Black

O profeta diário trazia em sua primeira página a noticia que deixou o mundo mágico surpreso.

Após a festa de aniversário de Cathy os Cullen ficaram por mais dois dias e depois voltaram para os Estados Unidos, Rafael ficaria mais algum tempo na Inglaterra, na casa de Cathy.

“Sirius Black é Inocentado e descobre-se que ele possui uma filha”

“Após a prisão no último dia 31 de Pedro Pettigrew, quem todos julgavam ter sido assassinado por Sirius Black, ele confessou a traição aos Potter e a armação para que Black fosse acusado de traição e assassinato.

As surpresas não param por ai, Sirius Black tem uma filha! Isso mesmo, uma filha!  A menina Black, assim que soube da confissão de Pettigrew, lutou junto ao Ministério para que o nome de seu pai fosse limpo e que todas as denúncias e acusações contra ele fossem retiradas.

Em um decreto extraordinário o Ministro da Magia concedeu indulgência a Sirius Black pela fuga de Askaban; quanto a misteriosa Black todos, inclusive o Ministro, a descrevem como uma moça extremamente bonita de cabelos negros e olhos de um azul profundo, que se veste de forma elegante e austera. Infelizmente não temos nenhuma foto dela.

O que será que o nosso querido e pequeno Potter acha desta delicada flor? Afinal ela é filha de seu padrinho, não?”.

Rita S.

-       “Pequeno Potter?” Essa maluca acha que eu tenho quantos anos? Nove?

-       O que será que ela quis dizer com “delicada flor”? – perguntou Rony aos amigos depois de lerem a reportagem no salão principal.

-       Que ela não é louca de insultar uma Black, a qual que ninguém conhece e que pode ter herdado tudo de ruim que vem junto com o nome e o sangue. – disse Cathy rindo e se aproximando da mesa.

-       Verdade. – disse Luna. – Dizem que ela lembra muito a avó, meu pai disse que ela é arrogante e prepotente, que não nega o sangue que corre em suas veias.

-       E como seu pai pode saber uma coisa dessas? – perguntou Cathy num tom frio e furioso.

-       Cathy...

-       Nem começa Harry! – disse sem olhá-lo. – Seu pai por um acaso teve contato com ela? Ela o destratou?

-       Na... Não... – respondeu Luna aturdida.

-       Pois bem, então fale para o seu querido pai não ficar falando do que ele não sabe! – disse furiosa para em seguida virar as costas e foi embora.

-       O que deu nela? – perguntou Rony confuso.

-       OMG! Harry...

-       Sim Mione é isso mesmo...

-       Do que é que vocês estão falando? – perguntou Gina mas Harry desconversou.

                                                                              oO.Oo          

-       Sabe que não vai poder se esconder aqui para sempre, não sabe? – perguntou o loiro.

-       Não estou me escondendo!

-       Não? – disse sentando-se ao seu lado.

-       Não! Apenas gosto da vista.

-       Sei...

-       Fala logo Draco! – disse impaciente.

-       Você já sabia, não é?

-       O que? – perguntou sem olhá-lo.

-       Que éramos primos em 3° grau e não distantes como eu pensava.

-       De onde tirou isso?

-       Eu soube que quase azarou a Lovegood. – disse ele rindo.

-       E?

-       Eu só a vi azarando quem mexesse com sua família ou com seus amigos e nunca um dos seus amigos. Além do mais eu li a carta de sua mãe, esqueceu?

-       Não. – riu. – Sabia que fui parabenizada por lhe colocar em detenção com menos de 24 horas depois de ir para a torre da Sonserina?

-       Aposto que foi o pobretão do Weasley!

Cathy olhou para baixo.

-       É uma boa queda! É melhor ter cuidado. – disse ela como se falasse do tempo.

-       Você não ousaria...

-       Não estou no melhor do meu humor, então não provoca! – disse fria.

-       Posso mudar isso... – sussurrou ele em seu ouvido enquanto afastava uma mexa de seu cabelo.

-       Já disse, não podemos! Somos primos e não irá me fazer escolher entre você e o Harry, irá sair perdendo.

Num movimento rápido, Draco a deitou e ficou por cima dela, não totalmente, mas o suficiente para surpreendê-la.

-       Você está louco? Quase fez a gente cair! – brigou ela assustada.

-       Então é melhor não fazermos mais movimentos bruscos, como você me empurrar, não é? – disse sorrindo e se aproximando para beijá-la.

