Amor À Prova escrita por Bell Amamiya


Capítulo 4
Entre Escorpiões e Peixes


Notas iniciais do capítulo

Os personagens de Kaleido Star não me pertencem, mas eu amo o Leon e o Yuri mesmo assim =P
Tenham uma boa leitura!



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Da janela do segundo andar, Rosetta observava os dois despedirem-se com um beijo. Um beijo que para eles poderia ser apenas algo que no momento não puderam conter, mas que para ela era o início de algo novo.

Sora, após se despedir de Yuri e vê-lo sair com o carro, entrou na residência e foi direto para seu quarto, não queria encarar ninguém naquela noite. Não depois do beijo que Yuri havia depositado em seus lábios com tanto amor. Ficava a pensar se alguém havia visto aquela cena, e se fosse Rosetta? Como ela encararia a amiga depois daquilo? Balançou a cabeça dispersando os pensamentos e entrou no quarto. Colocou a bolsa que carregava consigo na cama e foi em direção ao banheiro tomar uma ducha.

Enquanto isso, Rosetta pensava em uma maneira de abordar o assunto com a amiga de tal maneira que ela não pudesse ficar muito envergonhada e se fechasse para si. Pensou um pouco ainda deitada em sua cama e depois decidiu ir ao quarto de Sora.

A acrobata saiu do banheiro ainda enrolada na toalha e foi em direção ao guarda roupa onde a empregada havia guardado a sua roupa contra a sua vontade, pois ela tinha dito que ela mesma faria. Abriu uma das gavetas e retirou seu pijama de bolinhas roxas que mais gostava e começou a se vestir. Quando terminou, ouviu alguém bater a porta.

- Pode entrar. – apenas se forçou a dizer isso. Já imaginava quem poderia ser e se jogou em cima da cama.

Como esperado pela garota de madeixas rosadas, Rosetta entrou no quarto, fechou a porta e se deitou ao lado da amiga na cama.

- Como foi à noite? Digna de uma Lady? – a amiga brincou para ver a reação da outra.

- A minha noite foi maravilhosa como esperado. Não esperava nada menos do homem que me convidou para sair. – Sora disse como quem não quer nada.

- E também não esperava nada do homem que lhe roubou um beijo e o coração? – Rosetta provocou.

A acrobata enrubesceu. Então a amiga tinha visto os dois lá embaixo e o beijo que o jovem havia dado nela. Só de pensar nos pensamentos que Rosetta poderia estar tendo naquela hora e nas perguntas que se seguiriam, Sora ficava ainda mais corada.

- Então você viu? – disse por fim.

- Vi tudinho. E quero que você saiba que achei perfeito. – os olhos da menina de cabelos cor do fogo estavam brilhando. Ela já sabia que Yuri sentia alguma coisa pela sua amiga e por isso havia dito a ele que a convidasse para acompanhá-lo na exposição. Mas como ele estava demorando demais a tomar uma atitude e convidá-la, decidira dizer a Carlos que queria ver sua mãe e que queria que Sora viesse com ela. – Eu não disse que ele gostava de você? Não estava certa?

- É... Talvez você estivesse certa quanto a isso.

- Mas e aí? – Rosetta sentou na cama e ficou olhando para a amiga de cabelos rosados.

- E aí o que? – a acrobata já imaginava o que viria a seguir. Como desejava que naquele momento não estivesse sendo bombardeada com as perguntas de Rosetta. Já era demais para seu raciocínio normal assimilar todas as coisas que aconteceram em um dia, e que dia.

- O que você achou do beijo? Vão se encontrar outra vez? O que você acha dele? Você o namoraria? – a menina foi perguntando de uma vez só. Estava ansiosa com as respostas da amiga.

- Rosetta! Acalme-se. Foi só um beijo e eu nem sei direito o que eu to sentindo. Ele é um grande amigo, você sabe melhor do que ninguém que eu gosto demais dele e sou fã do trabalho dele tanto como acrobata quanto como pintor. – A mais nova estrela do Kaleido falava e olhava serenamente para a amiga ao seu lado. Esperava que ela pudesse entender que nem tudo era do jeito que nós queríamos e que a vida real não era como num filme, que um casal dava um beijo e no outro dia estavam casados. – Mas você também sabe melhor do que ninguém que a vida dele pertence a esse lugar e a minha vida pertence ao Kaleido.

