Primos II Parentescos e revelações inesperados.
- Bem, eu fui a Londres por causa do testamento da vovó, lembra que o senhor Austin falou de uma tia nossa que morreu depois de nascer?
- Lembro!
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- Então, ela não morreu! Houve uma troca de bebês, depois de sair da depressão que ficou com o fato da morte da filha, vovó viu que tinha algo errado e foi investigar. Descobriu a troca e que a filha estava viva, passou anos à procura da filha.
- Quer dizer que temos uma tia ainda viva e que desconhecemos? - perguntou alegre.
- Um primo na realidade, nossa tia morreu há alguns anos protegendo o filho.
- Quando ela morreu? - perguntou Harry curioso.
- Há quinze anos, na época em que Voldemort tentava tomar conta de tudo.
- Porque nunca soubemos disso?
- Ninguém nunca soube! Eu descobri quando li o diário dela que fica no cofre. Ela procurou por anos e quando a encontrou soube que ela e o marido haviam sido assassinados, sobrevivendo apenas o menino.
- Então, cadê ele? Porque ele não o trouxe para casa?
- Porque se o fizesse ele estaria morto.
- Como assim? – perguntaram os dois surpresos.
- Vocês sabem o que é um guardião?
- Eu sei que é mais que um padrinho, Sirius era meu padrinho e guardião. – disse Harry triste.
- Sim, mas ele escolheu, aceitou ser seu guardião. Ele aceitou morrer se preciso por aquele que ele guardava.
- Como assim? – Perguntou Vivian.
- Essa é a sina de um guardião, morrer se preciso for para proteger o objeto de sua proteção.
- Ah... Entendi. Eu acho! – fez uma cara pensativa, fazendo Harry e Cathy rirem.
- Mas existem aqueles que nascem com o dom de proteger.
- Como você! – falou Vivian animada.
- Sim, como eu.
- Como assim? Você vai morrer? – disse Harry assustado e assustando Vivian.
- Claro! – riu. – Assim como você! Todo mundo morre um dia Harry!
- Sou uma guardiã de nascença, assim como minha avó e minha tia. Elas abriram mão de serem guardiãs por motivos diferentes e no final tiveram o mesmo destino, morreram protegendo quem amavam.
- Como assim? – perguntou Harry.
- Quando um guardião de nascença abre mão de ser um guardião, ele pode ainda fazer um último sacrifício, dar sua vida por quem ama, fazendo assim com que a pessoa salva tenha uma segunda chance.
- No caso da vovó foi você, Vivian. Ela não podia salvar nós duas então ela arranjou um jeito de digamos, “burlar” as regras.
- Co- como assim? – Vivian estava assustada, seus olhos já estavam marejados fazia força para não chorar.
- Sua mãe era uma vidente, ela já tinha previsto que todos iriam morrer, apenas com uma exceção.
- Mas nós duas...
- Sim, porque me mandaram para longe no inicio do ano, e mesmo assim eu não estava segura, alias, muito pelo contrário. Estava sem proteção alguma! Por isso duas semanas depois que embarquei, ela me escreveu e me mandou uma carta me mandando para a casa de um amigo da família.
- Eu fui sem hesitar, algo dentro de mim me alertava para o perigo. Recebi a carta de manhã, viajei à tarde e de noite a família que havia me recebido estava morta.
Estavam Vivian e Harry abismados com esses fatos antes desconhecidos por eles e com a tranqüilidade com que Cathy contava tudo.
- Desde então ficou impossível ver o meu futuro, se tentarem vão ver que eu não o tenho como se estivasse morta ou prestes à.
- Mas deixem isso de lado! Vamos voltar ao assunto!
- A vovó escolheu proteger você por motivos que cabiam a ela. – disse com tom de quem encerra um assunto. – E a sua mãe escolheu você Harry!
- Hein? – Harry olhou assustado pelo assunto ter ido parar nele.
- Ela podia ter sobrevivido, mas escolheu lhe proteger. Fazendo com que ele não pudesse lhe tocar.
- Como o assim? – perguntou Vivian
- O que você quer dizer com isso? – perguntou já meio que desconfiando.
