Mind Readers escrita por lovemyway


Capítulo 16
Capítulo XV


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, desculpem a demora! Tive uma prova, e precisei estudar. E semana que vem tem mais, então vou tentar postar mais outro nesse final de semana. Mas se eu não conseguir, vai ser só na próxima semana ):



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Capítulo XV

Santana Lopez

Eu não deveria estar na escola. Mas o que eu faria? Diria aos meus pais que levara o resto da semana de suspensão? Não, eles me matariam. Então decidi me esconder no ginásio até a aula acabar, e talvez até treinar a coreografia das cheerios. Contudo, quando eu estava dobrando o corredor, vi algo que me fez parar. RuPaul, Evans, Fabray e uma garota quase tão baixa quanto a ManHands.

– Ela é minha namorada – disse a Fabray, passando o braço ao redor da cintura da Berry. Estreitei os olhos. Então as duas sapatas estavam mesmo juntas? Quase soltei uma risada. Porque, no final das contas, elas realmente se mereciam. Freak Berry e Crazy Fabray, as duas pessoas mais esquisitas da face da Terra.

– Vocês se conhecem? – perguntou Freak Berry, com a voz ligeiramente trêmula.

– Sim – disse Crazy Fabray, sua voz soando com tanto prazer quanto como ela comeria um saco de bosta.

– C-como?

Ice Queen segurou a mão da RuPaul e lhe lançou um olhar culpado. Não pude deixar de sorrir. Isso vai ser bom– pensei.

– Rachel... Rach, amor, Blair é minha irmã.

E antes que eu assimilasse o fato de que a mãe da Ice Queen não ficara estéril após tê-la, a Berry ficou imóvel feito uma estátua, e desmaiou. Mas antes que a ManHands pudesse cair de cara no chão, quebrar aquele nariz anormalmente grande, e propiciar um ambiente mais rico em oxigênio para todos nós, Sam a segurou em seus braços, impedindo o milagre de acontecer. Ice Queen praticamente surtou, puxando a Berry para perto de si, e verificando sua respiração. Revirei os olhos. O que diabos ela pensava? Que a Berry tinha morrido? Francamente! Depois de tantos anos, porque Deus finalmente ouviria minhas preces? Não, a Freak não estava morta, pelo menos não ainda.

– Ela está bem? – perguntou a irmã da Fabray.

Ela estava extremamente pálida, como se tivesse acabado de ver um fantasma. Mas, Deus!, quem poderia culpá-la? Ter Quinn Fabray como irmã mais velha não deveria ser a coisa mais agradável do mundo.

– Fica longe de mim! – gritou Quinn, completamente enfurecida. – Fica longe da gente!

– Quinnie...

– Vai embora, Blair! Eu não te quero aqui. Então só vai embora!

– Eu sou sua irmã mais velha, e é meu dever cuidar de você – disse Blair, estendendo os braços na direção da Fabray.

– Você não consegue nem cuidar de si mesma! – gritou Quinn. – Eu posso me virar sozinha. 

– Quinn...

Sam colocou uma mão sobre o ombro da garota, e isso pareceu acalmá-la. Então Ice Queen era a irmã mais nova? Bem, então a mãe dela realmente poderia ter ficado estéril. Afinal, que outro motivo ela teria para não ter afogado a garota na primeira oportunidade, e tentar ter outro filho? Seria a coisa mais sensata a se fazer. Pobrezinha! Não tinha ideia da criatura que ela estava criando. E aquela irmã da Fabray... Por que diabos ela me parecia tão familiar? Eu não fazia ideia. Só me mexi quando Sam pegou Rachel no colo e veio andando para o corredor onde eu estava. Saí correndo, porque a última coisa que eu precisava era de outra briga, e por mais que eu quisesse socar Quinn Fabray, eu não faria isso enquanto a namorada dela estivesse a beira da morte, ou sei lá o que. Portanto, quando os quatro desapareceram, eu voltei para o meu percurso e caminhei até onde eu queria ir: o ginásio.


Blair Fabray

– Ela vai ficar bem – disse, tentando acalmar minha irmã.