- Eu sei Sora, mas nem ao menos tentar? Deixa seu coração ser feliz e esqueça de uma vez por todas daquele Leon. Viva o momento, porque o futuro só a Deus pertence.

- Queria que fosse fácil esquecê-lo... – Sora falou perdida em pensamentos. Já não ouvia nada que a amiga falava então Rosetta entendeu que era hora de parar a conversa e ir dormir.

                                          o-o-o-o-o-o-o-o-o-o

Enquanto isso em Cape Mary...

Leon estava deitado na rede de segurança do 2º ginásio, quando uma menina adentrou e se aproximou do lugar onde ele estava. Ele não fez nem menção de olhar para ela, já sabia de quem se tratava e o que ela queria com ele.

- O que você quer agora? Vai novamente me importunar com suas suposições idiotas de que eu estou apaixonado pela minha parceira? – proferiu as palavras com tanta frieza, que faria qualquer um recuar, mas não ela.

- Não adianta querer me afastar com seu tom de voz e suas palavras frias. De você eu já sou vacinada, não se preocupe. E se as minhas suposições são idiotas, me diga por que você se importa com elas? Porque elas parecem afetar o seu humor? – May rebateu com a mesma frieza.

- Já falaram que você é uma garota muito insolente? Se eu mudo ou não o meu humor e porque eu mudo, só diz respeito a mim. Nunca passou nessa cabecinha que eu posso não gostar da sua presença? – Leon rebateu ficando mais irritado ainda depois que ela havia lhe respondido com tamanha insolência.

- Já. Já falaram sim. Eu não me importo se você gosta da minha presença ou não. Eu só queria ajudar, pois tem uma pessoa que me interessa e muito em jogo e não é por você que estou fazendo isso e sim por ela.

- Então se preocupe com as coisas que ela faz, e pare de me importunar com suas asneiras. – Levantou, ficando em pé na rede e num impulso deu um salto caindo em pé ao lado da garota de madeixas escuras. – E o que eu acho ou deixo de achar sobre a minha parceira, só tem relevância a mim.

Após dizer tais palavras o acrobata de cabelos prateados se retirou do ginásio. Não aguentava mais ouvir o que May dizia. Seu íntimo sabia que era tudo verdade, mas não podia contar a ela. Se alguém deveria saber sobre seus sentimentos, esse alguém era Sora Naegino.

II.

Não conseguia dormir. Rolava de um lado para o outro na cama. Aquele dia tinha sido demais para ela. Tantas coisas aconteceram em tão pouco tempo que seu coração ainda não tinha conseguido assimilar. Será que ele realmente gostava dela? Ou será que ela seria somente mais uma conquista dele e um divertimento. Não importava as respostas para as suas perguntas. Ela jamais poderia ter um relacionamento saudável com aquele homem. Não sabendo que sua melhor amiga e conselheira era apaixonada por ele. Como era possível que a vida pregasse tantas peças assim naqueles que viviam ali.

Rendeu-se a insônia, e decidiu ligar para alguma de suas amigas. Precisava conversar com alguém sobre aquilo. Foi até a cômoda e pegou o celular que estava em cima e começou a procurar por um número em sua agenda. Ao chegar à letra L, demorou-se no nome daquele que ela deixou nos Estados Unidos.

- Leon...

Balançou a cabeça para os lados, devia parar de ficar pensando tanto naquele acrobata de quem ela aprendera a gostar, mesmo com aquele jeito arrogante dele. Mas era difícil tirá-lo de seus pensamentos. Continuou a procurar por um nome na agenda. Assim que achou, foi logo apertando o botão Send.

O telefone tocou uma, tocou duas e no terceiro toque alguém do outro lado da linha atendeu.

- Alô? – A voz disse.

- May?

- Ela mesma. Sora é você? – Estava surpresa em receber uma ligação dela. Imaginava que se ela fosse ligar para alguém fosse para Mia ou Anna e talvez a Sarah, mas não ela.

- Oi May, sou eu sim. Eu precisava conversar com alguém. – Quando estava procurando na agenda do celular um número para ligar, pensou que May era a pessoa mais sensata para se conversar num momento como aquele. Suas amigas não entenderiam tão bem quanto May poderia entender.

