Shindu Sindorei - as Crianças do Sangue escrita por BRMorgan


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Peguei algumas partes da Trilogia do Sol para ajudar na história.Algo me diz que acabei tornando a tia Sylvanas em uma banshee muito ambiciosa. Verdade seja dita: Ela é!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/20900/chapter/13

                Sorena bebeu muita água naquela tarde. Como se seu corpo estivesse sedento por um rio. Sua mente voltava ao lugar aos poucos, as visões que Sylvanas a obrigara ver estavam se dissipando, logo se tornaram ecos baixos em seus ouvidos. Ox a olhava com súplica, o espaço dos olhos vazios, o bico na mão do Arcanista Helion.

 - Devo admitir que é um truque fantástico, milady...?

 - Sorena Atwood, por favor...

 - Oh... Atwood? Não conheço a família... És do Norte?

 - Não, bem do sul... Goldshire...

 - Oh sim... – o Arcanista não fazia idéia de onde era Goldshire. Sorena percebeu isso na hora. Pegou o bico na mão dele e recitou uma canção breve que imbuiu o bico de magia necromântica. Sorena "colou" o bico na cabeça de Ox e esperou ele voltar ao normal. O mesmo barulho absurdamente alto saiu dele.

 - Ele faz esse ruído quando está se sentindo feio...

 - Feio...?

 - Meu Dragon Hawk morto-vivo é muito vaidoso. Gosta de se sentir orgulhoso das penas e tudo mais...

 - Por isso ele mudou de penugem duas vezes! – o Arcanista expressou maravilhado. Sorena sorriu para ele.

 - Isso é tão interessante assim?

 - Milady Sorena, devo dizer que sua magia é incrível! – e confidenciando. – Sei que é Lady Sylvanas que te guia, assim como a magia que usas... E acho isso algo muito importante! Mas não é só a constituição mágica desta criatura que me fascina e sim o que ela carregava em seu ventre... – Sorena mudou de expressão imediatamente. O Arcanista mostrou a redoma de vidro.

 - C-como conseguiu isso?

 - Estava alojado dentro do pássaro. Aliás, ele tem um peso anormal para uma criaturinha desse tamanho... Seria a conseqüência da mágica que o mantém de pé? – Sorena não respondeu, mirou a redoma com a sua florzinha dentro.

 - O que ela veio fazer aqui? – cochichou Sorena para a florzinha.

 - Oh sim! E devo acrescentar! Como conseguiu um exemplar da Luz de Elune?

 - Luz de quê?

 - Luz de Elune – indicando a florzinha dentro da redoma. – Esse é o nome da flor... A espécie, quero dizer... Há diversas "Luzes", as mais comuns são azuladas ou brancas, mas esta deve ser... especial... – e entregando a redoma para Sorena, ele começou a dissertar. - Este espécime é lendária, raríssima e difícil de cuidar em cativeiro, mas olhe só! Sobreviveu em uma redoma encantada! – resmungos vieram da escada, um guarda ajudava um velho a subir mesmo com os protestos. Sorena viu que o velho não era assim tão velho. Os elfos é que não sabiam o que era velhice. Parecia um senhor da idade de seu pai Hrodi, mas pela sagacidade dos olhos cinzentos é porque era um senhor sábio e com muitos anos de experiência de vida.

 - Mestre Windrunner, poderia ter me esperado lá fora...

 - Blábláblá! Vou direto ao ponto: Que maluquice é essa de Luz de Elune? – Sorena tremia na hora. "Mestre Windrunner"? Seria um parente seu?

 - Sorena Atwood de Goldshire trouxe um exemplar em seu Dragon Hawk encantado... – anunciou Helion. O "velho" caminhou em direção a elfa doente com um olhar cético, mas quando deparou com a redoma e a flor, ele soltou um suspiro surpreso.

 - Pelo Sol que nos ilumina... Pensei que morreria antes de ver algo tão fabuloso quanto essa flor... P-posso...? – pedindo a Sorena para segurar a redoma.

 - C-claro... – sua mão estava trêmula quando ofertou. O velho percebeu no olhar curioso da menina.

 - Atwood de Goldshire...? – ela concordou com receio. – Viveu entre os humanos de Stormwind? – Helion arregalou os olhos assombrado.

