relaxante e aproveitei para lavar o meu cabelo. Eu já estava saindo do banheiro quando um funcionário do hotel anunciou que a comida já havia chegado. Agradeci a ele e fui comer sentada na cama, pensado no meu dia. Hoje eu finalmente havia realizado o meu sonho e saído de Elwood.  Havia conhecido partes das maravilhas de Los Angeles. Conheci um cara. Edward. Que por sinal não saiu da minha cabeça. Ele e seus lindos sorrisos.

Mas eu não deveria perder meu tempo pensando nele. Provavelmente hoje foi o único dia que eu o verei, afinal Los Angeles era imensa. Qual seria a probabilidade de nos encontrarmos novamente? Uma em um milhão?

Imediatamente eu me lembrei que havia pegado o telefone dele. Desci correndo da cama e observei com mais atenção o guardanapo.

Edward Masen

8814-569-452

                                                   

                                                            *Não hesite em ligar.

Eu tinha que dar o braço a torcer. Sua caligrafia era de dar inveja. Se eu o encontrasse novamente, lembraria de nunca escrever algo na frente dele. A minha letra parecia mais um rabiscado mal feito em comparação à sua. A notinha no final me fez rir sozinha. Ele era um homem realmente muito insistente. Não posso negar que, de certa forma, gostei da insistência dele.

Contrariando o que estava escrito no papel, hesitei em ligar para ele. Eu não podia descartar todas as minhas desconfianças apenas por ele ser o cara mais bonito que pisou na Terra. Desculpem-me Orlando Bloom e Jared Leto. E eu não podia me distrair das minhas metas agora. E com esse pensamento, deixei a bandeja do jantar em cima de uma das cômodas, abri uma gaveta, onde botei o guardanapo, desliguei a luz do abajur e fui dormir. Com todo esse movimento hoje – a mudança, a procura por emprego -, havia me feito perder a vontade de sair e descobrir como era Los Angeles pela noite. Mas eu tenho certeza de que amanhã ainda estaria aqui e aproveitaria melhor a minha nova vida.

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Ponto de Vista: Edward

Já estava dando 16 horas quando eu cheguei ao trabalho. Esme com certeza estaria uma fera comigo, mas eu não conseguia me preocupar. A única coisa que eu podia pensar com clareza era aquele par de olhos chocolate que eu encontrei, ainda mais cedo na rua.

- Masen!

- Creio que toda Los Angeles ouviu seu chamado, Esme.

Esme estava vindo em minha direção. Ela era uma das pessoas que eu mais admirava em toda a minha vida. Esme era linda. Seus cabelos batiam até os seus ombros, e tinham uma cor dourada. Ela tinha uns 32 anos, mas não aparentava. Tinha o corpo de uma garota que acabara de chegar aos vinte anos. Seus grandes olhos castanhos combinavam com sua pele branca. Esme era verdadeiramente linda. E se não fosse o suficiente, ela tinha um verdadeiro dom quando se tratava de música e dança. Ela já havia sido muito famosa, mas sua carreira não deu muito certo com o passar do tempo. Ela não gostava de falar muito do seu passado. E ela também foi a única pessoa que quis dar emprego a um cara vindo do interior do Kansas e ainda por cima, ensiná-lo melhor do que ninguém a fazer o seu trabalho. Esme era como uma mãe que eu nunca tive. Eu sabia que ela tinha conhecimento desse fato.

E, fala sério, qual homem não adoraria se barman de uma boate como o Burlesque?

As noites, as dançarinas começavam a mostrar porque o Burlesque era sempre visitado por homens. Danças sensuais, que despertavam as fantasias de qualquer homem, eram apresentadas mo imenso palco que parecia com o de um teatro. Na verdade, a boate havia sido feita nas ruínas de um antigo teatro que Esme comprou. Ela o reformou completamente e nisso ele virou o a boate. Há anos atrás, Burlesque era um verdadeiro sucesso, mas, depois de um incêndio acidental teve de ser reconstruído novamente. Esme fez com que as coisas continuassem no seu antigo lugar, mas as pessoas deixaram de vir com a mesma intensidade que vinham antes.

