Interligados escrita por Luangel


Capítulo 7
Neve


Notas iniciais do capítulo

Oiê! Como vão meus queridos e queridas leitores? Bem, eu peço desculpas pela demora, mas é q tem a escola, academia, viagem e bloqueio criativo, mas para compensar eu fiz um capítulo grande! Ah, tem umas palavras em japones, as traduções estão lá embaixo. Espero que gostem do capítulo! ^^



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    Tenten sorriu docemente e desapareceu andando por entre os estudantes. Curioso eu caminhei até uma janela a fim de ver o que chamou tanta atenção dos estudantes e arregalei ao ver o que havia acontecido lá fora. Isso... É impossível!

Hinata Hyuuga:
    Sorri ao ver o prédio onde eu morava, se Neji me visse agora ele me mataria por sair de casa aos -4° de temperatura só para comprar coisas para o jantar. E como para me lembrar do frio, um vento gélido me lambeu e mesmo com várias blusas, os meus pelos eriçaram e eu fechei os olhos tentando me recompor e apertei o passo. A neve começara a cair novamente, olhei para o grosso tapete branco a minha frente. Nunca havia nevado em Konoha, que tem um clima quase que tropical.
     Porém a neve começou a cair ontem, enquanto eu e meu primo estávamos na escola e por causa desse caos metrológico as aulas foram suspensas sem volta definida... Neji havia saído para comprar mais cobertores e coisas para nos preparar para a neve que não parece querer parar tão cedo. De repente eu escorreguei no chão congelado e por causa da gravidade, caí de bunda no chão fazendo com que minhas compras se espalhassem sobre a neve.
    —Ai... —Murmurei acariciando o meu traseiro dolorido pelo impacto.
    De repente eu ouvi um som profundo e rouco, era... Uma risada? Já em alerta, olhei ao redor e de um beco mal-iluminado eu vi um par de olhos azuis que me encaravam e saindo das sombras e apareceu aquela maldita raposa laranja.
    —Ora, ora quem nós vemos aqui?—Debochou a voz na minha mente.
    — Calado pulguento!—Esbravejei e o animal rosnou.
Apesar de ele ser meu inimigo, a raposa se sentou na neve, me fitando.
    —Vai ficar muito tempo aí, criança?—Questionou impaciente.
    —Não sou criança!—Exclamei me levantando e pegando as compras do chão.
    Logo comecei a caminhar e me surpreendi ao ver o animal ao meu lado me acompanhando.
    —O que está fazendo?—Perguntei e ele respondeu, mudando de assunto:
    —Essa neve é estranha. —A raposa fez uma pausa exagerada e continuou: —Sabe algo sobre essa neve?
    —Humft!—Respondi e a fera saltou na minha frente me impedindo de continuar a caminhar.     
    —Se sabe de algo, responda!—Exigiu e eu o encarei cética.
    —Você não responde as minhas perguntas, então por que eu responderia as suas?—Retruquei e dei a volta pelo animal, recomeçando a caminhada até a minha casa que estava a poucos metros de distância.

