Haruka 1 :Responsabilidades
 Acordei, desci e deixei o café da manhã pronto para Tsugumi e Fuyuki, tinhamos empregadas que o fariam fácilmente, mas não consigo me acostumar com alguem fazendo tudo por mim. Tsugumi sempre fora criada assim então já se acostumara.
 Fui ao quarto de Fuyuki acorda-la, ela dormia tão tranquilamente, não queria acorda-la .Fui ao quarto de Tsugumi, ela não havia dormido lá. Toda vez que ela  não dormia em seu quarto, ela estava em seu escritório. Trabalhava até de madrugada e acabava por dormir. Troquei-me, desta vez nada de saias e espartilhos. Eram calças pretas justas, uma blusa social e branca e sapatos de salto.
 Eu sai de casa e fui em direção ao Ministério, lá chegavam os pedidos de ajuda de outros povoados vampiros, e esses pedidos sempre passavam pelas minhas mãos e pelas as de Tsugumi.
 Ao chegar no Ministério, fui em direção ao nosso escritório. Lá estava Tsugumi, sentada já trabalhando.
 – Ora ora, já tão cedo trabalhando? - Disse enquanto entrava no escritório.
– Se é o que pensa eu não dormi aqui.
– As vezes esse seu poder de ler mentes me assusta.
– Sei....Mas o que estáfazendo aqui tão cedo? - Ela não me olhava, ela apenas preenchia os relatórios.
– Eu que pergunto! O que faz aqui?
– Sabe, amanhã é feriado, então decidir adiantar o trabalho, a porpósito, pode tirar o dia de folga. Já adiantei bastante coisa aqui ...
– Certo então... Sayonara Tsugumi-chan ...
– Sayonara Haruka...
 Sai da sala, não sabia o que fazer, todos estavam trabalhando. Estava sozinha no corredor, apenas eu e meus pensamentos, pensava em talvez ir ver Ishimoto-kun. Mas e se ele tentasse beijar-me novamente? Desta vez Tsugumi-chan não interviria. Meus passos eram ecoados por todo corredor, eu os ouvia e pensava que talvez pudesse levar Fuyuki pra conhecer a cidade. E foi isto o que fiz.
– Fuyuki venha! Nós vamos dar uma volta por City of the coffins!
– To com preguiça Haruka! - ela me gritou de seu quarto.
– Oras! Desça logo garota!
 Então ela me desceu as escada, vestia uma bermuda preta, uma blusa regata, também preta, e botas de combate.
– Ora ora, parece que entrou no espirito de City of the Coffins! - Disse eu sorrindo sarcásticamente.
– "Ora ora" digo eu! Parece que aquela Haruka "boazinha e timida" desapareceu não é?
– Bom, Tsugumi-chan nunca muda seu geito de ser, três pessoa sarcásticas juntas não dariam certo!
– Tem razão.... Mas para aonde vamos??
– Pensei em te mostrar pontos turisticos de City of The Coffins
– E desde quando uma cidade que mais parece um cemitério gigante tem pontos turisticos??
– Você verá - Disse eu estendendo minha mão em sua direção.
 Eu, já podia dirigir, então pegamos o meu carro e fomos até a cidade.
 – Nossa primeira parada é aqui! - Disse eu parada em frente a uma loja de roupas.
 – Nham.....Não eram pontos turísticos?
– Sim, faremos isso depois. Mas agora, nós teremos de dar um geito nessas suas roupas!
– O que tem de errado com elas??
– Não vê que todas as mulheres usam vestidos e saias,e as que usam roupas de trabalho, como calças ou bermudas, são muito mais fermininas??
– Mas minhas roupas são fermininas!
– Desde quando botas de combate são fermininas??
 Ela apenas me virou o rosto em forma de desgosto. Eu a puxei para dentro e imediatamente lhe peguei varias saias e blusas. Mas a cada peça de roupa escolhida por mim ela reclamava: "Eu não vou usar isso!" "Essa roupa parece aquelas que algumas senhoram usam no domingo pra ir à igreja!Nem pensar em usar isso!". Até que decidi encontrar algo que não fosse de meu gosto, mas sim do dela. Achei um vestido, balonê, preto com pequenas e discretas lantejolas na parte de cima. Este vestido ela poderia usar com suas amada botas, mas dessa vez, uma bota no estilo "bota de combate" mas dessa vez de salto alto. Escolhemos mais algumas roupas, pagamos e voltamos para o carro.
 – Agora sim iremos ver os pontos turísticos.
 – Já não era sem tempo.... - susurrou ela enquanto colocava o cinto.
