Três dias depois...

POV: Katy.

Pi!... Pi!... Pi!

Argh! Já estou ficando cansada desse barulhinho.

Abri os olhos sorrateiramente e logo sorrio. Ele, emocionado, me dá um beijo demorado.

- Hey!... - disse Kyle. - Tudo bem?

- Tudo sim. - respondi.

- Assim fico mais aliviado. Eu sei que o médico disse que você ia ficar bem, mas eu precisava ver você se mexendo, de olhos aberto e me respondendo.

- Quantos dias eu fiquei apagada?

- Uns três.

- Eu pensei que tivesse morrido.

- Você quase morreu. Levou um tiro perto do coração.

Uau.

- Mas e a faculdade?

- Não se preocuope, o médico já fez uma justificativa e eu levei lá.

- Ah, obrigada.

- Disponha.

- E... E o Derek? O Patrick?...

- Eles... Morreram.

- Mas eu...

- Sim, Derek atirou em Patrick quando a bala atingiu você, e depois corremos para levar você aqui, e Patrick acabou matando Derek quando ele estava quase entrando no elevador. Mas ele me pediu para eu te passar isso... - e então me deu um papel dobrado.

Desdobrei o papel e li:

"Oi Katy, sou eu, Derek.

Eu sabia de que, no meio de toda essa confusão, ia sair sangue. Não só seu, mas eu sabia. Por isso, eu escrevi esse bilhete para você, porque eu temi que eu não estivesse vivo para te pedir perdão. Me desculpe por ter ajudado a matar seus pais. Sério.  Mas, não foi além de matar seus pais, foi que enquanto eu menti que estava em Berlim para você, eu estava em uma cidade vizinha, fazendo faculdade e pedi para minha mãe dizer isso também. Nessa faculdade, acabei encontrando a verdadeira pessoa que me completa, que agora deixei. Só espero que... Me perdoa. E, além do mais, fui eu que escrevi aquela mensagem atrás da foto.

Me perdoe, Derek."

Dei um suspiro e fiquei encarando o bilhete.

- Você leu? - perguntei.

- Não.

- Para de mentir!

- Ok, eu li sim. Me desculpa.

- Não, tá tudo bem. - disse. - Pode guardar no seu bolso? Eu não tenho lugar algum para guardá-lo.

Ele pegou e guardou no bolso de sua calça jeans.

- Me desculpa, tá. - começei.

- Você me deve desculpas?

- Mais ou menos. Eu te devo por te dar aquele susto, mas eu salvei a sua vida.

- Mas eu não me importo com isso, o importante é que você está aqui, viva.

- E que eu vou passar por isso quantas vezes for preciso.

Ele me olhou, horrorizado.

- Ah, qualé? Você sabe que eu sou detetive. Nunca viu os filmes do Sherlock Holmes?

- Algumas vezes.

- É aquilo lá que eu vou passar. Mas eu gosto do que eu vou fazer.

- Gosta de ver sangue, é? - disse. - O médico disse que você desmaiou por causa de sangue ¬¬'

- Calma, Judeu! É a minha primeira experiência! É claro que eu vou passar por coisas piores, mas eu vou me acostumar.

- Acostumar em levar tiro? Bonito isso.

- É quase isso. Você um dia vai entender.

O silêncio pairou. Ele se aproximou de mim e sussurou:

- Eu te amo.