Naruto Uzumaki:
    —Argh! Menina insolente!—Vociferei e a garota parou de andar e me olhou de soslaio. —Saiba que posso te matar quando quiser pirralha.
    Em resposta a morena riu sem humor e disse:
    —Não tenho medo de você. E sei que não vai me matar.
    —Como sabe?—Murmurei sombriamente e ela respondeu:
    —Criaturas como você não precisam de ameaças, apenas matam e você já teve diversas chances para me matar e uma dela é agora.
Um longo silêncio se manteve, eu não sabia o que fazer, várias coisas passavam pela minha mente, e uma delas era matar aquela guria irritante.
    Suspirei e respondi:
    —Irei lhe dar um conselho guria: Não seja tão burra, o mundo está mudando e você ainda está na sua bolha cor de rosa, acorde!   
E sem esperar resposta dela eu lhe dei as costas e fui embora, desaparecendo no meio da neve. Voltei para meu lar correndo, Sakura esperava um relatório completo meu. Cheguei ao palácio com meus pelos cheios de neve, apesar de minha resistência ao frio, se eu não me vestisse logo, acabaria com uma bela de uma gripe.
    Entrei em meu quarto e vesti qualquer roupa que encontrei, e sai indo até a sala do trono, onde a minha imperatriz me aguardava.
    —Naruto!—Exclamou aliviada por me ver. —Que bom que já voltou, estava ficando preocupada.
Sorri de um modo zombeteiro, fiz uma reverencia simples e disse:
    —Minha Tsarissa. —Falei e apesar dela odiar essas formalidades, era preciso, afinal Sakura não é qualquer uma. — Eu fiz o que a senhora me ordenou e fui até Konoha, e a senhora estava certa, a neve cobriu completamente o lugar pegando todos os habitantes desprevenidos. A causa não é normal, não é apenas uma anormalidade meteorológica, a neve não derrete com facilidade e tem... Um odor diferente.
    —Compreendo. —Murmurou Sakura, seus olhos verdes me encaravam profundamente e seu peito subia e descia rapidamente, como se tivesse dificuldade para respirar, mesmo que o ar seja inútil para ela... —Vamos fazer assim: Você pode continuar com suas patrulhas até Konoha?
    —Sim. —Respondi solenemente.
    —Talvez só seja algo passageiro. —A rosada deu seu palpite com a voz firme, mas seus dedos mechiam freneticamente no vestido, a Haruno estava ansiosa.
    —Perdoe-me, mas e se essa neve não for algo passageira?
    A garota suspirou e respondeu sem hesitar:
    —Assim, eu resolverei as coisas como o meu pai resolveria. Vou me retirar, Naruto, com licença. —E assim a imperatriz se retirou da sala do trono me deixou mais confuso do que nunca.

Neji Hyuuga:
    Quando cheguei ao apartamento, encontrei Hinata sentada no sofá bebericando um chocolate-quente fumegante.
    —Oi Neji. —Cumprimentou e eu assenti. —Quer um pouco?—Perguntou a morena me oferecendo o chocolate-quente.
Neguei com a cabeça e percebi que a televisão estava ligada.
    —O que você está assistindo, Hinata?—Questionei.
    —Ah, todos os canais estão passando sobre essa neve em Konoha.
    —Ah... —Murmurei desinteressado.
    —Ah... Neji!—Chamou Hinata e eu a olhei.
    —Sim?
    —Neji-Oni-san, você acha essa neve estranha?—A fitei tentando procurar algum traço de piada ou sarcasmo em seu rosto deluicado, mas Hinata me fitava, séria, esperando um resposta de minha parte.
    —Ah... Bem, essa neve é repentina em Konoha, já que essa cidade nunca teve algo do g...
    —Não é disso que eu estou falando!—Exclamou a garota e suspirou dizendo: — Não estou falando em uma loucura meteorológica, e sim, de algo mais profundo, algo como um monstro. Um monstro seria capaz de fazer isso, Neji?
    A fitei, em silêncio, de onde a Hyuuga teria tirado uma teoria destas?! De um conto de fadas?! Suspirei, a não existe nenhum monstro capaz de mudar o tempo tão drasticamente...
    —Hinata, não existe um monstro capaz de tal coisa e mesmo que existisse eu ou você sentiríamos a sua energia macabra...
A morena me fitou e por fim deu de ombros, concordando comigo e voltando a bebericar a sua bebida...