 - S-sim...

 - E onde colheu esta flor?

 - A Rainha de Undercity me deu...

 - A Rainha dos Abandonados...? – murmurou o velho admirado com as faíscas saídas da florzinha lilás. – Helion, poderia pegar o exemplar de "Flora Rara e suas capacidades", sim?

 - Sim Mestre... – Helion desceu as escadas rapidamente, Windrunner colocou a redoma mão de Sorena novamente, a olhou atentamente.

 - Sou Theridion Windrunner... – se apresentando cordialmente. – Sou botânico em um Santuário caindo aos pedaços aqui perto. E esta flor que seu bichinho de estimação carregava é a flor mais rara de todo mundo.

 - E-eu não sabia...

 - Mas Sylvanas sim... Menina esperta, ela continua esperta como sempre... – e rodeando o quarto, olhando para objetos aleatórios. – Ainda bem que aquele maldito não tirou seu cérebro quando enterrou a espada em seu peito...

 - C-como é que é? – Sorena piscou várias vezes mal acreditando no que ouvia! Era a principal cena de suas alucinações!

 - Não vamos mentir, criança. Sei muito bem o destino de cada uma de meus filhos e de meus netos. Sylvanas lhe deu esta flor para que eu viesse te ver. – falando com tranqüilidade. – Menina esperta a minha Sylvanas...

 - Então quem eu sou para o senhor?

 - Oras! Só pode ser Myrtae, a filha de meu filho Sylvos. Só os filhos dele poderiam ser tão doidos para atravessarem meio mundo para descobrir a tragédia da família... – Sorena baixou a cabeça. Seu nome era "Myrtae"? O nome não servia para ela apesar de já ter ouvido seu Mestre Derris chamá-lo. – Faz muito tempo que não vejo meu filho irresponsável... Onde ele está? Veio com você?

 - Mestre Derris ficou em Undercity...

 - Derris? Que nome mais desonroso...

 - Por quê diz isso?!

 - Era o nome do maldito paladino que o matou...


 - Kalí!! Kalí!! – gritava Eriol correndo como um coelho encurralado. A irmã pediu silêncio para ele.

 - Sim, fale mais alto e as aranhas irão te ouvir com prazer! – retaliou ela puxando a orelha dele.

 - Aiai! Sorena é neta do velho Windrunner!! – disse ele, a arqueira e sua companhia, Bried, ficaram boquiabertas.

 - O velho Windrunner tem netos?! – comentou Bried. – Mas sua família não estava...?

 - C-como descobriu isso Eriol? – perguntou a irmã desesperada.

 - Ele foi até a desconhecida na Casa de Cura, ver uma flor exótica que estava dentro do Ox e...

 - O que é Ox? – perguntou a arqueira.

 - É um bicho estranho morto-vivo que veio com ela... – explicou Kalí rapidamente.

 - E aí ele falou! Ela é filha de Sylvos, irmão de Sylvanas e Alleria! Foi o que ouvi!

 - Eriol, você andou escutando atrás de portas novamente?

 - Não pude evitar! Fui ajudar o velho a subir as escadas e...

 - Tem que parar de ser intrometido! Não quero que você vire um ladrãozinho ou espião!

 - Kalí, por favor! Serei mago como nosso pai!

 - Não mudou muita coisa... – zombou Bried voltando ao seu posto.

 - Volte agora pra casa, está anoitecendo. Não quero você aqui, ouviu? – Eriol concordou ofegante. – E nada de ficar zanzando por aí! – o garoto já se afastava correndo para a estradinha.

 - Como minha velha avó falava: "O passado sempre bate à porta quando necessita de explicações.".

 - Sua avó era sábia, Bried... Mas isso me preocupa...

 - Por que deveria preocupar-se?

 - Se ela é filha de Sylvos, então... – a outra arqueira ficou balançando a cabeça como se pedisse respostas rápidas.

 - Ela pode ser a criança que... – a arqueira se calou bruscamente e ergueu-se ereta em seu posto. Bried preparou o arco e a mira, algo espreitava as redondezas.