- Você nunca se perguntou por que e como eu consegui sua guarda tão fácil? – ela estava com um sorriso maroto no rosto.
- Como assim guarda? – Agora era Vivian que tinha perdido totalmente o fio da meada.
- Ela me adotou no nome do pai dela! – disse rápido. – Você ta querendo me dizer que... – ele só viu o sorriso dela aumentar tomando assim compreensão do que ela estava querendo dizer. No segundo seguinte ele a abraçava fortemente.
- Como assim, pai dela? Você descobriu quem é o seu pai? E como assim adotou? Porque estão se abraçando? Eu também quero! – disse fazendo beicinho.
Os dois riram e a puxaram para o abraço.
- Eu já disse, a carente da família sou eu! – disse rindo para Vivian.
- Ta, mas agora explica!
- Vi, Harry é o nosso primo. – disse com um sorriso caloroso nos lábios.
- Que? – Ela estava boquiaberta.
oO.Oo
- Como assim primos? – ele estava mais branco que o normal e realmente com uma expressão de incredulidade no rosto.
- Pois é Draquinho, parece que a mãe dele foi adotada por trouxas. – dizia Pansy sem notar a cara de Draco. – Por isso a afinidade deles e a falta de classe dela, são tudo farinha do mesmo saco. – disse com arrogância e nojo.
Draco que estava sentado no sofá da sala comunal da Sonserina levantou-se rápido quase derrubando Pansy que estava sentada ao seu lado.
- Aonde você vai? – perguntou sem entender o rompante do loiro.
- Preciso averiguar uma coisa. – disse frio.
- Posso ir com você? – perguntou, mas o olhar mais frio que sua voz que ele lhe lançou a fez desistir de acompanhá-lo.
oO.Oo
Draco esperou que não tivesse ninguém, então entrou na enfermaria e a viu dormindo. Aproximou-se de vagar iria acordá-la, pois poderia não ter outra chance de lhe falar a sós, mas lembrou-se do que lhe acontecerá e resolveu ir embora.
- Não vá! Também quero falar com você. – disse suave.
- Como está? – perguntou aproximando-se.
- Cansada. Mas feliz! – sorriu cansada.
- Eu soube! Primos! - disse sarcástico. - Desde quando sabe? – sua voz continuava baixa assim como a dela.
- Importa?
- E se importar? – disse na defensiva
- Então não tem mais o que fazer aqui. Pode ir. – disse virando o rosto para o outro lado e ele pode ver o cansaço dela.
- Está cansada, conversamos outra hora. – disse virando-se para sair.
- Importa ou não? Você não respondeu.
Ele voltou-se para ela e viu que ela o encarava exigindo a resposta. Não soube dizer o que ela queria escutar, nunca sabia, não com ela. Nem o que falar nem o que fazer, ela não reagia como ele esperava. A salvará e ela fugira depois de ficarem, toda vez que lhe jogará charme e seu melhor sorriso ela o ignorara e o desprezara.
Sabia que ela vivia fingindo para todos, pois sempre que se distraia ele podia ver tristeza em seu rosto, mesmo quando estava entre os Grifinórios e achava que não era observada, lá estava seu semblante triste, assim como agora.
- Não, não importa. – disse num tom cansado. Ela sorriu.
- Então não vá! Fique. – disse voltando a olhar pela janela.
Draco então se sentou na cama ao lado apenas a observando. E pensava em como a conheceu e o que passou depois de tê-la salvo, da surra que levou depois de tê-la “deixado escapar”. Riu com o pensamento, se seu pai soubesse que na realidade ele, Draco Malfoy, explodiu com o portão da mansão Malfoy e a tirou da masmorra onde estava aprisionada, com certeza não teria apenas levado uma surra.
Nunca havia visto alguém resistir a tatos cruciatus, impérios e até mesmo Veretas como ela resistiu, três dias, não só pelo bracelete que possuía encantamentos poderosos para protegê-la, mas a fibra e a determinação dela em não se entregar.
- Obrigada! – disse tirando-o de seus pensamentos.
- O que?
- Obrigada! Acho que nunca lhe agradeci direito por ter me salvo! – disse olhando em seus olhos.
- Não há de que! – sorriu.