- Mas pelo visto, a pessoa que eu queria que ouvisse, não o ouviu – ela rebateu a minha resposta. – Sabe a quanto tempo eu estou a te chamar garoto? O que aconteceu para que você chegasse atrasado?

- Se eu te dissesse que não sei, - respondi, indo em direção ao balcão de bebidas. – você acreditaria?

Esme continuou me seguindo e parou do outro lado do balcão, de frente para mim.

- Eu quero um uísque. Puro. Estou com dor de cabeça.

- Quer que eu te dê remédios também? – perguntei sarcasticamente.

- Masen, querido. Cada um tem seu jeito de curar suas dores. Agora você vai me dar o meu uísque ou eu vou ter de contratar outro barman que me sirva sem mais perguntas?

- Ui! – fingi uma careta de dor. - Desculpe chefinha! – peguei uma garrafa e u copo e botei tudo em cima do balcão. Servi apenas um pouco de bebida, mas Esme me olhou - ou melhor, fuzilou - até que eu enchi um pouco mais o seu copo.

- Limão? – perguntei.

- Por favor!

Depois de terminar o seu drink, empurrei-o em direção a Esme que o segurou, respirou fundo e depois tomou todo em apenas um gole.

- Hum... Então o problema hoje é grande. O que aconteceu? – perguntei.

Esme suspirou e disse:

- Primeiro me desculpe Edward. Eu estou sendo muito grossa com você hoje.

- Quê isso...

- Segundo, eu acho que vou ficar louca! Se não bastassem as manhas de Tânia e o nervosismo de Aro, a garçonete, a... a... – Esme franziu a testa. – Como é o nome da garçonete? A morena de cabelos escuros?

- Samantha?

- Essa! Essa mesma! Ela se demitiu! Diz que estava de casamento marcado e blá, blá, blá, blá!

- Ah... Ela me falou algo sobre isso um dia desses...

- E é só agora que você me fala? Agora eu vou ter de colocar um anúncio no jornal procurando outra garçonete. Enquanto ninguém se candidata, quem vai sofrer por causa da sua amnésia vão ser Ângela e Lilly!

- Opa! Quando foi que isso virou minha culpa? – perguntei enquanto pegava um pano e passava nas garrafas para tirar o pó que se acumulava durante a manhã.

- Edward querido, - Esme respondeu uma voz, ao mesmo tempo doce e sarcástica. – Eu preciso ter alguém para culpar. E a pessoa que está mais perto de mim... Adivinha quem é?

Bufei.

- Falando nisso, conheci uma garota hoje.

Esme ergueu uma sobrancelha.

- Você não perde tempo não é, garoto?

Bufei novamente.

- Não é nada disso. Ela apenas estava procurando um emprego.

- E como foi que você a conheceu?

- Ela estava andando no meio da rua, com um jornal enorme na frente e eu não estava prestando atenção por onde andava. Acabei trombando nela.

- E daí você começaram a conversar... – Esme deduziu.

- Mais ou menos. Eu estava com um copo de café gelado na minha mão e acabou derramando sobre o jornal dela. Sem contar que o dela também foi pro chão. Então eu me ofereci para comprar outro jornal para ela.

- Hum... Edward Masen. Eterno cavalheiro.

- Menos Esme. Ela não parecia ser daqui, então eu logo me identifiquei com ela.

- E a gora era bonita? Tem o nome dela? O telefone? – ela perguntou praticamente debruçando-se no balcão.

- Ainda menos, Esme. Você parece uma mão querendo saber como foi o primeiro encontro do filho.

- Eu me considero a sua mão. Então eu tenho todo o direito.

- Ok mamãe. E respondendo a sua pergunta, ela era muito bonita.