Foi um beijo suave, sem pressa.

-       Não me importo com o fato de sermos primos. Eu quero você e se isso implica em ter de aturar o Potter... Fazer o que? – a beijou novamente.

oO.Oo

Era duas da tarde e Harry estava à procura de Cathy, isso já estava virando rotina, desde seu aniversário era assim, ela desaparecia e voltava horas depois como se não tivesse acontecido nada e o que mais o estava irritando é que por diversas vezes Draco também desaparecia e nem adiantava olhar no mapa, ela descobriu uma forma de enganá-lo, coisa que deixava ele e Remus muito preocupados.

Harry passava por um dos corredores quando se deparou com Pirraça e resolveu perguntar se a tinha visto, mesmo sabendo que dificilmente o fantasma o ajudaria.

-       Sei onde ela está, mas... Você iria atas dela, não é?

-       Se a estou procurando...

-       Dentro do terreno da escola ela está, mas não está dentro de lugar algum! Onde ela estará? Eu digo, onde fantasmas e jogadores podem vê-la. – disse e sumiu.

oO.Oo

-       Não... Eu não posso... – disse ela terminando o beijo.

-       Tenho de cuidar da minha família...

-       Faça isso e deixe que eu cuide de você. – disse ele beijando seu rosto e pescoço.

-       Draco... – chamou num quase sussurro.

-       Sim?

-       Sabe... Sabe... Que... Irá...Perder... Não... Não, sabe?

Ele parou de beijá-la e a fitou com intensidade.

-       Sim, eu sei. Mas não posso desistir de você e não vou. Vou provar para você e para qualquer um dos seus primos que sou digno de confiança.

-       Não é tão simples...

-       É sim, e no futuro quem sabe, você não me conceda a honra de desposá-la?

Cathy olhou-o atônita.

-       Mas por enquanto, eu ficaria muito, mas muito feliz se aceitasse ser a minha namorada. – disse sorrindo

oO.Oo

              Após resolver a charada de Pirraça com a ajuda de Hermione, Harry sobrevoava o castelo observando atentamente para ver se via sua prima, que de acordo com Vivian, Cathy adorava ficar em lugares altos. Passando pela torre de astronomia a viu e não conseguia acreditar na cena, Cathy estava deitada de lado na beirada do telhado com Draco ao seu lado segurando-a pela cintura, puxando-a para si e ela com as mãos em seus ombros e com o rosto visivelmente em pânico. Num movimento rápido ele foi até eles.

-       Deixe-a em paz Malfoy! – ordenou ao se aproximar.

Ambos assustaram-se com a chegada repentina de Harry, Cathy desequilibrou-se, e como estava de costas para o nada, acabou por cair. Draco ainda estava com o braço em sua cintura, mas com o susto acabou por afrouxar o aperto na cintura da moça, possibilitando assim a sua queda.

-       Cathy!!! – gritaram Draco e Harry.

            Por sorte, Cathy conseguiu se agarrar a uma viga do telhado, Draco rapidamente a segurou pelos braços e tentava puxá-la para cima novamente. Harry foi até ela colocou-a na vassoura e a levou até o chão em segurança.

            Harry mal a colocou no chão levou um soco certeiro de Draco que estava furioso.

-       Da próxima vez que colocar a vida dela em risco por ser um idiota, vai levar mais do que um soco, entendeu Potter?

-       Draco chega! Estou bem, não estou? E você pode parando por ai, não vai revidar esse soco, senão vocês não vão parar até estarem desmaiados no chão. – disse se colocando entre os dois.

-       Ele estava te agarrando e você ainda o defende? – Harry estava indignado.

-       Ele não estava me agarrando, bem, pelo menos não nesse sentido que você está pensando...

-       E qual outro pode haver? – perguntou com tom de sarcasmo, o que enfureceu a prima.

-       Eu me desequilibrei e já ia caindo do telhado, Draco estava do meu lado e conseguiu me segurar. Quando você chegou, eu ainda estava tentando me estabilizar, com o seu grito, nos assustamos e me desequilibrei novamente, dessa vez caindo.

-       E o que você estava fazendo no telhado com ele.

-       Conversando! Simplesmente conversando! Agora se me derem licença, tenho algumas lições para terminar. – disse e foi em direção ao castelo.

-       Fique longe dela Malfoy!