Sakura Haruno:
    Já é tarde, pensei observando a noite profunda pelo reflexo do espelho de minha penteadeira. Suspirei e sem vontade escovei meu longo cabelo lentamente, depois de alguns minutos nessa ação tediosa, suspirei novamente e me joguei na enorme cama que tinha. Fechei meus olhos, aliviada por sentir meus músculos relaxarem da tensão que me incomodava há horas. Mesmo exausta eu não podia dormir, na verdade eu não conseguia dormir, nenhum vampiro conseguia... Ás vezes eu brincava sozinha, imaginando como seria a minha vida de humana... Como seria dormir, acordar e envelhecer.
    Imaginava a gravidez, como seria ter rugas ou até como eu me sentiria quando pegasse um resfriado. Pode parecer bobice, mas neste meu mundinho eu casava, tinha filhos e netos, envelhecia e morreria feliz por ter vivido algo de verdade. Mas então a realidade me atingia como um trem em alta velocidade, meus “Deveres Imperiais” me chamavam e exigiam a minha dedicação de corpo e alma. E pensando bem, amanhã também terei um dia cheio de compromissos... Argh! Angustiada eu girei na cama, mudando de posição e abraçando os meus joelhos.
    E ainda tem Konoha!Aquela área também é de meu controle, assim como o resto do mundo vampiresco, tenho que descobrir logo o que está acontecendo... Sei que Naruto está dando o seu melhor nas investigações, mas... Sinto que ainda falta alguma coisa, como uma peça de quebra cabeça faltando... Suspirei e seguindo meus instintos me levantei da cama e peguei o meu capuz vermelho, e ao acabar de vesti-lo, abri a janela e o uma brisa refrescante brincou com meus cabelos e assim saltei pousando gentilmente na relva.
    Parecia que quanto mais eu em aproximava de Konoha, o vento que antes era refrescante agora ficava gelado e nas arvores, grãos brancos faziam parte da decoração natural da floresta. Foi questão de tempo até eu me encontrar em uma campina cheia de neve cobrindo meus pés. Abaixei-me e toquei a neve com a ponta dos dedos, e com um só toque percebi que aquilo não era... Normal! Arregalei meus olhos e arfei em decorrência do susto, do susto que tomei pela resposta imediata que me atingiu: eu sei quem tinha feito aquilo, mas... Não é possível “seres” assim ainda existem?! Eles... Foram extintos! Eu tinha vontade de gritar! Mas do que eles estariam atrás? Olhei ao meu redor e como se o destino me pregasse uma peça irônica, eu vi a casa que pertencia aquele garoto poderoso... Ele! Esse monstro o quer!
    Meio cambaleante por causa da neve eu me aproximei da casa. Olhei pela janela, mas o ambiente lá dentro estava escuro e me impossibilitava de ver algo, de ver se Ele ainda estava vivo... Curiosa e preocupada com um desconhecido eu abri a janela produzindo pouco barulho e habilidosa entrei no recinto, só não esperava ver o que eu vi! O garoto dormia tranquilamente na cama e estava sem camisa, expondo os músculos proporcionais e perfeitos ao seu corpo.
    Nunca havia visto um homem nestes trajes e por isso dei um pulo para trás e corada tentei desviar o olhar do rapaz como se ele pudesse me ver também.