Ela andava de um lado para o outro do corredor, e eu nunca a vira tão nervosa em toda a sua vida. Senti-me culpada. Parecia que quanto mais eu tentava consertar as coisas, mais elas davam errado. Merda! Eu jamais pensei que Rachel Berry voltaria para me assombrar. Para mim, ela era só mais um fantasma do passado que eu nunca reveria, e que eu tinha que me dar por satisfeita por não ter que vê-la novamente. O que eu fizera com Rachel fora imperdoável, e eu nunca tivera a coragem de me desculpar. Mas lá estava ela, namorando a minha irmãzinha caçula, e mostrando quanto o destino pode ser irônico. E mesmo se eu não quisesse, eu não tinha mais opção. Eu teria que me desculpar com Rachel, eu teria que enfrentá-la, porque só assim Quinn perceberia que eu realmente estava arrependida, e que estava mesmo tentando mudar.

– A culpa é toda sua – murmurou Quinn. – Por que você fez isso com ela?

– Porque eu era uma idiota – admiti. – Meu Deus Quinn, você me odeia e não sabe nem da metade. Talvez você me odiasse ainda mais se soubesse de tudo, e eu quero que você saiba de tudo.

– Você quer que eu sinta ainda mais raiva de você? Não acho que isso seja possível. Na verdade, se você soubesse o quão próximo eu estou de te quebrar a cara, você nem estaria mais aqui.

– Sim, eu quero que você sinta raiva de mim, porque eu sei que mereço. Mas talvez, só talvez, se você ouvir a história toda, você perceba que eu era uma garota idiota, que levou muitos tapas na cara, e que realmente se arrepende e que não é mais daquele jeito.

– Se é esse o caso, por que você não me procurou antes?

– Só porque não sou mais tola, não significa que eu não sinta mais medo – disse. – Eu te amo, Quinn. E ver esse ódio no seu rosto, essa raiva que você sente de mim... Eu sei que mereço, mas nem por isso deixa de doer. Além disso, eu tinha medo de que você nunca fosse me perdoar.

– E não tem mais?

– Tenho, mas se esse é o preço para conseguir o seu perdão, então eu o pago de bom grado.

Quinn respirou fundo e parou de andar de um lado para o outro. No lugar disso, ela me deus as costas e saiu andando.

– Para onde você vai?

– Preciso ficar um pouco sozinha.

– E a Rachel?

– Não vou demorar.

E dizendo isso, Quinn desapareceu na curva do corredor.

Quinn Fabray

Meus pés me guiaram para o ginásio. Talvez porque agora eu era uma líder de torcida, ou talvez porque eu cabulara muitas aulas ali, mas o motivo realmente não importava. Minha cabeça latejava, e eu não conseguia pensar direito. A sinceridade nas palavras – e na mente – de Blair me pegaram de surpresa. Sim, era verdade. Blair mudara, mas isso não apagava seus erros do passado. Talvez, só talvez, eu estivesse disposta a dar a ela uma segunda chance, mas de forma nenhuma ia perdoá-la assim, de uma forma para a outra. E ela sabia disso.

De uma maneira estranha, eu me senti aliviada por ver aquela Blair surgir. A Blair que eu sempre quis que ela fosse. A Blair que ela sempre deveria ter sido. Então ela também levara uns tapas na cara... Bem, eu não sabia exatamente o que acontecera, porque seus pensamentos estavam focados em mim, mas eu me senti extremamente curiosa para saber que fizera Blair cair do pedestal. Quem a mostrara que o mundo não girava ao seu redor? Suspirei. Eu também me sentia frustrada por não poder estar na enfermaria com Rachel. Se o Sam não tivesse me impedido! Você provavelmente levaria uma semana a mais de detenção –– pensei, balançando a cabeça. Mas eu estava tão preocupada com a Rach! A presença de Blair devia ser altamente confusa para ela, assim como era para mim. Mas no final das contas, Blair era a minha irmã, e querendo ou não, por vezes, eu precisava aturá-la. E Rachel? Rachel nunca pensou que fosse vê-la novamente, que fosse chegar perto dela novamente, e lá estava Blair, sendo seu fantasma, assim como era o meu.

– Pensando na hobbit, Fabray?

Levei um susto e dei um pulo. Santana Lopez estava parada bem atrás de mim. Fechei minha mão em um punho, mas Santana levantou a palma das mãos, em sinal de rendição.

– Você não quer confusão, eu não quero confusão.

Suspirei. Santana passou por mim e se sentou na arquibancada, e por algum motivo, sentei-me ao seu lado.

