Saímos do hospital tão rápido que só notei quando já me encontrava em direção ao carro. Era um alvoroço imenso, tanto no carro quanto adentrava, quanto o outro que já deixava o local, provavelmente a adiantar algumas coisas. Para a sorte da elite, as avenidas encontravam-se calmas e sem muito movimento. Eu realmente tinha sorte. Encontrar amigos assim .. sério, você não encontra amigos assim todos os dias. Sem perceber, o carro já havia sido desligado e todos deixavam o mesmo, assim o fiz também.

Depois de certa espera frente uma porta de madeira bem esculpida, uma mulher de feições calmas, abriu a porta e ligeiramente, cedeu espaço a que os demais adentrassem.
Ao pisar porta a dentro, me perdi com tanta beleza. Vestidos, roupas coloridas, sapatos, maquiagens, entre outros que traziam um ar alegre ao local, e ao mesmo tempo incrível.
Eu não sabia ao certo se era tomada pela emoção, ansiedade, ou seja lá que tipo de sentimento era esse, mas precisava gritar, me expressar de alguma forma.
Aos chamados, voltei a seguir os demais, que vasculhavam o local de teto a solo, e logo vestidos e cabides eram pousados com rapidez sobre meu peito, e em uma analise rápida, algumas roupas eram negadas, outras aprovadas.
Me empurram contra um vestuário e rapidamente vesti um dos trajes que me indicaram, e assim continuamos até a ultima peça, mas nada se encaixara com o que Key e Hyoyeon imaginaram. Já cansada e sem expectativa, passei os olhos rapidamente pelo relógio que indicavam nove e quinze. Todos os olhares se voltaram a porta que rangeu assim que fora aberta, revelando uma mulher bem vestida, que carregava em uma das mãos, um cabide, envolto por um pano preto que cobria qualquer coisa que poderia conter por baixo daquele pano escuro. Assim que o rosto se inclinara em nossa direção, subitamente fiquei sem reação. Senhora Kim em uma loja, no meio da noite, de livre e espontânea vontade era novidade pra mim. E depois de vasculhar o local com os olhos, me encarou e levantou o conteúdo que jazia em sua mão.

– Aqui está – Disse balançando com leveza o cabide, enquanto sua face era tomada de um sorriso gentio, até duvidei que falasse comigo.
Com o olhar, busquei Key, ou qualquer outra pessoa. Porem o mesmo – para meu alivio -, se adiantou e correu em direção a mesma. Depois de me indicar que vestisse aquilo, o fiz e deixei o provador. Hyuna e Yoona rapidamente se aproximaram com estojos de maquiagens, me colocaram num banco qualquer, e sem mais delongas começaram a maquiagem. Após o termino, senti os olhares caírem como luva sobre mim, e rapidamente procurei um espelho, o qual não fora difícil a encontrar. Espantei-me com tanta diferença que aquilo causou, de fato, perfeito. O vestido era lindo, mas ..

– Não é uma festa a fantasia? – Perguntei um tanto que intrigada quanto a cor do mesmo, e virei-me notando as expressões despreocupadas dos meus amigos.

– Claro! E é por isso que a senhorita está fantasiada de cinderela – disse a Senhora Kim rápida, o que me causou curiosidade.

– Cinderela? – encarei os demais, que acenaram positivamente – Certo – disse.
Sunny e Taemin se aproximaram quando tocado no assunto cabelo. Logo o mesmo fora solto, e enrolado da metade as pontas.
Após a escolha rápida de um sapato baixo e uma corrente dourada, com um pequeno pingente de uma garotinha delicada, saímos em direção aos carros. E se você acha que os apressados continuaram do jeito que entraram, me desculpe desapontar, mas em meio a tanta produção eles se produziram; Sunny tornou-se sininho, Taemin um cherife, Yuri nada mais nada menos que mulher gato, Hyuna como enfermeira, Yoona em branca de neve. Hyoyeon em chapeuzinho vermelho e por fim Key, um traje a la investigador.
Os carros percorreram longas avenidas, até se encontrarem frente a um salão enorme, com luzes sobre o jardim claramente perfeito, as quais miravam de um lado ao outro.
Ao seguirmos a portaria, avistamos um homem com uma plaqueta em suas mãos, mas ao notar os rosto ali, abriu passagem sem hesitar.
Ao adentrar o local as luzes acendiam e apagavam-se, ao ritmo da forte batida que tomava conta do local, colocando todos presentes a dançar, porém senti um dos braços sendo puxado para fora e virando-me, Yuri já me levava aos fundos. Quando chegamos ela me encarou séria e intrigada analisei o local.

– Paciência. Você não pode entrar lá ainda – comentou cruzando os braços, enquanto um de seus saltos desenhavam formas desconhecidas no concreto.

Yuri não se preocupou em deixar que um longo suspiro escapasse de suas entradas nasais, quando repentinamente o som da musica desapareceu. A morena tentou não demonstrar reação, mas impulsionalmente estalou os olhos e sorriu de canto.

