Sex, Universe, And Rock N Roll escrita por Jonathan Bemol, Roli Cruz


Capítulo 14
Pôneis Rosas Invisíveis


Notas iniciais do capítulo

MUITO obrigado pelos reviews, ficamos extremamente motivados!
Espero que gostem desse capítulo, é dedicado à Roxanne La Rue (:



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“Deve ser um sonho. A escola explodiu, saí da Terra, encomendei um planeta, conheci o Olimpo e agora estou dentro de um computador.” Era o que James pensava, enquanto vagavam pelo grande labirinto negro.

                “Vou dar um tapa em mim mesmo, e vou acordar”.

                Se preparou.

                Deu um tapa nele mesmo.

                Abriu os olhos.

                E não estava dormindo.

                “Droga”. Então ele decidiu se acalmar um pouco, distrair sua cabeça. Lembrou de uma de suas aulas naquela sala insuportável cheia de conversas (toda escola tem uma sala assim. Sempre).

                James explicava a matéria naquela manhã fria e chata. A matéria também era chata. Os alunos não estavam ligando muito, mas ele continuava mesmo assim. Vários alunos estavam dormindo, e James mencionou algo sobre Deus. Então um aluno da ultima carteira, disse (ou resmungou):

                - Deus não existe!

                James parou de falar, e os alunos mais religiosos ficaram um tanto incomodados. Uma garota gritou:

                - Existe sim! – e o aluno respondeu:

                - Prove!

                Uma confusão começou, mas James fez todos se calarem. Então ele falou para o aluno ateu:

                - Vitor – disse ele. Sim, esse era o nome do aluno – Como você sabe que Deus não existe?

                - Sabendo professor! – disse ele debochando – é tudo muito impossível o que está escrito na Bíblia e tudo mais.

                - Então tá – James foi em direção da porta, a abriu e em seguida fechou, como se tivesse entrado alguém – alunos, vou dar um exercício diferente para vocês hoje. Acabou de entrar na nossa sala um pônei rosa – todos riram, mas depois viram que o professor estava sério – é sério. Só que ele é invisível, não pode ser visto, não pode ser escutado, e não fala.

                Todos ficaram quietos prestando atenção no professor. Então ele disse:

                - E eu vou dar 100 de nota bimestral para quem provar que esse animal não existe.

                Os alunos ficaram entusiasmados, mas logo se calaram. Não dava pra provar que aquele “pônei” não existia. O professor olhou para os alunos, sentou em sua mesa, disse “Vamos! Provem!” e começou a ler um livro.

                Surgiram as tentativas de “provar que não” mais loucas possíveis.

                Como ninguém conseguiu, ele levantou e disse:

                - Viram? Não tentem provar que Deus existe, e sim que ele não existe. É muito mais difícil, mesmo com as teorias do evolucionismo e tudo mais, não dá pra provar que ele definitivamente não existe. Isso também serve para Aliens, reencarnação e outras coisas.

                Todos os alunos ficaram prestando atenção em James. E ele continuou a explicar a matéria que estava passando antes. “Então, a diferença entre mito e...” E o pônei-rosa-invisivel que James deixou entrar sem saber que ele realmente entrou, ficou muito feliz, pois ninguém conseguiu provar que ele não existia. Aproveitou a deixa para roubar alguns lápis e borrachas.

***

                Andaram e andaram pelo grande labirinto que era aquela internet.

                - O que é que estamos procurando mesmo? – perguntou Caroline.

                - Temos de achar o vírus que a está impedindo de funcionar. Provavelmente ele deve estar no processador.

                - Então vamos até lá – disse James, e continuaram caminhando.

                Até que uma hora conseguiram sair daquele louco labirinto em que estavam. Encontraram-se num hall extremamente alto e grande. Grande mesmo, como um galpão. E havia várias portas grandes nas paredes, com escritos em cima como “Placa de Vídeo”, “Hard Disk”, “Placa Mãe” e todas essas peças de computador.

                Na outra extremidade, lá na frente deles havia uma porta enorme e em cima estava escrito “Processador”. Douglas disse “vamos lá!” e começaram a se dirigir para aquela porta. Andaram um bocado, e viram duas figuras do tamanho deles parados na frente da porta. Dois garotos, vestidos de preto. Eram praticamente iguais, a não ser por alguns pequenos detalhes. O da esquerda disse:

                - Fiqueis parados meros mortais! – ele apontou para os três. Douglas fez um som com a boca como se perguntasse “hã?” – isto mesmo! Vós não passareis por essa porta!

                - Mas dá pra conjugar os verbos certo por favor?! – disse Caroline.

                - Mas estou conjugando os verbos certo queridinha.

                - Não importa! – disse o outro, que falava mais normalmente – Vocês nunca vão passar por essa porta! Pois eu sou Phobos, o deus de todos os medos!

