Os Clichês de Rosemary escrita por Gabriel Campos


Capítulo 23
Rubem não é um homem, é um manequim


Notas iniciais do capítulo

Como esse capítulo é bem pequeno, resolvi postá-lo agora. Daqui a pouco respondo os comentários de vocês.
PS: Amanhã começam minhas aulas e estou adiantando a fic antes que a faculdade me consuma kkkkkk



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Dóris passou a tarde lá em casa, mexendo nas minhas coisas. Encontrou algumas coisas que eu nem sabia que ainda existia, como um velho caderninho de desenhos que eu tinha.

— Caramba, Rosemary! Você desenha muito bem. — Ela folheou o caderno. A maioria dos desenhos eram casas, prédios e outras estruturas de concreto.

— Eu nem sabia que isso ainda estava aqui. Achei que mamãe tivesse jogado no lixo. — respondi, inquieta, olhando para o relógio e com vontade de perguntar se Sebastian talvez já pudesse receber visitas.

E em qual hospital ele estava?

Percebi aí que Dóris não havia me contado a história direito.

— Ei, Dóris... Você ainda não me disse onde seu irmão está.

Então percebi que não era só eu quem estava inquieta. A garota ficava o tempo todo virando o rosto, evitando olhar nos meus olhos. Sentada na cama, de vez em quando ela cruzava e descruzava as pernas, outras vezes ela batia o pé intensamente no velho piso de madeira do meu quarto. O relógio continuava tiquetaqueando.

— Acho que já está na hora de eu ir. — ela se levantou e pegou sua bolsa na minha mesinha de cabeceira.

— Ei, espera. — impedi-a de passar pela porta — Eu não vou te fazer mais perguntas, tá? É que eu tô preocupada, sei que você está também, mas achei que se tivesse mais notícias ficaria melhor.

As bochechas de Dóris inflavam e desinflavam com ar dos seus pulmões. Ela queria falar algo, mas alguma coisa a impedia.

— Por que não volta a se sentar e espera o Rubem? Já era para ele ter chegado... sei que vocês dois devem ter muitos “babados” (frisei a palavra como se fosse o meu próprio irmão falando) para colocar em dia.

Dóris concordou, mas não desembuchou nada. E eu achei melhor não mais tocar no assunto, apenas imaginar, imaginar que Sebastian estava bem e que, tão logo, eu poderia vê-lo.

E que tão logo ele poderia me ver também.

— Eu acho bonita essa atenção que você tem pelo meu irmão, Rose. Sebastian nunca teve alguém por quem se apaixonar, e nem ele nunca se apaixonou. E, venhamos e convenhamos, aquele beijão que vocês deram na casa do seu pai já disse tudo: vocês estão apaixonados mesmo.

Eu olhei para Dóris, que suspirava e tremia os cílios, olhando para o chão.

— E você, Dóris... nunca se apaixonou?

— Ah, Rosemary, lá vem você com essa história de novo! — ela bufou, estressada com a minha curiosidade — Eu não gosto muito de falar sobre esse assunto. Acho que tenho o dedinho podre, Rosemary — respondeu ela — Eu sempre me decepciono. E continuo me apaixonando.

— Vai, me conta quem é! Não custa nada! Eu conheço? — perguntei, como se eu conhecesse muitas pessoas.

Dóris se jogou na minha cama e ficou olhando para o teto, bem como eu estava há minutos atrás. E então, de repente, a porta do meu quarto se escancara e faz um barulho forte quando empurrada contra a parede. É Rubem que, histérico, nos assusta.

— Dóris, preciso falar com você. — as pernas do meu irmão estavam bambas. Ele parecia estar mais nervoso que nós duas naquela situação.

— Calma, Rubem! O que houve? — indagou a garota, ficando de pé.

Meu irmão se ajoelhou e, do bolso retirou uma caixinha que, ao abri-la, víamos que nela continha um singelo anel com uma pedra brilhante.

— R-Rubem... o que é isso? — perguntou a moça, assustada.

— Ai, minha Nossa Senhora do Bilhete Único! Não tá vendo o que isso significa, Dóris?

— Não!

— Dóris Freitas Buarque, você aceita a honra de se casar comigo?

Ficamos boquiabertas: era aquilo mesmo o que estava acontecendo? Rubem, pedindo Dóris, uma mulher, em casamento?

Puro interesse, com certeza. Dóris não cairia nessa, claro que não. Do nosso pequeno quarteto, achei que a irmã de Sebastian fosse a menos destrambelhada.

Bem... era o que eu pensava.

— EU ACEITO! — Ela exclamou.

Rubem então pôs-se a ficar de pé e Dóris o agarrou, tacando-lhe um beijo; meu irmão tentava escapar, mas a moça parecia que tinha muito amor para dar.

A noite então caiu, mas a ficha do que havia acontecido no final daquela tarde ainda não havia caído. Minha cabeça martelava por diversas coisas, uma delas era por Sebastian, que não me dava notícias sobre a cirurgia e, ainda, a ideia maluca de Rubem em se casar com a Dóris.

Saltei da minha cama e, como evitava fazer nas noites na casa de Dona Solange, saí caminhando pelos corredores até encontrar a porta do quarto de Rubem entreaberta. Ele conversava com alguém ao telefone.

— Tereza, calma... eu sei que a senhora quer o dinheiro de volta, mas... NÃO! Não precisa acionar os advogados, por favor! Estou de casamento marcado... e esse casamento é o que vai me garantir o dinheiro que devo a senhora... — cochichou ele, talvez ele nem quisesse que ela escutasse essa parte — Só peço que a senhora me aguarde mais alguns dias e eu vou lhe dar esse dinheiro, ok?

Coitada da Dóris! Com um amigo assim, quem precisa de inimigos?


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Notas finais do capítulo

Quase todo mundo já tinha adivinhando, vamos ver como vai ser a confusão. O CIRCO VAI PEGAR FOGOOO KKKKKK