Terceiro Capítulo.

- Granger… - Falou repugnantemente o loiro à minha frente.

- Malfoy. – Falou Hermione tentando ignora-lo e passar por ele sem que houvesse discussões, naquele momento só queria ir encontrar a directora de Gryffindor.

Olhou para ele, esperando alguma reacção, mas ele apenas continuo olhando-me como se esperasse alguma reacção por parte da morena, por isso tentou passar.

- Espere. – Ele disse calmo e, muito, muito, suspeitamente agarrou-me o braço, impedindo-a de continuar.

- Me largue Malfoy. – Rosnou baixinho, tentando ao máximo não chamar a atenção das pessoas das outras cabines, mais ao fundo do corredor.

Ele apenas me ignorou e me puxou para uma cabine vazia, trancando-a e tapando a pequena janelinha da porta, de modo a que ninguém visse para dentro da cabine.

- Eu sei quem você é Granger, pare de fingir logo! – Sussurrou ameaçadoramente, como se tivesse medo que alguém os ouvisse, o que ela duvidava, pois pelo que ela tinha visto, naquele local praticamente ninguém ficava.

- Do que você está falando?! – Reclamou quase assustada pelas suas atitudes.

- Não se faça de desentendida! Eu ouvi o que minha mãe estava falando com a tia Bellatrix! – Exclamou, desta vez, mais alto, como se tivesse percebido que ninguém iria ouvir aquela conversa, o que estava a preocupar Hermione, que ficava cada vez mais assustada com as atitudes do loiro. Ela não tinha feito nada, apenas queria sair dali.

- Eu não sei do que você está falando, Malfoy! Me largue! – Começava a choramingar Hermione, por causa do enorme aperto que sofria em ambos os braços, com certeza aqueles locais iriam ficar marcados por algum tempo.

- Para de fazer-se de desentendida! Sua… Sua… - Parecia que Malfoy havia se engasgado com as palavras, como se os insultos que tinha preparado para aquele momento, não saíssem.

- Sangue Ruim? Será isso? – Incentivou Hermione, agora mais calma, vendo que o Malfoy parecia voltar ao normal.

- Você sabe que isso nunca se aplicou a você. – Suspirou derrotado, sentando-se num dos bancos, como se tivesse perdido as forças, soltando a morena.

- Não sei do que fala, Malf…

- Draco, me trate por Draco, acho que já não vale a pena nos tratarmos pelos sobrenomes, não? – Interrompeu o loiro.

- Humm, Draco. – Experimentou Hermione. Soava esquisito formular tais sílabas, mas ela sabia que aquilo só se passava pois nunca antes o tinha tratado de tal forma. – Eu realmente não sei do que você está falando.

- Como não, Callidora? – Perguntou testando.

- Callidora? – Indagou Hermione, franzindo o cenho, com a estranheza perante o nome.

- Então você realmente não sabe? – Perguntou, quase que afirmando.

- Não. – Murmurou Hermione, sentando-se no outro banco, esquecendo-se completamente de tudo o que tinha planeado antes de encontrar Draco, e pôs-se a pensar no que Draco poderia estar a falar.

Nenhum nos dois falou mais alguma coisa, nem se aperceberam que estavam os dois na mesma cabine, estavam tão mergulhados nos seus pensamentos, que nem sequer perceberam o tempo passar. Apenas voltaram à realidade quando o trem, bruscamente, travou, impelindo Draco para a frente, quase caindo em cima de Hermione, se esta não o tivesse segurado pelos ombros.

- Desculpe. – Falou Draco, saindo apressadamente da cabine, deixando uma estupefacta Hermione, olhando para a porta da cabine, procurando saber como tudo tinha mudado de repente.

Primeiro tudo estava normal naquela manhã, ela estava indo procurar os seus amigos e resolver uns problemas com a directora da sua casa…

E, então, tudo veio como um banho gelado. Ela havia esquecido com tudo aquilo, quem precisava encontrar e com quem precisava falar!

O menor problema era, de certeza, a sua directora, visto que Hermione apenas queria falar com ela sobre assuntos um pouco pessoais. Agora, Harry, Ron, Ginny, Cath e Gwen deveriam estar querendo mata-la.

A morena apressou-se a correr para fora do trem, tentando encontrar o sítio onde Harry e Ron ou Cath e Gwen estariam.

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- Blanc, Catherine.

A morena, sentada à mesa de Gryffindor, finalmente viu uma das suas amigas a dirigir-se para o chapéu selector. Hermione, tinha encontrado Harry e Ron enquanto vinha para a sua mesa, mas não tinha conseguido encontrar Gwen bem como Cath.

Viu porém na sua amiga o chapéu e, poucos segundos depois, ouviu-se ele gritar:

- Gryffindor!

Hermione, junto com toda a mesa da Gryffindor, festejaram pelo mais recente membro da sua casa. Todos estavam contentes, principalmente a loira, ao perceber que podia ficar junto da sua amiga.

- Mione! – Exclamou Cath, ao chegar junto de Hermione, que se encontrava ladeada de Harry e Neville.

- Cath. Sente-se. – Falou Hermione, chegando-se mais perto de Harry, tentando dar um espaço para Cath se sentar.

- Hermione, não nos vai apresentar à sua amiga? – Indagou Harry, ao perceber que Ron não ia falar, visto que parecia momentaneamente deslumbrado pela loira.

- Claro…

Mas foi interrompida pela voz da sua professora a chamar por Gwen, que parecia tão calma que chegava a inspirar medo.

