Ela estava me encarando, poderia me atacar a qualquer momento, seu olhar era de dar medo, eu não sabia mais o que fazer essa a segunda vez que eu a via, nesses momentos gostaria que Henri estivesse aqui, ele era o único que me ajudava nesses momentos, mas se eu fizesse qualquer coisa poderia ser meu fim! Ela deu um passo encurtando a distancia entre nó. Há tempos ela planejava esse reencontro. Desde o dia da morte. Dei apenas um passo à direita e...
–AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! Sooocorroo Heeeeeeeenriiiiiiii!!!! AAAAAAH!
Ele abriu a porta do banheiro assustado segurando um bastão de baseball, e me olhou com aquela cara, que me deixa vermelha. Eu não queria que ele me visse assim, só coberta por uma toalha, mas era questão de vida ou morte se ele não entrasse no banheiro.
–Henri! Para de me olhar, e tira aquela assassina que está em cima da pia – disse com cara de nojo...
–Ah Megan! Não acredito que você tá com medo dessa aranhazinha!
–Admito estou sim, agora me faz o favor de tira-la! – disse com autoridade-Ela quer se vingar porque matei seu filhote sem querer enquanto tomava banho! Ela é uma aranha maligna. Maliiiiiiiiiiiigna.
–Só se você tirar também – ele respondeu
–Tirar o que menino?! – perguntei confusa
–A toalha – ele disse novamente com aquela cara, que me fez ficar vermelha, de vergonha e raiva por ter um primo tão lindo e tão idiota.
–Menino idiota! Anda logo, tira esse bicho daí!
Ele revirou os olhos, suspirou, deu um risinho e finalmente tirou aquilo dali.
–Pronto priminha...
Dei um curto sorriso, peguei minhas coisas e fui ao meu quarto, percebi que ele estava vindo atrás. Entrei e ele também entrou.
–Henri, vai pro seu quarto, preciso me trocar!
–Nossa, hoje você só está brigando comigo... – ele disse fazendo beiço
–É porque hoje você só fez coisas com motivos de receber broncas minhas!
–Vou fazer uma coisa, mas não sei se é motivo para você brigar – ele disse se aproximando, e mais, e mais, até me prender contra o meu armário.
–Henri, sai! – eu disse empurrando ele, mas com vontade de dar sim um beijo nele.
–Então isso merece uma bronca também?! – ele perguntou
–Ai Henri! Claro que sim, ai eu te odeio por você ser todo assim!
–Todo assim como?
–Assim... Irritante, safado, convencido... – eu disse revirando os olhos
–Você banca a desinteressada, e eu acho isso uma graça – ele disse dando um sorriso e eu corei - Desculpa por ser tudo isso que você disse, vem cá, me dá um abraço.
–Eu não estou interessada, e depois eu te dou... – eu disse isso e ele me olhou com aquela cara de novo – UM ABRAÇO IDIOTA, um abraço!
–Depois quando?
–Depois que eu colocar uma roupa – eu respondi
–Me da um abraço agora, eu não vou fazer nada – ele disse abrindo os braços.
– Do jeito que você é, eu não acredito, ainda mais quando eu já estou de toalha – eu disse prendendo a toalha mais forte.
Ele me deu um beijo na testa e se foi, me deixando sozinha no meu quarto. Coloquei uma camisola um pouco acima do joelho, lilás, e fui até o quarto dele. Ele estava sentado na janela, bati na porta, ele virou, e caiu da janela. Mentira ele não caiu... Mas até que seria interessante.
–Oi Megan... – ele disse passando a mão em seus cabelos atrapalhados
–Oi Henri – eu disse um pouco sem graça
Ele sentou na cama, e me deu um espaço para eu sentar. Eu sentei, e ele me deitou em seus braços. Ele passava a mão de leve nos meus cabelos.
–Henri, eu vou para o meu quarto, já tá tarde, e eu estou ficando com sono.
–Fica aqui comigo – ele choramingou
–Amanhã tenho que acordar cedo...
–Por que? – ele perguntou
–Tenho aula
–Ainda?
–Tenho mais três semanas de aula, para finalmente as tão esperadas férias começarem... – disse eu suspirando
–Tudo bem, boa noite priminha– ele disse soltando minha mão.
–Boa noite – disse saindo do quarto.
Fechei a porta com cuidado para não fazer nenhum ruído, minha mãe e o namorado dela estavam vendo o jornal, as minhas adoráveis irmãs e prima no quarto passando maquiagem para dormir, e meu irmão... Estava com uma menina, no quarto dele, dês de tarde, com a porta fechada. Não sei o nome dela e duvido que ele saiba.
