Mind Readers escrita por lovemyway


Capítulo 2
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :D
Boa leitura!



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Capítulo I

Quinn Fabray

Ela estava sorrindo.

Kurt Hummel, um garoto qualquer, estava sentado ao lado dela em uma mesa não muito distante da minha. Eles conversavam sobre um assunto banal, totalmente sem graça... Mas ela estava sorrindo. E minha curiosidade de saber o motivo só não era maior que a minha frustração por não ser capaz de lê-la. Há três semanas eu observava Rachel Berry de longe. Há três semanas que eu tentava entendê-la –– mas a cada dia que passava, a tarefa parecia se tornar cada vez mais difícil.

Suspirei. Há pouco mais de um ano eu comecei a “ler” a mente das pessoas. Ninguém nunca havia conseguido me bloquear, ninguém nunca havia escondido seus pensamentos de mim. Será que ela sabia de alguma coisa? Será que ela também lia mentes? Não, provavelmente não. Se fosse esse o caso, ela teria me procurado, talvez até tivesse algumas explicações sobre o que estava acontecendo comigo, e quando isso ia parar. Porque eu estava cansada. Ler a mente dos outros no começo era legal, mas depois se tornou muito cansativo. Todos os dias, milhares de pensamentos invadiam a minha mente e me sobrecarregavam, deixando-me com uma enorme enxaqueca. Eu só queria ser normal de novo.

Passei a mão pelo rosto. Se observar a garota de longe não estava dando certo, talvez eu devesse me aproximar... Mas a verdade é que eu nem me lembrava como se fazia isso. Sempre que eu precisava de alguma coisa, eu usava meus “poderes” em meu auxílio. Com Rachel, tudo era incerto. E eu não gostava nem um pouco da incerteza. Suspirei novamente e tirei as mãos do rosto. Voltei meu olhar para a mesa de Rachel, mas ela já não estava lá. Passei os olhos pelo refeitório, mas não havia nenhum sinal dela ou de Kurt. Provavelmente já foram –– pensei irritada. –– Ótimo, Fabray, você perdeu ela de vista.

Levantei-me irritada. Nem sequer tocara no meu almoço. Na verdade, há dias que eu deixara de almoçar. Tudo o que eu fazia era ficar lá, sentada, encarando a morena, esperando que a qualquer momento eu fosse escutar sua voz melodiosa surgindo em minha mente. Balancei a cabeça. Eu estava sendo uma tremenda idiota. Era óbvio que aquilo não estava adiantado de nada.

Está decidido –– pensei, caminhando até a porta do refeitório. –– Rachel Berry, você acaba de ganhar uma nova amiga.



Rachel Berry


Kurt e eu saímos cedo do refeitório, e acabamos encontrando Mercedes em um dos corredores. Kurt, que deve ter algum vício em conversa, puxou logo um assunto qualquer com ela. Mercedes me lançou um olhar de SOS, e eu fiz a primeira pergunta que me veio a mente, tentando desviar a atenção dele e de seu falatório interminável.

–– Kurt, quem era aquela garota que estava sentada sozinha no refeitório? – perguntei.

Mercedes piscou para mim em agradecimento.

–– Que garota, Rachel? – indagou Kurt, franzindo o cenho.

–– Aquela do cabelo rosa.

Kurt e Mercedes trocaram olhares. Arqueei a sobrancelha. Há três semanas eu entrara no McKinley, e há três semanas que aquela garota estranha não parava de me encarar. Na maior parte do tempo, eu procurava não encará-la de volta, mas às vezes nossos olhares se encontravam, e eu sentia um frio estranho na barriga. Ela nunca me lançou um olhar hostil. Na verdade, ela parecia interessada, como se eu fosse um livro que ela estivesse tentando ler, mas não estivesse entendendo quase nada.

–– Você está falando da Quinn? – disse Kurt.

–– Se eu soubesse, não estaria perguntando – resmunguei.

Mercedes revirou os olhos.

–– Quinn Fabray. Mas por que você quer saber? – perguntou ela, arqueando a sobrancelha.

–– É porque ela não para de me...

–– Encarar? – disse Kurt. – Eu também percebi.

–– Será que ela é lésbica? – perguntou Mercedes.

–– Ficou interessada, Mercedes? – perguntei debochada.

Mercedes revirou os olhos. Kurt riu, e eu não pude deixar de fazer o mesmo.

–– Você não vai querer se envolver Mercedes – disse Kurt, dando leves tapinhas no braço da garota. – Afinal, o apelido “Ice Queen” não é à toa.

–– Ice Queen? – perguntei rindo. – Rainha do Gelo? É um bom trocadilho – comentei sarcasticamente.

–– Não é? – disse Kurt, enxugando as lágrimas de riso. – Nunca a vi com ninguém. Ela nem tem amigos. Sempre vive sozinha, isolada. Talvez ela seja mesmo lésbica. Muitos garotos já deram em cima dela, mas a Ice Queen rejeitou todos.

–– Isso não significa que ela seja lésbica – comentei.

–– Não mesmo – retrucou Mercedes. – Vai ver ela é bi.

Kurt e Mercedes riram ainda mais. Franzi o cenho. Não achava muito legal julgar uma pessoa daquela maneira. Mas talvez ela fosse mesmo lésbica, bi, ou o que fosse. Embora, é claro, não fosse da nossa conta. Ela podia ser o que quisesse, e nenhum de nós tinha alguma coisa a ver com isso.

–– Estamos atrasados para a aula – disse, tentando desviar o assunto.

–– Ih, é verdade. Ainda preciso pegar meus livros – disse Mercedes, parando de rir. – Vejo vocês depois?

–– Claro – disse Kurt. – Até mais, garotas.

–– Até mais, Kurt – dissemos eu e Mercedes ao mesmo tempo.

Kurt foi embora quase correndo. Mercedes balançou a cabeça rindo.

–– E então Rachel, você vai pensar sobre o Glee Club? Nossa reunião é amanhã. Avise-me se decidir ir.

–– Pode deixar – disse sorrindo. – Até mais, Mercedes.

–– Até mais, Rach!

Mercedes foi embora, deixando-me sozinha no corredor. Virei-me para ir buscar meus livros no meu armário, mas tomei um susto ao ver que havia uma pessoa parada bem atrás de mim.

–– Olá.

E aquela foi a primeira vez que Quinn Fabray falou comigo.



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Notas finais do capítulo

Perguntas? Críticas? Sugestões? Pode dizer, eu não mordo :D