Um Desconhecido escrita por Daijo


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Uma surpresinha para aqueles que vem acompanhando a história.. ~.*



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Já fazia um mês que Henrique viajara.

Durante esse tempo, não fiz nada além de ficar trancada em minha propriedade. Eu podia ter saído, visitado meus pais, passeado em outros lugares, mas não me senti animada para isso. Distraia-me apenas com um livro, e a releitura de uma carta mandada por ele.

Naquela manhã acordei desanimada, como nas outras. Olhei para o lugar de meu marido na cama e suspirei. Após me arrumar, desci para tomar o café.

Na sala de jantar, encontrei Inês com a cara azeda de sempre. Desde que Henrique partiu, ela tem estado assim. Aquela mulher não me engana, sei perfeitamente quais são seus sentimentos por Henrique. Os mesmos que os meus.

Ela me serviu um pouco de chá; estava sem açúcar. Naquele momento refleti o quanto Júlia fazia falta; não só pela eficiência, mas pela companhia amigável também.

Inês se retirou e eu fiquei sozinha na grande mesa.

- Bom dia Ana. – Era só o que me faltava. Thomas chegara à sala; e o pior, teve a ousadia de se sentar a mesa.

- E o que ele teria de bom, senhor Thomas? – indaguei friamente.

Ele lançou aquele sorriso sedutor, enquanto se servia de café.

“Ele está pensando que é o patrão?” – pensei indignada.

- Eu não te entendo. – começou ele voltando a me encarar. – Achei que você ficaria feliz com a partida de seu marido.

- O que quer dizer? – indaguei um pouco alterada com a insinuação dele.

- Exatamente o que você pensou.

- Ora seu... – Eu levantei bruscamente, meus olhos faiscando.

Antes que eu terminasse minha frase, ele se levantou e, levando a xícara de café, saiu do local. Joguei-me novamente na cadeira, irritada.

Onde ele queria chegar com aquela insinuação? Não tive tempo de responder minhas questões, pois Inês estava de volta.

- Já terminou o café senhora? – indagou, enquanto recolhia algumas coisas da mesa.

- Sim Inês. – Eu me levantei, e comecei a ajudá-la.

Ela afastou delicadamente minha mão; mas eu sabia que aquele toque era frio.

- Por favor, senhora. Não se incomode. – Sua voz sempre indiferente comigo. – Esse é o meu trabalho.

- Tem razão. – respondi desanimada. – Eu estarei na biblioteca.

- Senhora. – chamou-me Inês, antes que eu saísse. – Eu gostaria de avisar que hoje é o dia de folga dos empregados.

Eu fiquei surpresa em descobrir isso só naquele momento.

- Vou passar o dia na casa de meus pais, se a senhora não se incomodar. – disse ela, me encarando inexpressiva.

- Tudo bem. E pode avisar aos outros, que fiquem a vontade em sair também. – esclareci, caminhando para a porta. – Eu ficarei bem sozinha.

Não tenho a menor idéia de qual foi à reação de Inês, não fiquei lá esperando para ver.

 

Nunca um dia passou tão devagar. Meu tédio estava ao máximo, sem contar o calor que estava fazendo.

Decidi tomar um banho para me refrescar. Enquanto minha banheira enchia, fui até o armário escolher uma camisola confortável.

Eram quatro e meia da tarde; depois do banho, iria repousar um pouco. Logo os empregados voltariam para o jantar; eu poderia, assim, me distrair conversando com a cozinheira, já que ela era mais simpática que Inês.

Escolhi uma camisola larga e quase transparente; não havia problema algum, pois, além de estar em meu quarto, eu estava sozinha naquela casa.

Quando finalmente minha banheira encheu, eu submergi na água fria. Minha pele se arrepiou com o contato. Apesar disso, a água estava deliciosa. Comecei a me esfregar com o sabonete; aquele cheiro me lembrava Henrique, já que ele me confessara uma vez que adorava o perfume.

Não podia sentir-me mais relaxada. Um banho agradável e refrescante, tomado pelas doces lembranças de Henrique.

- Essa noite eu não durmo. – disse uma voz maliciosa. Reconheci na hora.

- Thomas! – exclamei, enquanto afundava todo meu corpo na banheira deixando apenas a cabeça para fora. – O que está fazendo aqui?

Ele entrou sorrateiramente na casa de banho; eu me xinguei internamente por ter deixado a porta entreaberta.

“Droga eu pensei que não tinha ninguém aqui!”

- Ora, te admirando. – respondeu cinicamente, sentando na borda da banheira.

- Eu só não te mato, por que não posso sair daqui. – vociferei, entre os dentes. Acho que nesse momento a água já tinha esquentado com o calor do meu corpo, tamanha era minha raiva e constrangimento.

- Me mate. – suplicou ele, divertido.

Eu respirei fundo, tentando me acalmar.

- Hoje é seu dia de folga. – esclareci calmamente. – Você deveria estar visitando seus parentes.

- Minha família não mora aqui. – explicou ele simplesmente. – Então passo meus dias de folga aqui mesmo.

“Maldita Inês, por que ela não me avisou sobre isso?”

Ele submergiu uma mão na banheira; ficou fazendo círculos na água com ela.

- Você poderia sair. – pedi, com a voz suave. – Eu gostaria de sair dessa banheira.

Ele se levantou e ficou de costas para mim.

- Mas já vai sair? – indagou. Eu arregalei meus olhos ao ver que ele despia seu paletó. – Se eu fosse você ficaria um pouco mais. – Ele apenas virou o rosto, para me olhar lascivamente.

- O que pensa que está fazendo? – perguntei desesperada; seu tórax estava nu.

- Vou te acompanhar no banho. – Fiquei vermelha ao notar que suas mãos já estavam no fecho da calça. Olhei rapidamente para os lados.

“Droga! Onde estão as toalhas?”

Eu estava perdida; não havia como sair daquela banheira. Eu cobri meu rosto, ao escutar o leve som da calça de Thomas, escorregar para o chão. Ouvi seus passos se aproximarem da banheira.

- Nem pense em fazer isso! – exclamei, sem destampar os olhos. Ele soltou uma gargalhada.

Eu estava impotente; não tinha como impedi-lo.

Senti a água se mexer, além de ruídos. O maldito havia entrado, mesmo, na banheira.


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Notas finais do capítulo

*O*



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