-       Isso vai ser meio difícil Potter, já que somos da mesma casa e ano. – disse indo para o castelo também, porém em outra direção.

Harry foi na mesma direção da prima, ao passar pelas estufas a viu com Neville, ele explicava sobre as mandrágoras e suas propriedades.

oO.Oo

No jantar Cathy chegou atrasada sentando-se ao lado de Draco que estava na ponta da mesa perto da porta que dava para os corredores principais.

-       Resolveu sentar-se sozinho hoje?

-       Fazer o quê? – disse ele dando de ombros.

-       Fala o que houve? – disse séria.

-       Nada que valha a pena falar.

-       Já sei, seus “amigos” estão te dando um gelo porque o seu pai te deserdou?

-       Como...

-       Deduzi... – disse simplesmente, também dando de ombros.

oO.Oo

-       Para de encarar os dois Harry! – disse Hermione.

-       Droga Hermione, não é porque ele a salvou que eles tem de ficar tão amiguinhos.

-       Vai ver ela ficou com pena, afinal ele está sendo ignorado por quase toda a casa deles. Não é como se ela estivesse apai... Droga!

-       O que foi Vivian? – perguntou Harry olhando novamente na direção da mesa da Sonserina.

-       É primo, como ela mesma diz às vezes: Deu ruim!

-       O que isso quer dizer?

-       Acredito que ela mesma vai querer lhe dizer, mas já vou avisando, você não vai gostar...

-       Eu não vou gostar do que?

-       Atenção!! – pediu o diretor. – Como todos já sabem Sirius Black teve uma filha, a partir de segunda-feira o nome da Srta Black será chamado nas aulas, peço que ignorem certos boatos e lembrem-se cada livro é único e possuem histórias e conhecimentos interessantes se estiverem dispostos a lerem e apreciar.

oO.Oo

              Na manhã seguinte, Cathy entrou no grande salão sendo abraçada por Draco, ambos estavam com seus uniformes impecáveis, foram até a mesa da Grifinória onde estavam Harry e os outros grifinórios.

              Ninguém avisara a Harry que os dois estavam atrás dele. Quando ela o chamou, e ele viu o braço de Draco sobre os ombros da prima e quase engasgou com o suco de abobora que tomava.

-       Bom dia Harry! - cumprimentou ela contente.

-       Mas o que...

-       Viemos dizer bom dia e comunicar que estamos namorando. – continuou.

-       Comunicar O QUÊ? – Harry assumiu uma gama de coloração que foi do branco ao vermelho em uma velocidade impressionante.

-       Isso mesmo que ouviu, achei que como vamos assumir um relacionamento, você deveria ser comunicado por mim e não por fofocas.

-       Você está brincando, não é? – perguntou cético.

-       Claro que não, mas façamos assim, você não diz nada agora e no final do dia a gente volta a conversar. O que acha?

-       O que eu acho? Acho que você deveria se afastar desse...

-       Ótimo! - disse ela com entusiasmo, cortando-o. – Então no final do dia voltamos a nos falar. - disse e saiu em direção a mesa da sonserina.

-       Harry! – chamou Vivian ao seu lado – Acalme-se, ela te deu um tempo para isso. Para você absorver a novidade.

-       Você já sabia, não é? Foi isso que não quis me dizer ontem.

-       Na verdade, eu não sabia que ela estava pensando em começar um namoro.

-       Então o que você sabia? – perguntou Rony.

Vivian mordeu os lábios em sinal de indecisão, assim como a prima fazia.

-       Que ela está apaixonada. – disse Vivian.

-       Isso quer dizer que é sério então? – perguntou ele sentando-se

-       Isso quer dizer que você não deve dar um ataque igual ao que deu em relação ao baile de halloween. Ou ela vai ter de escolher...

-       E ela poderia escolher ele ao invés da gente? – perguntou ele perplexo.

-       A gente? Não mesmo, EU é que não serei contra esse namoro, não quero perder minha prima outra vez.

-       Vamos ter de engolir o Malfoy? Não mesmo!!!

-       Acalme-se Harry! - pediu Hermione. – Como Vivian disse, a Cathy te deu um tempo para você absorver a novidade, mais tarde vocês conversam sobre isso novamente.

-       É Harry, quem sabe até lá o Malfoy não faz algo e ela mesma dá um chute nele? – disse Rony animado com a possibilidade. 

oOOo

-       Potter!! - Harry escutou Draco o chamar enquanto caminhava sozinho por um dos corredores do castelo.