                Theridion fazia pequenos testes com a florzinha, examinava suas raízes minúsculas e finas, limpava as pétalas frágeis, mudava de óculos especiais que carregava em muitos bolsos de seu jaleco encardido de terra e seiva. Arcanista Helion estava ao seu lado, observando o mestre em botânica fazer o trabalho. Como todos poderiam imaginar, o método de Windrunner não era convencional. Ele falava com a florzinha, molhava a terra onde seria plantada, retirava, cavava, replantava, retirava e por fim descansou os ombros tensos e apontou para a Casa de Cura.

 - Acho que seria melhor a menina plantar, não é? – perguntou a Helion que encolheu os ombros em dúvida.

 - O Mestre sabe o que diz... – Theridion deu um tapinha amigável no rosto do jovem Arcanista, sujando sua bochecha de terra escura.

 - Bom menino... Se todos fossem assim... – e subiu novamente as escadas para o pavimento superior da Casa de Cura. Sorena brincava com Ox em cima da cama, pedindo para ele pular de um lado para outro, dar cambalhotas e levantar as asas. Clériga Artemísia estava atarefada com uma poção de cura menor, espalhando ingredientes com o pilão de madeira no tacho de cerâmica, o conteúdo tinha cheiro forte e penetrante, ela fazia o trabalho ao lado da cama de Sorena, conversando trivialidades com a garota e rindo da ginástica de Ox em cima da cama. O velho Theridion ficou na porta, sem dar um pio, observando as duas:

 - Ele gosta de cores fortes... Uma vez mudou para azul bem berrante, mas desistiu no meio do caminho. Eriol disse que ele ficou envergonhado por ser confundido com um mana Wyrm...

 - Engraçadinho este menininho... – disse a clériga encostando no bico renovado do pássaro morto-vivo. Ele deu um grunhido de apreciação e aprontou uma cambalhota para comemorar, um estalo anunciou que ele havia exagerado e uma de suas patas estava em ângulo estranho.

 - E ele vive se quebrando todo...

 - Bem... – a clériga não soube o que responder. – Dê-me a sua mão. – pediu ela a Sorena, a jovem elfa obedeceu. Artemísia passou uma grossa camada de pasta na mão esquerda de Sorena e espalhou com movimentos circulares. Era ali naquela mão que ficava a cota de escamas de dragão que Derris havia lhe dado, e a cada vez que usava o poder maximizado da cota, Sorena ganhava queimaduras enegrecidas que aprofundavam na pele até os ossos. – Não irá doer... Não se preocupe... – a jovem elfa ficou a olhar a clériga, ela cantarolava enquanto aplicava o emplastro calmamente.

 - Você saberia me dizer sobre banshees...? O que elas fazem? – a clériga suspirou e aplicou outra camada mais acima no antebraço, cobrindo as tatuagens nada artísticas que Sorena fazia para lembrar-se dos dias e dos fatos.

 - São espíritos errantes de elfas mortas...

 - Não parece ser tão assustador...

 - Elas voltam por alguma razão desconhecida e travam com os vivos uma batalha eterna... Não há descanso para essas criaturas, nem a morte traz paz, muito menos a vida.

 - Você já viu uma de perto? – a clériga concordou silenciosamente e cobriu o ombro de Sorena com a pasta avermelhada. A jovem elfa sentiu uma pontada de dor nas têmporas. – Queria saber mais... Poderia me falar...? – pedindo em um fio de voz como se a informação fosse proibida.

 - Creio que um Cavaleiro do Sangue possa lhe falar melhor sobre como combater uma...

 - Não, não! Não quero brigar com uma! Quero saber como voltam, como vivem, se é que vivem... – o vento quente do começo da noite abriu um pouco as cortinas que Artemísia providenciara para cobrir as janelas.

 - Elas vivem pela vingança, é tudo que sei...

 - E só isso? Não há lembranças de seus parentes...?

 - Você quer falar sobre a Dama Sombria, criança? – a pergunta fez Sorena se calar por um tempo.

 - Fico curiosa pelo motivo que minha Rainha me mandou aqui para saber de meus pais... Não vejo nada maléfico na generosidade dela.

 - Generosidade que quase tirou sua vida...

 - E o que é vida afinal? Logo morreremos, sabia? Um kaldorei pode chegar a mais de centenas de séculos e continuar vivendo! – a informação fez a clériga sorrir tristemente para o chão.