- Sabia! Você não dá fora.

- Menos ainda Esme. Estou quase me arrependendo de ter contado isso para você...

- E ia contar para quem? Aro?

No momento em que Esme falou o nome dele, Aro praticamente se projetou na nossa frente.

- Minha diva me chamou?

- Aro, Aro, Aro... Sabia que ouvir a conversa dos outros é muita má educação? – eu disse.

- Mas eu não ouvi nada!

- Ele conheceu uma garota que não sai da cabeça dele – sussurrou Esme.

- O quê? Quando foi que eu te disse isso? – perguntei.

- Olha só... E não é que já tinha nascido à mulher que iria conquistar o seu corãzinho Eddie?

- Aro, cala a boca. – rebati. – E Esme, você está começando a viajar com a sua imaginação.

- E qual é o nome da santa? – Aro perguntou.

- É. Qual é o nome dela? Você não me contou. – Esme emendou.

- Dá pra vocês me deixarem trabalhar em paz?

- Fala! – Aro disse. – E aí depois deixamos você começar a trabalhar.

- Qual é Edward. É apenas um nome! – Esme reforçou.

Soltei um suspiro.

- Tá bom. O nome dela é Marie. Satisfeitos?

- Huuuuuuuummm... – Esme e Aro murmuraram ao mesmo tempo.  – A garota é francesa.

E depois começou o interrogatório.

- Ela tinha sotaque? – Esme começou.

- Ela era bonita? – Aro perguntou.

- Como é que ela é... Digo fisicamente? – Esme.

- Alta ou baixa? – Aro.

- Loura ou morena? – Esme.

- Você já dormiu com ela? – Aro.

- E o que aconteceu com aquela parte em que vocês me deixavam fazer o meu trabalho em paz? – interrompi antes que viessem outras perguntas ainda mais constrangedoras.

- Ui! Mal humorado! Só quero saber como Tânia vai reagir ao saber que uma desconhecida francesa com o nome de Marie tomou o lugar dela...

Deixei um copo que estava na minha mão cair.

- O que você disse Aro? – perguntei, praticamente rosnando.

- Oh-ohul. – Esme sussurrou.

-E disse que é melhor todos nós voltarmos ao nosso trabalho porque o Burlesque não vai se abrir sozinho. – ele respondeu, olhando para todos os lados, menos para mim. – Agora eu vou voltar para o meu lugar e agüentar as loucuras das outras dançarinas. – Aro levantou-se e começou a caminhar. - E diva... – ele se virou para olhar Esme – Eu tive uma idéia magnífica. Conto-te depois. – ele virou-se novamente e foi em direção ao palco, para entrar no camarim.

Esme olhou para mim e disse:

- Não ligue para o que Aro falou. Ele mete muito os pés pelas mãos e fala coisas sem pensar direito.

Bufei.

- Eu tenho certeza de que ele não inventou isso. Tânia tem me dado nos nervos ultimamente.

- Eu só tenho uma pergunta: Você deu alguma esperança a ela?

- Não Esme! Por Deus não! Apesar de bonita, Tânia não tem nenhum tipo de qualidade que eu aprecio em uma mulher.

- E você já falou isso para ela?

- Já. De um modo mais cavalheiro, é claro. Mas parece que ela não entende.

- Ou não quer entender.

- Eu não sei. Só quero poder trabalhar, pelo menos, um dia sem que ela comece a encher a minha paciência.

- Idem.

- O que foi que ela te fez?

Esme bufou. Isso deveria estar virando moda.

- Ela veio com uma de querer fazer uma apresentação com a própria coreografia. O que diabos ela está pensando? Eu sinceramente vi a apresentação dela e é um das coisas mais vulgares que eu já olhei na vida! E ela se acha no direito de dizer que combina com o clima da boate! Desde quando isso aqui virou uma casa de prostituição?!

- Esme, você não acha que está... Exagerando um pouco?

