POV Desconhecido

Arqueei meu corpo quando a adaga penetrou minha panturrilha. Arreganhei os dentes para o escuro e sem querer bati de cara com uma arvore grossa.

-AJUDA! – Gritei sem esperanças de que alguém realmente me ouvisse.

Trinquei os dentes e desembainhei minha espada.

-Apareça! Acabe com isso! – Falei mais baixo dessa vez.

Há aproximadamente DOIS dias venho fugindo de uma Spinnetod. Elas parecem não se cansar, apenas brincando com sua mente.

-Shhh. Eu ouvi seu idiota, sei que não estou louca.

Fiquei parada ao ouvir a voz de uma garota. A voz de uma pessoa!
-Não foi nada Annabeth. Volte a dormir. - Dessa vez foi uma voz masculina.

-Eu estou de guarda seu idiota. – Respondeu ela irritada.

Respirei fundo com empolgação e por um instante esqueci-me do monstro me seguindo.

-Socorro!

-Há! Eu não sou louca! – Exclamou Annabeth.

-É melhor ficarmos aqui, pode ser um ciclope. – Era a voz de outra garota.

Seriam eles os membros da organização  secreta que ainda mantem pessoas – semideuses, sátiros, ninfas e até alguns humanos – vivas?

Não tive tempo de responder.

A mulher-aranha me jogou para trás e com um gemido percebi que tinha caído de frente, podia sentir a adaga tocar o osso da minha perna.

É eu vou morrer.

Percy POV

Ouvi um barulho com um baque, peguei minha lanterna – que raramente usava – e iluminei a floresta para tentar enxergar alguma coisa.

E eu enxerguei.

Havia uma espécie de monstro, uma mulher de armadura com olhos completamente pretos, presas que me lembrava uma aranha, garras afiadas e soltava uma espécie de coisa toxica por essa coisa.

As mina pira, o Nico pira, Annabeth Pira, todo mundo pira.

-Ei, Annabeth. Acho melhor você ir dormir. – Falei tentando distrai-la da mulher aranha.

-Claro mais qualquer coisa me acorde. – Concordou ela de prontidão.

Desci silenciosamente da arvore – com a lanterna já desligada -  e vi o que o monstro  estava perseguindo.

-Uma... Semideusa? – Sussurrei pra mim mesmo.

Ela estava estirada no chão com uma enorme adaga enfiada até o cabo em sua perna. Pude ver a garota se contorcer no chão tentando desembainhar sua espada presa à cintura. Aproximei-me e peguei uma pedra no chão, com o máximo de velocidade que pude, joguei a pedra na cabeça da mulher/aranha com toda a minha força.

Desconhecido POV

Com certo espanto, vi a Spinnetod se desintegrando e virando pó sobre mim.

-Você esta bem? – Uma voz masculina, a mesma voz da arvore.

-Estou. – Respondi observando seu rosto no escuro.

Ah, um pequeno detalhe sobre mim.

-Meu nome é Hope. Eu sou filha de... – Fiz uma careta ao lembrar que não sabia quem era a minha mãe – Hecate.

Continuei observando seu rosto se contorcer em uma careta engraçada.

-Percy Jackson, filho de Poseidon. – Apresentou - se.

-Você é um membro da ordem? – Perguntei e só então me lembrei da adaga em minha perna.

-Ordem?

-Sim, a ordem secreta que mantem... As pessoas vivas... – Fui gesticulando com a mão e suspirei cansada quando percebi sua confusão – Você pode me ajudar aqui? Aquela Spinnetod quase me matou.

-Spinnetod?

-Um dos animais de estimação de Cronos. Agora você vai me ajudar ou não?

-Vou, um instante. ANNABETH! – Gritou ele um pouco baixo.

Pude ver a arvore balançar durante um instante e logo em seguida vi a silhueta da garota.

-O que foi? – Perguntou ela erguendo uma sobrancelha.

-Uma semideusa. – Respondeu Percy como se dissesse “Ah nada”. – Esta ferida. Precisamos de Néctar e Ambrosia.

-Eu tenho isso – respondi batendo com uma mão no cantil preso a meu cinto – Só não tenho coragem de arrancar a Adaga.

{...}

Annabeth – apesar de me ajudar - parecia irritada com alguma coisa, mais não falava nada.

-Como você sobreviveu ao Apocalipse? – Perguntou o outro garoto, Filho de Hades chamado Nico.

-Eu não sei. – Respondi sincera – Apenas acordei entre os destroços de uma casa, estava indo para o acampamento e de repente tudo explodiu.

Nico se sentou mais confortavelmente. Apenas pude ver isso porque minha visão é extremamente apurada, é como se fosse enxergasse na luz mesmo sem luz. Pra mim não há diferença.

-Temos que dormir. – Falou Annabeth ranzinza.

-Claro, amanhã eu vou embora. – Falei enrolando com o dedo, uma mecha de meu cabelo castanho avermelhado.

Deitei em um galho grosso da arvore e fechei os olhos tentando dormir. Péssima ideia.