– Como ela está?

– Quem? – perguntei, ainda pensando na relação Rachel/Blair, e não ligando a mínima para os pensamentos de Santana. Era incrível agora como eu simplesmente podia ignorar as vozes das pessoas da minha mente. Elas ainda estavam lá, mas era como o barulho de conversa numa aula ou nos corredores: só porque eu podia ouvi-los, não significava que eu precisava prestar atenção.

– A irmã do Frodo – respondeu Santana impaciente. – Mas talvez você a conheça como sua namorada.

– Como você sabe disso? – perguntei surpresa.

E quem não sabe, idiota? Fala sério, Fabray, depois que a Berry se assumiu bi, não foi muito difícil somar dois mais dois.

– Eu a vi no corredor hoje. ManHands, Evans, você e aquela outra. Acho que você a chamou de irmã.

– Isso não é da sua conta – retruquei.

Ui, ui, ui. Ela ficou revoltadinha! Meu Deus, Crazy Fabray é realmente uma piada. Será que ela vai quebrar nossa trégua se eu começar a rir? Bem, é melhor não arriscar.

–– Nunca disse que era – disse Santana, dando de ombros. – Apenas informei o que ouvi.

– O que você está fazendo aqui, afinal? Nós fomos suspensas.

–– Sim, Fabray, nós fomos suspensas, mas você também está aqui, não é?

– Mas é diferente – resmunguei. – Minha namorada estuda aqui.

A minha também. Arqueei a sobrancelha. Então Santana e Brittany finalmente estavam juntas? Santana pareceu perceber que eu entendera o que ela quis dizer, e inexplicavelmente, ela corou. Meu Deus, eu, Santana Lopez, corando? Fala sério, sou muito melhor que isso! Mas eu tenho certeza que a Ice Queen sabe sobre mim e Brittany. Não tenho ideia de como, mas ela sabe. Vai ver ela lê mentes. Sim, é isso! Vamos Fabray, se você estiver ouvindo isso, lata, e revele a verdadeira cachorra que você é.

Não pude evitar de cair na gargalhada. Santana Lopez era uma verdadeira idiota, mas definitivamente não era uma má pessoa. É incrível quanto você pode realmente ver o lado bom das pessoas quando você tenta. E eu nunca tentara antes. Tudo o que eu conseguia ver era o lado ruim. A hipocrisia, a falsidade, a falta de caráter. Todos na escola eram assim, todos, exceto Brittany. Eu simplesmente não conseguia entender como a garota que abriu as pernas para metade da escola podia ser tão inocente. 

– Do que você está rindo? – perguntou Santana, ficando vermelha de raiva.

– De nada – apressei-me a dizer. – Só algo engraçado que eu lembrei...

– Então você está rindo de alguma coisa, idiota – disse Santana, revirando os olhos. – Mas você ainda não me disse se a RuPaul está bem.

– E por que você se importa? – perguntei.

– Não me importo – disse ela, dando de ombros. – Na verdade, seria muito bom poder respirar novamente. Porque você sabe, a Rachel suga todo o oxigênio do ambiente com aquele narigão...

Eu não conseguia levar os insultos de Santana a sério. Eu podia ver que, bem lá no fundo de sua cabeça cheia de teimosia, ela realmente se importava. Aquilo me surpreendeu. Então Santana Lopez não era uma vadia sem coração – era só uma vadia.

– Você a chamou de Rachel – comentei, desviando o assunto.

– Então isso quer dizer que ela está bem – disse Santana, abrindo um sorriso malicioso. – Porque meu cérebro já está ficando sem oxigênio.

Fechei a cara, embora quisesse rir. Deus, eu não podia fazer aquilo! Minha namorada estava desmaiada, e eu estava ali, conversando com a garota que não fazia nada além de xingá-la. Suspirei.

– Eu escutei a conversa, você sabe.

– Bisbilhoteira.

– Não, só curiosa. E não é minha culpa se vocês estavam praticamente gritando. Mas o que me surpreende é você estar aqui. Não deveria estar ao lado da Berry?

– Ela ainda não acordou, e se eu ficasse com ela na enfermaria...