- Edward, você está duvidando do meu conhecimento?

- Nope.

- Então acredite. Aquilo iria arruinar de vez o nome do Burlesque.

- Isso não está arruinado.

Esme me lançou um sorriso doce.

- É bom saber que tem alguém que acredita nisso.

Depois dessas palavras, ela levantou-se da cadeira do bar e fez o mesmo caminho de Aro.

Esme estava claramente estressada. Eu já havia recomendado varias vezes que ela tirasse umas férias, mas ela sempre vinha com da desculpa de que “nós colocaríamos fogo de novo se ela saísse, até se ela fosse apenas dar uma volta na esquina.”. Mas, sinceramente, eu não conseguia ver o Burlesque sem a direção de ferro de Esme Turner. Ela era a vida do Burlesque, assim como Burlesque era a sua.

O balcão já estava totalmente arrumado e eu fui ajudar Thomas e John a arrumar as cadeiras e as mesas. Nessa hora, já havia escurecido um pouco e, daqui a minutos a boate abriria, então fui ao vestiário masculino, troquei de roupa. Eu sabia que era proibido, mas levei meu celular junto comigo, caso a garota Marie me ligasse. Logicamente ficaria no silencioso porque, se Esme notasse, eu não duvidava que ela fosse agir como uma diretora de colégio e confiscasse o meu celular. Eu não queria pensar nisso, mas estava um pouco ansioso para que ela me ligasse. Ela parecia... especial.

- E aew, cara? – Jasper me acordou dos meus devaneios. Ele também era barman e me ajudava quando o movimento ficava muito intenso. – Tô atrasado?

- Não. Eles vão abrir as portas... – olhei para a entrada e vi que o segurança havia aberto as portas. – Agora.

- E Esme? Será que ela notou o meu atraso? – Jasper perguntou, olhando cautelosamente para os lados.

- Notar, notar, com certeza ela já notou. Mas eu acho que ela já descarregou a raiva em cima de mim. – falei, lembrando do episódio de mais cedo.

-O que ela disse? O que foi que aconteceu?

- Tânia.

- Opa. Não precisa falar mais nada.

Dei um sorriso.

- E a Alice? Você a viu por aí?

Sorri ainda mais abertamente. Jasper era louco por Alice desde a primeira vez que ele a viu. Ela é o único motivo para que ele trabalhe aqui, afinal, Jasper é montado na grana. Mas ele só revelou isso para mim. Eu o considero meu melhor amigo.

- Não. Ainda não a vi. Mas se fosse você não a procuraria agora. Ela deve estar se arrumando.

-Ela vai se apresentar hoje? – ele perguntou com os olhos brilhando. Não agüentei e soltei uma gargalhada.

- Não se preocupe. A sua bailarina vai sim se apresentar hoje.

- Quem dera ela fosse minha... – ele lamentou.

- Alice é apenas um pouco desligada. Mas eu não dou muito tempo para ela notar um certo cara loiro dos olhos azuis, que por acaso é o barman da boate que ela trabalha, babando aos seus pés.

- Ah, Edward, você é tão palhaço.

As horas foram passando e o Burlesque começava a encher. Lá era o local preferido para que homens de negócios viessem conversar e de quebra, olhar mulheres em trajes sensuais. Empresários, comerciantes, caça-talentos... Era uma infinidade de gente. Por isso que eu não acreditava muito na conversa de Esme em dizer que o Burlesque estava indo mal.

Na boate tudo tinha o seu horário. Nós abríamos as sete e até durante as dez apenas uma banda de maestros tocava uma música calma. Mas,quando dava exatamente às dez horas, as apresentações das meninas começavam. Eram espetáculos de danças sensuais, perfeitamente coreografadas e dirigidas por Esme. Tânia Denali era a estrela. Loira e com curvas exuberantes, Tânia era o sonho de qualquer homem. Mas, convivendo com ela foi que eu aprendi a não julgar um livro pela capa Tânia era agressiva, mesquinha e egoísta. Queria que todos os holofotes brilhassem para ela e ela dava uma atenção extraordinária para o dinheiro. Futilidade poderia ser considerado o seu nome do meio. Quem não há conhecesse, não diria isso. Mas era a pura verdade.

