Long Live escrita por lizpfvr


Capítulo 6
Capítulo VI


Notas iniciais do capítulo

Contém trecho da música "Even If She Falls" da banda blink-182



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"Quando a noite começar

O encontro não vai acabar, mesmo que ela se apaixone

Voltar, você vai querer voltar atrás,

Seu coração vai atacar, mesmo que ela se apaixone

Tente olhar em seus olhos,

A luz esta perfeita, mesmo que ela se apaixona

E não é tão ruim,

Está te enlouquecendo, mesmo que ela se apaixone"

blink-182

– Às vezes eu me pergunto se isso tudo não é um sonho. Soo frio com medo de a qualquer momento posso acordar em minha cama me sentindo miserável. – Ela riu sem humor. – Isso não é louco?

Luke olhou para o peito dela só para ter certeza de que as mãos deles não se abalavam com a força com que o coração dela batia contra as costelas.

Mas não, suas mãos se mantinham paradas, acompanhando o descer e subir suave do peito dela por conta da respiração.

– Duvido que seja. James lava o rosto toda vez que fica excitado demais. Julia desenvolveu a mania de estalar os dedos em frente aos olhos toda vez em que vê algo que nunca teve a pretensão ver. Passa do desagradável o numero de vezes com que Lilith grita a palavra “acorda”. Percy está falante – coisa que ele costumava, infelizmente, ser só dormindo. Maggie, além falar com os animais (o que não é muito relevante porque acho que ela já fazia isso antes) anda por ai com os braços roxos de tanto se beliscar. E o mais impressionante: Filipe está sendo simpático!

Ela arregalou os olhos.

– Bem, pelo menos ele está tentando.

Ela levou a mão aos lábios e riu. Foi um riso tão leve e despretensioso que ele ficou feliz de verdade por sem quem o deu a ela.

Passou o braço quente por seus ombros gelados e a abraçou. Deu-lhe também um beijo na testa – não, não nos lábios – e foi o suficiente.

– O tempo está passando, Luke – ela disse observando o lago, quase dormindo. – Se tudo der certo...

– Se tudo der certo? – ele repetiu, em tom de interrogação, para incentiva-la a continuar falando. Era um dos raros momentos no qual ela parava para descansar, mas também era um dos raros momentos em que os dois ficavam sozinhos.

– Se tudo der certo para ele vir. Caspian. Se Caspian vir...

– Se ele vir?

– Acho que tenho um plano pra ele. – A voz dela estava pastosa e a cada palavra que ela dizia mais parecia que ela falava sozinha. Divagava, entre o sono e a consciência. Mais para o sono do que a consciência. – Mas eu sou tão pequena. Nada está ao alcance das minhas mãos e... e...

Dormiu e sonhou.

Luke ficou acordado por um tempo. Tempo o bastante para se aborrecer com os próprios pensamentos, as palavras que preenchiam as paginas da vida dele se embaralhando em sua cabeça.

Estava deitando com a cabeça na barriga dela e se perguntou se ela estava apaixonada por ele. Ele estava apaixonado por ela e se perguntou se valia a pena ter saído da sua não-tão-segura rotina do dia-a-dia para se ver no meio... Literalmente, no meio do nada. Eram perguntas sem propósito. Ele sabia, é claro que sabia, sabia que era ridículo, ridículo, ridículo, mas ele sabia que trocaria a vida não-tão-segura que ele tinha e até a vida segura e feliz que ele desejava só para estar ali, com a cabeça apoiada na barriga dela, subindo e descendo, se perguntando se ela o amava do mesmo jeito que ele a amava e sorrindo com a mínima possibilidade de um sim.

Ele olhou para a garota cujo topo da cabeça coroada com cabelos castanhos e embaraçados se apoiavam no tronco da arvore. Ele olhou para ela e teve medo. Ela era tão grande, grande, grande e não sabia. Era perigoso. Ela podia pisar em alguém e nem ver. Ela podia pisar nele.

Ele teve medo de que não fosse o único a ser esmagado. Caspian parecia se voluntariar para ficar debaixo dos pés dela.

Não podia culpa-lo de verdade – ela tinha aqueles olhos que mudavam de cor; tinha um coração que era uma fortaleza de aço, mas uma fortaleza de aço cujas portas estavam baixadas; era solitária e era sociável; era imprevisível e mesmo assim narrava todos os passos que daria; era livre e era dele; não era de ninguém e era de todos. E ela queria viver; não só no sentido mais cru da palavra, no sentindo de sobreviver e respirar, ela queria viver e inspirava todos ao seu redor a fazer o mesmo.

Pensando bem, ele tinha sorte só de estar perto dela. Então ele era muito sortudo, porque ele sabia - mesmo que enchesse a si mesmo de tantas duvidas, ele sabia – que ela estava apaixonada por ele.

Talvez ela estivesse apaixonada por todo mundo. Alguém lhe dissera uma vez que uma pessoa apaixonada faz a outra se sentir especial. Mas graças a Deus, ele dormiu e não se segurou muito a essa linha de pensamento.

Ele dormiu e não sonhou.

Sorte a dele.

Ela sonhou e seu sonho estava recheado de narnianos – aqueles seres incríveis que eles encontraram quando fugiram o maximo e mais um pouco de Miraz. Sonhou que eles se ajoelhavam perante as seis pessoas. Quatro delas ela reconhecia – eram os Reis e Rainhas de Narnia, da Golden Age que ela tanto gostava de imaginar. Os outros dois ela não conseguia ver quem era, por mais que corresse, empurrasse e se colocasse na ponta dos pés. E havia um pesar no seu peito que a puxava, a puxava, a puxava para baixo até que se viu ajoelhando também.

Quando acordou, Luke dormia sem se mexer.

Observou a água que estava imóvel como o rapaz louro e adorável que dormia sobre a sua barriga.

Quando ele se mexeu e ela teve um vislumbre das safiras que ele tinha como olhos, ela sorriu.

– Risque o numero um da sua lista. Arranjei um plano.


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Notas finais do capítulo

Esse capitulo é tipo uma transição kaljkçl~çlak foi um modo de meio q contar o que aconteceu com Victória, Luke e a Trupe nos últimos 9 meses, mesmo que esteja meio vago e confuso klajkçl~ka eu só não queria jogar vcs de cabeça no próximo cap. Beijosssssss.



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