- Aconteceu alguma coisa? Você está bem? – A menina de madeixas escuras ficou preocupada. Primeiro porque nunca recebera uma ligação de Sora, não quando ela queria apenas conversar, e segundo, para ela querer conversar é porque algo estava acontecendo e isso a deixava preocupada. Mesmo que as duas não fossem grandes amigas, tinham uma certa amizade.

- Eu estou bem sim, não se preocupe. É só que eu tive um dia um tanto cheio. Ainda não consegui digerir metade do que aconteceu nele. Você tem tempo para conversar comigo?

- Claro! Se você quer alguém para conversar, estou aqui. Conte-me o que está te afligindo. – May estava interessada no que a amiga iria falar. Será que tinha a ver com aquele jovem de cabelos prateados que ela tanto ansiava? Ou será que era outra coisa que deixava a jovem preocupada demais para pensar naquela possibilidade?

- É sobre sentimentos. – Começou a menina de cabelos rosados. – Eu não sei mais o que fazer May. Vir para a França só me deixou mais confusa com meus sentimentos. E não consigo esquecer aquela certa pessoa que você sabe. E agora me aparece outra.

- Essa outra pessoa seria o Yuri? Estou certa? – Era o que ela mais temia. Agora a amiga estava confusa com seus sentimentos em relação a Yuri e Leon. Uma paixão do passado que voltava, e uma do presente que ela não esquecera.

- Sim. Está certíssima. – A menina respondeu à amiga. Sentia-se bem contando a alguém o que sentia. – Eu vim para cá para acompanhar a Rosetta nessa viagem e como você sabe o Jovem Yuri me chamou para ser acompanhante dele em sua exposição de quadros.

- Sim, eu e a Sarah escolhemos o vestido para você ir nesse evento.

- Então. Mas antes da noite do evento, ele me chamou para almoçar com ele e terminar de me mostrar Paris, pois a Rosetta não tinha me mostrado tudo. E eu acabei aceitando ir com ele. Foi incrível. Ele realmente sabe como tratar uma garota.

- Entendo. Ele é um galanteador.  Mas o que aconteceu nesse almoço?

- No almoço não aconteceu nada de mais. Ele só foi muito amável comigo, tivemos um almoço bem tranquilo e visitamos muitos pontos turísticos. Então ele me levou para casa, a fim de que eu me arrumasse para a noite. – A jovem estava sentada por cima das pernas ainda na cama e enquanto falava, ela fitava a visão que a janela proporcionava. – Depois ele passou aqui para me buscar e fomos para a Galeria.

- Hum. E o que aconteceu de diferente na noite? – A garota de madeixas escuras não estava gostando nada da conversa. Eles não podiam ter feito o que ela estava pensando que tinham. Não... Não era do feitio de Sora se entregar tão facilmente.

- A noite correu bem. Conversamos e nos divertimos. Então ele pediu para me levar para casa, pois ele havia me trazido com ele. Dentro do carro ele ficava me cantando, mas não aquelas cantadas idiotas e sim aquelas que fazem qualquer garota se derreter. E quando chegamos à frente da casa da Rosetta, ele me roubou um beijo.

- Um beijo? – A garota sentiu um alívio percorrer todo o seu corpo. Pelo menos eles não tinham avançado tanto quanto ela havia pensado. Mas um beijo podia reanimar muitas paixões esquecidas. Mesmo que essas paixões nunca tenham vindo à tona e só tenham ficado na mente da amante. Um amor platônico.

- Sim, um beijo. E dos melhores. Nem consigo explicar o turbilhão de emoções que eu senti naquele momento. E agora não consigo dormir, fico pensando nesse beijo e no acrobata que deixei aí nos Estados Unidos. O que eu faço?

- Olha, se conselhos fossem bons a gente não dava e sim vendia. Não posso te dizer o que você deve fazer, e nem o que tem que fazer. Posso te aconselhar a seguir seu coração. Viva o momento e veja como seu coração reage. Mas tome cuidado para não se machucar e nem machucar o coração daquele que te ama.

- É sim. Vou fazer isso. Obrigada May por conversar comigo. Precisava muito de um conselho de alguém que me quer bem.