– O Figgins te pegaria, e você levaria outra suspensão – completou Santana, concordando com a cabeça. – Bem, não é algo que você possa se dar ao luxo de fazer. Porque acredite, cada vez que você estiver longe, o Finnútil vai se aproximar da sua garota e vai tentar convencê-la de que ele é o amor da vida dela, ou qualquer outra idiotice do tipo.

– Ele não fará isso.

– Quer apostar? – perguntou Santana, arqueando a sobrancelha.

– O que eu ganho com isso? – perguntei, embora eu realmente quisesse dizer sim.

Santana sorriu.

– Que tal deixarmos as coisas mais interessantes? Se eu ganhar, você vai precisar pregar uma peça no diretor.

– Que tipo de peça? – perguntei desconfiada.

– Não sei – disse Santana, dando de ombros. – Eu deixo você escolher. Mas tem que ser algo grande, que faça toda a escola parar para olhar.

– Se eu for descoberta, posso ser expulsa – disse. 

– Então proponha sua parte com algo que valha a pena o risco.

Foi a minha vez de sorrir. Brittana estava prestes a ganhar um empurrãozinho.

– Se eu ganhar, você vai cantar uma música para a Brittany no Glee Club, vai dizer que a ama na frente de todo mundo, e a pedir oficialmente em namoro.

Essa Fabray joga sujo. Mas eu sei que vou ganhar.

–– Fechado  – disse Santana, estendendo a mão em minha direção.

Apertei-a.

– Prepare-se para uma grande declaração de amor.

– Vai a merda, Fabray – retrucou Santana. – Por falar nisso... Você não deveria ir ver sua namorada?

Fuzilei Santana com os olhos e lhe dei um soco no braço, mas de leve. Eu não queria começar uma briga, só deixar um recado. Santana riu.

– Foda-se você. Agora vá. Chega de Faberry por hoje.

– Faberry? – perguntei, enquanto me levantava.

– Ah, sim... – disse Santana, levantando-se e andando em direção ao vestiário. – Fabray mais Berry é igual a Faberry, o casal mais irritante que já vi.

E eu não pude deixar de sorrir. De alguma forma estranha, eu tinha certeza de uma coisa: naquele momento, Santana se tornara algo próximo de uma amiga. Quem diria que num dia estaríamos saindo no tapa, e no outro nos tornaríamos amigas? O destino e suas ironias.

Rachel Berry

A primeira coisa que notei quando abri os olhos é que estava na enfermaria. Eu estava deitada em uma espécia de cama improvisada, e Sam estava sentado em uma cadeira bem próxima de mim. Ele me viu acordada e sorriu.

– Como você está? – perguntou.

Minha cabeça doía, assim como meu peito. Como eu estava? Eu não tinha a mínima ideia. Eu só sabia que me sentia muito desconfortável, e que precisava de um tempo sozinha para pensar. A imagem de Blair e Quinn rondavam a minha cabeça, e eu sentia um aperto horrível no peito. Como aquilo podia ter acontecido? Como eu poderia ter me apaixonado pela irmã da garota que me ferrou?

– Onde está a Quinn? – perguntei.

E mais incrível ainda era ver como a ausência dela me magoava. Apesar de tudo, o que eu sentia por ela não iria mudar. Porque se eu tinha certeza de alguma coisa em relação a tudo o que estava acontecendo, é que Quinn e Blair eram pessoas completamente diferentes, e Quinn nunca faria comigo o que Blair fora capaz de fazer.

– Em casa, mas eu mandei uma mensagem de texto avisando que você estava bem – disse Sam, num tom de voz um pouco mais alto que o necessário. E então, ele se inclinou na minha direção, e praticamente sussurrou em meu ouvido. – Ela estava lá fora. A enfermeira chamou o Figgins. Eu não queria que ela se metesse em mais problemas.

Concordei com a cabeça. Sim, ele estava certo. Deixá-la longe fora uma boa ideia, até porque Quinn não deveria estar na escola.

– E a Blair? – perguntei, temendo a resposta.

– Eu estou aqui.

Levantei a cabeça. Estava na hora de encarar o fantasma do meu passado.


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Notas finais do capítulo

E então, quem vai deixar o centésimo review? UHAUAHUAHA. O que acharam do capítulo? Ficou grande, eu sei, mas é porque eu demorei pra postar, e quando escrevi, acabei me empolgando UHAUAHUAH. E aí, o que acharam? Críticas? Sugestões? Reclamações? :)