 - E para quê imortalidade se é para lembrar-se dos mortos e do sofrimento?

 - Uma boa questão, mas mesmo assim não me convence...

 - Então é isso...? – cobrindo o braço de Sorena com ataduras frescas embebidas na poção feita antes. – Uma jovem feiticeira que quer ser imortal como os Kaldorei?

 - Não precisa ser assim... Só quero mais garantias...

 - Garantias?

 - Se irei viver o bastante para ver tudo que quero... Fazer tudo que gostaria de fazer... A minha Rainha deu esta opção...

 - A Dama Sombria te deixou a mercê do Flagelo em Tranquillien, foi isso que me reportaram...

 - Eu sei! Mas foi por alguma razão! A arqueira que me tirou de lá, ela disse que lá era o lar dos Windrunner! Minha família! – e exclamou de dor, puxando o braço quando a atadura chegou ao ombro. – Sinto muita dor neste ombro...

 - Você foi atingida por uma flecha bem aí...

 - E onde está o ferimento? Não há buraco...

 - É o que me pergunto toda vez que verifico o hematoma...

 - Bem... Minha Rainha deve ter feito alguma coisa...

 - Sua Rainha ordenou hostilidade aos nossos em suas terras. Não é mais permitido Elfos do Sangue ao leste de Lordaeron... Nossos emissários foram deportados, senão mortos. – Sorena quis protestar, mas o velho Windrunner entrou com um vasinho entupido de terra e a florzinha delicada em outra mão.

 - Tenho boas notícias de nossa amiguinha! Acostumou-se com terra escura das Terras Fantasmas, pode? Fiz dois guardas teimosos pegarem um pouco na Cicatriz Letal...

 - Mestre Windrunner...

 - Mas é o trabalho deles, oras! Além de remoer passado, ainda ficam me chamando de maluco... – e depositou o vaso no espaço em que o candelabro ficava acima da cama de Sorena. – Será que atrapalho se pedir para plantar esta belezura? Ela não deu muito bem com meus esforços... – a clériga concordou gentilmente e ajudou Sorena alcançar o vaso. Pegou a florzinha lilás da mão porosa do velho Windrunner e plantou com cuidado. Esperou. E esperou. Theridion já se afastara e descia as escadas resmungando.

 - O que esperas, criança?

 - Não acontece nada quando a plantamos? Não é assim? – a clériga foi obrigada a rir limpidamente.

 - Minha criança... Só acontece algo a elas quando cuidamos bem de suas raízes e pétalas...

 - Não zombe, nunca plantei flores em minha vida... Apenas pescava com meu pai, e pescava muito bem...

 - Oh sim... – a expressão da clériga entristeceu imediatamente. – E onde está seu pai?

 - Eu não sei ao certo, deixe-o em Goldshire em sua velhice... Estava completando 58 anos na época... – Sorena suspirou irritada. – Temo que ele tenha se ido para sempre. Essa é a minha maldição: Não consigo dar adeus aos que amo. – Theridion encarou bem Artemísia.

 - Ele pode ainda estar vivo...

 - Duvido... Ele era um homem forte (Foi paladino certa vez), mas de saúde fraca. Não agüentava ficar sozinho por muito tempo... – a clériga segurou a mão enfaixada de Sorena com carinho.

 - Pois eu tenho certeza de que ele está bem...

 - Mas com certeza não teria orgulho de mim... Droga, deveria ter deixado um bilhete algo assim... Ele não sabia ler, sabe? Tive que ensina-lo, e talvez cartas de despedida ou bilhetes pudessem afetar o desempenho dele com a leitura, achei que era isso e por isso não fiz carta alguma. Como sou boba!

 - É sempre assim depois que a gente cresce... Percebe o quanto foi tolo no passado. – disse o velho elfo. Sorena olhava para a florzinha acima de sua cabeceira, ela não brilhava como antes, mas sua cor não mudara.

 - Minha Rainha não deu esta flor à toa... E se ordenou hostilidade é por alguma razão sólida.