- Disponha Sora. Sempre que precisar estarei aqui.

- Obrigada! Tchauzinho-nho-nho.

- Tchau, Sora.

A Ligação se finalizou e Sora colocou o celular de volta na cômoda e deitou na cama. Precisava dormir e descansar, aquele dia havia sido cheio.

o-o-o-o-o-o-o-o-o

May havia acabado de falar com Sora pelo telefone, e um turbilhão de pensamentos passava por sua mente. Leon não iria gostar nada de saber que sua amada estava confusa entre Escorpião e Peixes. E que Peixes estava sendo mais audacioso que ele poderia ser. A flecha de sagitário acertaria um, mas qual seria?

Enquanto a jovem de madeixas escuras estava parada no meio do corredor perdida em pensamentos, um rapaz vinha em sua direção observando que ela estava muito pensativa aquele dia.

- May?- o rapaz chamou.

- Ahn? – a garota acordou de seus pensamentos.

- Você está bem? – o rapaz loiro se aproximou da menina. Estava preocupado, pois geralmente May não ficava parada no meio do corredor pensativa. Algo a estava afligindo, mas o que ele não sabia.

- Ahn... Ah... Oi Ken. Estou bem sim. – Falou meio sem jeito.

- Tem certeza? Quer conversar?

- Eu tenho certeza sim, não se preocupe. – Abriu um sorriso para o rapaz. Não podia preocupar ele com coisas que não diziam respeito a ele e nem a ela.  – Agora eu tenho que ir. Tchau Ken.

- Tchau. – antes que ele pudesse falar alguma outra coisa, a menina já tinha saído de sua vista.

III.

O acrobata de cabelos prateados estava ainda em seu apartamento, e pelo que presumira iria ficar lá por pelo menos o dia inteiro. Não conseguia tirar da cabeça todas aquelas coisas que May dissera. Ele sabia que ela estava certa quanto a tudo que havia dito, mas será que a garota de seus pensamentos também sentia a mesma coisa que ele sentia? Só tinha uma maneira de descobrir: Quando ela voltasse de viagem iria se declarar para ela.

Num impulso levantou da cama e foi para a sala, precisava de uma dose de uísque. Necessitava daquela bebida destilada para aguentar todas as coisas que estavam por vir naquele dia. Caminhou em direção do Frigobar, e pegou uma garrafa Ballantine’s.

Sentou numa cadeira e ficou a observar o líquido âmbar ser despejado no copo. Enquanto observava aquela cena ficava a pensar naquela que não saía de seus pensamentos. O que será que ela está fazendo nesse momento? Estaria dormindo ou fazendo alguma outra coisa junto com Rosetta? Ai, como queria não ficar se martirizando com a falta dela.

Assim que terminou de despejar o líquido no copo foi em direção a cozinha. Abriu a porta do congelador à procura de gelo. Pegou uma bandeja e retirou 2 cubos de gelo e colocou em seu copo e foi em direção à varanda de seu apartamento, deixando a bandeja de cubos de gelo ainda em cima da pia.

Bebericou um gole daquele líquido que ainda estava quente e sentiu como se todo o seu corpo também ficasse quente. Ficava a admirar a paisagem naquela manhã de domingo. Nem parecia que Sora havia partido para a Europa só fazia 3 dias, para ele era como se passasse uma eternidade sem ela.

- Sora... Que falta que você faz. – Disse num sussurro entre um gole de uísque e outro. – Como eu queria que nesse momento você estivesse aqui comigo. – Apenas pensou.

Leon nem imaginava que enquanto ele pensava na garota de madeixas rosadas, a mesma estava confusa com seus sentimentos e deixando as coisas rolarem com Yuri do outro lado do oceano.

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

Domo pessoinhas!
Chega ao fim mais um capítulo dessa história que para mim está sendo fascinante escrever. Espero que vocês estejam gostando tanto quanto eu estou gostando de escrever.
Perdoem-me pelo atraso desse capítulo, mas é que eu estava meio atarefada com as coisas da faculdade e depois minha família quis viajar e eu fiquei sem PC =/
Mas agora estou de volta com tudo e já com ideias para o próximo capítulo que deve sair em breve.
Beijinhos
Bell Amamiya.



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