Os Clichês de Rosemary escrita por Gabriel Campos


Capítulo 1
Eu tinha um lado doce, mas acabei comendo


Notas iniciais do capítulo

Vamos a mais uma fic...



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Olá, queridos. Me chamo Rosemary e estou aqui para contar o que aconteceu na minha vida monótona e fria. Mas, para ficarmos um pouco mais íntimos, vou me apresentar. (Confesso que, nos livros, eu odeio essa parte chata de apresentações e descrições de personagens. Na maioria das vezes, eu não me importo que a mocinha seja loira dos olhos azuis ou ruiva dos olhos amarelos. Na verdade, eu só ligo mesmo para o que ela é por dentro.)

Bem, eu não sou uma garota do Tumblr. Não possuo Instagram, não tenho Facebook, tampouco converso com meus amigos no Whatsapp e nem uso o meu cabelo azul. Tudo isso porque minha mãe não deixa. E não, eu não tenho doze anos de idade. Na verdade, acabei de fazer dezoito.

Vamos fazer um desenho na sua mente: feche os olhos e imagine. (Ai como eu sou burra. Como é que você vai ler de olhos fechados?) Vamos recapitular; esqueça a parte em que eu peço para você fechar os olhos e continue lendo. Bom, imagine que eu seja aquela menina que estuda no seu colégio, mais precisamente na sua sala de aula, e que sempre senta no fundo da sala, bem na última cadeira da última fileira, da esquerda para a direita; ela tem os cabelos de cor normal (não as cores normais das personagens das fics deste site) e os olhos também de cor normal. Ela não é magra, nem gorda, nem alta nem baixa e faz tanta diferença dentro daquela sala de aula quanto os pacotinhos de maionese que a gente recebe juntamente com os de ketchup quando se compra um sanduíche numa rede de fast food: nenhuma. Aquela garota que, ao soar o sinal, pega seus livros e começa a caminhar abraçada com eles pelo corredor do colégio até chegar no lado de fora da escola, onde sua mãe lhe espera dentro do seu fusca branco. Diz ela sempre que, quando morrer, o deixará para sua filha como herança.

Pelo amor de Deus, não pense que eu sofro bullyng. Eu só não socializo com ninguém (eu não gosto de fazer a linha “falsa”, na verdade) e eu estou muito bem com isso, obrigada.

Mentira, eu não estou bem com isso. E eu só me dei conta deste fato agora, neste momento em que eu escrevo este relato/prólogo ou sei-lá-o-quê.

Sabe quando você entra num ônibus e só há dois bancos vagos, um do lado do outro e, quando você senta em um deles (no que fica do lado da janela, claro) torce para que ninguém que suba no bendito ônibus sente ao seu lado? E quando realmente ninguém senta ao seu lado você fica muito, muito mal, achando que você é a pior pessoa do mundo, que está fedendo ou algo pior? Eu me sentiria assim, se minha mãe me deixasse andar de ônibus sozinha.

Friso: eu tenho dezoito anos de idade.

Aí chegamos àquela hora em que eu deixo você levantar sua patinha (não estou chamando você de cachorrx e sim de gatinhx. Gatinhxs também têm patas) e pergunta: “Mas Rosemary, por que sua mãe não deixa você mexer na internet e não deixa você andar sozinha por aí?”. Então eu respondo: Não sei. Não faço a mínima ideia. Nem o autor dessa fic sabe. No entanto, como completamos o número de palavras suficientes para uma boa introdução, acho melhor começar um novo capítulo, talvez ele nos ajude a responder a esta pergunta.


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Notas finais do capítulo

A mãe da Rosemary é louca ou e ela quem está exagerando? o.O