-       O que quer?

-       Que você me escute, ok?

-       Onde está a Cathy?

-       Foi ao curujal. - disse dando de ombros.

-       Fala logo!

-       Não estou gostando nada do fato de ter de conviver com você e os seus amigos, mas vou fazer isso pela Cathy. A amo como nunca imaginei amar alguém e farei o que for preciso para vê-la feliz. Não digo que mudei porque estaria mentindo, mas aprendi que se quero estar ao lado dela tenho de fazer sacrifícios, então vê se não se aproveita da situação e nem estraga tudo. – disse e se voltou na direção de onde veio deixando Harry sem ação.

oOOo

-       Ele disse o quê? – Rony estava pasmo com o que Harry acabava de contar.

Estavam na Sala Precisa junto com Luna, Gina, Vivian, Corny, Bella e Bia.

-       Se o Draco assumiu que a ama para você, é porque a coisa é séria, Harry.

-       Mas ele é um Malfoy! O mesmo Malfoy que inferniza a nossa vida desde o primeiro ano. Que não perde a oportunidade de te ofender Mione!

-       Primo, você não precisa gostar dele, basta tentar aceitar. No fundo é só o que ela quer, que a gente tente.

-       Vou pensar. – disse e saiu.

oOOo

              Draco e Cathy haviam entrado no Grande Salão de mãos dadas e acabavam da sentar na mesa da Sonserina para jantar quando escutaram alguém atrás deles.

-       Então é verdade? Você está namorando o Malfoy? – havia mágoa na voz de Richard.

-       Olá Richard! Estamos sim. – respondeu ela sorrindo.

-       Mas...

-       McMille, ou dá os parabéns, ou dá o fora e deixa a gente em paz!

-       DRACO!! Não fala assim com o Rick, por favor. – disse em tom de reprimenda.

-       Já sei quem manda nessa relação. – disse Richard em tom de deboche e com um sorriso arrogante nos lábios.

-       Gosto de sua amizade Richard, mas não aceito que use esse tom com meu namorado. – disse séria. – Estou feliz com o Draco e se você como meu amigo não pode ou não consegue ficar feliz com isso, por favor, me avise que assim poderei evitar te agredir com a minha felicidade.

-       Você deixaria de falar comigo por causa dele?

-       Não, deixaria de falar com você, por você, por suas atitudes. Mas façamos o seguinte: a gente abstrai esse momento e amanhã voltamos a conversar, o que acha?

-       Até amanhã então Cathy, Malfoy. – disse acenando com a cabeça e indo sentar em outro lugar da mesa.

              O jantar decorreu sem mais contratempos, Cathy e Draco estavam sendo claramente excluídos pelo resto da casa nem mesmo Crabe e Goyle estavam falando com Draco. Ao terminarem o jantar, eles seguiram em direção às masmorras conversando sobre trabalhos e sobre a poção que terminariam no dia seguinte.

-       Cathy! – escutaram Harry chamando. – Espera, quero falar com você.

-       Se for para discutir pode esquecer... – disse virando-se para o primo.

-       Não, quero falar sobre hoje mais cedo. Na realidade gostaria de te pedir uma coisa.

-       O que é? – perguntou com cautela, sendo abraçada pela cintura por Draco.

-       Não vou cometer a mesma burrada de querer te proibir de alguma coisa só pelo fato de não suportar a ideia de te ver com o Malfoy, mas posso pelo menos te pedir que peguem leve e não fiquem se agarrando pelos corredores?

Cathy riu, uma risada gostosa e cativante. O que deixou Harry e Draco um pouco surpresos.

-       Não posso te prometer muita coisa, mas vou tentar pegar leve, ok? Afinal estamos numa escola, não é? - disse ela de forma leve e com um sorriso nos lábios e piscando para ele de forma marota, deixando-o um pouco sem graça.

-       Obrigado! Boa noite! – Harry se despediu de ambos e foi para o seu salão comunal.

Cathy virou-se para Draco e percebeu que ele não havia gostado nada do que ouvira. Ela aproximou-se ficando de frente e colocando seus braços em volta do pescoço dele.

-       Ele precisa de um tempo, e nós não precisamos forçar a barra, não é mesmo? – disse ela de forma doce e meiga.

            Draco a segurou pela cintura, trazendo-a para mais perto e a beijou com vontade, ato que ela retribuiu com mesma intensidade.

(continua...)