– Venha – pediu seguindo a mais longe de onde viemos. Apenas concordei e a segui. Quando ela parou, estávamos diante de uma enorme porta de vidro. Ela tomou meu pulso a uma altura em que pudesse o ver, e depositou um objeto ali, o que reconheci por um microfone. A encarei séria.

– O que é isso? – perguntei claramente preocupada.

– Você sabe quem é o smile boy certo? – perguntou demonstrando receio.

– Eu tenho quase certeza que sim – balbuciei baixo.
Antes que qualquer outra frase pudesse se formar, uma figura de cabelos claros apareceu apoiando os braços em seus joelhos, inclinado. Após recuperar o ar, ajeitou-se e me encarou. Um olhar tão profundo que foi como uma bomba pra mim.

– Anna, eu precisava .. eu queria que você soubesse que, independente de sua decisão, eu vou estar aqui sempre – disse entrelaçando suas mãos as minhas – está certo? – perguntou novamente me encarando, e sem hesitar, assenti – mas sabemos que esse cara não sou eu, não é mesmo? – lançou-me um sorriso tristonho.

– onew .. – sussurrei seu nome sem saber quais palavras usar, embargada pela estranha dor que estas palavras me causaram.

– Tudo bem Anna – sorriu – não se preocupe. Eu só desejo melhor pra você – recuperou o folego, e eu, já não hesitava em deixar lagrimas naturalmente se chocarem contra meu rosto – Sabemos que eu não sou quem você tanto procura hn? – suavemente trilhou o caminho de lagrimas que se formava em meu rosto, secando-as. E após um sorriso sem alegria, deixou o local. Yuri com toda certeza havia nos deixado a sós. Porém, percebendo a retirada de Onew voltou rapidamente.

– Anna, vamos lá, seja forte – me abraçou ternamente. Após nos afastarmos, Yuri abriu a porta – a musica – sussurrou. Em seguida, ouvi a doce batida do violão e me aproximei da escadaria, dando início a canção, lutando contra a dor. Não queria perder meu melhor amigo, tentando não chorar, enquanto todos me encaravam perplexos com tamanha beleza, do vestido, não sei. Era pra ser um momento feliz, mas não era assim que eu me sentia ao todo. Eu cantava a musica até certo ponto que ela seria correspondida com a voz oposta.

You
Me
We're face to face
But we don't see eye to eye

Aonde estaria você? O alguém que eu tanto procuro, mas nunca encontro. Eu posso te ouvir, mas quero te ver. Ao fim das escadas, após notar as feições presentes, um rosto em especial me chamou atenção, um rosto que caminhava em minha direção, que parou frente a mim, trajado como um principe, sorrindo enquanto estendia sua mão a minha, a qual eu cedi.

When I'm yes, she’s no

When I hold on he just lets go

We're perfectly imperfect

But I wouldn't change a thing

Eu finalmente podia sorrir. Parecia que todos os problemas haviam desaparecido, dissolvidos, eu não sei dizer. Mas confesso que não parecia existir mais nada além de nos dois. Nos aproximamos sem perder contato visual algum.

But you're the harmony to every song I sing

And I wouldn't change a

wouldn't change a thing

Após o fim da ultima palavra, gritos e assovios histéricos se acumularam pelo ar enquanto continuávamos a nos encarar, podendo até sentir a respiração vinda de um ao outro. Sem tempo a perder, acabamos com a pouca distancia que ainda nos separava. Suas mãos pousaram em minha cintura, enquanto meus braços instintivamente contornaram seu pescoço. Em meu estomago, borboletas voavam e voavam, e recuperando o ar, nos afastamos.

– Eu sabia que era você – disse com sua testa recostada a minha, com a respiração um tanto que ofegante.

– Eu cheguei a imaginar mas, nunca tive certeza. Porque você foi embora? Porque me deixou? – perguntei com a voz embargada e o mesmo sorriu.

– Eu nunca te abandonei Anna, eu tive que viajar a promoções do grupo. Você me entende? – perguntou sem se mover e eu apenas assenti – agora somos apenas nós dois – sorriu.

– Os meninos sabiam? – perguntei sem jeito.

– Acho que todos sabiam Anna – sorriu.

– Mas, smile .. e quanto ao dia da gravação. Você estava em dois lugares ao mesmo tempo?

– Na verdade, eu coloquei Mir dentro da outra cabine pra simular que havia alguém realmente ali. Porém eu já havia gravado a minha parte. E se achar que pode ser mais confortável, pode me chamar pelo meu nome ok? - assenti e ele sorriu, puxando-me para qualquer outro lugar. Já que a musica alta havia voltado e todos se encontravam animados se divertindo.
Seguimos para fora do estabelecimento e nos sentamos a um banco qualquer, olhando as estrelas.

– E o que faremos agora?

– Seremos felizes – selou nossos lábios – Eu te amo Anna – sussurrou.

– Eu também te amo Thunder.