- Chevallier, Gwendolyn.

De repente, todo o Salão se tinha calado. O nome Chevallier era um nome respeitado, visto que os Chevallier, que mesmo quando se casavam mantinham sempre o mesmo nome, no passado, tinham ajudado Merlim e até os fundadores da grande Hogwarts.

- Espero que ela calhe na Gryffindor, temos de ficar as três juntas. – Sussurrou Hermione ao ouvido de Cath, que parecia absorta na ruiva, tentando ao máximo pedir a Merlim que trouxesse a sua amiga para a sua casa.

Uns minutos se passaram e todo o salão continuava em silêncio, todos na espectativa, enquanto o chapéu selector parecia continuar a falar e a contar segredos à Chevallier.

- Gryffindor! – Gritou por fim o velho chapéu, fazendo a mesa dos leões vibrar por terem o Menino-Que-Sobreviveu e a mais nova Chevallier, na sua casa.

Mas, no meio de toda a euforia, duas meninas pareciam as mais eufóricas. A sua amiga ruiva estava com elas.

- Gwen! – Saltou a loira para o colo da ruiva, quando esta se sentou entre ela e Hermione, que sorriu e virou-se para os seus amigos.

- Gente, essas são Gwendolyn e Catherine. São aquelas meninas que eu tinha falado que tinha conhecido em França, Harry. – Anunciou a morena, vendo que os seus amigos começavam a conversar como se sempre tivessem conhecido. Aquilo a deixava feliz.

Hermione era aquele tipo de menina que apenas se dava com rapazes, ou pelo menos na sua maioria, e, sinceramente, ela agradecia por isso. Ela achava que as meninas da sua ideia apenas se preocupavam com rapazes e maquilhagem, o que não deixava de ser uma verdade, pelo menos na sua maioria. Portanto, é claro que ela ficou encantada quando, acidentalmente, numa livraria para bruxos, em França, se esbarrou com Cath e Gwen que procuravam pelo mesmo livro que ela, um livro de poções. A amizade das três floresceu tanto que, uma semana depois, elas pareciam quase trigémeas, sabiam praticamente toda a vida umas das outras. Hermione ficou bastante contente, pois a ruiva e a loira partilhavam do seu gosto por livros, estudos, sendo que Cath sabia conciliar tudo isso com o seu enorme gosto por compras e histerismo, e Gwen com o seu gosto por festas e, ao mesmo tempo, silêncio. As três, de alguma forma, pareciam completar-se, não que agora, Hermione deixa-se de lado Ron e Harry, era exactamente o contrário! Agora, tal como todos os chamavam, tinha-se formado o Quinteto de Ouro. Sendo que agora, a líder parecia ser Hermione, pois no inicio daquela amizade entre os seus quatro amigos, tinha sido ela a “ponte” para que eles se entendessem. Harry parecia não se parecia importar com aquilo, sempre achara que a amiga era boa líder, e no fundo, ele ficava contente por não ter de ser visto como o “chefe” daquela amizade, pois ele sempre se achara apenas capaz de liderar em momentos de grande agitação.

Por outro lado, Hermione parecia não gostar do seu novo posto, ela sempre gostara do modo como o Harry falara em solucionar os problemas entre todos, ela era apenas a rata de biblioteca que decorava todos os livros. Todos os outros não se importavam com aquela “troca” (porque, não se tratava de uma troca asserio, pois apenas Mione parecia ter sido “promovida”) afinal, tudo parecia continuar igual, tirando as duas novas quartanistas da Gryffindor.

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- Draco?

- Sim? – Indagou o loiro, levantando os olhos para a morena que se aproximava.

- Porque me chamou aqui? – Perguntou a morena, olhando para o canto escondido onde ele, Draco, tinha chamado Hermione para falarem.

- Há algo que eu preciso de lhe perguntar. Conhece esse objecto? – Perguntou Draco, segurando num pequeno fio onde se encontravam dois anéis, ambos feitos de ouro, pode ela reparar, mas um tinha um pequeno rubi e outro uma esmeralda.

- Eu deveria conhecer?- Falou a morena, deslumbrada por aqueles dois anéis. Parecia que, num lugar bem escondido da sua mente, algo lhe gritava que aquele anel tinha que ser dela, a qualquer custo, pois havia qualquer coisa naquele rubi que lhe exclamava para ela o pegar. Mas ela não devia, nem podia, pegar naquele anel. Afinal, não era só porque há mais de três semanas que Draco não lhe tratava mal (depois daquela estranha conversa no trem) que ela podia estar retirando coisas dele.

- Bem, - falou tentando esconder a decepção. – Não. Queria lho dar como forma de… - Pareceu ponderar nas suas palavras, tentando não dizer nada que mais tarde se fosse arrepender. – Desculpa, sim, desculpa! – Retirou o anel com o rubi e entregou-lhe. – Fique com ele.

- Porque deveria ficar com ele, Draco? – Perguntou desconfiada. Embora se tratassem pelo nome, não queria dizer que agora fossem se tratar como bons velhos amigos, era difícil esquecer aqueles últimos três anos de humilhação.

- Apenas o use se quiser. – Respondeu altivo. Pareceu momentaneamente chateado com a desconfiança de Hermione, como se ela tivesse feito algum crime. Mas a morena não teve tempo de olhar mais a fundo, pois logo de seguida o loira a deixou sozinha com o anel de rubi na mão.