Recortes,Doces,Café e Música escrita por Jullylove


Capítulo 2
Um Doce


Notas iniciais do capítulo

Por questões cronologicas, postarei esse capitulo antes do programado.



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“Vou até a cozinha atrás de um doce,

Vendo meu doce favorito no chão.

Sigo pelo corredor onde sinto seu doce perfume,

Em cima de nossa cama apenas um bilhete.”

22 de outubro de 2025

Saga mais uma vez  chegou acabado em casa, ser medico não era nada fácil especialmente no principal hospital de Londres. Na ultima noite atendeu a um medico que conheceu na época em que fazia o colegial, Camus Reverbel, o melhor cardiologista que conhecia. Quando soube que o melhor amigo e colega havia tido um grave problema e que estava a beira da morte correu para ajuda-lo.

Camus, tentou suicídio, o geminiano não acreditou no momento em que se deparou com aquela cena. O aquariano vinha passando por graves problemas desde a perda de seu amante Milo, amigo de infância de Ikki amante de Saga, até tentar saber se contaria a família paterna de sua existência.

O ruivo era cercado de segredos, muitos eram terríveis e outros poucos apenas tristes. Assim como o melhor amigo, o loiro geminiano também havia se prostituido para pagar os estudos, já que seu pai o deserdara porque ele era quem queria ser, não quem os outros queriam que ele fosse. Saga escondia de Ikki toda aquela historia, mas depois de ver Camus naquele estado, Milo se sentindo o maior culpado do mundo, o que não deixava de ter sua razão e a tristeza do amigo de ambos Shaka que sempre aconselho-os a contar a verdade, resolveu que ira contar a Ikki toda a verdade, doesse a quem doesse.

Logo que chegou em casa, aproveitou a ausência do noivo, com quem mantinha um relacionamento desde o colegial, entre idas e vindas do relacionamento somavam-se treze anos, para tomar um banho e preparar a janta. Ao sair do chuveiro colocou apenas uma calça de moletom e uma blusa regata, ambas pretas, seguiu em direção a cozinha e foi ver o que poderia preparar para amansar o noivo antes, durante e depois de contar toda a verdade.

Duas horas se passaram e o seu querido amante voltará para casa, cansado, exausto e fedendo. Vaskália não perdeu tempo e mandou para o banho, enquanto terminava a refeição. Com a volta do mais novo ao recinto, Saga serviu o vinho e a janta.

-Amor, preciso lhe falar três coisas. –o loiro respirou fundo. –E antes que você pergunte, sim são importantes o suficiente para incomodar a hora da janta.

-Então me diga anjo o que houve. – o leonino estava começando a ficar preocupado com aquilo, seu amante raramente interrompia a refeição para lhe dizer algo.

-Bom, vamos lá... – olhava nos olhos de Ikki com uma face seria e preocupada. –Primeiro Aioros acordou.

-É Shun havia me contando fiquei muito feliz.

-A felicidade para por ai. –o mais velho fez sinal para não ser interrompido. – A segunda coisa é que tive que atender Camus no hospital, o fato de até mesmo Milo ter condenado ele e as perdas dele serem muitas o ruivo não suportou e tentou suicídio.

-Meu Deus, Camus Reverbel o cubo de gelo ambulante fez isso? –Dashwood, olhava para o amante e balançava a cabeça. –O Milo é uma mula mesmo, eu entendo que descobrir que o seu noivo era um puto de luxo é levar um chute no estomago de quem ama, mas disso a armar toda aquela situação e infernizar o ruivo até ele derreter é meio demais.

-Camus, queria reatar com Milo e falar com o pai e o meio irmão antes de morrer. – o loiro brincava com a comida em seu prato. – O ruivo  me disse, quarta feira,  que seu pai era um advogado rico e casado que tivera apenas um caso com sua mãe e desse caso ele nasceu. O pior é que o pai dele é muito importante e ele me pediu que contasse para o meio irmão e o pai tudo que aconteceu com ele nos últimos anos caso ele viesse a morrer antes de conseguir dizer, acho que só fez isso porque estava bêbado.

-Nossa o francês geladinho tem muitos segredos, não foi atoa que ele e o loirão terminaram. Nenhuma relação dura se baseada em segredos. –Ikki agora bebia tranquilamente seu vinho. – Como se chama o pai dele. Desde quando Camus bebe até cair?

-Ele estava deprimido, eu deveria ter percebido que ele iria fazer bobagens. –Naquele momento o geminiano ponderou sobre os últimos acontecimentos e se sentiu mal por não ter ajudado seu melhor amigo. –O pai dele salvo engano se chama Pierre Roussel. Amanha irei falar com o pai e o meio irmão dele, afinal o ruivo não morreu e mais do que nunca esta precisando da família.

-Que beleza o Reverbel é filho do meu chefe e de mais sei lá quantos da promotoria. – o moreno ria tanto que seus olhos azuis enxiam-se de lagrimas. –Era só isso que queria me contar amor?

-Não, vida. O que vou lhe contar agora pode ser o fim da nossa relação, mas não posso mais esconder. –Ikki engoliu seco nunca vira seu amante tão serio. –Lembra aquele um ano que passamos separados?