Sasuke Uchiha:
    Movi-me na cama tentando encontra meu cobertor, já que acordara com um frio repentino que fazia meu pelos se eriçarem. Ainda com a visão um pouco turva por causa do sono eu levantei a minha cabeça e pude ver a janela totalmente aberta deixando a corrente de ar frio entrar por todo o meu quarto. Praguejando baixinho me sentei na cama e fui fechar a janela com esforço, já que a mesma está começando a ficar emperrada... Como eu abri isso?! Pensei.
    Voltei para cama e fechei os olhos, mas sem sono algum, ótimo, estou sem sono! Argh! Mesmo assim eu me deitei e fechei os olhos tentando dormir novamente, sem muito sucesso. Depois de alguns minutos eu pude ouvir a janela ranger novamente, como se estivesse sendo aberta. Se eu não estava abrindo, quem seria?... Itachi e as outras almas não tem um corpo físico então não poderia fazer tais peripécias. De súbito eu me levantei da cama, indo em direção da janela e o que vi foi inacreditável!
    Apenas o que vi foi um vulto vermelho vindo em minha direção e no segundo seguinte estava caído no chão, e ao abrir os olhos vi uma garota em cima de mim. Eu reconheceria aqueles cabelos cor de rosa em qualquer lugar, ela é a garota da outra vez, na verdade ela é o monstro da outra vez... Mas apesar dela ser o tal monstro, eu não tinha medo da garota, ela parecia ser tão normal... Quer dizer, ela era deslumbrante e muito rápida, mas mesmo assim normal.
    Dessa vez seus cabelos estavam soltos e alguns fios até roçavam em meu tórax, seus olhos brilhavam de um jeito diferente, como se eu fosse um tipo de inimigo para ela. A rosada ainda usava aquela capa vermelha da outra vez que nos encontramos, mas dessa vez, por ela estar literalmente sentada em cima de mim eu pude ver seu corpo. Ela usava uma roupa branca como a neve lá de fora, tinha o decote em U, destacando seus seios fartos, era solto e leve, feito de algodão e com alguns babados, enfim: ela parecia ter saído de um livro infantil!     Ao perceber a posição em que estávamos ela se afastou de mim em um pulo e se afastou, se mantendo distante, junto a parede oposta. A rosada se aproximou da janela e a abriu completamente.
    —Espere!—Pedi quando a garota já se preparava para sair. A menina surpreendentemente obedeceu e me fitou. Eu não sabia o que dizer, só queria que ela ficasse ali por mais algum tempo! —Você vai morrer de frio lá fora... —Murmurei e a rosada sorriu, como se achasse graça pelo que eu havia dito, e que coisa idiota eu havia dito!Poderia ter falado tudo, mas por que essa frase estúpida?!
    — Deveria se preocupar mais consigo mesmo, garoto... —Aconselhou a rosada.
    De repente a garota passou pela janela com agilidade e quando cheguei até a janela tudo o que restara dela eram as suas pegadas na neve... Suspirei e fechei a janela com força, voltei para cama para tentar dormir novamente, mas tudo o que me vinha à mente era ela, seu corpo sobre o meu e seus olhos observando cada movimento que eu realizava... Movi-me na cama e tomado pelo cansaço, embalei no sono, já que o dia seguinte seria cheio: infelizmente eu voltaria para a escola.
    —Acorda!!!!—Gritou uma voz conhecida em meu ouvido de manhã.
    —Argh!—Gritei e joguei o meu travesseiro em Itachi, mas óbvio que o travesseiro o atravessou sem deixar nenhum impacto.
    O Uchiha mais velho sorriu, debochado e disse com ironia:
    —É assim que me agradece “maninho”, daqui a pouco você vai se atrasar para a escola. —Com um pulo eu saltei da cama e vesti as primeiras peças de roupas limpas que pude achar.
    —Itoko*, você deveria lavar as suas roupas... —Aconselhou Keiko entrando em meu quarto.
    Keiko era baixinha, na verdade uma criança de no máximo 6 anos de idade, seu cabelo era branco e sua pele alva. Seus olhos rosados estavam sempre dispostos a brincar e ela usava um vestidinho verde e branco que ela gostava de rodopiar, fingindo ser uma princesa mágica. Ela foi a primeira alma que invoquei segundo Itachi.
    —Keiko não entre aí!—Chamou Ichiro, a segunda alma que invoquei. —Pelo que vi ontem esse quarto esteve bem movimentado, não é um ambiente para crianças.
    —Como assim?—Perguntou a garotinha inocentemente, colocando o dedo indicador sobre os lábios tentando entender o que ele havia dito.
    A risada de Ichiro ecoou pela casa, ele era assim: um pervertido! Aposto que ele devia ser um desses fantasmas que vivem em vestiários só para ver as garotas trocarem de roupa sem ser descoberto. Seus cabelos negros vivam sempre desgrenhados, ele usava uma roupa comum, mas parecia ser do fim da década de 90... Seus olhos verdes sempre maliciosos estavam em mim, ele é a alma que mais me assombra com as suas piadinhas ridículas! De repente entrou uma mulher no quarto, ela era alta e tinha um belo corpo.
    Seu cabelo era longo e liso de uma tonalidade exótica de roxo, seus olhos verdes transpareciam a calma e a doçura que pareciam transpirar dela... Seu kimono parecia ser antigo a beça, na verdade era um Houmongi*, era de cor azul-céu, com detalhes de delicadas flores, seu Obi* era decorado e dourado.
    —Bom-dia Miya-san!—Gritou Keiko abraçando a mulher.
    Ela sorriu ternamente para mim e perguntou para Ichiro:
    —Aquela garota era mesmo tão bonita?
    —Meu Deus ela era muito gata!—Exclamou sorridente enquanto eu revirei os olhos.
    —Para quê tanta barulheira?—Questionou Yusuke também entrando no quarto.
    Yusuke é a alma mais “tranqüila” que invoquei, ele tinha a minha altura e seus cabelos eram castanhos e seus olhos estranhamente dourados, ele era o mais reservado de todos, o mais normal se posso assim dizer. Suspirei, bem você acabou de conhecer as minhas “almas de estimação”ou circo de aberrações, chame do que quiser...


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Notas finais do capítulo

Itoko: primo
Houmongi: Um tipo de kimono usado exclusivamente por mulheres casadas.
Obi: Faixa que amarra o kimono.



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