Ana On.

O que? Como assim? Eu não podia acreditar. A Laís! A Laís! A que sempre falava idiotices para animar eu e as meninas, a que nunca nos abandonou a que sempre ficou com a gente, agora está de coma? A que sempre esteve comigo e com as meninas podia ir embora para sempre? Não. Não podia ser verdade.

Ana Of.

Bia On.

– Não, não, não Doutor, por favor, me diga que é brincadeira sua? Por favor. – Eu falava com lágrimas nos olhos, no rosto, na roupa.

– Desculpe Senhorita, mas é verdade.

Não, eu só podia estar vivendo um pesadelo. A Laís? Ela? Porque ela? Oras, porque não eu? Porque tinha que ser bem ela? Poxa, minha melhor amiga desde sempre e agora estava ameaçando deixar eu e as meninas, e para sempre? Não, logo ela. Eu realmente não acreditaria nisso até vê- lá.

– Doutor, será que não podemos vê - lá?

– Vou dar uma olha em como ela está e se já transfiram ela para outra sala Senhorita e já volto.

Bia Of.

Bill On.

Em coma? Minha cunhada estava em coma? Entre a vida e a morte? Não, isso não podia estar acontecendo. Meu irmão estava me abraçando e chorando nos meus ombros, e por uma mulher. Realmente era difícil acreditar naquilo, mas sim, ele estava chorando por uma mulher. Uma mulher que simplesmente entrou não só na vida dele mas também na minha vida de uma forma qualquer e mudou completamente. Graças a ela, ele soube o que é realmente é amar alguém, graças a ela eu tinha uma namorada que eu amava e que me amava. Ela realmente mudou nossas vidas do dia para noite. Engravidou. Ia fazer eu ser tio de uma criança que realmente ia ser bela, finalmente meu irmão ia construir uma família e agora, de repente tudo acaba. Eu estava chorando também não só por causa de meu irmão, mas porque eu realmente gostava da minha cunhada, era e sempre foi diferente de todas, e... Eu realmente gostava da minha cunhada, mas apenas como cunhada.

Bill Of.

Isabela On.

Meu Deus, por favor diga que tudo isso é apenas um grande pesadelo e que quando eu parar de chorar tudo isso vai desaparecer e eu vou estar na casa da minha sogra conversando com as meninas no quarto e dando risadas, por favor.

Eu não podia acreditar que a Laís, a LAÍS estava em coma. Bem ela, que odeia hospital, que tem pavor de soro e tudo, estava nesse momento eu uma maca ligada com um monte de aparelhos, sobrevivendo por eles. Isso não podia estar acontecendo, não podia!

Isabela Of.

Georg On.

Nossa, a Laís estava em coma... Sério mesmo isso? Tom estava realmente arrasado mais eu nem sei o que fazer para ajudar ele, qualquer palavra podia piorar ainda mais as coisas, então eu prefiro ficar calado. Todos estavam sofrendo por causa disso, até eu, por ver os meninos tão maus.

Georg Of.

Gustav On.

Nossa, a primeira pessoa que o Tom ama de verdade, que engravida e fica feliz, que pensou em pedir para casar acabara de ficar em coma por causa de um motorista de caminhão idiota que não conhece as ruas de Berlim, é isso mesmo? Tom realmente estava acabado e eu estava em choque vendo ele chorar no ombro do Bill daquele jeito. Acho que em toda a nossa vida juntos eu nunca vi Tom chorar tanto, principalmente por uma menina. E aquilo estava começando a me afetar também, afinal Tom e Bill eram quase irmãos para mim.

Gustav Of.

Tom On.

Arrasado. Era assim que eu estava e acho que todas podiam perceber isso. Eu estava chorando no ombro do meu irmão de um jeito que eu nunca havia chorado, sentia que Bill também chorava, por minha culpa, mas no momento não tinha como segurar as lágrimas. Eu nunca tinha sentido uma coisa tão forte por uma mulher antes, e pela maior sorte do mundo ela também gostava de mim. Então estávamos entendo uma coisa séria e ela engravidou. Eu queria mesmo ter o meu filho ou filha, queria construir minha vida ao lado daquela mulher, mas parece que o destino não queria. Porque ela tinha que ter sofrido esse acidente agora? Porque tinha que estar grávida e perder o bebe logo agora? Logo comigo!

– Ela está pronta. – Disse o Doutor entrando na sala de espera outra vez.

– Quantos de nós podemos entrar Doutor?

– Olha Sr. Kaulitz, o quarto é grande, mas mesmo assim eu não poderia deixar todos de vocês entrarem, mas hoje eu vou abrir uma exceção para vocês.

– Ufa. – As meninas soltaram juntas aliviadas e eu também.

Então o Doutor saiu andando e todos nós fomos atrás dele. No corredor indo para o quarto eu senti uma coisa estranha no meu estomago e pelo visto no meu coração também. Eu não tinha certeza se queria ver ela, naquela cama viva a maquinas. Deitada, acabada e sem poder beija – lá.

– Este é o quarto. – Disse o Doutor abrindo a porta mesmo ainda do lado de fora. Eu e Bill estávamos na frente, então tive que ser forçado a entrar na sala.

Logo quando eu entrei no quarto, dei de cara com a cama e com a minha namorada ali, deitada em uma cama com vários fios ou cabos ligados a ela que estavam ligados a maquinas. Maquinas que estavam a fazendo “viver”. Quando todos entraram na sala todos voltaram a chorar desesperadamente, era difícil para todos ver ela daquele jeito.

Eu cheguei mais perto dela e segurei sua mão que estava mais branca do que o normal e para aumentar a minha dor não ouve nenhum movimento. Seus lábios estavam sem cor alguma. Seu rosto sem expressão alguma estava de olhos fechados como se estivesse dormindo. Havia algumas coisas na cabeça dela aonde provavelmente deve ter cortado.

– Doutor, como é o estado dela?

– Sr. Kaulitz eu vou ser franco com o senhor. O corte na cabeça dela não foi tão profundo assim, mas a batida, a pancada com o caminhão foi muito forte, então ela ficou de cabeça para baixo e sangue veio para o cérebro dela, o que piorou muito a situação. Mas a situação dela, mesmo por ela estar de coma, está ótima! Eu já tive pacientes bem piores que ficaram em coma ou que bateram com algum caminhão. Acho que com o tempo ela pode voltar a ter os sentidos e sim, irá poder ter uma vida normal novamente.

Depois que o Doutor de esclareceu tudo eu me senti melhor, mas ainda estava mal e chorando. Eu ainda chorava olhando seu rosto e segurando sua mão implorando por algum movimento, algum sinal de que ela estava consciente, mas nada. Aquilo por estranho que seja acabava comigo. Eu nunca tinha sentido alguma coisa daquele jeito.

To be continued...