O que elas vão fazer? Um desfile de pijama? É claro que não. Elas já fizeram isso.
Fui para sala de TV cumprimentar minha mãe, e o meu padrasto Jorge.
–Oi mãe, oi Jorge – disse sentando no sofá, e abraçando minha mãe.
–Oi baixinha – disse o Jorge bagunçando meu cabelo...
–Megan Montgomery, o que está fazendo acordada?! Vai logo dormir menina – ela gritou
–Também estou com saudades... – disse irônica
Ela suspirou e voltou a ver o jornal. Jorge deu uma risada silenciosa.
Fui para meu quarto e me joguei na cama. Gritei, mas meu travesseiro abafou o grito. Ouvi risadinhas e alguém bateu na porta. Oh Oh. Elas querem me transformar em uma patricina zumbi!!!! Apaguei as luzes rapidamente e me enfiei debaixo das cobertas. Elas abriram a porta, me chacoalharam e foram embora. Dormi.
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Acordei dez minutos atrasada, isso foi horrível, pois é nesses dez minutos que eu arrumo minha franja rebelde e tomo um copo de leite. Arrumei-me, desci correndo até a cozinha, e no meio da escada pisei no meu cadarço. Consegui ver minha vida passando diante dos meus olhos, e vi um pouco do futuro. Quando abri meus olhos, com a visão meio embaçada, vi um cara de olhos azuis radiantes, lindo, que apareceu no meu futuro se casando comigo. Fiquei tão embaraçada que falei
–A gente vai se casar, eu vi quando eu estava preste a morrer – disse com cara de drogada.
O Henri me olhou estranho, depois riu. Eu fiquei vermelha e perguntei
–Por que hoje acordou cedo?
–Porque eu queria te dar um tchau antes de você ir para o inferno – ele disse fazendo uma cara de bobo
Que fofo, ele acordou às seis e meia, só para me dar tchau.
–Então...Tchau – eu disse
–Tchau Megzinha – ele disse dando um beijo na minha bochecha
–Não me chama de “Megzinha”!
–Por que não? Eu acho fofo Megzinha – ele disse e ficou repetindo – A Megzinha está brava, está bravinha a Megzinha.
–Para seu idiota! – eu disse dando um soco de leve em seu peito
–Megzinha para de me bater!
–Para então de me chamar de Megzinha! – eu disse dessa vez dando um soco forte.
Ficamos assim até sermos interrompidos pela quarta buzinada que o motorista do ônibus escolar deu.
–Melhor eu ir, se não vou ter que ir a pé!
–Ah, fica até a sétima buzinada do ônibus Megzinha – ele disse fazendo beiço.
Peguei minha mochila que estava em cima do sofá, e sai em disparada á porta. Entrei no ônibus, e o motorista fez uma cara de bravo, dei um sorriso amarelo, e fui me sentar com a Katie.
–Oi Megan, quase perdeu o ônibus – ela disse tirando os fones de ouvido.
–É que eu acordei atrasada.
–Então, seus primos chegaram domingo, né?
–É... Chegaram...
–E eu vi uma foto do seu primo, meu Deus, ele é muito lindo! É tipo um deus grego das belezas bonitas da perfeição! Ignore o que eu disse foi um comentário idiota. Mas ele é tão... lindo! – ela disse mordendo os lábios
–Sabe Katie... Então, eu acho que me apaixonei por ele...
–Pelo seu primo?! – ela disse como se o mundo fosse acabar
–Não não pelo Napoleão quer dizer... Sim... Pelo Henri – eu confirmei
Ela fez um minuto de silêncio.
–Mas vocês... São primos...
–É, de terceiro grau... A mãe dele é minha prima de segundo. O que o faz meu primo de terceiro.
–São primos! – ela protestou – Vocês então estão só ficando?... – ela perguntou
–Não, nós ainda não nos beijamos - eu disse dando um suspiro
Chegamos ao colégio, e fomos até a sala, que estava vazia, conversar.
Tocou o sinal, e a primeira aula foi de geometria. Dez minutos de aula, meu estojo tremeu, fui verificar e tinha uma mensagem.
‘Oi priminha, tenho uma surpresa pra você, se prepara!’
Olhei para Katie, pois tinha percebido que ela ouviu meu estojo tremer e ficou curiosa. Com nossas habilidades de entender os lábios, foi fácil explicar. Mas depois fiquei curiosa... O que será que esse menino tinha aprontado?
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