As dançarinas eram divididas em grupos, para facilitar a organização. No total havia quatro grupos. Tânia era como uma espécie de líder de um dos grupos de dançarinas. Rosalie, uma outra dançarina, comandava o outro. Alice outro e por fim Louise comandava o último grupo. Diferentemente da primeira, Rosalie, Alice e Louise não eram tão fúteis como Tânia. Dava para se ver ao longe que elas faziam isso porque realmente gostavam de dançar.

O primeiro grupo a se apresentar foi o de Rosalie. Com a banda tocando um ritmo mais sensual, parecido com salsa, ela começaram a dançar tão sincronizadamente, que por mim, era impossível se achar um defeito. Eram nessas horas que poderiam ser ouvidos os assovios e elogios que os homens direcionavam as garotas. As pessoas que estavam sentadas nos bancos do bar viraram se para apreciar o desempenho delas.

Com a batida da música ficava cada vez mais rápida, as garotas apressavam seus movimentos, fazendo que s olhos menos acostumados com todos aqueles movimentos se perdem. Rosalie ficava na frente e se mexia sensualmente fazendo com que vários homens praticamente se curvassem para o palco. A melodia terminou e Rosalie foi saudada com uma chuva de aplausos.

Minutos depois, os outros grupos começaram a se apresentar, e a boate enchia cada vez mais. Ângela e Lilly estavam visivelmente sobrecarregadas com tantos pedidos. Eram 03h30min da manhã quando a última pessoa saiu. Depois disso, os funcionários encarregados da limpeza teriam o trabalho duro: Arrumar novamente as mesas, varrer o lixo, limpar os banheiros e etc. Se fosse outro dia, eu até ajudaria, mas eu não estava muito feliz.

Ela não ligou.

Mas, também, eu só poderia ser um doido mesmo. A garota acaba de chegar na cidade e eu quero sair com ela. Era obvio que ela não iria ligar. Por mais que eu dissesse que eu não sou um ladrão, um assassino, ou até mesmo um psicopata, se eu estivesse no lugar dela, continuaria não confiando.

Mas então porque eu estou tão chateado?

Cansado de fazer perguntas a mim mesmo, me despedi de todos e fui até o estacionamento onde estava a minha querida moto Suzuki. Ela foi um presente do meu pai antes dele morrer. Era uma moto com a designer antigo, mas ao mesmo tempo charmosa, como daquelas motos dos anos 80. Era a coisa mais preciosa que eu tinha no mundo. Montei nela e fui em direção à minha casa. Chegando lá, tomei um banho, esquentei uma lasanha congelada para o jantar e depois, fui dormir. Dormir e sonhar com um lindo par de olhos cor de chocolate.


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Notas finais do capítulo

Se eu disser que estou com a cara no chão de vergonha, não é um sentimento forte o suficiente para comparar como estou me sentindo. Eu sinto muitíssimo por demorar tanto para postar, mas é que esse ano foi mais corrido do que eu imaginei. Sei que isso não é desculpa o suficiente, mas é a única que eu tenho.
Eu também não posso prometer que vou começar a postar todos os dias porque não seria verdade. Mas de uma coisa vocês podem ter certeza: Eu não vou demorar meses e meses para atualizar novamente. Sou leitora também e sei como a espero é estressante.
Então o quê vocês acharam do capítulo? Obrigada as pessoas que favoritaram!
Espero pelo menos 5 reviews, afinal o capítulo ficou gigante! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
P.S.: Já assistiram "Amanhecer - Parte 2"? O que acharam? Eu chorei do início ao fim! :')
Bjooos e até mais!



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