                - E eu sou Deimos! – disse o outro, que falava esquisito – O deus do pânico! Vós estais totalmente ferrados!

                - Olha – disse Douglas – dá pras crianças irem brincar em outro lugar? Precisamos passar!

                Os dois deuses olharam para ele com um olhar de desprezo mortal. Disse Phobos:

                - Como você ousa falar assim com nós!? Já chega! Vamos destruir os três imediatamente! – então ele fez uma pausa estranha, e continuou – Mas primeiro, vou fazê-los sofrer... sofrer muito!

                Então os dois deram uma risada malvada em uníssono. Era assustador como se pareciam.

                - Vamos ver – disse Phobos – qual o medo de cada um...

                Mas o deus foi interrompido por Caroline, que avançou e deu um soco no meio da testa de Phobos. Ele caiu para trás resmungando, mas logo se recuperou. “Os dois são corajosos, estão enfrentando os deuses, e eu aqui parado! Tenho de fazer algo!” Pensou James. Phobos se levantou, pegou Caroline pelo pescoço e disse:

                - Então vamos começar por você! Qual será o seu medo queridinha...

                - Não encoste nela! – gritou James do nada. Ele correu na direção de Phobos, mas Deimos o pegou antes pelo pescoço.

                - Isso! Veremos qual é o seu medo, e então farei eu você entrar em pânico! – e Deimos deu uma risada gostosa. Só então Douglas percebeu o que o deus tinha falado e perguntou:

                - O que você disse?

                - Que verei qual o medo deste homem.

                - Não, a segunda parte!

                - Que eu farei ele entrar em pânico absoluto – disse Deimos olhando extremamente sério para Douglas. Douglas deu uma risada e avançou para mais perto dos dois deuses gêmeos, que já estavam começando a cansar de tanto segurar aquele dois humanos pelo pescoço:

                - Olha, isso não vai dar certo senhores – disse Douglas, então ele tirou do bolso o Guia do Mochileiro das Galáxias, mostrando o verso que dizia “Não Entre em Pânico” – viram? Nós mochileiros não entramos em pânico em hipótese alguma.

                Os dois deuses ficaram sérios, soltaram James e Caroline. Olharam-se, analisaram a situação, então Deimos olhou para James e perguntou com desconfiança:

                - Em hipótese alguma?

                James olhou para Douglas, que fez uma cara de “responde logo animal!”.

                - Sim claro! – respondeu James tentando ser o mais convincente possível – não entramos em pânico em hipótese alguma!

                - Então... – disse Phobos – temos de armar outro jeito de impedi-los que entrem... Lembra daquela tática número 6 Deimos? – ele disse para o irmão.

                - Ah sim, faremos essa então! – ele olhou para os humanos e disse – então... vocês poderiam virar de costas por um instantinho?

                Os três olharam os dois deuses como se não acreditassem no que estavam pedindo. Mas viraram de costas. Depois de alguns segundos eles viraram de novo, e viram: não era apenas uma porta que os deuses estavam protegendo, eles agora estavam defendendo duas portas extremamente iguais, uma do lado esquerdo e outra do direito. Em cima de cada uma estava escrito “processador”.

                - Então humanos – disse Phobos – agora existem duas portas aqui. Uma leva ao processador, e outra para a morte certa. Vocês tem de adivinhar qual delas é a correta. Eu e meu irmão vamos dar dicas pra vocês. Mas lembrem-se: eu só falo mentira, e ele fala a verdade.

                - Hm... – Caroline olhou seriamente para as duas portas, analisando cada uma – este é um desafio de lógica interessante mesmo. Eu acho que...

                Mas então Douglas passou na frente dela, passou entre os dois deuses e chegou na frente de uma pequena porta perto da grande porta direita.

                - É óbvio que essas duas portas são uma armadilha. Esta é a porta correta. Vamos! – e Phobos chegou perto de Douglas.

                - Espere! Você não pode simplesmente ignorar nosso desafio assim! Não vamos deixar que você... – mas Douglas pegou Phobos pela sua cueca. Então como aquele deus era pequeno, não passava de um metro e meio, ele gritou e soltou um choro – olha, por que as crianças não vão brincar em outro lugar? Temos de combater o vírus aqui.

                - Não! – disse Deimos – vocês são o vírus! E nós, Deimos e Phobos, somos o anti-vírus!

                - Então vocês deixaram passar alguma coisa... Provavelmente a culpa foi de Deimos, por que ele passa muito tempo conjugando os verbos dessa maneira.

                - É verdade – disse Phobos – não sei por que ele não pode falar normalmente...

                - Eu falo de maneira normal! – disse Deimos. Então começou uma discussão com Phobos. Começaram a brigar, e terminaram se socando e se estapeando no chão. Os três humanos ficaram olhando aquela cena por um bom tempo, até que Douglas disse:

                - Podemos ir agora?


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Notas finais do capítulo

Bom? Ruim?
Até!