 - Tente novamente! – exclamou Sorena no parapeito da janela, era outro dia, bem a tardinha, quando o Sol, não mais tocava aquele lado e o céu ficava avermelhado e róseo pelo crepúsculo. Eriol segurava um lençol enorme preso nas extremidades com pedaços de madeira fincados na terra.

 - Tem certeza que é a melhor maneira dele voar?

 - É isso, ou o lanço céu afora com uma magia...

 - Tudo bem, tudo bem! Pode mandar! – Ox se debatia alegre e resfolegava com a língua esverdeada para fora. Estava tão empolgado quanto qualquer um.

 - Ox, você deve bater as asas, ouviu bem? Bater as asas... Mexer a cauda... Você consegue.

 - Vai Ox! Se você cair, eu te seguro!

 - Não seja pessimista, ele não vai cair! – respondeu Sorena jogando o Dragon Hawk morto-vivo para o ar em direção ao lençol. O bichinho bateu as asas algumas vezes e conseguiu ter um vôo parcial, mas se precipitou logo após.

 - Eu seguro! Eu seguro! – mas a trajetória de queda foi diferente. Caiu nos braços de Kalí que passava por ali, a arqueira teve que dobrar os joelhos para agüentar o peso do animal morto.

 - O que estão tentando fazer? Mata-lo novamente? – reclamou ela entregando Hawk Ox ao chão, ele corria em círculos com suas patinhas e crocitava como se pedisse para mais um lançamento. – Faço isso com mais facilidade e menos estragos nos lençóis limpos de nossa casa, não é Eriol!

 - Eeeerrr, irmã... Eu pedi para nosso tutor... E Drennan deixou... – Kalí encarou Sorena na janela acima. A Feiticeira parecia apreciar o clima vivo da Floresta Eversong. Até Mestre Windrunner fazia visitas diárias a ela para acompanhar a exótica flor. Seu irmão é que ficara muito amigo da desconhecida. Logo viu o rosto da elfa na entrada do edifício, ela chamou Kalí com o dedo.

 - Desculpe-me, não sei seu nome... – disse ela primeiro.

 - Kalíndorane dos Willfire...

 - Bem, moça da vontade de fogo (E que deve ser volúvel como ele), digamos que não posso sair daqui, sequer posso dar um passo para fora sem a permissão de Artemísia...

 - E ela faz muito bem manter uma ameaça como você trancada...

 - Oh sim, levarei como um elogio... Mas minhas pesquisas não podem parar, sabe?

 - Pesquisas?

 - Sim! Olhe só para Ox! Está crescendo! – apontando para o Hawk pulando e tentando alçar vôo em terra firme. Eriol o seguia, dando comandos e o ajudando no caminho. – Mas ele não sobrevive só de minhoca... Precisa de coisas nojentas para comer... Será que pode deixar Eriol alimenta-lo? Não é nada especial, só insetos, vermes de rio e talvez carne decomposta... – o rosto de Kalí ficou sério. – É sério! Seu irmão está se empenhando no treinamento, Arcanista Helion tem dado lições sobre combate ofensivo, assisti dali de cima. – indicando a janela em que estava. – E diferente de mim, Eriol vai se interessar pela vida...

 - Sei muito bem como será o destino de meu irmão... E será bem longe de você...

 - Não seja rude... Estou tentando ser amigável aqui. Se você acha que ele não é capacitado para esta tarefa, então peço a você que pegue alguma coisa para Ox comer direito...

 - Não sou obrigada a... – os olhos de Sorena ficaram marejados exageradamente e seu rosto ficou choroso.

 - Oh por favor, arqueira Willfire... vai deixar um bichinho lindo daqueles morrer de fome?

 - Aquela coisa tá morta!

 - Para mim não parece... – disse Artemísia chegando de um cubículo do térreo e apontando as escadas para Sorena, a menina entendeu o recado e subiu com os ombros caídos. Eriol se divertia pulando com o Hawk.

 - Vamos, vamos! Mais um pouco de força nas penas! Voar, voar! Vai Ox!

 - Todos estão loucos aqui? – resmungou Kalí massageando o ombro que carregava o arco.

 - Eu diria que quanto mais insano, mais normal fica... – concluiu Artemísia com um olhar maternal para Sorena.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Shindu Sindorei - as Crianças do Sangue" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.