-Sim lembro.

- Contei a minha família sobre minha relação contigo e a mesma não fora bem aceita e meu pai achou que deveria me deserdar e assim o fez. –Saga fez mais uma vez sinal para não ser interrompido. – Com isso acabei ficando sem dinheiro para terminar minha faculdade, eu não queria parar o curso não quando estava tão perto. Logo que Camus me contou sobre a vida dele e como ele fazia pra sobreviver, tive a ilustríssima ideia de acompanha-lo e fazer o mesmo trabalho que ele, mesmo ele me dizendo que era loucura afinal eu ainda conseguiria dinheiro através da residência e também tinha minha mãe que não deu a mínima para minha escolha sexual e poderia me ajudar. Sou teimoso demais para ouvir os outros especialmente quando enfio algo na cabeça.

-Você quer dizer que você e o Camus...- o moreno gaguejava, não conseguia raciocinar.

-Sim, nós eramos putos. –o loiro abaixou a cabeça e chorava. –Eu estou te contando porque não quero acabar como Camus e Milo que não souberam lidar com isso e mentiram sobre esse fato. Sinto que pode até ser um pouco tarde, mas prefiro que você saiba pela minha pessoa do que por um terceiro.

-Saga, você esta me contando que você naquele um ano que ficamos separados você era um puto? – Ikki estilhaçou o copo que estava em sua mão ao bate-lo na mesa de jantar, o geminiano se assustou. –Que naqueles 365 dias em que eu estava na Itália, que nos decidimos que terminaríamos e quando eu voltasse resolveríamos nossa vida você transou com outros caras e só me conta isso seis anos depois?

-Sim, é exatamente isso. – Vaskália esta chorando, porém em nenhum momento perdeu o controle e deixou-se levar pela incerteza de que seu noivado poderia acabar ali. –Eu penso que guardar essa historia por mais tempo possa vir a ser pior para nós.

-Entendo, pelo menos eu soube por você. –Ikki ria do modo mais cheio de raiva e dor que pode existir. –Agora me sinto melhor que Milo que soube pelo ex do noivo. É uma comedia tudo isso, tanto você quanto Camus são dois grandes filhos da mãe.

-Ikki, sei que não tenho esse direito mas, - o mais velho tremia ao ver o amado daquele jeito. –Por favor não xingue a mim ou ao Camus esta bem?

-Cala boca. –Dashwood estava vermelho, louco para pular no pescoço do grego a sua frente, se pudesse o mataria, mas nunca o faria. O amor dentro de si complicava tudo. –Eu vou sair, não me ligue e nem me procure entendeu? Se me ligar prometo pra você que ira se arrepender.

Ikki Dashwood deixou a casa que dividia com Saga Vaskália a cinco anos e seguiu para algum lugar desconhecido até por ele mesmo. Saga correu até o banheiro se trancou no mesmo e chorou, ligou para seu irmão e contou tudo Kanon apenas pode tentar reconfortar. Saga encontrava-se inconsolável, saio do banheiro e foi em direção a cozinha, lá encontrou o mousse de maracujá que fez para o amado. Magoado com toda aquela reação, que mesmo esperada não foi menos dolorosa, estava transferindo o doce para geladeira quando o mesmo foi ao chão. Para Vaskália aquilo era um sinal que deveria sair daquele lugar e só voltar quando estivesse mais calmo, foi o que fez e deixou um bilhete para seu amado caso o mesmo voltasse antes dele.

Passaram duas horas e Ikki Dashwood retornou para casa, depois de organizar as ideias num parque próximo a casa deles. Chegando estranhou a escuridão, pensou que o amado provavelmente tivesse ido dormir ou algo assim, rumou para cozinha atrás de um doce. Encontrou uma travessa de doce na geladeira e outra no chão, Saga havia tirado o grosso, mas não arrumou tudo, pensou em arrumar depois que voltasse. Seu amado havia preparado duas travessas caprichadas de mousse de maracujá. Arrumou a cozinha depois de comer e tirou o lixo.

Rumando para o quarto sentiu o perfume doce que tanto adorava, seu loiro amava utilizar perfumes fortes e mais adocicados, como o Angel, favorito do geminiano. Ao chegar no quarto e encontra-lo vazio ficou preocupado, mas logo ficou mais calmo. Pegou o pequeno papel, que antes encontrava-se em seu travesseiro.

“- Vida,

tenho a esperança que você leia esse bilhete e me ligue, assim saberei que não esta tudo acabado entre nós. Caso  não consiga falar no meu celular estou na casa do meu irmão Kanon, ajudando ele a cuidar de Milo que após uma crise nervosa teve que deixar o hospital.

Beijos,

Saga.”

Como seu amante o conhecia bem, foi o primeiro pensamento do moreno. Naquela noite iria surpreender o noivo e ira busca-lo na casa do irmão. Além disso pensou que seria uma boa ideia ver como Milo, seu melhor amigo, se encontrava no momento.

Camus havia escondido seu passado, assim como Saga até aquele momento, mas o leonino pensava que o escorpiano e o aquariano mereciam ficar juntos porque se amavam muito, por mais que não contassem para terceiros.


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