 Andamos aproximadamente 35 minutos até chegarmos a um cemitério.
 – Oh, por favor não me diga que este cemitério é um ponto turístico!
– Ele é um ponto turístico, Histórico. Este foi o primeiro cemitério construido em City of the coffins.
 – Ah que legal, agora vamos embora daqui!
 – Huhu Fuyuki-san você está com medo?
 – Não é isso! Apenas não gosto de lugares funebres.
 – Então City of The coffins é a cidade dos seus sonhos!
 – Haha engraçadinha, deveria virar comediante. - Ela novamente me virou o rosto.
 – Vamos - Disse eu estacionando o carro proximo ao portão do cemitério e descendo.
 – Hum...Saiba que não concordo com isso, mas vou mesmo assim! - Ela também desceu do carro e me seguiu.
  Eu adentrei o cemitério seguida por Fuyuki, eu realmente não tinha medo de cemitérios, principalmente daquele, afinal brinquei toda minha infância nele.
 – Fuyuki, olhe aqui estam enterrados os mais importantes vampiros da história!
– Pensei que vampiros não morressem.
– Todos morremos um dia, até nós, vampiros, se não fosse isso a vida não teria sentido.
– E desde quando morrer traz sentido a vida??
– Por que, se você sabe que vai morrer você passa a se preucupar com a vida, e, em minha opinião morrer um dia é melhor do que viver por muitos anos.
– Porque?
– Hum.... Tome Tsugumi por exemplo, quantos anos você acha que ela tem?
– Sei lá, uns 29 anos, 31 no maximo.
– Ela tem 354 anos.
– Oh Jashim-sama! - Ela espantou-se, quase caiu no chão.
– Não fique tão surpresa, Tsugumi vem de um familia de saúde, é muito provavel que ela chega aos 1.000 anos com a aparência de 35.
– Nha.... Haruka quantos anos você tem??
– Eu sou 5 anos mais nova que Tsugumi-chan, tenho 349.
– Oh Jashim-sama....Eu tenho apenas 17....
– Aqui você ainda é considerada uma criança.
– Eu imagino.... Mas continue me contando o por que da sua teoria que viver pra sempre é ruim.
– Sim, veja, Tsugumi-chan já viu boa parte das pessoas que ela ama, que gostava morrerem, parentes, amigos, conhecidos, tudo se foi pra ela. Só sobrou eu.
– Hum... Por que ela não arranja um namorado?
– Nós estamos falando da Fuyuki-chan,ela está bem como está.
– Certo.... Então por que Haruka não arranja um namorado?
– Por que Fuyuki está fazendo pergutas desnecessarias?
– Sei lá....
– Vamos continuar com o cemitério sim?
– Falar sobre pessoas mortas não é o assunto mais agrádavel do mundo sabia?
– Prefere fazer um lanche então?
– Aqui??
– Sim. - Disse eu sorrindo.
– Não, obrigada, prefiro falar sobre gente morta mesmo - Ela dissse fazendo pouco caso enquanto olhava para uma cova.
– Bom, -Disse eu me sentando num banco de madeira - Por este cemitério rondam muitas histórias...
– Clássico de cemitério. - Disse ela se sentando ao meu lado e cruzando as pernas.
– Não Não, esse é diferente dos outros.
– Não é não, esse tem gente morta igual a todos os outros.
– Fuyuki um cemitério não é feito só de gente morta!
– Tem razão! Tem tumulos aterrorizantes também!
– Aaah! Eu desisto! - Nesse momento, uma suave chuva começou a cair sobre nós.
– Ótimo! Chuva, cemitério e gente morta justo minhas coisas favoritas!
 Eu revirei meus olhos e segui em direção ao carro. Fuyuki me seguiu. Após alguns minutos chegamos em casa. Ela imediatamente foi para seu quarto tirar as roupas molhadas. Eu também. Troquei-me e desci, nesse momento Tsugumi-chan chegou em casa.
– Tsugumi-chan!
– Oi Haruka - Disse ela em seu tom sério de sempre.
– Como foi o trabalho?
– Exaustivo.
–Se eu soubesse eu teria ficado e te ajudado, desculpe.
– Sem problemas, você presisava de uma folga. Mas o que fez o dia todo?
– Eu sai com a Fuyuki.
– Hum...
Após isso apenas jantamos e nos dirigimos cada uma  a seu quarto. Naquela noite chovia, o som da chuva era música à meus ouvidos, eu olhava a lua que era beijada pelas delicadas gotas de água e acariciada pelas estrelas. As estrelas brilhavam forte, espantavam qualquer coisa que ameaçasse meu sono. E neste momento de fantasia, dormi.